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Luxemburgo é contos de fadas moderno

 

Luxemburgo é pequeno país da Europa   que se visita num “piscar de olhos” , mas só é limitado na sua extensão territorial e número de habitantes. Tem um dos maiores PIB per capita do mundo, um verdadeiro conto de fadas para o seu povo.

Esse Grão- Ducado que  é soberano em sua história fala oficialmente três línguas: francês, alemão e luxemburguês.

O detalhe interessante é que na escola, as disciplinas são ensinadas na língua mãe sem que exista a matéria luxemburguês para ensinar regras gramaticais do idioma. Ele é ensinado oralmente até a fase adulta.

A cidade de Luxemburgo é perfeita em quase tudo, menos para jovens que em sua maioria gostam de agitação e clima cosmopolita, pois é pacata e oferece pouca vida noturna. Os bares e restaurantes fecham cedo, às 23h, poucos funcionam até meia-noite, e cafeterias às 18:30. Ninguém tem interesse de avançar no horário.

Viver nesse Grão-Ducado, sobretudo famílias com crianças  é ter como meta a qualidade de vida. Seus habitantes estão rodeados de parques e áreas verdes, as crianças luxemburguesas recebem do governo uma ajuda de custo para educação por volta de 300 euros até completarem 18 anos e as gestantes têm vários benefícios, entre eles um auxílio de 5000 euros.

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O verão é celebrado em Luxemburgo principalmente pelas crianças que se divertem nos parques da cidade, em especial no Municipal, mais conhecido pelo Parque dos Piratas, pelo imenso navio construído de uma maneira que dá possibilidade da criançada interagir como se estivesse dentro de um navio dessa época.

3Um pequeno córrego foi construído com muita criatividade para que os pequenos possam se esbaldar na água com um minúscula corredeira e um sistema em que se recicla e filtra.

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Uma das atrações turísticas de Luxemburgo é a visita ao Castelo de Vianden, numa pequena comunidade próxima à cidade. Durante o verão existe uma programação que inclui shows e apresentações no ambiente feudal, com o objetivo de mostrar como era a vida na época.

Luxemburgo é um conto de fadas do mundo moderno para o seu povo. O Shangri-lá do capitalismo em comparação aos problemas sociais espalhados  pelo mundo, mesmo em sociedades mais evoluídas. O país acolhe bem seus forasteiros, se comprovado que vivem e trabalham em solo luxemburguês. Entre os benefícios, a isenção do imposto ITBI para quem compra um imóvel pela primeira vez em Luxemburgo.

Provavelmente por abrigar alguns segmentos da União Europeia e diversas instituições bancárias do mundo, o país tem suporte financeiro para oferecer tantos benefícios aos seus habitantes.  É um paraíso social rodeado de florestas exuberantes, que tonalizam de verde a paisagem local.

Quase uma utopia para o resto do mundo!

 

 

 

 

pugilato

Corrupção era comum nas Olimpíadas da Grécia antiga

Um interessante artigo publicado no blog italiano Salvatore Lo Leggio mostra que a corrupção não é prerrogativa da era moderna, seja no esporte, política ou cultura. Tudo está interligado quando fala mais alto o ego, ganância e a vaidade.

A leitura serve como reflexão sobre o assunto em tempo de Jogos Olímpicos.

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foto internet – via Savatoreloleggio

Salvatore transcreveu uma entrevista publicada há alguns anos feita por Pasquale Coccia, com a professora italiana de Literatura Grega da Universidade de Trento, Roberta Sevieri, autora do volume Epinici, que trata da relação entre a política, corrupção e esporte na antiguidade.  O material é um precioso documento histórico.

Qual é a relação entre o esporte e a corrupção na antiga Grécia? 

Os primeiros corruptos eram os juízes. Desde a primeira edição dos jogos olímpicos, em 776 a. C, para os atletas, todos aristocratas, a vitória era muito importante sobre vários aspectos. Os vencedores de uma corrida, através da construção de uma estátua ou a composição de uma canção, o epinicion( componente lírico para celebrar a vitória de uma competição na antiga Grécia), que comemorava o esporte e garantia a imortalidade no futuro. Além disso, a vitória também representava uma oportunidade de tornar-se uma celebridade para a família aristocrática do vencedor, para os amigos, finalmente para cidade e para as pessoas. Todos tinham a sua cota de notoriedade como é hoje.

