Caravaggio (1571- 1610) pintor italiano notável da antiguidade, cuja vida foi curta e atribulada, pintou sua Medusa, em óleo sobre tela aplicada num escudo de madeira. A obra foi encomendada pelo cardeal Francesco del Monte, que representava a casa dos Medici na cúria, para ser presenteada a Ferdinando I – sacro imperador romano (1556).
“O tema da Medusa, caro aos Medici, não parece ter sido acidental. No campo humanístico, a cabeça da Medusa ou Górgona tinha um valor simbólico como alegoria da prudência e da sabedoria. Esta simbologia era bem conhecida e presente em muitos tratados de pintura da época. De fato, no Diálogo das Cores de Ludovico Dolce (1565), lemos que a Medusa representa a prudência adquirida pela sabedoria. O presente da imagem da Medusa, portanto, teve um valor auspicioso (além, é claro, do tradicional apotropaico – de espantar as influências maléficas). Fonte: Wikipédia
Como se sabe, o tema deriva de Hesíodo (Teogonia, 274-284) e, sobretudo, de Ovídio (Metamorfose, IV, 769-803). Medusa ou Górgona era um monstro com a cabeça coberta por uma cabeleira de cobras sibilantes, cujo olhar tinha o poder de petrificar qualquer um que a olhasse. O herói Perseu, graças à ajuda de Minerva e Mercúrio, encontrou Medusa e a matou cortando sua cabeça. Para evitar o olhar aterrorizante, o herói não olhou para o monstro, mas para seu reflexo em um escudo de bronze brilhante. Mais tarde, ele doou a cabeça decepada (que ainda mantinha seu terrível poder) para Minerva, que a colocou em sua égide para aterrorizar os inimigos.