Ilustração Marcela Weigert. Algorítmos foto by internet

Algoritmos fazem você viver dentro de uma bolha online

Não adianta ter a cabeça cheia de ideias no universo digital. Tuas interações são estruturadas de forma superficial e dificilmente sai do seu quadrado.

Para quem não sabe, cada vez mais os algoritmos estão nos colocando dentro uma bolha. Infelizmente, nosso perfil principalmente nas redes sociais é estruturado a partir das interações aleatórias que fazemos.

Isso devido a enorme complexidade do universo digital e nada fácil para um simples mortal mensurar qual é o caminho certo para alcançar o maior número de seguidores, ser visto e ver com diversidade as informações. Se você colocar na busca do Google vai encontrar centenas de site tentando explicar o funcionamento dos algoritmos e como eles atuam para melhorar o desempenho do e-comerce.

Complexo devido a quantidade virtualmente infinita de dados que circulam de forma ininterrupta, o tempo todo, 24 horas por dia e sete dias por semana, armazenando anos luz de dados. O professor e escritor João Cézar de Castro Rocha, analisa o universo digital como um dos grandes responsáveis pelo avanço da extrema-direita. Essa forma voraz de composição de dados impede, segundo ele, uma assimilação propriamente crítica. “A lógica algorítmica é zero um, sim, não e A menos A. Posso incluir potencialmente um infinito de dados porque já possuo, de princípio, um modelo de exclusão que o torna a quantidade irrisória porque já tenho uma forma própria de lidar com essa vertigem de dados. A linguagem algorítmica”, afirma. 

 

 

 

Exatamente professor, com toda a razão. Basta apenas observar na rede de amigos do Facebook. Você pode ter mais de mil amigos, mas só aparecem nas notificações os post de gente que interagiu mais ou um pouco com você e na linha do tempo também a mesmo situação.. Um ou outro post é colocado na linha do tempo fora dos normais que sempre recebe, ainda com o agravante de que são anúncios pagos. Portanto, pouca coisa é espontânea que circula. Sem contar também os sites robôs.

Por experiência própria e muita confusão online, devido a posições políticas, deixei de interagir como fazia anteriormente e entro poucas vezes no FB. E aí, o que ocorre é que, que cada vez mais a rede restringe o número de post de pessoas diferentes e que fazem parte do meu círculo de amizades dentro do Facebook.

“De de modo que nós somos reduzidos, não a potência do que somos, mas a um perfil. O que o perfil do universo digital realiza é uma redução da potência do que somos às primeiras 100 ou 200 interações aleatórias que fizemos é que define o nosso perfil e passam a definir o tipo de informação que recebemos. O que é uma espécie de profecia auto-cumprida negativa porque cada vez mais nós nos afastamos da potência do ser, da vocação do ser mais. Como dizia Paulo Freire, nós nos reduzimos a um perfil. O perfil é apenas um fragmento muito pequeno de tudo aquilo que podemos ser. Essa é a própria dinâmica da criação de bolhas.” fonte: afirmou João José de Castro Rocha./Encontro EGC.

Portanto, é preciso ter consciência disso para tentar furar a bolha e expandir o nosso quadrado dentro da lógica algorítmica do universo digital. Por falar em expansão, quando pensamos em buscar o maior número de leitores para o site e uma melhor  monetização, o Google é cruel. Uma verdadeira ‘caixa preta’. A  pergunta é: como controlamos os cliques que fazem nos anúncios veiculados em nosso site. Ninguém sabe!
 
Mas o mais sério de tudo isso é que dentro desse jogo destaca-se muito mais, não a qualidade, mas a quantidade. Quando a quantidade é financiada com fins de militância política ainda pior. Esperamos que governos, cada vez mais, busquem mecanismos de defesa e de direitos para não deixar o usuário na web tão na mão das BigTech.
 
 

Enfim, nem tudo é perdido. Algorítmicos do universo online expressam a linguagem da computação gráfica e muitas coisas foram potencializadas na área de saúde, educação e muito mais….

