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Cataratas do Iguaçu pela poética do índio

Em tempo de histórias, no mês que se instituiu o Dia do Índio (19), para pensar no mais brasileiro de todos os habitantes desse vasto território, é oportuno contar a lenda das Cataratas do Iguaçu idealizada pela poetica indígena. Assim, além do índio destacamos um roteiro de viagem entre os mais belos do mundo

Antes de contar as duas lendas, que nos primórdios era transmitida oralmente de pai para filho, o leitor precisa se transportar para as Cataratas e imaginar o coração daquele índio primitivo apreciando tal beleza e magnitude da mãe natureza.

Certamente, na imaginação dos povos da floresta era precisa elaborar uma história extraordinária! Divina…

Cataratas do Iguaçu

Localizada na região Oeste do Paraná. É um conjunto de cerca de 275  quedas d’água no rio Iguaçu (na Bacia hidrográfica do rio Paraná), localizada entre o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, no Brasil, e o Parque Nacional Iguazú em Misiones, na Argentina, na fronteira entre os dois países. A área total de ambos os parques nacionais corresponde a 250 mil hectares de floresta subtropical e é considerada Patrimônio Natural da Humanidade. Fonte: Wikipédia.

Duas Lendas

Os índios Caigangues, que habitavam às margens dos rios Iguaçu e Paraná, colocam as divindades de suas crenças em duas lendas. A fonte dessa transcrição é dos Cadernos Paraná da Gente no. 3, Lendas e Contos Populares do Paraná.

Os Caingangues dessa região acreditavam que o mundo era governado por M’Boy ou Mbá, um deus que tinha a forma de uma serpente e era filho de Tupã. O cacique dessa tribo (Igobi) tinha uma filha chamada Naipi, tão linda, que as águas do rio paravam quando ela nelas se mirava.

Devido à beleza foi consagrada ao deus M’Boy, passando a viver para o seu culto. No entanto, um jovem guerreiro chamado Tarobá se apaixonou por Naipi. No dia da consagração da princesa, Tarobá fugiu com Naipi, numa piroga rio abaixo.

Quando M’Boy soube ficou furioso e entrou nas entranhas da terra retorcendo seu corpo. Nessa fúria produziu uma enorme fenda que formou uma catarata gigantesca. Os fugitivos foram tragados pela água.

A segunda lenda diz que, quando o deus Mbá morreu, Jacira, chorando sem parar sentou-se sobre uma grande rocha de onde escorria um filete de água. Este filete foi aumentando com suas lágrimas até se transformar nas Cataratas. As lágrimas de Jacira.

Dizem que se apurar os ouvidos escutará uma voz vinda das águas: Mbá, Mbá, Mbá… Fonte: Dalmont Pastorello Benites.

Pueril

Parece tão pueril falar sobre causos e lendas, sobretudo contada pelo olhar do índio nesse mundo, no qual tudo que se faz atualmente é voraz e veloz. Contudo, vale como forma de manter a história viva e nossa cultura preservada.

Dia do Índio?

O dia só é lembrado nas salas de aula. Fora dela, o índio não tem nada para celebrar e nem comemorar.  O branco chegou colonizando e ensinando a trocar terras, por espelhos e quinquilharias. Esse ranço ainda continua e ou índios empobrecidos, doentes, alcoólatras, trocam floresta por dinheiro ou vivem oprimidos por discriminação social constante.

A data foi criada em 1943, por Getúlio Vargas. O dia 19 de abril foi escolhido no Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Celebrar?

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foto Claudia Andujar. Inhotim.

Creio que não. Talvez  para lamentar o desrespeito por uma etnia verdadeiramente brasileira. Lamentar as invasões em reservas indígenas para venda de madeira ilegal, a discriminação e perversidades cometidas, índio queimado vivo em Brasília, violência na construção da Hidrelétrica de Belo Monte, construída no Rio Xingu. Tudo imposto pelo branco com o objetivo de lucro e guiado pela corrupção.

Genuíno índio brasileiro que no futuro permanecerá apenas à luz da arte e de suas lendas!

 

 

 

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Le sorprese di Roma

Cosa che gli italiani non nascondono mai è l’orgoglio al patrimonio culturale e artistico che c’è a Roma – la città eterna. Assolutamente con ragione! Roma offre sempre piacevoli sorprese su ogni centimetro di parete, angolo e vie o qualsiasi palazzo a visitare. Roma è storia e arte!

Questo anno sono stata nella città eterna nel freddo e piovoso inverno di febbraio  e ho trovato uno spazio accogliente anche a buon prezzo alla tasca dei brasiliani, soprattutto di estremo buon gusto. Guardate! La prenotazione è stata all’ultima ora, un giorno prima di ritornare.

