As águas, o capim dourado, os povos indígenas estão representados nesta ilustração de Marcela Weigert para o projeto Escravo Nem Pensar.
Marcam a identidade da região do Tocantins para um caderno de experiências no combate a escravidão contemporânea que foi lançado em 2021. De lá para cá, muito coisa tem sido feita pelo programa Escravo Nem Pensar, criado em 2004 pela ONGRRepórter Brasil, com objetivo educacional focado no treinamento de pessoas, entre educadores e profissionais da rede pública para combater no país condições análogas à escravidão.
Um trabalho de conscientização que não poderá ter fim enquanto persistir casos como os que foram denunciados recentemente no Rio Grande do Sul, envolvendo as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton.
As ilustrações são lúdicas e exaltam a liberdade, o povo e sua cultura. A valorização de sua identidade social como base para agir e buscar meios legais quando existe a violação dos direitos humanos. No Brasil é crime, pelo artigo 149, do Código Penal.
Enquanto existir dados como esses divulgados pela ONU que mostram as contradições sociais no Brasil é preciso investir em programas e educacionais e melhorar a qualidade vida da população brasileira. O país é a décima segunda economia do mundo, com seus 220 milhões de habitantes, como também um grande mercado consumidor, mas é o segundo em concentração de renda e o sétimo em desigualdade social.
O Maranhão foi outro estado brasileiro envolvido no programa e teve treinamentos de 2019 a 2021. As ilustrações da publicação são assinadas por Marcela Weigert.
No caderno do Maranhão por exemplo, a ilustração representa identidade da região. “Ä quebradeira de coco, pássaro guará , carimbó e as cores vivas da região bailam nos traços para representar essa gente de luta contra a escravidão”, explica Marcela.
O trabalho escravo dos dias de hoje difere da escravidão dos períodos colonial e imperial, quando as vítimas eram presas em correntes e açoitadas no pelourinho. O trabalho forçado, servidão por dívida, jornada exaustiva, condições degradantes são irregularidades trabalhistas que desrespeitam a dignidade e os direitos humanos.
Marcela Weigert usa a poética artística de forma lúdica para alertar e denunciar a violência, o preconceito e a desigualdade social.