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Geralda completa 90 anos! Guru da terapia ‘quente e frio’ prova por si a eficácia do seu método

Pasmem Geralda, a guru de muita gente, completa 90 anos com a mesma mente inquieta e olhos brilhantes. Suas rugas são apenas marcas de sabedoria por uma vida dedicada a curar pessoas.

A sua alma fica gigante quando  começa a falar sobre a terapia que criou e que usa água, sal e o toque para equilibrar o ‘quente e o frio’ no corpo. O Yin e o Yang da Medicina Chinesa que foi abrasileirado por ela em ‘frio e calor’.

 Uma longa história com mais de 30 anos que começou em Curitiba, no Paraná. Começou no momento que essa senhora decidiu fazer da busca pela saúde e harmonia física a sua poética de vida e adotar a humanidade como seus filhos. Seus olhos ficam marejados de lágrimas quando refere-se aos seus pacientes e pessoas queridas que a ajudaram a defender e colocar em prática suas ideias.  

Ideias de vanguarda, mesmo que chocasse quem a visse na terapia, na qual as pessoas são envolvidas em toalhas, bolsas de água quente e paninhos úmidos.

 “É tão simples manter a saúde equilibrada usando a água quente e o toque para ativar a circulação e não deixar os músculos endurecerem”diz ela. “A pessoa mesma pode fazer isso”,  complementa. E numa certa ansiedade, como se não quisesse perder mais seu precioso tempo, chama a atenção para o fato de que a “humanidade precisa saber que o corpo não envelhece e não trava com esses cuidados”. Como se quisesse apregoar por todos os cantos do mundo que o corpo equilibra-se quando a temperatura está em harmonia. “Cabeça fria e os pés quentes”.

Geralda Nadyr Henriqueta Carniel, assim como eu, Lucia Helena Fernandes Stall, Mirko de Rossi, Glaucia Klozovisk, Eraldo Kirchner Braga, tantos outros não citados acreditávamos que poderíamos mudar o mundo.  Assim, nessa poética de que as pessoas não precisariam gastar mais em remédios, sonhadores e poetas fundamos o Centro de Equilíbrio de Energia.  

Parece que foi ontem que fui ouvir Geralda falar sobre o “Tao” e Medicina Chinesa na chácara do médico homeopata Mauro Carbonar em Piraquara, no Paraná. Ainda não tinha seus cabelos brancos, era uma ex-freira e recém curada de uma tuberculose. Na sequência, ainda nesse tempo que paree que foi ontem, fui aprender os princípios do Tao na chácara da Mary, professora de Yoga, também em Piraquara. 

Geralda ensinou-nos as leis que geram energia no universo e nos mostrou, mexendo na terra, fazendo dramatização, que somos microcosmos dentro do macrocosmos. Isso porque tinha traduzido um livro que por intermédio do amigo e médico Mauro Carbonar, contava os segredos da medicina chinesa. Era pelos idos da década de 80, quando o assunto acupuntura ainda era tabu no Brasil e este livro era escrito em francês. Hoje, já existe exemplares em português que tratam do equilíbrio do Yin e do Yang.

Universo - Imagem de Adalgisa Lacerda. Arquivo CEE

À luz de vela, pois na sua chacrinha, em Piraquara, na que época não tinha luz elétrica, a mestra Geralda traduziu avidamente os textos em francês e começou adaptar estes conhecimentos à nossa cultura. O que o chinês chama de Yin, o negativo, a energia da água, da lua, da mulher, ela simplesmente traduziu como “frio”. O Yang que chinês demonstra pelo positivo, sol, homem, ela denominou “calor”. O equilíbrio destes dois fatores promove a vida no universo, num movimento contínuo que envolve a alimentação, as estações, o corpo, a mente, a espiritualidade.

Foto da chácara da Geralda já modernizada. 2012

Heureka! 

