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Obra de Raffaello descoberta numa pequena cidade da Escócia

Que tal  visitar Haddo House, em Aberdeenshire para ver a obra

Imagine um quadro  comprado no século XIX por uma ninharia, atribuído a um pintor pouco conhecido e depois de quase um século se descobre que ele é obra de um mestre da antiguidade, Raffaello. Aconteceu na pequena cidade de Aberdeenshire, na Escócia.

Uma pintura da Virgem Maria foi comprada por George Hamilton-Gordon, um ex-primeiro ministro britânico e o quarto conde Aberdeen, por U$ 25,00 no final do ‘seculo XIX. Na época, achavam que era um seguidor de Raffaello.

Há pouco dias, o historiador e apresentador de um programa da BBC, da Grã Bretanha, Britain’s Lost Masterpieces, Bendor Grosvenor, e uma equipe de especialistas surpreenderam a todos durante uma pesquisa na National Trust para a coleção de Haddo House, da Escócia, sobre a pintura datada entre 1505 e 1510. A obra já tinha sido atribuída ao italiano Innocenzo da Imola. Brosvenor pediu permissão para realizar uma limpeza na pintura e começou a descobrir mais e mais que se aproximava a identificação do verdadeiro artista atrás da obra: Raffaello.

O que antes valia 25 dólares(mais ou menos 2 mil e 500 dólares convertidos a hoje) até o final do século XIX saltou para um valor real de 26 milhões de dólares. A obra irá permanecer nessa parte remota da Escócia, a única obra de Raffaello nas mãos de uma instituição pública. Que tal  visitar Haddo House, em Aberdeenshire!

Fonte:  Exibart

 

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Você sabe quem é Jean-Joseph Raboud

É mais provável que a resposta será não!  Mas algumas das crianças que pertencem a escola Crescer, na comunidade Mãe Luiza e à Adic, em Passo da Pátria, ambas na periferia de Natal, Rio Grande do Norte, saberão responder  quem é o suíço Jean-Joseph Raboud (1937).

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Além de lançar recentemente um livro na capital potiguar – Nossas Vidas! Arriscar…, esse europeu de bom coração já desenvolveu diversos projetos sociais no nordeste do Brasil.

Com suas escolas ajuda mais de 500 crianças a sair da marginalidade e propôs a homens do campo (Aaccrn) uma  agricultura familiar com mais sustentabilidade.

Seu primeiro livro nada mais é do que uma forma de contar sua incrível história de vida. A saga de duas pessoas, ele e a mulher Elisabeth (1935-2014) que passaram pelas agruras das guerras, não perderam a fé e a vontade de melhorar o mundo.

Uma das escolas, a Crescer tem 20 anos de fundação e atua com atividades de contraturno em uma das comunidades mais carentes de Natal, Mãe Luiza.

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A Associação para Desenvolvimento de Iniciativas de Cidadania (Adic), também é outra escola que funciona com atividades extra-curriculares para dar apoio ao ensino regular.

 

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A Adic está entre as 30 melhores instituições de contribuição social do Brasil selecionadas pela UNESCO. Fundada há 12 anos, atende 305 crianças que vivem no Passo da Pátria, também periferia de Natal.

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De acordo com a co-fundadora e gestora, Andréa Varela Leite, o trabalho desenvolvido pela Adic amplia o conhecimento a partir da transdisciplinaridade. Isto é, promove a educação pela arte. As crianças têm aulas de balé, música, teatro, esportes, informática. “Dessa forma, saem do horror da violência e do tráfico”, afirma.

A Adic conta com o apoio financeiro da Fundação Suiça, AMEROPA, e da Criança Esperança, além de doadores individuais e parcerias com empresas e universidades.

Dinâmica e objetiva,Andréa resolve pendências aqui e acolá. É solicitada a todo momento e tem sempre uma solução para os problemas que aparecem.  Percebe-se que a equipe trabalha em sintonia.

 

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Não esconde seu orgulho em mostrar um projeto que está dando certo na comunidade.

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“A Charrete do Saber”, uma biblioteca adaptada dentro de uma pequena charrete que leva atividades culturais pelo bairro uma vez por mês.

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Em meio ao bate-papo teve tempo de encerrar o curso de artes desenvolvido pela artista plástica, Maria Eneida Ferreira, com algumas mães de alunos. O grupo aprendeu a construir banquetas com garrafas PET e papel machê. O resultado foi surpreendente!

Em pouco mais de uma hora foi possível vislumbrar o mundo corriqueiro e regional da Adic, com muitos desafios, pequeno em comparação aos problemas de um Brasil complexo, mas que se agiganta pelo conteúdo do trabalho: oferecer qualidade de vida para as crianças que vivem em famílias de baixa renda.

Olhar Crítico

Conhecer pessoas como Jean-Joseph Raboud é acreditar no impossível e ter certeza que a transformação começa a partir de iniciativas e vontade de cada um. O suíço e a esposa fizeram a diferença nesse Brasil carente de boas intenções.  A receita, segundo ele, é “doar-se e arriscar-se sempre”.

