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A história por trás do nome Pan-horamarte

Quando conhecemos a história por trás de um símbolo é como se colocassemos vida própria nele. Na logomarca, o olhar é globalizado e o movimento é sempre ascendente e progressivo. Assim reforçamos o conceito na certeza de seus conteúdos, que mesmo diversificados, têm poética e arte.

É tempo de mudar, como o Brasil precisa mudar porque nosso coração bate no lado esquerdo do peito. Seguimos com fé e esperança de que tudo, tudo, vai dar certo, como canta Gilberto Gil, em ‘Não chores mais’.  

O violeta na cor do site, já desde a sua criação, não foi definido aleatoriamente. É a cor da transmutação e da transformação e  reinventar -se é receita básica para o bem viver. É a arte que faz essa transmutação!

 A ilustradora do PanHoramArte, Marcela Weigert, para criar ‘o novo visual’ seguiu a base da logo antiga e substituiu a pupila pelo @ no centro de uma espiral violeta.

O nome Pan-horamarte é para destacar a evolução histórica da palavra panorama e a sua transliteração que tem origem no grego. O prefixo Pan, significa “todo” – e horam – “visão”. A Visão do Todo que o tempo condensou em Panorama. Propositalmente ao fazer caminho inverso e retornar a  origem da palavra panorama (a visão do todo) destacamos a importância da etimologia e a unimos a arte, por ser também a visão do todo no sentido criativo.

      PanHoramArte         

É com orgulho que celebramos 16 anos ininterruptos de circulação online. Foi preciso muita coragem e determinação para mantê-lo sem desistir e com um objetivo que superasse a necessidade do lucro, num sistema comercial avassalador e voraz que é o mundo da internet. Mesmo assim insistimos e não deixamos de sonhar e ser utópicos.

Nesses anos todos PanHoramArte evoluiu na sua linha editorial e fixou-se em conteúdos que destacam a preservação ambiental, a igualdade social e o fortalecimento da cultura, pelo olhar da arte. 

O site surgiu da vontade de publicar a  pesquisa que fiz sobre internet e artistas plásticos do Paraná na monografia de pós-graduação em História da Arte Moderna e Contemporânea, pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Empab), em 2006.

O entusiasmo era tanto que desejava compartilhar as minhas descobertas e o comportamento social dos artistas plásticos na época em que poucos usavam portfólios online e as redes sociais.  Facebook chegou no Brasil em 2007 e poucos usavam, Orkut ainda existia. Lembro que entrei em 2009 na Itália, por convite de amigos de lá.

Achava a internet seria o meio mais democrático que o ambiente fechado dos Salões Culturais e Museus na ascensão de um artista. Ledo engano meu e eis que o tempo mostrou diferente com a manipulação da opinião pública, a monopolização de um sistema econômico online nas mãos dos gigantes tecnológicos  como Google, Facebook. A perda de privacidade, o surgimento da mentira virando verdade, o fortalecimento da extrema direita e muitas coisas mais que não poderiam ser previstas a partir de um olhar com poética.

 

Talvez um eterno e lento aprendizado para se defender daquilo que não está correto e fortalecer nossos princípios. Por isso, nesse reinventar do PanHoramArte vamos manter a mandala da Utopia sempre girando em torno do livro (da educação) em igualdade social, como mostra de forma lúdica a ilustração.

Única rua da Aldeia - foto por Mari Weigert

Mata Pequena é aldeia reinventada para ter sabor dos ‘tempos idos’ em Portugal

A Aldeia Mata Pequena é um pequeno lugarejo perto de Lisboa que nos faz sentir-se vivendo no passado. Numa autêntica aldeia saloia.

Vejam só que descobri o termo “saloia” lendo sobre Mata Pequena, cujo significado da palavra em Lisboa, é quando se refere ao habitante natural das zonas rurais. 

Portanto, na Aldeia Mata Pequena existe apenas uma rua e 13 habitações típicas da zona rural do passado português, recuperadas há 20 anos, após uma pesquisa rigorosa feita por Diogo Batalha e sua companheira Ana – Diogo neto do oleiro José Franco. 

É um lugar bucólico, distante do burburinho das cidades, há 30 minutos de Lisboa e 15 minutos  de Mafra, que possibilita ao visitante fazer uma viagem no tempo. É um lugar reconhecido pelo setor turístico português em área natural. 

Para quem desejar conhecer existe a possibilidade de se hospedar no local ou em Mafra. Caso a estadia seja em Lisboa é possível fazer um passeio de ida e volta no mesmo dia. 

Mas aviso com antecedência que o preço da hospedagem na Aldeia é bem contemporâneo, nada que lembre o passado especialmente para brasileiros. A dica é se instalar em Mafra ou de Lisboa fazer o ida e volta. 

