Veneza é cenário perfeito para uma bienal de arte

‘Viva Arte Viva’ ! Vamos celebrar, sim, a 57a. edição da Bienal de Veneza. Por que não? Veneza é o cenário perfeito, é a mistura do Oriente com o Ocidente, sensual e romântica que parece permanecer em uma outra dimensão do tempo.

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É a exaltação da beleza, do refinamento, da elegância e bom gosto.

“A Bienal de Arte”desse ano inspirou-se no humanismo que celebra a capacidade do homem por meio da poética artística,de não ser dominado pelo poder que governa o mundo e que se deixado sozinho, pode condicionar em sentido reduzido a dimensão humana”.

É um humanismo no qual o ato artístico é um ato de resistência, de liberação de generosidade”.

Para que leitor do PanHoramarte tenha ideia do significado da bienal como representação artística que passa a limpo o mundo e suas mazelas ou o apresenta na sua realidade, é necessário primeiro mostrar o local que a acolhe e dar dicas de como transitar nesse universo tão rico de informação e conceito.

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Um luxo

Veneza, na Itália, é um luxo.  Esse é o tema do pavilhão que a representa na bienal. A pequena ilha italiana concentrou no passado uma riqueza incalculável e controlou durante séculos o tráfego marítimo entre o Oriente e Ocidente.

Esconde pelas vielas estreitas, quase um labirinto, muita história, intrigas, amores ocultos e adúlteros, poder, enfim todas as paixões e pecados humanos mesclados em um cenário arquitetônico único na Europa e amparado pela arte e luxo, apesar da decadência da contemporaneidade e os hábitos de consumo destruidores de patrimônios universais.

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Segredo

O segredo da construção de Veneza está exatamente no local onde a Bienal começa: o Arsenal. A força da Serenissima começou no grande barracão, no qual eram projetados, construídos e armados os navios.  Ali, cada descoberta sobre navegação era guardado a sete chaves, com objetivo de dominar o Mediterrâneo e conquistar mares distantes. Sem navios velozes não era possível comercializar os produtos mais procurados na Europa, seda, fibras e especiarias.

Isso a transformou numa cidade rica e importante em quase toda a sua história.

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Essa riqueza, esse luxo que a fez tão importante no passado e também no passado passou por um período de decadência depois Vasco da Gama descobriu o caminho para a Índia, a descoberta das Américas. Mas até hoje conserva o seu velho charme.

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Toda nobreza antiga está sendo apresentada no Pavilhão de Veneza, no Giardino, segunda parte da Bienal.

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É um percurso pelo qual entremeiam-se formas, símbolos, objetos do passado que foram trazidos pelos comerciantes venezianos, primeiros e excelentes na produção artesanal de objetos de arte em vidro, mosaico, tecido, porcelana e sapato.

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O percurso começa num atelier, no qual são colocadas as matérias primas e mãos geniais as transformam em obra de arte. O visitante faz um caminho que o possibilita compreender como da matéria se forma em objeto artístico.

“A beleza sensual de Veneza revive por intermédio de referências simbólicas e percepções sensoriais, no qual se tramam cores, perfumes e jogo de luz. O Pavilhão de Veneza faz reviver o luxo como experiência de uma beleza preciosa e que somente a verdadeira educação estética  consente apreciar o que o Pavilhão comunica ao público”.

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Como visitar a Bienal

Para quem nunca foi à Veneza colocamos algumas dicas básicas para entender como chegar à Serenissima e desfrutar de toda arte que ela nos oferece. No mínimo dois dias para Bienal e mais um para conhecer a cidade.

O acesso  a ela pode ser feita por avião ou trem. Depende do ponto do gosto. Via aérea é mais econômico se conseguir comprar um bilhete low coast. O aeroporto dispõe de estrutura para transportar os viajantes ao estacionamento de carros e coletivos próximo a estação Santa Luzia.

Bem vizinho à Estação ferroviária encontrará a bilheteria para pegar o dragueto (o único transporte coletivo da cidade que circula nos principais canais) e se localizar para encontrar o hotel. O google maps, earth ou mapa em papel deve sempre estar à mão para que possa orientar-se nas ruelas estreitas.

Um conselho não carregue malas grandes e pesadas porque será você o próprio carregador. Tem muitas pontes com escadas para percorrer por lá.

Em poucos dias estará adaptado aos costumes da exótica cidade que não permite a circulação de carros. Torna-se mais econômico comprar bilhetes únicos para utilizar o draguetto para um, dois, três ou quatro dias.

Os hotéis dentro da ilha são mais caros, mas nada tão assustador e às vezes é possível aproveitar uma promoção no Booking, TripAdvisor. Ainda não falharam nas dicas e avaliações.