Agora o momento é impor regras e formas de relacionamentos entre as grandes potencias do universo digital e o mundo real. 

Saude

‘Saúde tem cura’. Filme feito para todo brasileiro lutar pelo SUS

'Saúde tem cura' é o mais recente filme do cineasta Silvio Tendler, que emociona ao mostrar a luta histórica para criar o Sistema Único de Saúde (SUS). Não para por aí, vai mais além...É um filme que estimula o brasileiro a defender seu bem mais precioso e gratuito. #euamoSUS.

Roteiro excelente, ilustração, depoimentos e argumentação ao documentar a história, destacar a importância ao comparar o povo brasileiro sem assistência médica gratuita no passado, com hoje, cujo avanço em programas de vacinação, transplantes, e controle de doenças crônicas mudou nos números e mortalidade.  Isso sem citar as campanhas de vacinação que salvaram milhares de crianças e a atuação do SUS na pandemia.

Um filme que convence o brasileiro a lutar por sua manutenção e exigir do poder público mais investimentos. Tenho certeza disso, mesmo reconhecendo as lacunas e falhas do sistema.

O SUS é maior projeto de saúde pública do mundo. O brasileiro que ama seu próximo e defende a igualdade social dirá NÃO com todas as letras a sua privatização. 

 

Silvio Tendler ao lado de sua companheira Fabiana Fersasi (à esquerda) e de sua assisttente Sabrina (à direita).
Silvio Tendler na estréia na Rio de Janeiro. Atrás a equipe que participou da elaboração do filme: Lilia Diniz, Ana Rosa Tendler, Taynara Mello, Tao Burity, Bruno Karvan. crédito das fotos. Lilia Diniz

“Saúde tem Cura” foi realizado em parceria com a Cebes e apoio da Fiocruz.  O documentário está disponível no canal de Youtube da produtora cinematográfica Caliban. Um filme que  aborda a potência e as fragilidades do Sistema Único de Saúde (SUS), o único sistema de saúde do mundo que atende a mais de 190 milhões de pessoas gratuitamente.  Conta com depoimentos de profissionais que participaram da sua criação; de médicos como Drauzio Varella, Paulo Niemeyer e Margareth Dalcolmo; de profissionais que atuam no dia a dia do sistema; de representantes da sociedade civil e de usuários”. 

Como Silvio Tendler, a saúde pública faz parte da minha memória afetiva. Como Silvio Tendler, cuja mãe  era médica, a saúde pública gratuita fez parte das suas memórias de infância. Em minha vida, a saúde pública fez parte das minhas memórias de juventude, como companheira de um jovem médico utopista e sonhador durante 15 anos. Na sua trajetória profissional oferecia aos idosos do pequeno Posto de Saúde do bairro Pilarzinho, em Curitiba, uma atendimento único e até domiciliar para os mais necessitados.Eraldo Kirchner Braga (1945-1992), esteve presente nos primeiros anos de implantação e apostava no SUS como solução para diminuir a desigualdade social e amparar um Brasil de gente humilde e sem recursos para pagar tratamentos de saúde. ” Os serviços serão descentralizados e todos terão direito a consulta e hospital de forma gratuita, sem exceção, ricos ou pobres”, dizia ele.

Saúde tem cura! 

Confira você mesmo assistindo o documentário

 

The Key in the Hand ( A chave na mão)-Shiharu Shiota. 56º Bienal de Veneza

Guerra cultural é poderosa arma que não se combate com argumentos e sim com afeto.

João Cézar de Castro Rocha apresenta essa conclusão diante dos fatos atuais. A guerra cultural para ele, é uma poderosa máquina de produção de narrativas que divide um povo e dissemina ódio, sobretudo em ano eleitoral e não se combate com argumentos.