Também é importante lembrar que no local só existe um lugar para comer – a Tasquinha do Gil. São petiscos deliciosos que buscam manter as receitas originais e queijos, carnes e guloseimas tradicionais da região. Sem dúvida, caro para brasileiros. Mas vale experimentar muito gostoso. É bom marcar e reservar horário porque eles fecham também.

…Tradição saloia revive na Aldeia da Mata Pequena. Diogo Batalha herdou de seu avô, o conhecido ceramista e oleiro José Franco, a paixão pelas terras saloias. Uma paixão que o levou a fazer renascer uma aldeia esquecida do concelho de Mafra, num belíssimo exemplo de preservação da arquitectura regional…“, afirmou no seu programa televisivo, o Tempo e a Alma, José Hermano Saraiva. (fonte: oliraf)

Entre os montes e vales da região saloia, a Aldeia da Mata Pequena é um pequeno povoado rural com uma dúzia de habitações, onde ainda se vive em comunhão com a natureza e se respira pacatez e autenticidade.

A Aldeia da Mata Pequena, em plena Zona de Protecção Especial do Penedo do Lexim, no Concelho de Mafra, é caracterizada por ser um povoado rural de paredes caiadas e pavimento lajeado de pedra, com pouquíssimas habitações, todas elas rústicas e humildes. Ana e Diogo Batalha foram os responsáveis pela recuperação e preservação deste exemplo de Arquitectura Tradicional da Região Saloia. Entre montes e vales, a aldeia dispõe de algumas opções de alojamento e trilhos para caminhadas ou passeios de bicicleta. Fonte: Ericeira

Grutas ajustadas

Entranhas da terra nas Grutas de Mira de Aire em Portugal

Imagine-se numa viagem ao centro da Terra ao descer os 110 metros de profundidade nas Grutas de Mira de Aire, em Portugal.

O percurso oferece um espetáculo fora do comum de um mundo subterrâneo à parte. Um local, no qual a água fez o papel do artista ao esculpir formas na rocha calcária que abriu caminhos sinuosos moldou figuras de acordo com os caprichos naturais do tempo e da força da água. Estima-se milhões de anos neste trabalho ininterrupto de poética artística do universo, considerando os ossos petrificados de animais no local. 

Não é por menos que as Grutas de Mira de Aire foram eleitas uma das 7 maravilhas de Portugal. Também é a maior do país e está localizada bem pertinho de Fátima – 15 quilômetros.  É também uma bela inusitada peregrinação em comunhão com os mistérios do planeta Terra.

Esta acessível ao público apenas 600 metros delas, dos 11.500 metros que possuem em extensão e 230 metros de profundidade. Para descer os 110 metros visitáveis é preciso enfrentar 683 degraus. A subida depois é por elevador não se preocupem!

Confesso que não acreditei que seria capaz de descer, mas os portugueses deixaram tudo muito acessível e seguro até para turistas que têm medo de altura ( o meu caso) e de fácil acesso tanto para adultos como para  crianças.

A zona visitada é iluminada com três mil lâmpadas de várias cores. Até questionei a interferência do excesso de iluminação numa área tão natural comigo mesma. Mas pensem que é uma forma de mostrar às pessoas a força da natureza. E nesse lugar ela pulsa no barulho da água e na energia das rochas. 

É santuário também!

A temperatura interior é de 17 ºC, seja no verão ou no inverno. A principal galeria da gruta, chamada Galeria Grande, tem um desenvolvimento de mais de 10.000 metros com várias ramificações. Já a maior sala (a Sala Grande ou 1º Poço) tem enormes bancadas de calcário entre 10 e 30 metros de altura.  A foto mostra uma réplica de como  os homens que descobriram a gruta fizeram com cordas, a pulso em 1947.

São muitas as formações curiosas que existem no interior, como a “Cara da Velha”, uma rocha que faz lembrar uma pessoa idosa ou a “Cascata”, semelhante a uma cascata petrificada. Mas também há a “Alforreca”, que parece este animal, ou as “Esparguetes”, estalactites muito finas (e ocas) que foram assim batizadas pelos visitantes.

As Grutas estão localizadas a pouco mais de uma hora de Lisboa, no concelho de Porto de Mós

Foram descobertas quase por acaso, quando quatro habitantes da vila desceram até ao interior, em 1947, para procurar água. A notícia rapidamente se espalhou e, pouco tempo depois, chegaram os primeiros espeleólogos vindos de Lisboa.

A água no seu interminável ciclo, absorve grandes quantidades de dióxido de carbono quando atravessa a atmosfera e se condensa, para depois se precipitar novamente sobre a terra em forma de chuva.

Nas zonas calcárias quando chove estas águas, espalham-se nos terrenos em todas as direcções, ao sabor dos declives que vão encontrando, e escoam pelas fendas encontradas no calcário aumentando-as quer pela erosão mecânica natural, quer pela reacção química causada pela presença de dióxido de carbono…..Fonte: Grutas de Mira de Aire

Plastic PlanKton - Xandi  Kreuzeder e Monika Shulze. lixo de praia misto.