Quanto tempo ficar

Como é uma cidade de alojamentos, hotéis e B&B caros é possível ficar nas imediações que muitos hotéis providenciam o translado diário. E o período para ficar depende dos interesses de cada um. A Bienal pode ser visitada em dois dias num passar rápido de olhos, no mínimo.

Não entanto, a cidade respira arte por todos os cantos. No verão as exposições estão circulando nos diversos museus da cidade e as igrejas oferecem concertos e óperas até setembro. Para desfrutar um pouco mais do clima veneziano vale permanecer por cinco noites no máximo.

Não deixe de tomar um prosecco na Piazza San Marco, naqueles bares com orquestra executando músicas clássicas para se sentir como um nobre europeu desfrutando do “salão mais elegante do mundo” como definiu Napoleão. Ali, deixará no mínimo uns 20 euros, mas será servido por um garçom sério e pomposo e bebericará seu espumante ao som de Vivaldi ou Mozart olhando para magnífica Igreja de San Marco.

Por onde começar na Bienal

Acreditamos que o modo de começar a imersão nas obras que representam uma leitura do mundo contemporâneo é pelo Giardino, a parte mais longa e que representam cada país do mundo. O ingresso custa em torno de 25 euros o dia, 30 euros por 48 horas, por isso é bom aligeirar-se para ver tudo em pouco tempo. Custa para brasileiros.

É importante manter um folheto guia, entregue na entrada, para assinalar os pavilhões que foram visitados. Depois de absorver a diversidade cultural desse planeta na linguagem da arte é ainda possível buscar mais conteúdo na construção central. Se for uma visita rápida, encontrará tempo para um pequeno lanche nos bares existentes no Parque. Inclusive, um perto da construção central que vale pela decoração e design arrojado.

O segundo dia pode ser dedicado ao Arsenale, espaço em que o curador define e apresenta o tema proposto.

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Tenha em mente que visitar um local em que a arte transita é elevar o espírito e perder-se no tempo. Poderá permanecer horas absorvendo o belo que o tocará em alguma parte de sua alma provocando-o e quando despertar desse êxtase terá impressão que o tempo parou. Buon soggiorno!

 

 

 

 

 

 

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Lo spirito del Caravaggio sotto la luce ed ombra

Nella mostra multimediale “The spirit of Caravaggio” lo spettatore potrà apprezzare, dalle risorse tecnologiche, l’eccezionale interpretazione della realtà espressa nei famosi dipinti del grande maestro italiano del cinquecento.

Riposo nella fuga in Egito

Ciò che conta, però, non è la mostra stessa, aperta a Roma fino a novembre, nella Sala del Bramante, in Piazza del Popolo. La cosa importante è parlare di Caravaggio (1571-1610) e delle sue magnifiche opere, un prezioso patrimonio artistico.
 
I forti contrasti cromatici tra luce ed ombra e i fondali scuri squarciati da fasci di luce netta, diretta e teatrale, hanno reso Michelangelo Meresi, da Caravaggio, notabile e ineguagliabile.
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Dopo di lui è venuto un movimento chiamato “caravaggeschi”, in cui i pittori cercavano lo stesso stile del maestro, come Orazio Gentilischi, Carlo Sellitto, Battistelo Caracciolo, Jose Ribera (Spagnholeto).
La mostra multimediale è un percorso sensoriale, in cui i dettagli delle pinture  sono presentati in videoproiezioni. Come se gli  opere muovessero. Lo spazio nelle ombre, con la musica, fa sentire lo spirito dell’artista e la causa delle sue pennellate.
Entrate nell’opera

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La scena pari alla ‘Vocazione di San Matteo’ è stata simulata in uno spazio e invita il visitatore ad entrare e sentire l’intensità dei contrasti.
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Firenze

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A Firenze, nella Galleria Dell’Uffuzi, è possibile apprezzare alcuni dei veri dipinti del maestro italiano, così come in alcune chiese di Roma, San Luigi dei Francesi, Santa Maria del Popolo, Sant’Agostinho.
Caravaggio è nato a Milano nel 1571, ha perso suo padre presto nell’epidemia della peste bubbonica e nell’infanzia ha vissuto nella povertà. Sua madre lo ha aiutato a pagare suoi studi artistici. Lui ha imparato arte come alcuni maestri dell’antichità come Tintoretto.
Ha vissuto tra Roma, Venezia e Napoli. Raggiunge la fama sotto la protezione e l’amicizia con il Cardinale Del Monte.
Era un uomo inquieto e aveva sempre problemi con la giustizia perché litigava sempre e questo lo obbliga a fuggire costantemente. Alcune versioni dicono di essere stato arrestato erroneamente e quando cerca di dimostrar la sua innocenza ha avuto malaria e morì della febbre nel 1610.
 