E mais ainda, a guerra cultural em pleno século XXI se utiliza das características negativas do universo digital com maestria tal, que produz engajamento, cuja intensidade é tão grande “que ainda não sabemos como devemos reagir. Mas não existe problema sem solução. Num encontro entre os integrantes dos Estados Gerais da Cultura – Como furar a bolha e sair do sair do quadrado – este brilhante escritor e professor, doutor em Literatura, faz uma análise sobre o avanço da extrema-direita no mundo ocidental e recomenda que numa guerra cultural não se deve usar argumentos e sim, o afeto e o amor. 

Mas espera aí! Não entenda como um movimento hippie dos anos 70.

Quando João Cézar fala de guerra cultural, ele trata da palavra cultura de forma abrangente – modo de vida de uma sociedade – quando lida com a palavra amor e afeto, é no sentido intenso de ideologia e da crença por um mundo melhor. Ele se refere a narrativas que são criadas com base em notícias falsas e teorias conspiratórias.

“Narrativas polarizadoras, cuja finalidade é gerar inimigos em série, cuja criação permite que a base, que as massas digitais permaneçam em excitação permanente, em mobilização 24 horas por dia, sete dias por semana. A capacidade de mobilização política da extrema-direita no cotidiano, é um dado que nós ainda não consideramos com a seriedade necessária. 

O afeto que nos interessa é a junção do argumento, projeto de nação, com afeto. Amor profundo ao país que nunca tivemos, mas de uma nação que pode vir a ser. Nós precisamos, creio, para combater esta nefasta vitória transnacional da extrema-direita, precisamos sem nenhum constrangimento, voltar a pensar na política, numa junção dupla e necessária. Política que se reduz o afeto é fascismo, que se reduz o argumento é tecnicidade neoliberal… Nós precisamos resgatar uma política que seja, ao mesmo tempo argumento, projeto e afeto, amor ao outro, amor ao mundo, amor a um país que se pode vir a ter.

 

Fragmento da obra de Escher que neste contexto quer significar ressonâncias......

João Cézar de Castro Rocha é professor titular de Literatura Comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É Doutor em Letras pela UERJ (1997) e em Literatura Comparada pela Stanford University (2002), pesquisador 1D do CNPq e foi Presidente da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC, 2016-2017). Seu trabalho foi traduzido para o inglês, mandarim, espanhol francês, italiano e alemão. Autor de 13 livros, entre os quais Guerra Cultural e retórica do ódioCrônicas de um Brasil póspolítico (Editora Caminhos, 2020).

“Eu reli o terceiro capítulo da Pedagogia do Oprimido. Eu confesso que é uma dimensão da Pedagogia do Oprimido que não me dei conta nas minhas leituras iniciais. A dimensão é a seguinte, diz o Paulo Freire:

 “Sendo o fundamento do diálogo, o amor é também diálogo. Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é possível o diálogo.” 

A Pedagogia do Oprimido possui uma dimensão do afeto, uma dimensão afetiva que me tinha escapado nas primeiras leituras, reconheço constrangido. Creio que um ponto muito importante que temos para encerrar é que nós sejamos capazes de compreender que a narrativa da guerra cultural nada tem a ver com o argumento. Ela tem a ver com produção de afeto. Mas a produção do afeto que deseja a guerra cultural da extrema-direita é um ódio, é o ressentimento”. trechos da fala de João Cézar no encontro do EGC.

“O que que é o microempreendedor ideológico: todos eles possuem um canal sempre com uma linguagem cada vez mais radicalizada e colonizadora para atrair e fidelizar sua audiência, todos tem uma livraria no seu canal que tanto é uma forma de monetizar, mas também de lavar dinheiro. As livrarias dos canais dos YouTubers de extrema direita no Brasil são uma forma ativa de lavagem de dinheiro e de recebimento de recursos ilícitos. Todos oferecem cursos. É literalmente é uma forma de monetizar atividade política a fim de despolitizar a própria polis”

matérias semelhantes: 

Violência Verbal e ódio online tem raiz numa guerra cultural

 

Por uma internet sem mentiras

Guerra e Paz. Cândido Portinari

Faça parte das Forças Amadas. Vamos juntos nessa!

