As lentes da máquina não são mágicas e nem conseguem saber mais.
Essa janela aberta, diante de outra janela, desperta a curiosidade de quem está do outro lado descobrir quem é o moço que trabalha com persistência para deixar a casa pronta para o morador se instalar.
Flagrante feito por Mari Weigert, em Roma (2012), Itália, de uma janela para outra.
Uma janela que revela a alegria de seu morador nas traquitandas escolhidas para colorir e celebrar a chegada da primavera e do verão na Europa. Foto por Mari Weigert, Murano (2012),Itália.
Não faltam flores a essa janela que devem encher de alegria o coração de quem vive na casa. Foto por Mari Weigert, Amélia, Itália (2012).
Abaixo a ditadura da estética arquitetônica e viva a roupa lavada que seca pendurada no varal da janela da fachada da casa para aproveitar o sol benfeitor.As fachadas antigas italianas não respeitam isso não! Seus moradores alheios às pieguices da modernidade aproveitam os raios de sol para deixar a roupa limpa, seca e cheirosa. Quem foi o arquiteto que começou com a história de não permitir varais pendurados na janela. São tão especiais que dão colorido e autenticidade à paisagem urbana. A simetria cansa os olhos.
Cadê as flores?
Fotografar janelas é fascinante porque deixa o fotógrafo viajar pelas lentes e na imagem captada imaginar quem é o dono da janela que deixa a luz entrar naquela casa…
Era um dia tremendamente frio, com um ventinho gelado, daqueles de congelar o dedão do pé. As gotículas de umidade dançavam em minha frente num balé desorganizado. Mas eu não estava nem aí para o tempo, bem instalado, dentro do carro ainda quentinho, esperando a cara-metade sair do seu trabalho na escola.
A rua estava deserta, mas não por muito tempo. Lá no fundão começou a se formar a imagem de uns vultos ao lado de um carrinho e que logo deu para identificar uma criança zanzando em torno do rude veículo puxado a muque, carregado de restos de lixo. Como não tinha nada para pensar, fiquei refletindo sobre a vida dura daquelas pessoas, trabalhando tanto nestas condições, possivelmente só para poder comer alguma coisa.
Mais perto, pode distinguir melhor aqueles vultos: o adulto puxava a carrinho, sua mulher, passivamente mais atrás e o garotinho espantando o frio, correndo, brincando, atirando pedras em direção a um cachorro sarnento, atravessando a rua e subindo pelos barrancos. Eu, diante de uma escola, fiquei matutando se aquela criança teria o direito de aprender como qualquer aluno ou teria um futuro tão cruel como de seus pais. O que estaria reservado para seu futuro: ser um trabalhador do bem ou virar um marginal?
Mais perto, vi que o garoto estava com uma camisa ruída, tipo social, maior que seu dorso, fazendo com que um dos lados ficasse a descoberto… Naquele frio? Meio peito estava exposto, provavelmente pela falta de botões.
De repente, pensei que podia ajudá-lo.
Pai de quatro filhos homens, em diversos estágios de idade, tinha em casa camisas sobrando e de vários tamanhos. E mais, o guarda-roupa estava entulhado de peças boas com finalidade de atender as gerações mais novas. Mas o detalhe é que os destinados às odiavam e não queriam saber dos sinistros planos dos seus pais.
Como professor, fiquei matutando o que eu mesmo dizia para meus alunos, ou seja, que acredito na oração através da ação.
Não acho de nenhum valor quando alguém entrega como doação os entulhos que estão entupindo a casa. Para que um bem dado tenha valor como oração, deve custar algum sacrifício para o autor. Exemplificava que é fácil se desfazer de uma camisa rota que não se usa mais… O difícil é entregar aquela camisa preferida, domingueira, que ao doá-la, seu coração vai junto.
Enquanto meditava, a família passou.
Caí na realidade. Pensei: puxa, não tenho nenhuma aqui! Não poderia ir até em casa, – muito longe – só para pegar uma camisa… E não sabia onde eles moravam! Definitivamente, não dava…
Quando olhei pelo retrovisor, tinham desaparecidos.
Paciência!