Geralda descobriu a chave da saúde do corpo. Bastou adquirir estes conhecimentos para criar uma metodologia de tratamento para o desequilíbrio corporal, que ela chama de médtodo Carniel. A receita é simples e a alquimia quem faz é a natureza: toque, compressas frias com panos úmidos, quentes com bolsa de água e sal grosso, fazem parte do arsenal, ou melhor, a ferramenta de trabalho da terapeuta.

ilustrações: Stela Maris Shoenfuss

Geralda viveu até os 40 anos no convento e escolheu ser freira ainda criança, anos depois que perdeu o seu pai. É farmacêutica formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e conta que aprendeu a ler somente com 10 anos. “Até então eu não conseguia entender o processo de alfabetização. Quem me ajudou foi uma freira que cozinhava no convento. Ao mesmo tempo em que a ajudava na cozinha, ela, com toda a paciência do mundo, aproveitava para me ensinar as primeiras letras”, relembra.

Assim foi a trajetória de Geralda, que ainda continua a mesma pessoa perspicaz quando busca o diagnóstico num problema de saúde. Sensível a ponto de ficar com os olhos marejados de lágrimas quando conta sobre suas intuições, que iniciaram na infância, fala sobre o amor e o sentimento de solidariedade entre as pessoas.

Em Concórdia, Santa Catarina, onde viveu quando ainda era freira, fundou um lar/associação para abrigar meninos órfãos e de rua. Até hoje o local existe e a irmã Geralda já foi homenageada porque os meninos de ontem agora são homens, cidadãos respeitados na vida

O método Carniel tem sido desenvolvido no Centro de Equilíbrio de Energia desde a década de 80. De lá para cá, Geralda vem aperfeiçoando sua terapia e realizando cursos sobre os benefícios dessa técnica. Durante esses quase 40 anos publicou quatro livros . Os dois primeiros estão na primeira edição esgotados, e para qualquer informação entrar em contato com o CEE – Rua Myltho Anselmo da Silva, 777 – Mercês
Curitiba / PR
Telefone: (41)3338-9557
e-mail: cee.geralda@gmail.com

“o primeiro livro foi publicado em 1992. “Cartilha para o equilíbrio da Saude“; no segundo livro publicado em 1997 “Frio-Calor:Causa de desequilíbrio da Saude“, nele relato alguns aspectos marcantes de minha vida em Machadinho, no Rio Grande do Sul, onde nasci em 1934, eu era quieta mas tinha uma observação aguçada para os fatos, mas não sabia exteriorizá-los…

“Sou mais conhecida como Professora Geralda, mas meu nome é Nadyr Henriqueta Carniel e desenvolvedora de uma técnica de saúde denominada “Método Carniel” para equilíbrio da Saúde, ou também conhecida como, terapia do “Frio-Calor”. escreve em seu blog.

 

Geralda com 80 anos

Em poucas palavras relatei fatos marcantes da vida dessa senhora, nonagenária que tanto contribuiu para o bem-estar das pessoas. Se não mudou o mundo ao menos amenizou as dores de milhares de pessoas que passaram pelo Centro de Equilíbrio de Energia. 

É para nunca mais esquecer de carregar uma toalhinha em todas viagens ou ter em casa. Qualquer desconforto colocar o pano úmido e frio sobre o abdômen para aliviar a fermentação e ou sob a testa para melhorar e acalmar nosso espírito. 

“A todo aquele que ler os meus livros ou procure o Centro de Equilíbrio de Energia (CEE), o meu desejo é para que encontre o Tao; o caminho certo para desenvolvimento físico, mental e espiritual.

O caminho certo exige de cada um esforço para encontrar o equilíbrio. O equilíbrio não é constante; ele muda de acordo com as circunstâncias que vivemos.

Assim, a observação constante das manifestações do nosso corpo, das nossas emoções e aspirações do espírito, é a leitura que devemos fazer a cada momento.

Quando isso se tornar um hábito em sua vida, você poderá afirmar: eu estou compreendendo o meu corpo. Eu sou feliz!” , Geralda Nadyr Henriqueta Carniel.

Querida guru vida longa e muita saúde!

Parabéns e obrigada por  tudo que ensinou a mim e às minhas filhas, às pessoas amigas que lhe acompanharam ao longo de sua vida. Nossa homenagem a quem ousou sonhar e acreditar na sua utopia.

