indio

‘Posso ser quem você é, sem deixar de ser quem eu sou’

Essa frase, cuja eloquência já define sua autoria, foi utilizada na década de 80 pelo movimento indígena na luta por seus direitos constitucionais.

O indígena pode viver como o homem branco,  escrever livros, ir ao teatro, usufruir do mundo moderno, ele tem competência para isso, sem negar a sua ancestralidade. “Sem precisar abrir mão daquilo que sou”,  afirma Daniel Munduruku.

O escritor e professor indígena, Daniel Munduruku, é hoje a voz mais influente que estendeu a ponte ligando a narrativa oral dos povos da floresta e a escrita. A fala serena do escritor indígena num encontro nos Estados Gerais da Cultura, sob o título ‘Sobre Piolhos e Outros Afagos’ , nos transporta para outro universo, do presente, do aqui e agora, da relação do homem (microcosmo) com o planeta (macrocosmo).

Acredito que o leitor perderia muito se o PanHoramarte tentasse transmitir  na totalidade suas reflexões sobre a vida e cultura indígena. Vale mais escutá-lo e sentir-se como estivesse no afago do catar piolho. Quer imagem mais simbólica repleta de afeto do que é catar piolho no outro. Essa foto de Claudia Andujar mostra  exatamente essa afeição.

Daniel pertence a etnia Munduruku e se destaca por mostrar a importância em preservar a genuína ancestralidade brasileira por intermédio de seus livros publicados e premiados  como “As serpentes que roubaram a noite e outros mitos”,  “Histórias de Índios”, entre outros.

.Daniel Munduruku - foto cedida aos EGC
.Daniel Munduruku - foto cedida aos EGC

A escuta pelas palavras de um indígena nos apresenta uma outra realidade  existencial, muita mais solidária e verdadeira. É tocante quando o escritor apresenta os papéis dos pais e avós numa aldeia. É de uma simbologia existencial difícil de traduzir em palavras, apenas senti-la à  flor da pele.  

Os pais são responsáveis pelo corpo de uma criança. Isto é, de sua subsistência, crescimento, trabalho, entre outras atividades materiais.. Os avós são responsáveis pelo desenvolvimento espiritual da criança indígena.  “Pelas narrativas simbólicas avós devem dar sentido a existência dos netos”.  

Claudia Andujar - Inhotim

É uma pena que o colonizador não conseguiu captar a mensagem de sabedoria do indígena e chegou com a fúria da exploração a vontade de escravizar esses primeiros povos. Vale mergulhar nos livros de Daniel Munduruku e deliciar-se com as narrativas.  Segundo ele, o indígena vive o presente sem a expectativa de futuro. Sem estar o tempo inteiro tentando acumular coisas. O futuro não é importante e sim o presente, que segundo Daniel, por esta razão se chama presente e deve estar atrelado à memória, ao passado.

Claudia Andujar - Inhotim

As fotos reproduzem a mostra permanente de Claudia Andujar, em Inhotim, e foram reproduzidas  pela autora deste texto em 2016. As lentes e o olhar  sensível de Andujar mostram a pureza e a serenidade na alma de um indígena. Talvez, o indígena contemporâneo não tenha mais essa  expressão completamente serena por viver em constante situação de  violência provocada por  um governo que não o considera brasileiro e deseja expulsá-lo de suas terras. 

Claudia Andujar - Inhotim

“A gente olha apenas o passado e o presente. Entre os indígenas não existe a palavra futuro. Eles nomeiam as coisas a partir da experiência vivida. Como não se experimentou o futuro, não existe uma palavra que o nomeie. Não existe essa ideia de futuro. Claro que cada povo tem a sua dinâmica de compreensão cosmogônica. Mas costuma ser assim. O passado é fundamental porque é o tempo da memória, é essa memória que vai dizer quem eu sou e o que eu faço nesse mundo. Sem apressar, sem querer dar salto, mas se percebendo parte da natureza. Uma visão que olha pra trás. É esse passado que nos impulsiona para frente, para aquilo que há de vir. O indígena nunca pergunta para uma criança sua, pois de antemão ela já sabe que essa criança não será nada, porque ela já é tudo o que ela deveria ser. Porque ela é criança, e precisa viver essa estação plenamente. Brincar.  Quando a uma criança indígena foi perguntado o que ela queria ser quando crescer, ela respondeu “avô”. Fonte: Estados Gerais da Cultura.