Apresentar Jean-Joseph é uma homenagem singela do PanHoramarte, a alguém que implantou práticas sociais que mudam comportamentos e constroem uma sociedade mais justa.O olhar dele dirigido às crianças  tem passagem para o futuro.

A  Jean e Elisabeth muito obrigada! Agradecemos também a Cleide Tomé de Lima e Silva, com o Lar Bom Pastor, em Nísia Floresta, que ampara 20 crianças abandonadas; e no outro extremo, sul do Brasil, precisamente em Curitiba, no Paraná, também obrigada a Lucia Helena Fernandes Stall, que orienta seus afilhados, ex-meninos de rua, e  à família de Belmiro Valverde Jobim Castor (1942-2014), que mantém com garra o Centro de Educação João Paulo II, em Piraquara.

São histórias quase iguais de pessoas que não se conformam com a desigualdade e a injustiça social e arregaçaram as mangas sem medo de arriscar. Vão à luta! Sabemos que devem existir muitos delas espalhados pelo Brasil afora. Vamos divulgar e homenagear sempre, basta nos mandar a história….

É o mínimo que um site de cultura e entretenimento pode fazer, na posição de difusor de boas ideias. O que nos interessa é destacar o trabalho desses heróis anônimos, não num patamar de celebridades, sim como vencedores.Divulgar é o lema. Seguramente, o prêmio deles encontra-se no futuro!

 

 

 

 

 

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Sagrada arte de curar sintonizando o corpo com o universo

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Uma sabedoria que traduz o corpo como energia.

O fato de os chineses conquistarem espaço no Ocidente e imprimirem sua marca “made in China” como sinônimo de baixa qualidade e imitação não significa que anula sua cultura milenar. Esse comportamento cultural não anula o conhecimento único no mundo desse povo  sobre sua medicina tradicional.

Uma sabedoria que traduz o corpo como energia. Trata dele como uma obra de arte elaborada em sintonia com o universo.

Sim, seguramente, é possível denominar arte, a técnica da acupuntura, ou a massagem milenar do Oriente. “O olhar da medicina tradicional chinesa para o corpo é diferente da medicina comum desenvolvida no Ocidente”, explica a doutora Linda He.

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A doutora chinesa pode falar tranquilamente sobre os dois extremos porque estudou as duas medicinas. Vive hoje em Londres, trabalha num hospital na cidade inglesa com a medicina normal e possui uma pequena clínica “Yin- Yang, no acolhedor bairro de East Finchey.

“Me formei em uma das mais importantes universidades de China, em Beijing, e se não fosse por isso, e por ser uma aluna aplicada jamais poderia ser aceita para estudar em Londres, cuja a sociedade nesta área é muito fechada”.

Linda He tem as mãos leves e ao mesmo tempo firmes quando realiza a massagem e vai diretamente nos pontos dos meridianos que precisam ser tratados. A massagem é feita com a ponta de um chifre de boi ou em alguns casos de carneiro para ajudar pressionar os meridianos afetados.

Neste arsenal exótico, a doutora chinesa ainda tem óleos especiais feitos à base de ervas – cânforas,  flores, menta, canela – que faz um efeito relaxante.

Simples, tradicionalmente formal como todo o chinês, porém preocupada com o bem-estar das pessoas que a procuram, doutora Linda He tem 50 anos, com uma estrutura física e fisionomia de 30.

A qualquer momento está disponível para fazer o tratamento adequado a quem a procura em sua clínica, inclusive de muitos brasileiros que estão vivendo em Londres. A clínica está localizada no seguinte endereço: 110 High Road, East Finchey, London, N2 9ED. Fone – 020. 8444 4488, e-mail: yinyangmedicine@yahoo.co.uk

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Woosen Ur

Em outra parte do planeta, precisamente em Curitiba o coreano Woosen Ur dissemina também os segredos da sagrada medicina tradicional chinesa. Ensina profissionais de saúde a utilizarem as técnicas da medicina oriental, em workshop por todo o Brasil. O médico coreano já está há alguns anos no Brasil, além dos cursos aplica acupuntura  no consultório particular e assina o blog Lotus e outro inglês sobre holymedicine. Nestes espaços online ele coloca um pouco da filosofia de seu trabalho.

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foto via facebook de Woosen Ur

O lotus centro foi Fundado em janeiro de 2008 em Curitiba pelo Dr. Woosen Ur. LOTUS significa “Luz do Tao para Saúde Universal”.

O Centro de LOTUS tem por finalidade a evolução do corpo, espírito e da sociedade .Terá como meta somente caminhos naturais para tratar, prevenir doenças ,orientar e preservar a saúde ,sendo que este é o resultado de hábitos de vida.

O centro de LOTUS tenta fazer todas as pessoas saudáveis, através do reequilíbrio energético, fazendo com que , o número do internações hospitalares ou Consultas medicas diminuam.

O LOTUS centro também faz a comunicação cultural das pessoas para elevar o nível de conhecimento ,um fator , importante para evolução mental e da paz mundial”.