 

 

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Surrealismo explicado em dois minutos e 10 pontos

A racionalidade às vezes nos deixa cegos. Parece um paradoxo mas não é e nem era para Breton, Dali, Magritte, Miró, Ernst e os outros artistas que abraçaram o surrealismo e declararam guerra ao ser racional. Talvez porque ser racional, sábio e preciso pode ajudar a viver mais tempo, mas, em troca vive uma vida que tem medo de cruzar o limiar do visível.

A arte surrealista  tem a vantagem de forçar o espectador a ir além daquilo que o olho vê, para mostrar uma realidade diferente e que existe em um universo que não pode ser tocado, inefável como um sonho, ou real como o mundo visto pelos olhos de uma criança.

Quando o teórico do movimento, o poeta francês André Breton, publicou o seu manifesto  exaltando que o processo criativo deveria funcionar sem controle do pensamento, sem a imposição da razão, do racional, não poderia prever que a palavra surreal ou surrealista nunca perderia a atualidade. É comum ouvir comentários sobre uma situação fora do normal, como algo assim:  foi surreal ou “era um papo surrealista”, quer dizer fora da razão, sobretudo no Brasil, um país irremediavelmente surreal.

Brincadeiras à parte, tratamos diretamente do movimento surrealista (1924) como proposta de transgressão social, que se manifestou nas diversas expressões artísticas.  O movimento começou num momento de incertezas políticas, entre as duas grandes guerras mundiais  e se inspirou nos estudos psicanalíticos de Freud, como crítica à complexidade de um tempo e a fragilidade da condição humana.

Surrealismo no Brasil

No Brasil, um país com muitos ranços colonialistas, a modernidade chegou à reboque de comportamentos europeus, a partir do esforço de mentes de vanguarda para época, com a antropofagia de Mário e Oswald de Andrade e pontuou em obras de Ismael Nery, Tarsila do Amaral, Cuca. Floriano Martins num artigo coloca que Ismael Nery e Murilo Mendes foram os apóstolos do surrealismo e surreais nas atitudes de vida.

Para falar do movimento no Brasil, seria necessário dirigir um material somente sobre o assunto. O que interessa nesse momento é mostrar um resumo do movimento elaborado pelo jornalista italiano, Marco Lovisco, que o coloca de uma forma muito didática e esclarecedora  para leigos e interessados em arte.

Publicação original Due minuti d’arte 

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Joan Miró, O carnaval do Arlequim, 1924-25. olio su tela, 66 x 93, Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, NY, USA

Bunuel, Magritte, Dalì, Mirò, Ernst: os mestres do surrealismo e as suas principais  obras explicadas em dois minutos (de arte).

O Surrealismo: Protagonistas e obras resumidas em dois minutos (de arte)

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Salvador Dali. Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar, óleo sobre tela, 51 x 40,5 cm, em 1944, Museu Thyssen-Bornemisza em Madrid

1. O surrealismo é um movimento artístico-literário que nasce oficialmente na França, em 1924, e se desenvolve no intervalo entre as duas grandes guerras  mundias. Além das artes figurativas, o surrealismo envolve também o cinema e a poesia.

2. Pai do surrealismo o teórico do movimento é o poeta André Breton. É ele que publica em Paris o manisfesto do surrealismo, pelo qual define o movimento nos seguintes termos: “automatismo psíquico puro, através daquilo que nos propomos a exprimir, com as palavras ou escritos ou de outras maneiras, o real funcionamento do pensamento. Comando do pensamento sem qualquer controle exercido pela razão, sem preocupação estética ou moral.

3.O surrealismo se baseia de fato na exaltação do inconsciente e do subconsciente no âmbito do processo criativo, considerando que somente sem as restrições da razão o homem é livre para exprimir a parte autêntica de seu ser. Ps: tudo isso simplificando ao extremo um conceito.

4. À luz disso, é fácil intuir a influência que teria os escritos de Freud ao colocar as bases teóricas do movimento surrealista. Diga-se de passagem que o pai da psicanálise, em nenhum momento da história apoiou o movimento, motivando e expressando a sua perplexidade em uma carta de 1932 endereçada a Breton.