O futuro é algo que faz com que a gente não se comprometa com as coisas ao nosso redor”

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parte de uma xilogravura de J.Borges.

Mais de 10 anos na luta para registrar o Forró como patrimônio cultural brasileiro

A ideia de registrar o Forró, o verdadeiro de raiz, aquele pé-de-serra, como patrimônio imaterial brasileiro surgiu no nordeste, onde quase todas as festas vibram ao som de um bom baião, xaxado e xote.

Mas é uma luta que já se arrasta há mais de 10 anos e o povo que ama a alegria do balançar dos quadris das damas e o arrasta-pé cheio de ginga, quer garantir a autenticidade da festa.

Num inventário preliminar o IPHAN constatou que o Forró  não se resume somente às festas de São João e existe em 14 estados brasileiros com o devido destaque. O Forró envolve os ritmos matrizes – baião, xaxado, xote, instrumentos musicais específicos, danças, participação feminina e muita música vibrante. 

O Forró mexe com a alma do povo genuíno, aquele que vive em sintonia com a vida brasileira, a maioria humilde, simples,  que, no entanto, conserva no coração a alegria de viver em um país cheio de cores e belezas naturais.

 

Como uma admiradora da cultura popular e num constante ir e vir há quase 10 anos para Natal, no Rio Grande do Norte, posso afirmar que o Forró vive no coração de todo o nordestino. Qualquer feira popular ou de artesanato tem o seu dia de curtir o Forró pé-de-serra. Antes da pandemia participei destas festas e como uma sulista sem ginga dura no corpo e sem noção da rapidez dos passos demorei para pegar a manha. Demorei para pegar a manha, aliás acho que nem cheguei perto.

 

Joana Alves é uma dessas grandes defensoras para preservar o Forró como cultura imaterial. Ela atua frente a Associação Balaio do Nordeste.  É uma paraibana arretada, arte educadora, artesã, produtora e articuladora cultural. “Forró é grande é imenso e no Brasil todo e não pode ficar restrito a três ou quatro estados. Até lá fora do Brasil ele existe”, contou Joana num encontro com os Estados Gerais da Cultura.  

Joana explica que toda uma pesquisa  sobre a importância do Forró, a partir da realização de Fóruns de debates, o resultado será entregue ao IPHAN para definir em outubro o registro. Segundo retorno da instituição até 13 de dezembro o Forró será registrado como patrimônio imaterial.

 

Militante e ativista cultural, gestora de cultura, pesquisadora das culturas tradicionais e populares brasileiras, Rejane Nóbrega alerta para o perigo da descaracterização do Forró. Daí a necessidade de garantir o registro e preservá-lo na sua originalidade.

Algumas festas muito populares e de grande  repercussão turística, especialmente no Ceará, na Paraíba, estão inserido o que se chama “Forró de plástico”,  certamente um resultado da intensa globolização.

 

O Brasil tem forrozeiros inesquecíveis e entre os nomes mais famosos, citamos os mestres  Luiz Gonzaga e Sivuca. Mas escolhemos  Luizinho Calixto  para mostrar as habilidades nesses ritmos vibrantes do Forró por ser um dos últimos mestres da sanfona de oito baixos.

Luizinho é tido como um dos melhores do Brasil na atualidade, muito conhecido por seu virtuosismo e também por ter sido o primeiro a criar um método escrito para sanfona de 8 baixos no modelo de afinação transportada no Nordeste do Brasil.