Forças AMADAS ao contrário de Forças Armadas. Escola Superior de Paz em substituição a Escola Superior de Guerra.

A ideia à primeira vista parece loucura. Sim, é uma loucura lúcida do cineasta e documentarista Silvio Tendler, que convida a todos os cidadãos brasileiros, a integrarem uma Frente Ampla e Democrática para transformar o mundo e mudar conceitos que são padrão, entre eles que uma Escola de Superior de Guerra existe para formar jovens que defendam a segurança e a paz dos povos. 

A frase que encabeça seu manifesto é a de Jacques Prévert:

“Quelle connerie la guerre!”
(“Que babaquice a guerra!”)

Como idealizador dos Estados Gerais da Cultura, um movimento que luta contra o desmonte e aniquilamento de nossa cultura, cujo lema é “Com arte, ciência e paciência, mudaremos o mundo”,  o cineasta dos sonhos interrompidos, como é conhecido, acredita que utopias e sonhos tornam-se reais quando existe a ação.

Silvio propõe a construção de uma nova sociedade, com direito a Educação, moradia, emprego, saneamento básico, água limpa, saúde, arte, cultura e tecnologia a serviço de todos!

Abaixo o manifesto na íntegra:

POR UM MUNDO DE PAZ:

uma proposta da Escola Superior de Paz dos Estados Gerais da Cultura

“Quelle connerie la guerre!”
(“Que babaquice a guerra!”)
– Jacques Prévert

Por um mundo sem a existência das Forças Armadas e no seu lugar Forças AMADAS. Por um mundo que a Escola Superior de Guerra seja transformada numa ESCOLA SUPERIOR DE PAZ.

Durante a pandemia, todos nós que saíssemos vivos tínhamos uma promessa de um mundo melhor. Já passa da hora de nos voltarmos a um crescimento centrado nas preocupações sociais humanitárias e voltado para o desenvolvimento sustentável. 

O século XXI chegou e as guerras continuam a colocar em risco a vida no planeta. Ainda pior, com uma potente aliada virtual, a guerra híbrida, que criou o lawfare e que inunda os lares e envenena a mente das pessoas com conteúdo tóxicos, mentiras e ódio verbal. Só privilegia regimes autoritários e enriquece as mega plataformas – mídias sociais. 

Acreditamos na UTOPIA  como acreditaram dois jovens, nos anos 60, ao criarem o movimento Provos. Uma iniciativa que provocou grandes transformações na Holanda e inspirou importantes movimentos de contracultura no mundo. Tudo começou na década 60, na cidade de Haia, Holanda, quando os jovens, ainda estudantes e brincavam, viram passar mísseis da Otan. Ficaram surpresos ao ver o país ser ocupado por aquele arsenal nuclear.  Se o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia representavam um mundo de paz, o que era aquilo? Não estávamos a caminho de um mundo sem guerras? 

A resposta que receberam a esses questionamentos foi a expulsão da escola. O Provos começou a tomar forma, como provocação, porém pacífica. Diante da difusão de armas nucleares pela Europa e a ameaça à prometida paz, o grupo propunha a construção de uma sociedade alternativa ao mundo bélico.

Para eles, os movimentos anarquistas anteriores defendiam ideias já superadas pelo tempo. Decidiram, então, fazer um jornal e, para comprar uma máquina de escrever, um deles foi trabalhar em uma fábrica de cerveja, em Amsterdã, com a função de colocar chapinhas nas garrafas. Ao perguntar aos seus colegas operários o que fariam se fossem pagos para escrever, ler, pensar e se dedicar a atividades criativas, ouviu a negativa “nós não podemos abandonar nossa classe, não podemos abandonar o nosso trabalho”.

Foi ali que perceberam que a conservadora classe operária jamais mudaria o mundo, e avançaram a discussão sobre os movimentos sociais, questionando as formas de contestação política tradicionais.