Caravaggio era un pittore dell’antichità che non solo voleva rappresentare il corpo nella sua realtà totale,  soprattutto voleva trasmettere al pubblico l’emozione del viso composta nella scena.
Riposo nella fuga in Egito

O espírito de Caravaggio sob a luz e a sombra

 Na mostra multimídia ‘The Spirit of Caravaggio’ o espectador poderá apreciar, a partir dos recursos tecnológicos, a excepcional interpretação da realidade expressa nas famosas telas do grande mestre italiano do século V.

IMG_20170823_180324837O que importa no entanto, não é a mostra em si, que se encontra aberta em Roma até novembro, na Sala del Bramante, na Piazza del Popolo. O importante é falar de Caravaggio (1571-1610) e de suas magníficas obras, um legado artístico inestimável.

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Os fortes contrastes cromados entre a luz e a sombra e os fundos escuros espalhados em feixes de luz transparentes diretas e teatrais, fizeram de Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, notável.

Depois dele surgiu um movimento chamado “caravaggeschi”, no qual pintores buscavam o mesmo estilo do mestre, como Orazio Gentilischi, Carlo Sellitto, Battistelo Caracciolo, Jose Ribera (Spagnholeto).

IMG_20170823_180704335_HDRA mostra multimídia é um percurso sensorial, em que se apresenta em vídeos projeções os detalhes das telas. Como se elas estivessem em movimento. O espaço na penumbra, com música, faz com que o espectador sinta seu espírito e o sentimento dado às pinceladas.

IMG_20170823_183157223A cena igual a A vocação de São Mateus foi simulada num espaço e convida o visitante a entrar  e sentir a intensidade dos contrastes.

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Florença
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Cabeça da Medusa. Caravaggio Galleria D’Uffizi. 1597

Em Florença, na Galeria Dell’Uffuzi, é possível apreciar algumas das telas verdadeiras do mestre italiano, assim como em algumas igrejas em Roma, San Luigi dei Francesi, Santa Maria del Popolo, Sant’Agostinho.

Caravaggio nasceu em Milão, em 1571, perdeu cedo o pai na epidemia de peste bubônica e teve uma infância pobre. A mãe o ajudou a custear seus estudos em arte. Aprendeu com outros mestres da antiguidade como Tintoretto.

Viveu entre Roma, Veneza e Napoli. Conseguiu alcançar a fama pelo proteção e amizade com o Cardeal Del Monte. Era um homem irrequieto e sempre tinha problemas com a justiça pelas brigas que provocava, que o obrigava a fugir constantemente. Algumas versões contam que ele foi preso erroneamente e até que conseguir provar sua inocência pegou malária e morreu pela febre em 1610.

Caravaggio foi um pintor da antiguidade que não só quis representar o corpo na sua realidade total, reentrâncias, músculos, sobretudo transmitir ao público a verdadeira expressão fisionômica que compunha a cena.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Persistencia da memoria - Salvador Dali

A ignorância

É engraçado ver como o tempo passa e o pouco que a gente assimila sobre isso.

Nesse último feriado aqui da Espanha comprei um bilhete pra Londres, só para ver uma das minhas melhores amiga da infância. A gente estudou juntas até os 15 anos e depois cada uma foi para um lado.

Ela foi estudar em outro colégio e eu também troquei. Anos mais tarde mudou-se para São Paulo e eu fui viver na Europa.

Mantivemos algum contato e até encontrávamos de vez em quando; mas não como antes. Acho que até os 15 eu dormi mais na casa dela que qualquer namorado que teve por toda a sua vida até casar. Só não dá para competir com o marido porque ele dorme com ela todos os dias.

Essência

O curioso dessa época de criança é que eu conheci minha amiga na sua essência e o seu desenvolvimento até a adolescência.  O que aconteceu depois ficou de certa forma no limbo. Ver ela novamente, uma mulher feita e direita, é possível dizer que foi um choque.

Não ver o desenvolvimento de alguém que foi muito próximo nosso, faz a gente olhar a vida com perspectiva, e nos dá a condição de analisar a nossa própria evolução.

Camila criança e moleca

Eu ainda tenho a impressão de ver aquela Camila criança, moleca, que me pedia sempre ajuda nas provas de matemáticas. Também acho que ela me via como a Jaqueline tagarela e cara de pau, que não tinha vergonha de dizer o que vinha na cabeça.

Com certeza a gente mudou: bom, nem tanto… mas com certeza o fato de você apreciar essa mudança no rosto da tua amiga foi como um choque. Sim, nós estudamos juntas, saímos juntas, comíamos juntas e fazíamos quase tudo juntas… a separação não foi traumática.

Mas revê-la foi quem sabe um trauma – foi a vida acariciando um lado da tua cara mostrando o bonito da nossa amizade e na outra face, dando um tapa traiçoeiro do tempo que vocês não viveram.