Da união arte mais surf resultou Skeleton Sea para expor o submundo dos oceanos

A obra 'Plastic Plankton', exposta no Oceanário de Lisboa, em Portugal, traz como poética a triste realidade que mundo produz seis vezes mais plástico do que os plancton nos oceanos. Anualmente.

Vejam um dado interessante:  plâncton se reproduz numa velocidade assustadora. Mas o uso do plástico está à frente. A conclusão é que a sociedade de consumo está sufocando a própria natureza viva.

A obra ‘Plastic Plankton’ é um alerta e faz parte de um movimento conjunto chamado Skeleton Sea, criado por três artistas europeus que gostam de surfar nas praias do mundo inteiro.

O português João Parrinha, o espanhol Luis de Dios e o alemão Xandi Kreuzeder resolveram juntos desenvolver um projeto de arte, que educa, conscientiza e estimula o respeito aos direitos humanos.

“Mantenha o oceano e as praias limpos”. é o slogan do grupo.

O Skeleton Sea foi tomando forma a partir de 2005,  por intermédio do três surfistas, e agora muitas obras compostas por destroços de naufrágios, lixo de praia, materiais em intemperismo biológico, fazem parte das esculturas criadas por eles. A mensagem principal é atrair o olhar do público para os oceanos e mostrar o que estamos fazendo com eles. 

Um exemplo é dragão monstro, a mais recente obra, criada em 2021 e que está exposta no lago fora no Oceanário. O monstro é todo feito de garrafas pet arrecadadas pelas eco-escolas e em uma rede de supermercado portuguesa. Tem 12 toneladas de garrafas de plástico e 50 metros de comprimento. O mote principal é: queremos continuar construindo monstros de plásticos que irão sufocar nossos mares? 

Bem diferente do dragão-marinho-folhoso , frágil e delicado, que nada nos mares da Austrália e corre o risco de extinção.

A sereia denominada Roxy Mermaid é obra de 2011 instalada em ao longo de vários dias durante o mundialmente famoso concurso de surf Roxy Pro em Biarritz, França. Construída principalmente com sandálias de praia descartadas e outros pedaços de lixo de praia diversos, a escultura Roxy Mermaid em tamanho real surgiu das rochas com vista para as ondas na Costa Basca, Espanha.

O Albatross Exhibitionist foi construído em Msambweni, na costa sul do Quênia. Este majestoso albatroz plastificado destaca os perigos que os plásticos descartados dos nossos oceanos e das nossas praias representam para as aves marinhas. Obra de João Parrinha e Xandi Kreuzeder. 2011.

Tragicamente, muitas aves marinhas são propensas a confundir plástico com comida e muitas vezes sofrem uma morte lenta e agonizante depois de consumir tudo, desde tampas de garrafas PET, sacos plásticos e peças de sandálias até isqueiros, canetas esferográficas e navalhas.Fonte: Skeleton Sea

Obra de Xandi Kreuzeder, feita em 2020. Lixo de praia misto, esfoliante de ferro e garrafas plásticas. 

“Evoluo além da destruição. Você cria, eu resisto. O que não te mata, torna-te mais forte”.

Xandi Kreuzeder nasceu em Munique, Alemanha, em 1962. É escultor, fotógrafo e artesão.

Depois de uma grande campanha em busca de chinelos na costa da cidade do Cabo, na África do Sul, e com ajuda de muitos amigos surfistas Xandi e João Parrinha, os autores da obra, conseguiram juntar 250 chinelos sem par que tinham vindo parar na praia. 

“É muito importante as pessoas darem seu contributo para proteger o meio ambiente, mesmo que seja só para apanhar algum lixo na praia. Quem sabe, se continuarmos nesse ritmo haverá mais chinelos do que peixes no oceano!”. Xandi.

Last Tuna – João Parrinha e Xandi Kreuzeder- ( latas de atum enferrujadas e aço) Oceanário. Memórias enlatadas. Será possível comprimir uma espécie inteira de peixes em latas? perguntam os artistas. Uma memória comovente e penosa, da nossa incapacidade de evitar o que no fundo é tragédia e evitável.

João Parrinha nasceu em Lisboa, Portugal, em 1961. É escultor, pintor e músico. 

 

 

 

 

Para encerrar o nosso artigo coloco o artista potiguar, Rafa Santos, que de forma objetiva e sem rodeios colocou claramente o que no fundo todos nós pensamos. Jogar lixo no mar é burrice total e também muito imundície porque estamos nos matando aos poucos. Nós e todas as gerações futuras. A Pandemia foi só um pequeno exemplo de que o planeta está doente!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entrevista dada a TV Esporte de Portugal. Skeleton Sea representados por João Parrinha e Xandi Kreuzeder.