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Você chorou?

Nós choramos! Sim...Todos nós que respeitamos a diversidade, o sincretismo, as diferentes culturas e acreditamos na arte como meio de transformação social.

Lula e Janja, ao quebrarem o protocolo oficial, transmutaram a atitude perversa de Bolsonaro, em um ato de amor e acolhimento.  O povo brasileiro subiu a rampa com um homem que  não é mito, mas simplesmente um ser humano que se emociona e chora diante da miséria e das injustiças sociais.

Pela primeira vez, depois de longos anos, conseguimos compartilhar momentos de ternura. Chorei ao lado de minha filha assistindo as imagens na tv. E você chorou?  

Essa foi a pergunta que mais circulou entre as mensagens de amigos, amigas e grupos no whatsapp. Marcela, minha filha que mora Portugal e até tarde da noite acompanhou a posse, contou a mim que também chorou sob o olhar assustado de Helena (filha de sete anos).

Numa ocasião especial, quando minhas filhas ainda eram pequenas, chorei tanto de emoção que elas assustadas pediam: “mãe não chore!” Eu respondia: “ Não se assustem, não estou triste”.

– Me deixem chorar! Não sabem o que é chorar de emoção, meninas

É deixar que a nossa sensibilidade suba à superfície e se revele a nós

Os momentos de encantamento proporcionado pelos fugazes minutos de subida na rampa e a passagem da faixa a Lula permanecerão na história brasileira para sempre.

Imagens desse ato inédito que tiveram como protagonistas, além de Lula e sua esposa Janja, a cadelinha de estimação deles Resistência, o lendário Raoni, na imponência de seus 93 anos e cacique do povo Kayapó, o menino Francisco (10 anos),  Aline de Souza, catadora de material reciclável, o metalúrgico Weslley Viesba, Rodrigues, o professor Murilo de Quadros Jesus, Ivan Baron, ativista anticapacitista, a cozinheira Jucimara Fausto dos Santos, o artesão ativista Flávio Pereira, estão impregnadas de poéticas.

 A poética da vida que inspira a arte!

 

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Agradecemos a não participação do ex-presidente Jair Bolsonaro que nos poupou do constrangimento de uma cena grotesca, certamente vinda de um mau perdedor e sobretudo nos deu a oportunidade de vivenciar momentos de encantamento que há muitos anos não vivíamos devido a truculência de seu governo.

Parabéns a Janja pela criatividade e organização da posse!

arco íris

Agora vale alegria para começar 2023 em Paz

A sensação é de alívio e de esperança. O Brasil inicia um novo momento a partir de 2023 e que seja um período de muita semeadura e PAZ!

Como desenhou Marcela na inocência de seus 10 anos, em 1991, vamos em busca do pote de ouro no fim do arco-íris. A inspiração está exatamente no significado do pote de ouro, uma lenda irlandesa, que no contexto do nosso artigo representa a  escolha de um caminho. Aliás, um caminho colorido (arco-íris), para encontrar o pote de ouro (resultado), colocando como alvo a criança. 

Por isso, dedicamos nosso último artigo de 2022 às crianças  e ao seu universo mágico.  Por que? Porque as crianças serão os adultos do amanhã e o bem estar delas dependem daquilo que construímos hoje.  

Para reforçar esse raciocínio vamos aproveitar um trecho do poema de Gibran Khalil Gibran, no famoso livro O Profeta, e representar na arte a grande responsabilidade dos adultos pelo futuro das crianças. O trecho é de “Fala dos nossos Filhos”.

“Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, também ama o arco que permanece estável”. Gibran Khalil Gibran – O Profeta

Quanto significado tem este pequeno trecho do poema que nos compara  a um arco que se prepara para lançar uma flecha (na nossa mensagem os filhos do Brasil).  Observem que o Arqueiro é o ser divino.  É Deus que coloca sua força e mira em um alvo. Mas somos nós o arco encurvado pronto para lançar a flecha.  A flecha depende da força do nosso encurvamento para alcançar com mais rapidez o alvo. É maravilhoso entender nossa responsabilidade por meio da poesia. Aliás, é mágico também.

Gibran usa a poética da palavra para representar a imensa responsabilidade que os adultos têm em relação as crianças. O Profeta foi livro de cabeceira de muitos jovens na década de 70 e me incluo nesse rol. Portanto, façamos desse pensamento quase uma oração que nos coloca como protetores dos pequenos.

Que o alvo do Arqueiro(Deus) mire na luz e  ilumine nosso caminho para que possamos nos  fortalecer como arcos e projetar um mundo melhor, que irá resultar no encontro do pote de ouro.

 Esta mensagem é dirigida especialmente ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, que estará dirigindo o país a partir de 2023.  Fazemos uma apelo a ele:

Esteja atento às nossas crianças e que elas tenham como conjugar o verbo esperançar. O Brasil será gigante no amanhã com mais investimentos em educação e cultura. Menos criança na rua e mais escolas integrais, com atividades de contraturno, artísticas e esportivas. Só assim poderemos construir um Brasil de Futuro.

“Bora Brasil” em busca do pote de ouro no fim do arco-íris, entoando o mantra do amor ao próximo!

Papai e mamãe vocês são a minha vida porque vocês que me criaram com carinho. Mãe e pai vocês foram viajar pelo mundo mas encontraram um flor linda e brilhante e cheirosa dentro da flor saiu a esperança, claro que era eu, a Marcela. (1991)