Pausânia (século II aC.), em sua obra Periegesis da Grécia, uma espécie de guia de turístico das visitas a Olimpia, lembra que ao entrar no estádio  tinha as estátuas chamadas Zanes,  construídas com as multas aplicadas aos atletas que tinham tentado corromper juízes e outros concorrentes para garantir a vitória. O primeiro Zanes, seis no total, foram construídos em 338.C., depois mais alguns, entre os episódios denunciados publicamente sobre corrupção. Houve uma lacuna até o ano 12 d. C., não porque não houve um caso de corrupção mas porque os corruptos e corruptores tinham feito acordos.

Em Pausania contam cerca de 200 Zanes construídos Pausanias contado cerca de 200 Zanes construída em Olímpia, um número que nos dá o termômetro nível de corrupção entre os atletas e os juízes.

Por que o envolvimento forte entre o esporte e a política na antiga Grécia?

Desporto, em comparação com outros campos, como o teatro, embora muito presentes na vida pública grega, era mais envolvente emocionalmente. O objetivo de ligar o esporte à”política” foi para comemorar a vitória em público, porque todos sabiam. Havia festas públicas, celebrações que duravam vários dias, o centro do qual era o campeão olímpico, de modo que para vencer uma competição os governantes estavam dispostos a tudo a apostar no atleta.

Os tiranos e imperadores regiam pela força, por que eles tinham tanta necessidade de vencer para apaziguar o seu povo?
Alguém como Hiero II, tirano de Siracusa, conhecido por sua ferocidade, tinha uma grande necessidade de vencer uma competição olímpica por duas razões: ele queria obter crédito da comunidade grega, pois se sentia  provincial na Grécia helênica, ou simplesmente lhe dar uma veste que hoje chamamos de internacional.

Além disso, era um tirano e então nas paredes do palácio sabia que a vitória Olimpia e a celebração pública tinham envolvido a comunidade da cidade que governava de um modo de garantir um bom nome para a posteridade. A vitória era sua e tinha uma significado e o público tinha reconhecido. Esse é um exemplo, Hiero, mas casos como dele eram tantos, daqueles que estavam dispostos a fazer qualquer coisa para ganhar.

Outros casos de corrupção esportiva?

Era popular entre as famílias aristocráticas participarem de corridas de cavalos, algumas como Alcmenoidi que ganhou muitas vezes. Um caso que merece atenção foi o de Milcíades, filho de Cimon, que ganhou Olimpíada de 532 a.C e também o primeiro lugar nas seguidas Olimpíadas. Nessa ocasião Cimone cedeu a vitória do seu carro ao Pisistratus, tirano de Atenas, então não foi premiado o jockey, que geralmente era um escravo, mas o proprietário da equipe. Por isso, foi suficiente para declarar que o proprietário dos cavalos era Pisistratus para lhe atribuir a vitória. Em troca Peisistratos se comprometeu a trazer de volta do exílio Cimone, uma troca de favores que hoje é muito comum na política.

Em seus estudos você pesquisou “epinici”, quais foram eles?
Era uma música ou uma ópera comemorando a vitória do vencedor atlético. Como gênero literário durou muito pouco. Foi de curta duração entre o V e o VI século a. C.  O “epenecio” vinha escrito sobre a comissão do vencedor, cantado em coro ao ar livre, em um ambiente festivo, acompanhado de danças. Normalmente em  lugar público de destaque para que todos pudessem ver, apreciar e saber que os poderes que tinham ganho uma corrida olímpica. O coro e dança chamavam um grande público, o mesmo que hoje saí às ruas após uma vitória de um time de futebol. Em seguida, o vencedor se mostrava em público e assistia as celebrações, como hoje o time vencedor desfila no estádio diante da torcida. O epinicio representava uma forma de comunicação de massa,  era o triunfo da competição atlética. A leitura do epinicio também ocorreu na corte, foi reservado para um público mais culto naqueles dias era uma forma de “fazer a sala de estar.”