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Max Ernst, The Elephant Celebes, 1921, olio si tela, 125.4 cm × 107.9 cm,Tate Gallery, London

5.  Uma das técnicas usadas pelos surrealistas é a do cadavre exquis (cadáver delicioso). É um processo criativo que envolve vários artistas simultaneamente e pode ser aplicado tanto a pintura quanto à poesia. Se trata de um processo criativo que envolve artistas contemporâneos e pode se aplicar à pintura e na poesia. Um primeiro artista desenha ou escreve a primeira coisa que vem à mente, sem pensar e passa o seu trabalho para o outro artista que faz o mesmo e assim por diante, até obter obras aparentemente sem significado como a poesia “O cadáver delicioso beberá um novo vinho” que deu o nome a esse procedimento.

6. Outras técnicas criativas dos surrealistas são o dripping ( o gotejar) ( em que aparece nos anos 80 0 mestre Jackon Pollock), a colagem, frottage ( esfregar), assemblage, etc..  Altre tecniche creative utilizzate dai surrealisti sono il dripping (di cui diverrà maestro negli anni 80 Jackson Pollock),il collage, il frottage, l’assemblage, ecc. O mais criativo desse ponto de vista foi certametne o artista surrealista Max Ernst que usou muitas dessa técnicas para realizar suas obras.

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René Magritte, Golconda, 1953, olio su tela, 1×100 cm, Menil Collection, Houston, Texas

7. Os destaques nos temas da arte surrealista são ligados ao amor, à liberdade dos vínculos sociais pelas regras, mas sobretudo pelo universo surrealista ligado ao sonho e à loucura, que são evidentes sobretudo nas obras de Salvador Dali.

8. Alem de Dali e Max Ernst, os mais importantes expoentes do surrealismo são Joan Miró e René Magritte.

9. De Chirico, com sua metafísica, é considerado o precursor do surrealismo, mas voltando no tempo, podemos achar elementos chaves da poética surrealista também nas obras de El Greco, o artista do renascimento espanhol do século XVII.

10. Como foi colocado em primeiro lugar na abertura do artigo, o surrealismo não se revela somente na pitura ou na escultura, mas o movimento envolve também o cinema com obras que foram passadas para a história como Come anticipato in apertura di articolo, il surrealismo non riguarda solo la pittura o la scultura ma il movimento coinvolge anche il cinema con opere passate alla storia come Un chien andalou ( um cão andaluz), curtametragem realizado por Luis Buñuel e Salvador Dalí. Ps:a cena dos olhos não se esquece facilmente.

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Vozes indígenas ecoam em Brasília pelo seu direito ancestral a Terra Livre

Milhares de indígenas estão em Brasília desde o dia 23 de abril e permanecem até amanhã(26) clamando pelo seu direito a Terra Livre!

“Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui. Nossa diversidade é nosso futuro. Somos 305 povos em território brasileiro. Essa grande riqueza cultural e humana é um privilégio de poucas nações. Apesar da colonização. Apesar de inúmeras tentativas de extermínio, nós resistimos. E nos fazemos mais fortes em conjunto.” Site oficial ATL

A mobilização é contínua e quase sem trégua há mais de 500 anos pelo direito a ‘terra sem males- livre’. A grande utopia Guarani, povo que caminha rumo ao Leste  em  busca da ”terra sem males’.  Mais que um desenho estético e pleno de poética, é a simbologia da ilustração de Marcela Weigert sobre o Tocantins, colocando os povos indígenas, a água pura e o capim dourado como destaque para exaltar a ‘terra sem males’.  Ilustração feita para a publicação de um caderno sobre escravidão contemporânea, lançado em 2021, pelo projeto Escravo Nem Pensar.

Há 20 anos que o  ATL foi criado para dar visibilidade às reivindicações.  No entanto, até agora seus clamores não foram ouvidos e o marco temporal ameaça a vida das comunidades indígenas que vivem no Brasil. 