Só mais tarde percebi que Deus tinha passado por mim, estendido sua mão e eu, covardemente, fingi que não O vi…
O surrealismo foi um movimento artístico que surgiu entre as duas grandes guerras mundiais, na década de 20 na França, em tempos conturbados, como um grito de liberdade para criar sem censura. A ideia foi do poeta e escritor francês André Breton, que desejava mostrar a loucura da mente humana nas artes e desejava expressar a criatividade artística livre da ditadura da razão.
Artistas como Salvador Dalí, René Magritte,Frida Kahlo, Joan Miró, no início do século XX abriram espaço nas artes plásticas para disseminar o movimento e produziram obras inesquecíveis, que até hoje são sinônimo de sucesso em público nas mostras de arte. Para se ter uma ideia, a página oficial de Salvador Dalí no Facebooktem mais de cinco milhões de curtidas.
Características do Surrealismo
A paixão que universaliza Dalí e o transforma no principal precursor desse movimento somente Sigmund Freud(pai da psicanálise) explicaria. Aliás, as teorias do médico austríaco estavam no auge na época e, portanto, não é difícil intuir que elas influíram nas bases do movimento. Apesar de Freud ter negado o seu envolvimento e ter demonstrado sua perplexidade uma carta endereçada a Breton em 1932.
O manifesto define as características do movimento nos seguintes termos “automatismo psíquico puro, através daquilo que nos propomos a exprimir, com as palavras ou escritos ou de outras maneiras, o real funcionamento do pensamento. Comando do pensamento sem qualquer controle exercido pela razão, sem preocupação estética ou moral”.
Os destaques nos temas da arte surrealista são ligados ao amor, à liberdade dos vínculos sociais pelas regras, mas sobretudo pelo universo surrealista ligado ao sonho e à loucura, que são evidentes sobretudo nas obras de Salvador Dali. Leia mais sobre o artista em Fascínio de Dalí pela pintura em três dimensões.
Um cadáver esquisito gráfico
Uma das técnicas usadas pelos surrealistas é a do cadavre exquis (cadáver esquisito). É um processo criativo que envolve vários artistas simultaneamente e pode ser aplicado tanto a pintura quanto à poesia. Um primeiro artista desenha ou escreve a primeira coisa que vem à mente, sem pensar e passa o seu trabalho para o outro artista que faz o mesmo e assim por diante, até obter obras aparentemente sem significado como a poesia “O cadáver esquisito beberá um novo vinho” que deu o nome a esse procedimento.
O que é ser surreal
Hoje o termo surreal foi introduzido no cotidiano e não tão somente no mundo das artes. É muito usado para definir algo absurdo inexplicável. O ano de 2016, por exemplo, para o Brasil foi surreal –surrealismo às avessas.
O movimento surrealista com certeza permanece no tempo e no imaginário das pessoas por significar exatamente o desejo de liberdade interior. Salvador Dalí e tantos outros que expressaram em sua arte o inconsciente sem as amarras da razão, nos representam em nossos delírios e sonhos. “O homem é livre para exprimir a parte autêntica do ser”.
O Panteão de Roma poderá não ter mais entrada gratuita a partir de 2018
O anúncio é do Ministro do Patrimônio Cultural e de Turismo italiano, Dario Franceschini. O antigo monumento, um colosso arquitetônico, que acolheu cerca de 7 milhões de visitantes em 2016, é o mais visitado sítio arqueológico em Roma.
O ministro diz que a taxa de entrada será mínima e ajudará a manter o local. Vinte por cento da receita da venda de ingressos serão usados para agilizar a gestão das várias instituições culturais de Roma, palácios e museus estatais.
Panteão de Roma. Foto por Mari Weigert
A magnífica construção era um lugar de culto, um templo para adorar os deuses romanos construído pelo general e arquiteto Marcus Agrippa em 27 aC. Mais tarde em 609 foi convertido em uma igreja cristã pelo Papa Bonifácio IV. A proposta do ministério deve ser aprovada pelas autoridades diocesanas de Roma. Espera-se que o veredicto saia até o final da atual legislatura em fevereiro de 2018.
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