Qual é a relação entre o epinicio comissionado aos poetas do vencedor olímpico e o jornalismo esportivo de hoje?

Na Grécia antiga, a relação entre o desenvolvia o trabalho e o poeta era muito claro. O vencedor encomendava a obra e o outro escrevia, por trás de um ganho de luxo. Hoje, tudo é muito mais ambíguo, os tons de jornalistas desportivos são triunfantes. Existe uma torcida que faz parte, mas falta uma descrição objetiva do que acontece em campo. Quem escrevia um epinicio, enquanto exaltava a capacidade atlética do vencedor-cliente, se colocava nos limites desejados por Zeus. No ode ao vencedor Olímpico lembrava que a vida era curta, que a glória era temporária. Hoje a imprensa esportiva contribui muito para a imagem do famoso jogador de futebol, rico e rodeado por bajuladores. O campeão que vive uma espécie de imortalidade na imaginação dos fãs. Os jogadores se sentem onipotentes, apenas descobertos  no futebol começam a manifestar todas as suas fraquezas, bem como atletas ou como ciclistas como Armstrong, que, em seguida,descobrem que usaram doping

Nos epinici foi descoberto alguma escrita cúmplice? 

Era do conhecimento comum que Bacchilide, sobrinho de Simonides, com Pindar, todos os três escritores epinici, eram bem pagos pelos vencedores, de modo que o mito fundador do epinicio era engano. Os autores exaltavam as qualidades desportivas dos vencedores, mas ficavam em silêncio em algumas impropriedades cometidas porque a ideia dominante era que os vencedores autorizavam a recorrer para meios ilegais.  O epinicion tinha uma função de celebração, não informativa, de modo a precisão da descrição, a crônica evento esportivo passava para o segundo plano, embora fosse raro que mentissem em tudo. Hoje estamos testemunhando enorme desinformação, especialmente na política e o esporte é o reflexo, até a distorção total do que acontece.

 

Do esporte à política, os corruptos, os vira-casacas não são só de hoje?

Certamente, embora na Grécia antiga eram mais refinados, eles eram mais políticos. Um exemplo é o de Alcibíades, que nos Jogos Olímpicos de 416 a.C correu com sete carros em seu nome, recebendo o primeiro, segundo e quarto prêmio. Em nome da vitória olímpica pede e obtêm dos atenienses a condição de ser nomeado um dos comandantes das três frotas que zarparam para conquistar Sicília, mas a expedição foi um fracasso. Alcibíades era um político que várias vezes tinha passado dos atenienses para os espartanos, para finalmente voltar aos atenienses, um traidor. Ma a mudança de situação a outra ele fazia com muito estilo. Hoje eles  são  um pouco rudes.

 

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Trajetória dos jogos: da Grécia antiga aos dias de hoje

O mundo inteiro passa a olhar com mais atenção para cenário mágico do Cristo Redentor e a paisagem luxuriante do Rio de Janeiro em época dos Jogos Olímpicos 2016. Mesmo com todas a feridas sociais que não recebem o devido tratamento dos governos e políticos que representam a cidade maravilhosa, a beleza do Rio é indiscutível e que nesse momento de celebração desportista predomine a poesia de sua história!

Esse é um momento para torcer e vibrar em cada vitória conquistada por atletas de diversos países representados nas 42 modalidades. As melhores energias para Brasil, anfitrião desse edição competitiva que começou 776 a.C, em Olímpia, na antiga Grécia.

Nesses 19 dias atletas estarão tentando se superar nas 306 provas que valem medalhas, 136 femininas, 161 masculinas e nove mistas.

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foto internet – via www.joseferreira.com.br

Muita história de 776 a. C, em Olímpia,  até os dias de hoje. Inicialmente era uma manifestação local da cidade grega, na qual se disputava apenas uma corrida chamada Station. Sucessivamente foi acrescentado o boxe, a luta e o pentatlo. Aos poucos os jogos se transformaram num evento importante para a Grécia antiga, alcançando o auge nos séculos V e VI a. C.  O número de competições cresceu para vinte e as celebrações se estendiam para mais dias. Era também um iniciativa religiosa dedicada a Zeus. Os vencedores eram admirados e imortalizados.