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Una vera sorpresa come sempre Roma mi offre ogni volta che la visito. Lo spazio è una galleria d’arte che ospita un hotel. Spiego meglio, una mostra d’arte con la missione di accogliere perché “l’arte è benessere”, secondo il team che ha progettato l’albergo. Nel gruppo che ha proiettato l’albergo la proprietaria è la più appassionata per quello che presenta, infatti, molto più una curatore innamorata del suo progetto o mostra d’arte ‘sogno così sono 2.0’.

L’arte ha fatto parte della vita di Cristina Colini da quando è nata a causa di suo padre. “Sono nata e cresciuta al fianco di un vero artista”, afferma Lei. “Mio padre era un bravo artigiano nella età dell’oro del vitro (oggi soltanto Murano rimane) e a lui piaceva parlare e insegnare a me molto sull’arte.

Arte è benessere!

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Quando affermo sicuramente che lo spazio è accogliente, non mi riferisco al comfort  e al numero di stelle nella sua classificazione turistica, ma alla condizione ludica che offre quando ricopre le sue pareti di opere d’arte. Inoltre, mantenere la vecchia cappella del convento come luogo di meditazione e celebrazione è un segno di comportamento rispettoso nei confronti della storia e degli artisti.

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La cappella merita di essere descritta per possedere una magnifica opera, un panello in mosaico dall’artista e teologo sloveno Marko Rupnik. Il pannello raffigura la scena della morte di Cristo dopo la crocifissione con Giuseppe d’Arimatea e Maria Maddalena. La forza dello sguardo e come è possibile che le piccole pietre guidate dalla poetica di Rupnik possono trasmettere allo spettatore il dolore di Giuseppe d’Arimatea attraverso alla sofferenza di Cristo.

“Rupnik è l’artista degli icona e lavora negli espressioni degli occhi. Guarda la sofferenza di Giuseppe d’ Arimatea è impressionante l’emozione è più che una sofferenza, ma una tristezza profonda dell’anima trasmessa negli occhi”.

 Roma Room è uno spazio adatto per gli amanti dell’arte, i viaggiatori, che cercano conforto combinati con la bellezza e l’armonia delle forme.

Le opere d’arte

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Alcune opere esposte lì sono dei giovani artisti italiani come Giovanna Basile. “Donna al Bar”. Una scultura che segna uno stile molto personale. Le sue sculture delinea un corpo che sembra essere sempre in movimento. I colori tracciano un percorso nel corpo, l’arteria pulsante, la radice che si allarga.

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L’archivio fotografico di Giuseppe Bruno  che decora la caffetteria mostra l’abitudine dell’Ottocento in Italia, principalmente dal Sud dove è nato – Taormina, in Sicilia. La serie delle onde  ( il mare) di Angela Bonnavita  adorna le pareti della scala che conduce al secondo piano e le opere di Cristina in stampa su legno conferiscono un fascino alla decorazione, così come i lampadari  sono tutti uniche e realizzati con creatività e colore.

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Roma convive con gli opposti nella struttura della città, dove il presente e il passato ne fanno una città paradossale che sfida lo sviluppo moderno. Tuttavia, i romani sapono come sfruttare gli ostacoli nella proiezione del contemporaneo senza danneggiare ciò che è antico.

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The Division Bell - o décimo quarto álbum da banda.

Pink Floyd revive seus melhores momentos

The Pink Floyd Exhibition: Their Mortal Remains” é exposição vintage, saudosista e na mesma medida, exemplo de contemporaneidade  ao mostrar todas as possibilidades da tecnologia audiovisual numa mostra de arte, sobretudo quando o assunto é música.

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Da direita para esquerda, David Gilmour, Nick Mason, Roger Wright. Os três que iniciaram a banda.

Entrar no Museu de Arte Contemporânea, MACRO de Roma para ver  os Pink Floyd é se preparar  para fazer uma retrospectiva dos 50 anos de carreira de uma as primeiras bandas a criar em seus shows atmosfera bizzarra, sons assustadores e projeções psicodelicas. Ainda muito mais, desfrutar dos melhores momentos musicais dessa banda pop.

Com o auxílio de um fone de ouvido, o visitante tem a impressão que a mostra é dirigida a ele individualmente. Se parar na frente de um vídeo a entrevista começa a ser apresentada como se tivesse iniciada naquele momento.

As músicas são tocadas de acordo com o assunto que está sendo comentado no segmento em que o visitante vai passando: uma entrevista, um lançamento de álbum, os objetos dos artistas, entre outras situações. Essa sincronia entre o apreciar a imagem e escutar a música relativa a imagem é como se sentir parte da história.

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Por exemplo, The Endeless River, o décimo quinto e último álbum de estúdio da banda britânica, um tributo ao tecladista Richard Wright seis anos depois de sua morte em 2008, no final da retrospectiva, onde roteiro é sentido musicalmente sobre a homenagem feita ao amigo que gostava de velejar.

Como começou

Os estudantes de arquitetura Roger Waters, Nick Mason, Richard Wright se encontram no Regent Street Polytecnich, em Londres, em 1962. Depois de terem formado grupos com diversas ideias, em 1964, chamaram por intermédio de Roger, “Syd” Barrett como compositor, cantor e guitarrista.