Luizinho, também toca acordeom de 120 baixos, violão e cavaquinho e também alguns dos instrumentos de percussão, como zabumba, pandeiro, triangulo, agogô e reco-reco.  Luizinho é compositor e diretor musical, também nas horas vagas é artista plástico.

Então minha gente o Forró é nosso!

Vamos entrar juntos nesse movimento que irá  garantir que as verdadeiras raízes do Forró pé-de-serra sejam  reconhecidas como patrimônio cultural brasileiro.

Pata Ewa’n – O Coração do Mundo (Foto: divulgação/Assessoria de Imprensa) todos os direitos reservados a jaider Esbell

Bienal de São Paulo abre espaço para o indígena potencializar sua arte

Um significativo grupo de artistas indígenas estará a partir de setembro, na 34a.Bienal de São Paulo, mostrando sua arte, mitos, lendas e as vivências contemporâneas dos povos das florestas.

‘Faz escuro mas eu canto’, título do mais importante evento de arte do Brasil que adiou a realização presencial de 2020  para este ano, com abertura prevista para 4 de setembro.  Com um tema sugestivo referente a um poema do amazonense Thiago de Mello, poeta e autor do Estatuto do Homem, a Bienal abriu espaço para dar visibilidade aos artistas indígenas de diversas  partes do mundo, Brasil, Colombia, EUA, Chile, Groenlândia, entre outros. 

Funcionando como outro desses enunciados, mais que como um tema, o título da 34ª Bienal de São Paulo, Faz escuro mas eu canto, é um verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965. Por meio desse verso, a 34ª Bienal reconhece a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindica a necessidade da arte como um campo de encontro, resistência, ruptura e transformação. Desde que encontramos esse verso, o breu que nos cerca foi se adensando: dos incêndios na Amazônia que escureceram o dia em São Paulo aos lutos e reclusões gerados pela pandemia e as decorrentes crises políticas, sociais e econômicas. Ao longo desses meses de trabalho, rodeados por colapsos de toda ordem, nos perguntamos uma e outra vez quais formas de arte e de presença no mundo são agora possíveis e necessárias. Em tempos escuros, quais são os cantos que não podemos seguir sem ouvir? – fonte. Bienal de São Paulo

Foram selecionados 91 artistas, de 39 países ao todo. A curadoria está sob a responsabilidade de Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez.

Do total de 91 artistas, cerca de 10 por cento são indígenas e 30 por cento, nomes conhecidos da década de 70, como o fotógrafo Pierre Verger

‘ Faz escuro mas eu canto’ já está acontecendo de forma online desde 2020, por ocasião da data que seria realizada o tradicional evento. Jaider Esbell, artista da etnia Makuxi, de Roraima, destaca-se pela eloquência de suas imagens fortes e coloridas e já conhecidas no Brasil e internacionalmente. 

A mostra Moquém – Surarî: arte indígena contemporânea, que se encontrará a aberta ao público no Museu de Arte Moderna de São Paulo  em agosto, como parte integrante da Bienal, apresentará obras de artistas dos povos Baniwa, Huni Kuin, Karipuna, Krenak, Marubo, Makuxi, Patamona, Pataxó, Tapirapé, Taurepang, Tikmu’un_Maxakali, Tukano, Xakriabá, Xirixana, Wapichana e Yanomami. Serão exibidos desenhos, pinturas, fotografias e esculturas que se referem às transformações visuais do pensamento cosmológico e narrativo amerínd

Logo da 34a. Bienal de São Paulo
SEM TÍTULO (2005). AQUARELA DE SUELI MAXAKALI
Jaider Esbell, Maldita e desejada - 2012. Do site da Bienal e cortesia do artista
Foto de Matheus Belém via site da Bienal. Uyra Elementar - 2018 (A última floresta - Terra pelada)
Matheus Belém - Uya, a árvores que anda.

Uyra  é uma figura emblemática, o alter ego do artista Emerson Munduruku, que cria e faz performance para chamar atenção do público para a importância da sustentabilidade.

