foto por Bentinha Alquini

Sul do Brasil mantém a tradição de pintar cascas de ovos na Páscoa

Galhos secos enfeitados com cascas de ovos coloridos, centenas e centenas deles, mais e mais cascas de ovos recheados com amendoim, bala de goma, são mimos para adultos e alegria para crianças na Páscoa, no Sul do Brasil.

Uma tradição que não se perdeu no tempo e continua viva, sobretudo na família Alquini. Há seis anos as irmãs Alquini, mais vizinhos, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, guardam cascas dos ovos durante o ano para pintar e decorar perto da Páscoa. Este ano, a remessa de cascas foi mais de mil entre vizinhos e amigos de Bentinha Alquini autora da decoração e das fotos.

As imagens são de encher os olhos, tal é o colorido que  me perdi num deleite infantil apreciando a postagem do amigo Yedo Alquini no Facebook. Uma foto mais mimosa que a outra, todas muito alegres me chamaram a atenção e por uma fração de segundos me fizeram voltar ao passado.

Um pouco antes da Páscoa era comum minha mãe e avó materna já não quebrarem os ovos ao meio para usar. Delicadamente faziam um furo embaixo,  na ponta da casca e retiravam com cuidado a clara e a gema para não estourar. Lavavam a casca e a colocavam para secar para depois disso guardarem com muito cuidado num local longe das mãos infantis.

foto por Bentinha Alquini

quando chegava perto, uma ou duas semanas antes,  a etapa era de colorir os ovos com  ‘papel crepon’. 

As cascas eram fervidas junto com o papel colorido par tingir de acordo com a cor escolhida.  Com outro pedaço do papel se fazia recortes em  fru-fru para servir de tampa e fechá-las depois de recheadas com amendoim achocolatado feito em casa, bala de goma e outras guloseimas pequenas. 

Minhas memórias coincidiram com as lembranças de Yedo, que escreveu sobre sua Páscoa em família, no contato que fiz pedindo permissão para usar as fotos pelo messenger. 

“Desde criança (hoje estou com 71 anos), sempre se fazia as cestinhas de Páscoa, decoradas com cascas de ovos, coloridos, recheados com amendoim achocolatado ou confeitos e balinhas coloridas. No início, tingimento com papel crepon, casca de cebola, flores, beterraba, etc. As cestinhas eram bem coloridas. Colocavam os nomes, escondiam e as crianças acordavam bem cedo e iam no jardim e quintal procurar. Mais recentemente, quando Pomerode começou a fazer a tanenbaum, seguiram os passos. Minha mãe, minhas tias, vizinhas, se reuniam para preparar quando a gente dormia. Nos ficávamos na expectativa. Eram bons momentos e boas lembranças”, contou Yedo.

Todas as fotos são de Bentinha, irmã de Yedo.  Para os brasileiros descendentes e não descendentes, alguns daqueles que vivem por perto dos bisnetos de imigrantes alemães já se acostumaram de chamar a Páscoa de Osterbaum, principalmente no interior de Santa Catarina.

Essas tradições são passadas de mãe para filhas e assim permanecem no tempo. Minhas filhas também viveram a Páscoa das casquinhas de ovos, minhas netas atualmente e todas elas divertem-se pintando e dando cor às delicadas e frágeis casquinhas. 

A criatividade não tem limites. 

Veja que há uma foto onde as cascas são envoltas com trancinhas coladas de papel seda colorido. São bem bonitas. Minhas irmãs foram incrementando em função de novos modelos. (foto abaixo com crochê também) Nessa árvore seca, há mais de mil casquinhas. Vão coletando o ano inteiro, entre vizinhas e conhecidas“,  comentou Yedo Alquini.

Uma tradição que tentei descobrir como começou aqui no Brasil. Desculpem os leitores mas não consegui dados, assim tão rapidamente. Um pouco frustrada também descobri que existem inúmeros tutorais no Youtube ensinando como fazer e pintar cascas de ovos para Páscoa. 

Nem tive curiosidade de escutar tais tutorais porque quero deixar a lembrança daquele época como algo sagrado no fundo do meu coração. Os tutorais não conseguirão nunca transmitir aquela curiosidade infantil em descobrir que cor ia dar depois da casca enfrentar um sopa de papel crepon, além de apreciar a mamãe e dar umas lambidas na colher, quando ela preparava o amendoim torrado com açúcar e achocolatado.  Talvez, os imigrantes eslavos e alemães e seus descendentes, em tempos difíceis de economia e escassez, usavam a imaginação para substituir o ovo de chocolate que era algo inacessível para o bolso .

Também não fiz um esforço tão grande na pesquisa porque não era o foco deste artigo. O objetivo era de mostrar a criatividade das pessoas, que de um jeito ou de outro, conseguem manifestar uma poética artística, singela, artesanal, mas que acolhe e solidariza-se com outro porque  é viva e transformadora. 