Syd Barrett era um estudante de arte vindo de Cambridge e amigo de infância de Roger. As  experiências deles nessa cidade influenciaram por muitos anos as composições da banda. Dizem que o nome Pink Floyd surgiu porque eles eram apaixonados por dois músicos de ‘blues’ Pinkney ‘Pink’ Anderson e Floyd ‘Dipper Boy’  Council.

O novo integrante, Syd permaneceu pouco tempo na banda. Saiu ainda no final da década de 60 do grupo, aliás, foi afastado por comportamentos estranhos, atribuído ao uso excessivo da droga LSD.

Invenções sonoras

“A música dos Pink Floyd  estimula a sinapse para desnorteiar as emoções, sugere respostas inocentes e depois coloca interrogações nefastas, manipula os estados de ânimo e desafia os preconceitos… o terror e a compreensão são inseparáveis, as superfícies sonoras se expandem em múltiplas dimensões, um sintetizador se transforma em uma astronave, uma guitarra emite sinais intergalácticos, a bateria é um batimento cardíaco e o baixo pulsação.” Kris Dilorenzo, Trouser Press – 1978.

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Os Pink Floyd  souberam construir uma herança visual, além de musical que ainda hoje é atual. Eles promoveram imagens que fizeram a história da cultura pop: de um prisma de The Dark Side of the Moon até o célebre porco rosa da cobertura do álbum Animals.

https://www.youtube.com/watch?v=VRPZIhEcfcM&list=PLYjaa9h0s4AbhtIDm0pV2uKP2T-eFUqqY&index=8

 

 

 

 

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As surpresas de Roma

Os italianos não escondem o orgulho que sentem pela cidade eterna. Eles têm toda a razão! Roma sempre oferece surpresas agradáveis em cada trecho de calçada ou local em que se visita.

E surpreendeu a mim esse ano, no inverno frio e chuvoso de fevereiro,  quando busquei de última hora um lugar para me hospedar antes de partir. Achei por acaso, um espaço acolhedor, de acordo com os bolsos do brasileiro e de extremo bom gosto.

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Para minha alegria era uma galeria de arte hospedando um hotel. Explico melhor, uma mostra de arte com a missão de acolher porque a ‘arte é bem-estar’, segundo apresenta a equipe que projetou o local. Nesse grupo destaca-se a proprietária, na verdade, muito mais uma curadora apaixonada pela mostra ‘sonho então sou 2.0’.

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Para ela, arte fez parte de sua vida desde que nasceu. “Nasci e cresci ao lado de um artista, revela Cristina Colini. “Meu pai era um artesão que trabalhava com vidros em uma época aurea para esse tipo de trabalho artístico. Hoje, nos resta Murano”.

Arte é bem-estar

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Quando digo que o espaço é acolhedor, não me refiro ao conforto e ao número de estrelas em sua classificação,  mas à condição lúdica que oferece ao revestir suas paredes de obras de arte. Além disso,  o fato de manter a antiga capela do convento como local de meditação e celebrações é sinalizador  de um comportamento de respeito à história e aos artistas.

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A capela vale a pena descrever por possuir uma obra em mosaico, magnífica, assinada pelo artista esloveno e teólogo, Marko Rupnik.  O painel representa a cena da morte de Cristo após crucificação, com José de Arimateia e Maria Madalena. As minúsculas pedras guiadas pela poética de Rupnik conseguem repassar ao espectador a dor de José de Arimatéia pelo sofrimento de Cristo. Cristina Colini explica a importância do olhar, numa obra em mosaico, nos ícones religiosos.

Roma Room é um espaço apropriado para amantes da arte, viajantes, que buscam economia, conforto, aliado à beleza e harmonia nas formas.

Artistas

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Algumas obras expostas no hotel são de jovens artistas italianos, como Giavanna Basile. “Donna al Bar”. Uma escultura que marca um estilo muito pessoal da artista. As suas obras tem a base interna em cabos de aço, dobráveis, sendo o corpo coberto por uma massa que se assemelha a gesso, que delineia um corpo que parece estar sempre em movimento.  As cores traçam no corpo um caminho, a artéria que pulsa, raiz que se dissemina.

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O arquivo fotográfico de Giuseppe Bruno decora o salão de café mostra costumes do século XIX na Itália, principalmente do Sul onde nasceu- Taormina, na Sicília. As Ondas de Angela Bonnavita enfeitam as paredes da escada que nos leva a segundo piso, os trabalhos da própria Cristina em impressão sobre madeira dão um charme à decoração, assim como os lustres confeccionados com criatividade e cor.

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Roma convive com os opostos na estrutura da cidade, onde o presente e o passado fazem dela uma cidade paradoxal, que desafia o desenvolvimento moderno. Contudo, os romanos sabem tirar proveito dos entraves na projeção do contemporâneo sem prejudicar o que é antigo.