Uýra (1991, Santarém, Pará) é uma entidade híbrida, o entrelaçar dos conhecimentos científicos da biologia às sabedorias ancestrais indígenas. Chama as plantas por seus nomes populares e em latim, e assim evoca suas propriedades medicinais, seus gostos, seus cheiros, seus poderes. O resultado é uma compreensão complexa e intrincada da mata, um emaranhado de conhecimentos e buscas. Uýra se apresenta como “uma árvore que anda”. Nasceu em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, quando a biólogo decidiu expandir sua pesquisa acadêmica e buscar formas de levar o debate sobre a conservação ambiental e os direitos indígenas e LGBT+ às comunidades de Manaus e seus arredores. Em aulas de arte e biologia, ou performances fotográficas, em maquiagens e camuflagens, em textos e instalações, o que Uýra faz é falar desde a floresta e com ela. Fonte: Bienal de São Paulo.

 

Nesta entrevista, o artista chileno Sebastián Calfuqueo Aliste, de ascendência Mapuche, expõe toda a sua trajetória como militante, a força da sua ancestralidade, a discriminação que sofre por ser homossexual em seu cotidiano e por pertencer a um grupo étnico indígena  Essas questões são colocadas de modo direto e impactante num de seus primeiros trabalhos, You Will Never be a Weye [Você nunca será um Weye] (2015), registro em vídeo de uma performance em que Calfuqueo Aliste desmascara a maneira como a história dos Machis Weyes (pessoas que não se ajustavam ao binarismo de gênero) fora apagada em consequência da doutrinação católica imposta pelos colonizadores e das políticas do estado chileno.

Considerando a riqueza de conteúdo dessa Bienal, além do fato de ter sido adiada pela pandemia e pautada no ambiente desmaterializado da internet, alonga o debate sobre os direitos dos povos originários. 

Em alguns países dizimados desumanamente, como é caso dos EUA,  onde existem apenas descendentes, a ancestralidade perdeu-se com a violência e catequização dos colonizadores.

No Brasil, até então, apesar das tentativas de diversos governos em acabar com nossos primeiros habitantes, a dimensão continental do país sempre ajudou nossos irmãos da floresta. Mas  infelizmente, a situação se agrava a cada ano, sobretudo neste governo, cujas as pressões para destruição da floresta e marginalização do índio a cada dia tem episódios mais graves.  Nosso respeito à Bienal de São Paulo e parabéns aos curadores pela sensibilidade e por abrir as portas dos museus (grande elite e panelinhas) para o artista indígena ter visibilidade e potencializar sua arte, mitos, lendas e vivências contemporâneas.

casa portuguesa

Fotos que são poesia para o olhar

A fotografia tem algo mágico quando numa fração de segundos condensa num fragmento de tempo, o infinito de um mundo, de uma história, de uma vida, de um fato.

Diferente do audiovisual, a foto faz o observador  sentir que a imagem representa muito mais por trás do flagrante.  O mais fantástico, é a liberdade sentida pelo observador de interpretar a imagem e processar em sua mente como deseja. O audiovisual – cinema, vídeo – também fantástica ferramenta de comunicação,  sempre traz consigo um conteúdo completo conduzindo o espectador a uma conclusão dirigida.

Um exemplo é a casa que vemos nas duas fotos. O que nos remete essa casa?  A imagem é de 2019, feita próximo ao cais, perto Cordoaria Nacional, região de Belém, em Lisboa. Uma casa portuguesa abandonada, esmagada pelo moderno, perto de um viaduto gigante.

No entanto, é tão cheia de graça com a viçosa trepadeira em tons que oscilam entre o vermelho e o verde, que o abandono é disfarçado pela beleza da planta. Num só segundo, imagina-se tudo: quem morou ali, como viveram e por que a deixaram. 