 

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Soluções sugeridas pela ‘Incerteza Viva’

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A 32a. Bienal de São Paulo é uma das mais criativas e interessantes dos últimos anos sugerindo, nas entrelinhas, em tempo de ‘Incerteza Viva’, a volta às origens de forma sustentável, com ênfase no amor e na vida saudável.

Uma poética artística que denuncia a barbárie, mas mostra sutilmente que o caminho a seguir é aproveitar a velha e sábia maneira de viver.

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Muita crítica

Para alguns críticos inconformados, a tradicional bienal paulista não tem novidades, talvez, simplória demais para eles, até colegial e educativa.

É uma leitura do mundo atual descartável, cruel, e são artistas visionários testemunhos da história da humanidade.

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Restaurante natural

O recado é dado de forma sutil  como é o caso da obra de arte e restaurante, chamada Restauro’ (2016), de Jorge Menna Barreto, cujo conceito é restabelecer a ordem do comer devagar e elaborar pratos com produtos da terra, sem artifícios, cuja a metabolização e digestão são mais proveitosas para o corpo.

Instalar um restaurante natural dentro da bienal é um fato corriqueiro, talvez para alguns que não se envolvem  no conceito real, o de alterar a ordem estabelecida pelo marketing dos alimentos industrializados, ou da produção em série e do uso de venenos agrícolas. A relação entre arte e conceito é com o corpo e a terra.

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O Peixe

O documentário ‘O Peixe'(2016), de Jonathas de Andrade, é comovente, tal é a atitude de respeito do pescador pelo peixe que foi fisgado, aquele que o ajudará a manter-se vivo e nutrido na cadeia alimentar.

É um exercício de amor aliado a atitude de agradecimento no processo de sobrevivência. Também é a reverência do predador à presa.

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A obra da portuguesa Carla Felipe, Migração, Exclusão e Resistência (2016), faz parte de uma pesquisa da artista iniciada em 2006 que propõe criação hortas e jardins em espaços urbanos ou a apropriação de espaços públicos destinados a outros fins. “Ao articular modos distintos de vida, ela questiona a ideia de propriedade e a amplia a noção de sobrevivência”.  A obra é composta por bombonas de plásticos, pneus em dois tamanhos e barris de metal, com vegetais comestíveis não convencionais e plantas populares.

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Tecnologia

A intimidade com que alguns artistas lidam com a tecnologia da contemporaneidade lhes dá a possibilidade de oferecer ao espectador sensações intensas sobe o conceito desejado.

As instalações do africano Em’Kal Eyongakpa envolve gravações de queda de árvores na Bacia do Congo, em Camarões.

Na obra, Farfalho, e Mapas de Memória para uma Sobrecarga, coloca raízes, brônquios digitais no formato da América e da África, o som da queda da árvore, a motosserra, energia – “algo orgânico na manutenção de diversos sistemas ( digitais, ecológicos, políticos) revelando uma estranha familiaridade entre eles”.

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As diversas tapeçarias coloridas do jamaicano Ebony G. Patterson confeccionadas com miçangas e tecidos são maravilhosas e chamam a atenção do público. No entanto, a despeito da superfície colorida e brilhante existe o contexto da opressão social da obra, do consumo, da violência que é característica de diversas comunidades em Kingstom, Jamaica.

Olhar crítico

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Por fim, é possível garantir que o tédio não fará parte das sensações daquele que visitar a bienal paulista esse ano. Todas as obras envolvem o observador na busca do querer saber mais. Já na entrada, a obra de Bené Fontele, em Ágora, Oca, Tapera, Terreiro, acolhe o visitante que se identifica com seus ídolos, mitos e crenças populares aos sons dos indígenas, música brasileira, OM, dentro da construção.

Os curadores Jochen Volz, Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoaga ao conceberem a Incerteza Viva – um processo que começou em 2015 e envolveu professores, estudantes, artistas, ativistas, lideranças indígenas, educadores, cientistas e pensadores em São Paulo, no Brasil e além dele –  foram refinados nos detalhes da montagem e concepção.

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Nessa acolhida pelas raízes brasileiras, ao lado da Oca, o fantasma da floresta decomposta está presente nas obras ícones legadas por Franz Krajcberg.

Se para os críticos mais mordazes da 32a. Bienal de São Paulo  é mais excitante correr atrás de Pokémons, ao invés de visitar Incerteza Viva de tão monótona, é porque estão habituados à antiga maneira de ver a arte, que hoje não está mais atrelada à contemplação de obras fenomenais e agressivas.

Na contemporaneidade a arte é utilizada para instigar o homem a agir e pensar sobre as questões políticas e sociais. Artistas do passado, mestres,que nos deixaram preciosos legados em bronze, mármore, telas extraordinárias, artefatos que ainda hoje são meios para conceber uma obra de arte, embora por demais preciosos para um planeta em agonia. No futuro a arte poderá ser apenas virtual e os críticos? Qual será o papel dos críticos….

O culto ao capital fez desaparecer o papel do crítico