Em tempos de pandemia, a cor, a vida, abrem brechas para a luz entrar no fundo do túnel escuro e para vibrar em outras esferas. O ovo simboliza vida.

Que seja o início de uma nova fase e que a Vida vença o inimigo invisível!

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Il sito PanHoramarte inizia una campagna a sostegno della più grande rete di musicisti in Brasile - Dandô.

La nostra pagina speciale Arte in parole Suoni e movimenti sarà aperta per un mese a tutti coloro che sono interessati a diventare Amici del Dandô, con qualunque contributo. La donazione serve per dare forza ai nostri musicisti e incoraggiamento a non rinunciare a cantare e sognare.

E PayPal per i contributi nazionali / internazionali viene utilizzata la e-mail: circuito.dando@gmail.com

Coisa Nossa Uberaba – Dandô – Sol Bueno e Ricardo Rodrigues / É de coco

Il circuito di muscisti mira nelle persone come parte di un tutto.

Il circuito è eloquente nel suo concetto e sua mira è fare le persone vivere alla collettività nel suo insieme. “È risvegliarsi dalla sensibilità come parte della coscienza collettiva, cosa che ci stiamo allontanando con il passare degli anni”, afferma la creatrice del circuito, Katya Teixeira.

Scopri di più sul movimento Dandô e sintonizzati con cantanti provenienti da tutto il Brasile.

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Quem quiser contribuir mensalmente com débito automático no cartão R$ 20,00 pelo sistema PagSeguro
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Coisa Nossa Uberaba – Dandô – Sol Bueno e Ricardo Rodrigues / É de coco

O circuito é eloquente em seu conceito e tem como alvo o despertar as pessoas para o coletivo como um todo.  “É um despertar do sensorial, da consciência coletiva e que estamos nos distanciando com o passar dos anos”, afirma a criadora do circuito, Katya Teixeira.

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Cabeça de Medusa, (1578).Caravaggio

Escudo da Medusa de Caravaggio para aterrorizar o inimigo

A deusa Minerva colocou em sua Égide (escudo mágico), a cabeça da Medusa para aterrorizar os inimigos.

Para compor essa analogia simbólica em tempos de Covid 19, nada mais expressivo do que representá-la pela obra  ‘Cabeça de Medusa’ pintada por Michelangelo Merisi de Caravaggio em 1578.  

O ‘escudo’ pintado por Caravaggio que se encontra na Galleria degli Uffizi, em Florença, é magnífica em todo o seu contexto, tanto pela história baseada na mitologia grega como pelo uso de fortes contrastes cromados entre a luz e a sombra.

O rosto da Medusa é apanhado no momento do grito, resultante do corte repentino da cabeça de cuja base jorra sangue. Os olhos arregalados e alucinados pelo horror, a tensão do cenho franzido, a boca aberta, com o espasmo de um grito e o fundo escuro do interior, são realçados pela luz quente e repentina. A luz também destaca o horror produzido pelo cabelo das cobras

Testa di Medusa - 1578 (Galleria degli Uffizi

Caravaggio (1571- 1610) pintor italiano notável da antiguidade, cuja vida foi curta e atribulada, pintou sua Medusa, em óleo sobre tela aplicada num escudo de madeira. A obra foi encomendada  pelo cardeal Francesco del Monte, que representava a casa dos Medici na cúria, para ser presenteada a Ferdinando I – sacro imperador romano (1556).

“O tema da Medusa, caro aos Medici, não parece ter sido acidental. No campo humanístico, a cabeça da Medusa ou Górgona tinha um valor simbólico como alegoria da prudência e da sabedoria. Esta simbologia era bem conhecida e presente em muitos tratados de pintura da época. De fato, no Diálogo das Cores de Ludovico Dolce (1565), lemos que a Medusa representa a prudência adquirida pela sabedoria. O presente da imagem da Medusa, portanto, teve um valor auspicioso (além, é claro, do tradicional apotropaico – de espantar as influências maléficas). Fonte: Wikipédia

Como se sabe, o tema deriva de Hesíodo (Teogonia, 274-284) e, sobretudo, de Ovídio (Metamorfose, IV, 769-803). Medusa ou Górgona era um monstro com a cabeça coberta por uma cabeleira de cobras sibilantes, cujo olhar tinha o poder de petrificar qualquer um que a olhasse. O herói Perseu, graças à ajuda de Minerva e Mercúrio, encontrou Medusa e a matou cortando sua cabeça. Para evitar o olhar aterrorizante, o herói não olhou para o monstro, mas para seu reflexo em um escudo de bronze brilhante. Mais tarde, ele doou a cabeça decepada (que ainda mantinha seu terrível poder) para Minerva, que a colocou em sua égide para aterrorizar os inimigos.