O Acampamento Terra Livre está acontecendo neste momento em Brasília e o presidente Lula deverá receber nesta quinta-feira (25) uma comitiva de 40 lideranças indígenas.  A Lula será entregue uma carta contendo a reivindicação   do movimento contendo 25 demandas. 

Mas eles não esmorecem nunca. Resistem sempre como povos da floresta.  E cada vez mais as vozes desses povos originários ecoam pelo mundo, por justiça e terra livre. Povos que se tornaram ‘estrangeiros’ em suas próprias terras.

 

O ATL de 2024 está sendo considerado uma  das maiores manifestações de todos os tempos no Brasil, dos povos indígenas. Povos que viviam antes da chegada do colonizador e perderam o  seu direito a terra. 

 “Presidente Lula, não queremos viver em fazendas! A proposta feita de comprar terras para assentar nossos povos afronta o direito originário de ocupação tradicional assegurado pela Constituição Federal de 1988 (…)

Em recente declaração do presidente Lula, foi mencionado que os governadores precisam de “um tempo” para negociar sobre as demarcações de terras indígenas. Mas e o nosso tempo, os tempos dos povos indígenas? Nosso tempo é agora, urgente e inadiável(…). Não podemos simplesmente dar um tempo enquanto nossos direitos fundamentais estão sendo negligenciados. O tempo que queremos é o tempo de ação imediata, onde cada segundo conta para honrarmos nossa ancestralidade e para proteger o futuro de nossas gerações e da humanidade”, fonte: site da ATL.

Em setembro (7 – 11),  as mulheres indígenas estarão marchando rumo a Brasília, com o importante recado:

A mãe do Brasil é indígena.

Com a importante missão de alertar  e lembrar a sociedade moderna que preciso dar um basta. As mulheres originárias propõem reflorestar, mas reflorestar primeiro as mentes dos humanos predadores. Elas acreditam que é possível começar  “Reflorestando mentes para a cura da Terra”.

As fotos e vídeos dos momentos da ATL em Brasília são de Rochele Fiorini, que se encontra na capital do país participando e dando apoio a mobilização.

Rochele atua há anos em instituições que trabalham em prol da causa indígena.

 

Pan-horamarte estará sempre ao lado de movimentos e pessoas que se mobilizam em projetos para salvar o planeta. Nada mais justo do que reconhecer que os povos originários foram e serão sempre os guardiões da natureza. 

Estamos ao lado das mulheres indígenas reflorestando mentes para a cura da Terra. Como escreveu o grande e genial Ailton Krenak em seu livro, Ideias para Salvar o Fim do Mundo,

Mais do que urgente colocar em prática as ‘ideias’ de Krenak e seguir o exemplo dos povos originários para salvar o planeta da barbárie humana!

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“Estrangeiros por toda parte” na Bienal de Veneza de 2024

Bienal das Artes de Veneza de 2024 coloca em pauta um tema que incomoda os europeus: refugiados e a herança da diáspora. Tim-tim! Um brinde para o curador, o brasileiro Adriano Pedrosa.

Pasmem! Depois de 130 anos de existência e considerada a mais antiga e importante bienal do mundo, uma venerável senhora sexagenária nas artes,  só agora na sua 60ª edição que decidiu abrir espaço a um curador sul-americano. Que resistência em sair da bolha!

Mais um brinde ao curador pela escolha do tema: Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere (Estrangeiros por toda a parte). Sem dúvida, para provocar reflexão e ampliar o pensamento crítico, em tempo de descolonização e da complexa situação dos refugiados que sofrem pelas guerras e perseguições e buscam uma vida melhor nos países do primeiro mundo.  

A 60ª Bienal das Artes de Veneza fará a entrega de premiação neste sábado dia 20 de abril e a partir  daí estará aberta para o público até o dia 11 de novembro. Adriano Pedrosa é diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo- MASP.

Mesmo que as más-línguas queiram assistir ou profetizar a decadência no prestígio do mais antigo evento do ocidente, a Bienal de Veneza nunca perderá seu glamour porque acontece dentro de uma cidade que é uma obra de arte a céu aberto. Sempre terá público!