O primeiro ato que promoveram foi pintar uma bicicleta de branco e deixá-la pelas ruas de Amsterdã para uso coletivo, quem precisasse a usava. Foram acusados de tentar destruir o capitalismo e seus princípios essenciais de propriedade e lucro. O protesto ganhou vida própria e as bicicletas brancas se multiplicaram pela cidade. Publicaram um manifesto, que logo foi proibido pelo prefeito da cidade de ser distribuído. Os jovens, então, distribuíram rolos de papel higiênico sem palavras, aprofundando o protesto. Fundaram a “Igreja da Dependência Consciente da Nicotina”, cujo templo era aos pés da estátua Lieverdje, que representa um menino de rua, e havia sido doada para Amsterdã por uma indústria de tabaco responsável por uma quantidade expressiva de pessoas com doenças pulmonares. Lá, entoavam semanalmente o mantra “cof, cof, cof, cof”, dançavam, cantavam, jogavam e faziam discursos, o que virou a religião do Cof-cof.

Seus protestos, inteligentes e pacíficos, continuamente denunciavam a violência policial. A popularidade dos Provos chegou ao nível de tornarem-se uma atração turística. Com isso, consideraram que suas ações começaram a servir ao capitalismo e decidiram pela dissolução do grupo, mas como uma pedra que se joga num lago de águas plácidas e provoca ressonâncias, novas ideias espraiaram mundo afora. Guy Debord, filósofo e sociólogo, escreveu “A Sociedade do Espetáculo” inspirado nesses movimentos. Também foram a fonte da Internacional Situacionista.

As guerras só se justificam contra as tiranias. Contra a violência dos tiranos, não há paz possível. Hoje, o mundo observa perplexo o recrudescimento dos movimentos fascistas em todas as partes. Lutar contra esses movimentos é tarefa essencial de todos os democratas. Na Europa, plantam-se raízes para uma terceira guerra mundial. No conflito entre EUA, Rússia, Ucrânia e Otan, não há mocinhos nem bandidos. Em todos os territórios, quem perde é o povo.

Biden “precisa salvar a economia” instigando mais um conflito de proporções globais. Incita a guerra entre Rússia e Ucrânia para vender armas da indústria bélica americana e assim gerar emprego nos EUA, ao mesmo tempo em que testa a eficácia de suas armas às custas do sangue alheio, para no futuro ainda serem pagos pelos ucranianos a um “preço justo” pela “gentileza” de terem cedido o armamento.

Putin “precisa provar” algo que o leva a destruir, sem cerimônia, casas e habitantes do país vizinho. Caso seja derrotado, terá que assumir com os EUA uma dívida de guerra. Zelensky é o tolo que puxa o saco dos EUA e da Europa às custas da vida de seu povo. A Otan, instrumento criado durante a Guerra Fria para lutar contra o comunismo, mesmo depois do fim da URSS, continua mobilizada e agressiva, incentivando o ódio e ameaçando nações.  

Todos posam de santo em uma guerra que de santa não tem nada. A “neutra” Suécia vende aviões militares para o Brasil. A “neutra” Finlândia leva água das veredas de nosso sertão sob a forma de eucalipto para fabricar papel, assassinando a natureza através do desequilíbrio ecológico que provocam. Uma guerra onde toda a população perde e só os governantes, que não estão nas frentes de batalha, tem seus ganhos. Nada disso se justifica em 2022!

Enquanto isso, um “tiranossauro fascista” na presidência do Brasil e seu grupo de devotos aniquilam o país à força, destruindo a natureza, os seres humanos e as fibras da sociedade. Em pleno ano de eleição, ameaçam nosso tão arduamente reconquistado direito ao voto. 