E o que me diz da foto ao lado. Não é uma verdadeira poesia para os olhos a luz do sol refletindo nas folhas, num fim de tarde, e mudando o tom do verde? É uma árvore em metamorfose com a luz do sol. Pelo que podemos observar é  um plátano, uma espécie exótica que não faz parte da flora brasileira. 

Existem muitos plátanos por aqui, nas regiões mais frias. Porém, a imagem foi captada na Bélgica num fim de tarde, num bucólico parque dentro da cidade de  Bruges. Uma foto que me remete aos ensinamentos de meu pai que chamava atenção às inúmeras nuances do verde quando descia com ele a Serra do Mar, rumo ao litoral paranaense. Depois descobri que o verde tem mais de 30 nuances. É poética da natureza.

Uma folha, ai,
melancolicamente
cai!

Mário Quintana

 

 ,

Quanta luta envolve esta foto. A luta pela sobrevivência no Brasil. Um catador de produtos reciclados, cuja venda lhe rende alguns trocos, consegue fazer peripécias para carregar o máximo de volume numa só viagem. Pobres personagens de um país desigual. Pobre animal que precisa ajudar seu dono a viver.

Foto inesquecível contra a luz. Silhuetas que dançam no facho de luz. Numa tarde qualquer,  em férias soberbas, foi possível captar o sol fugindo no horizonte e deixando um caminho dourado no mar.  

Um jeito criativo de vender seus brincos sem perder na visibilidade. Um tripé, uma armação de sombrinha e pronto a sua vitrine estava montada. Genial!

Esta foto é a minha preferida e foi captada em 2009. Talvez o ‘pássaro de sete cores’, como é chamado em Itapoá, balneário de Santa Catarina, Sul do Brasil, já esteja quase em extinção. Lá se instalou um porto particular e o desmate para especulação imobiliária está violento.

Fiz foto quase que sem perceber porque estava numa sacada e na casa vizinha tinha um palmeira com enormes cachos repletos de ‘coquinhos’ como chamamos no Sul a fruta. De repente, aqueles pássaros chegaram e numa fração de segundos fiz a foto. Minha preciosidade. Jamais farei outra igual. A árvore foi cortada porque estava sujando a piscina da casa, segundo soube…. 

 

Apenas uma flor amarela que floresce em campos.

Não! 

É ‘marcela galega’ excelente fitoterápico para o estômago. O auge do florescer é sempre  perto da Páscoa e a colheita deve ser feita na sexta-feira da Paixão. Dizem os alquimistas que potencializa a cura.

A foto é de Lunamar Rodrigues, uma amiga. Guardei-a com carinho pela composição da imagem. Valorizou e deu poesia a uma simples semente que se chama “pente de macaco’. 

O nome é devido a aspereza do primeiro invólucro, mas dentro dele guarda delicadas sementinhas envoltas em transparentes películas que se espalham com o vento. É a divina poética da natureza. 

Lembro de Abigail, amiga, que morava fora da cidade e dizia: “Adoro ouvir o vento fazer com que os pentes de macaco batam um no outro e pela força da batida se abram e com isso, deixam essas sementes voarem como chuvas douradas pelo campo”.

Uma janela que se abre para o infinito. O mar está ao fundo. Existe algo mais sugestivo que a imagem de uma janela aberta?

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!… E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons… acerta… desacerta…
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas cotidianas…

Mário Quintana

Todas essas fotos foram captadas por mim,  em tempos e lugares diferentes, cada qual trazendo em si a lembrança que as originou. Para você leitor essas fotos podem não dizer nada e envolve a sensibilidade de cada um. Todo flagrante tem uma história por trás da captação da imagem.  No entanto, sensibilizá-lo com minhas fotos não é o foco desse artigo, sim mostrar como o olhar pode ser ampliado muito além da imagem. É como: tua mão tem cinco dedos. Mas você só enxerga a mão, com seus cinco dedos? Ohhhh…. que pena!

Vamos lá! Exercite a sua mente e busque o que tem por trás de uma foto…

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