Bienal das Artes de Veneza pode ser  irrelevante para alguns europeus, sobretudo italianos ultra-conservadores. É  desconfortável aflorar à memória, temas sociais como racismo, misoginia, colonização e descolonização, dos quais muitos de seus ancestrais foram protagonistas ou ainda agem assim.

 

Das inúmeras bienais de Veneza que visitei sempre viajei nos conceitos as vezes vanguardistas e com a plenitude da liberdades individuais. Mas as mais instigantes lidaram com temas complexos, guerras, autoritarismo e preconceitos.Obras cada vez mais  conceituais, com instalações efêmeras, que não deixarão vestígios num futuro, como no passado deixaram no mármore e nas telas, mas mesmo descartáveis como o mundo moderno, verdadeiras conexões com o espírito do tempo que nos fazem refletir sobre o papel da humanidade.

Em 2015, o tema foi Äll the world’s futures”-Todos os futuros do mundo. 

Neste momento o viés social começou a ser padronizado como tema exatamente como definiu a curadoria. 

Apesar dos enormes avanços no conhecimento e tecnologia, vivemos uma espécie de ‘idade da ansiedade’.E a Bienal retorna a observar  a relação entre a arte e o desenvolvimento da realidade humana, nas forças sociais, políticas, e nas buscas dos fenômenos externos”. — 
Shiharu Shiota- The Key in the Hand (2015)

A Bienal de 2015  é, portanto,  uma sequência da anterior, a de 2013, que  também se desenvolveu com mais poética.

 O “Palácio Enciclopédico” baseado   no sonho utópico do artista italo-americano de criar um museu que iria tomar 16 quarteirões em Washington, para  abrigar todo o saber do mundo. O grande ícone desta Bienal, foi a exposição da obra original do Livro Vermelho de Jung.

A tecelagem foi destaque na Bienal de 2017, Viva a Arte, Arte Viva.

Enquanto alguns grupos radicais no Brasil queriam sufocar a criatividade, fechar museus, Veneza, o berço das artes, exaltou o artista pela sua expressão máxima de liberdade.

Como a vídeo instalação do artista australiano, Tracey Moffatt, que apresenta imagens de artistas famosos. pasmos e assustados olhando as imagens de barcos de refugiados.

 

“Tempos Interessantes”foi a abordagem da Bienal de 2019. O título evoca a ideia de tempos desafiadores e talvez ameaçadores, mas as obras são um convite para ver e analisar o ser humano na sua complexidade.

A instalação Trojan  2016-2017, de Yin Xiuzhen,uma colossal escultura confeccionada com roupas usadas, argila e metal. A figura de uma mulher que se posta curvada.

 

A pandemia não permitiu que se realizasse a Bienal em 2021, que foi normalizado em 2022. O tema bastante sugestivo, “Leite dos Sonhos, que leva o nome do livro de Leonora Carrington, no qual,   a artista surrealista descreve um mundo mágico em que a vida é constantemente reinventada pelo prisma da imaginação e no qual se permite mudar, transformar, tornar-se diferente de si mesmo.

Belkis Ayón foi uma artista cubana e litógrafa. O seu trabalho foi baseado na religião afro-cubana, combinando o mito de Sikan e as tradições do Abacua, uma sociedade secreta masculina

Leite dos Sonhos foi um título que surgiu depois de diversas discussões com artistas de todo o mundo, quando emergiu persistentemente uma série de questões que não só evocam este preciso momento histórico em que a própria sobrevivência da humanidade está ameaçada, mas que resumem muitas outras questões que têm dominado as ciências, as artes e os mitos de nossa Tempo.

Uma Bienal realizada em tempo de guerra, Rússia e Ucrânia. A Rússia com o pavilhão fechado.

Qual será o papel da arte focada no tema  Stranieri Dovunque- Foreigners everywhere (Estrangeiros por toda a parte)?  o que nos apresentarão em obras e conceito?

O tema reserva um conteúdo muito significativo porque desde a antiguidade  a diáspora faz parte da história da humanidade. Infelizmente!