Através da truculência como arma de persuasão, ensaiam um golpe de estado que arruinará o pouco de democracia que ainda nos resta. Junto a ele, as Forças Armadas do Brasil, tradicionalmente se posicionam contra os interesses dos brasileiros, com um modelo militar arcaico e de formação antidemocrática. E ainda, a cobiça pela Amazônia – menos pelo que ela representa para a natureza, e mais pela exploração de seus valiosos recursos – é o que pode fazer do Brasil foco da iminente terceira guerra mundial.

Sejamos inteligentes! Só uma outra sociedade poderá nos salvar de toda a destruição que nos vem sendo imposta! 
A política que precisamos é a dissolução das Forças Armadas, transformando-as em Forças AMADAS, em defesa da vida. Uma academia que, em vez de guerra, promova a paz e resguarde seres humanos, mamíferos, carnívoros, granívoros, minerais, vegetais, líquidos, sólidos, gasosos… As academias militares convertidas em academias de preservação da vida nos livrarão da política predatória que concentra dinheiro nas mãos de poucos em detrimento de todo um ecossistema. A Escola Superior de Guerra extinta e a fundação de uma Escola Superior de Paz é o que efetivamente poderá proteger a todos e todas que ocupam esse planeta chamado Terra, nesse pedacinho chamado Brasil. Concentrar nossas forças na valorização à vida é o que de fato nos fará melhores!

A construção de uma nova sociedade, uma sociedade harmônica, focada na civilidade, é o nosso objetivo. Educação e moradia de qualidade, emprego, água limpa, saneamento básico, saúde, arte, cultura e tecnologia a serviço de todos! Corro o risco de cometer uma heresia, porém, afirmo: o que é ruim não é o agronegócio, mas sim o latifúndio improdutivo, a imensa concentração de propriedades nas mãos de apenas alguns, que impedem que milhões tenham acesso à terra para viver e cultivar. O que é ruim é o uso de agrotóxicos, que envenena e mata todo tipo de vida sobre a terra. O que é ruim não é a indústria da construção, mas a destruição inescrupulosa dos ecossistemas, a exploração das terras de nossos povos originários pela mineração absolutamente predatória, que assassina, que ceifa vidas, que destrói a natureza. O valor da propriedade urbana deve ser medido pela necessidade de fornecer moradia a todos, e não como produto para uma mera especulação imobiliária.

A todos que trazem dentro de si a certeza sobre a preciosidade de nossas vidas, convido a endossar esse manifesto. A criação de uma frente que una todos em defesa da democracia, que junte todas as forças anti-fascistas, é fundamental nesse momento para evitarmos o pior. 
Uma FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA!  Essa chamada, essa frente, é uma convocatória àqueles que queiram se juntar em defesa do direito de viver, a todos que reconhecem a importância de seguir em frente com nossos princípios: com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo! Escrevo com a certeza de que cabemos todos nesse imenso território chamado Brasil. Vida acima de tudo!

Silvio Tendler é cineasta e autor de memoráveis documentários sobre ativismo social e político. Sua mais recente obra é Saúde tem Cura – que trata da importância do SUS ( em fase de lançamento) e a Bolsa e a Vida, um filme realizado durante a pandemia sem nenhuma ação presencial. Também idealizador dos Estados Gerais da Cultura, movimento criado para contrapor as medidas de destruição aniquilamento da cultura brasileira colocado em prática no governo de Jair Bolsonaro. Siga o EGC nos Youtube, Instagram, Facebook, Twitter. As obras de Silvio Tendler, filmes como Jango (premiado), A Bolsa ou a Vida, sobre a pandemia, estão disponível em seu canal Calibancinema (clique aqui).

 

Diante dessa convocatória, como editora do PanHoramArte  e como integrante dos Estados Gerais da Cultura, faço minha adesão a essa chamamento. 

Vida Acima de Tudo

Não foi sem razão escolhermos os painéis de Cândido Portinari, cujo o tema é Guerra e Paz. Uma obra gigantesca em tamanho e conceito criada pelo artista para a sede da ONU. Uma reflexão proposta por Portinari, com a proposta de ampliar frentes contra o flagelo da guerra.