Quando a Grécia estava em guerra os jogos olímpicos eram suspensos e essa trégua era denominada “Trégua Olímpica Ekecheiria. Os jogos aconteciam a cada quatro anos e os gregos usavam as Olimpíadas como um método de contagem dos anos.

A participação era reservada para os gregos livres ou àqueles que tinham antepassados gregos. Como era necessário uma dedicação muito exclusiva para a formação de um atleta, significava que apenas os membros das classes mais ricas tinham condições de competir. Os jogos gradualmente perderam a importância na Grécia a partir do aumento do poder romano.

Quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, os Jogos Olímpicos eram vistos como uma festa pagã e em 393 d.C, o imperador Teodósio I  proibiu a realização do evento, colocando um ponto final em uma história de quase mil anos.

Os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna começaram em 1896, em Atenas, na Grécia, no mesmo local de nascimento, na antiguidade. Aí foi formado o Comitê Olímpico Internacional (CIO) para organizar o evento, sob a presidência do grego Demetrius Vikelas.

A primeira competição da era moderna foi um sucesso. Com quase 250 participantes, a iniciativa se transformou no maior evento esportivo internacional da época. A Grécia queria tornar-se sede permanente dos jogos olímpicos, mas o Comitê decidiu que as Olimpíadas seriam organizadas a cada vez em uma nação diferente. A segunda Olimpíada foi em Paris, na França.Depois do sucesso das edições iniciais, as Olimpíadas atravessaram um período de crise. Duas seguidas, de 1900 em Paris e de 1904 em Saint Louis foram organizadas com a ajuda das Exposições Universais que se realizavam naqueles anos nas duas cidades.Em 1906, para celebrar o décimo aniversário da primeira Olimpíada moderna, o CIO organizou em Atenas o evento. Houve uma ampla participação internacional e grande interesse público, que contribuiu para crescer a popularidade da competição esportiva. Em 1916, os jogos foram cancelados por causa da primeira guerra e a mesma coisa ocorre de 1940 a 1944. Além disso, os vencedores da primeira guerra impediram as nações derrotadas de participarem dos jogos em 1920.  Desde 1992, o COI, em cada Olimpíada, pede oficialmente à comunidade internacional (com o apoio da ONU) para observar a Trégua Olímpica.

 

 

 

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Olimpíada- Rio 2016 divide artistas

Artistas estão divididos sobre a importância ou não das Olimpíadas serem realizadas no Brasil, um país em plena crise econômica, com uma presidente destituída de seu cargo e com uma epidemia de Zica vírus ameaçando a saúde de turistas e atletas.
Sites internacionais comentam o assunto e revelam que essa situação incerta também se reflete nas reações de artistas do Brasil e do exterior, que saíram ambos em apoio e contra os jogos.
 
“É lamentável que a realização dos Jogos Olímpicos seja num momento tão crítico para o país”, disse Adriana Varejão, um artista brasileira  que fez as paredes exteriores do Estádio Aquático Rio 2016 – “Celacanto provoca maremoto”. 
Falando ao The Art Newspaper, em junho, Varejão disse que ainda há “um lado positivo” para o evento. “Os atletas estão vindo de todo o mundo para isso, e eu quero recebê-los na minha cidade com este trabalho.
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foto internet – site http://www.newyorkstepbystep.com/
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O artista japonês Mariko Mori também está otimista. “Eu acredito que a arte poderia abraçar o lado positivo e a força criativa na construção de um futuro brilhante.” Sua instalação, um anel suspenso acima de uma cachoeira, pouco mais de uma hora de carro do Rio de Janeiro, muda de cor do ouro para azul.

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Foto internet, site opovo.com
Contramão
Na contramão, alguns críticos resolveram montar uma exposição com obras de diversos artistas que mostram o quanto o Rio de Janeiro sofreu para hospedar o evento.
“Permanências e Destruições”, organizada por João Paulo Quintella é um projeto de arte que ocupa os espaços urbanos abandonados da cidade. Uma das instalações aproveita uma torre abandonada que foi projetada por Oscar Niemeyer.