Não que isso seja ruim, na verdade é maravilhoso. Dos olhos da minha amiga pude reviver meus melhores anos e perceber o passo do tempo como algo irreversível. Ali estávamos ela e eu, sentadas, contando as coisas que passaram e lembrando, ou tentando lembrar de todas as pessoas que passaram pela nossa vida nessa época.

A ignorância – Milan Kundera

Dizia Milan Kundera no seu livro “A Ignorância”, que a palavra nostalgia se revela como a dor da ignorância.

No nosso português mais singelo, a saudade.

Saudades daquilo que não vivi. Esse sentimento tão profundo e sincero nos revela de muitas formas no decorrer da nossa vida; o da mãe que não sabe o que se passa com o filho quando ele sai de casa, o do filho em relação ao pai ou a família, os nossos amigos que vão e vem no decorrer da nossa vida, os lugares que a gente vive, os países, os continentes.

Queremos viver tudo e sempre parece que algo nos escapa: e daí as saudades.

Somos saudosos por natureza. Porque nunca vamos conseguir alcançar esse estado de plenitude de estar em todos os lugares, em todas as horas. É preciso saber deixar as coisas pra trás: deixar que cada um tome seu rumo. E no dia que você as retoma, saber que elas nunca vão ser as mesmas. 

Vida de imigrante tem muito disso: a gente aprende a deixar a coisas para trás. Se desapegar e tomar decisões que seriam ‘superdifíceis’ para outros tomarem. Não porque possuímos ‘superpoderes’: mas porque os sentimentos também se domam.

Para sofrer menos, precisamos deixar que as coisas vão-se. Um dia quem sabe nos reencontramos, em outro nível: como a Camila e eu nos reencontramos naquele dia.Fico feliz que essa parte da vida dela que eu ignorei por tantos anos a tenha feito mais bonita por dentro e por fora.

Do fundo do meu coração desejo a você Camila, muitos anos de ignorância feliz, para que quando nos encontrarmos de novo tudo seja mais bonito e florido como foi no Royal Albert Hall, daquele 14 de agosto de 2017.

E daí, que a ignorância que eu e você vivemos possa ser apreciada na forma mais transcendental da nossa amizade.

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“En griego, «regreso» se dice nostos.

Algos significa “sufrimiento”. La nostalgia es, pues, el sufrimiento causado por el deseo incumplido de regresar. La mayoría de los europeos puede emplear para esta noción fundamental una palabra de origen griego (nostalgia) y, además, otras palabras con raíces en la lengua nacional: en español decimos “añoranza”; en portugués, saudade. En cada lengua estas palabras poseen un matiz semántico distinto.

Con frecuencia tan sólo significan la tristeza causada por la imposibilidad de regresar a la propia tierra.

Morriña del terruño. Morriña del hogar. En inglés sería homesickness, o en alemán Heimweh, o en holandés heimwee. Pero es una reducción espacial de esa gran noción. El islandés, una de las lenguas europeas más antiguas, distingue claramente dos términos: söknudur: nostalgia en su sentido general; y heimfra: morriña del terruño.

Los checos, al lado de la palabra “nostalgia” tomada del griego, tienen para la misma noción su propio sustantivo: stesk, y su propio verbo; una de las frases de amor checas más conmovedoras es styska se mi po tobe: “te añoro; ya no puedo soportar el dolor de tu ausencia”.

En español, “añoranza” proviene del verbo “añorar”, que proviene a su vez del catalán enyorar, derivado del verbo latino ignorare (ignorar, no saber de algo). A la luz de esta etimología, la nostalgia se nos revela como el dolor de la ignorancia.

Estás lejos, y no sé qué es de ti. Mi país queda lejos, y no sé qué ocurre en él.

Algunas lenguas tienen alguna dificultad con la añoranza: los franceses sólo pueden expresarla mediante la palabra de origen griego (nostalgie) y no tienen verbo; pueden decir: je m’ennuie de toi (equivalente a «te echo de menos» o “en falta”), pero esta expresión es endeble, fría, en todo caso demasiado leve para un sentimiento tan grave.

Los alemanes emplean pocas veces la palabra “nostalgia” en su forma griega y prefieren decir Sehnsucht: deseo de lo que está ausente; pero Sehnsucht puede aludir tanto a lo que fue como a lo que nunca ha sido (una nueva aventura), por lo que no implica necesariamente la idea de un nostos; para incluir en la Sehnsucht la obsesión del regreso, habría que añadir un complemento: Senhsucht nach der Vergangenheit, nach der verlorenen Kindheit, o nach der ersten Liebe (deseo del pasado, de la infancia perdida o del primer amor).”