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Aprenda a viver com os índios

 

Em abril o índio é lembrado por um dia. Para quem conheceu um pouco dos hábitos, usos e costumes dos povos da floresta jamais esquecerá os seus ensinamento por toda uma vida. Assim aconteceu comigo que tive o prazer de pesquisar ervas medicinais e realizar uma mostra sobre as plantas que curam usadas pelos índios das tribos Kaingangue e Guarani do Paraná. É um exemplo para o homem moderno, seja pelo modo de viver em coletividade, ou seja pela maneira como se relaciona com a natureza, assim como pelo saber de retirar dessa mesma natureza o tratamento para seus males. O legado é eterno.

Nessa reflexão, desenterrei um antigo livreto assinado por um médico paranaense,Móises Paciornick(1913-2007)  reconhecido internacionalmente pelas suas descobertas. “Aprendam a viver como os índios” um dos tantos livros assinados por ele que mostram a sabedoria dos usos e costumes indígenas.

Na década de 70  percorreu as comunidades indígenas do Paraná e descobriu que as índias caingangue tinham constituição física melhor do que a da mulher branca. Defendeu e introduziu o parto de cócoras entre as mulheres brancas. Eu fui uma delas que escolhi ter a minha terceira filha de acordo com os métodos preconizados por Paciornick.

“O índio e a índia da mata não fazem dieta, não obedecem a nenhuma técnica padronizada de exercícios físicos, assim mesmo, apresentam constituição orgânica incomparavelmente melhor do que o da mulher ‘civilizada’. Larga série de doenças e deficiências físicas que acometem os civilizados neles não aparecem. Por que?”, pergunta o médico no início do livro.

Ele começa a sua narração com o capítulo O exemplo vem de cima. “Você tem idade da sua coluna. Editado em 1985, o livro começa falando da coluna e dizendo que 40% dos europeus sofrem de prisão de ventre ou dor nas costas, em geral, as duas coisas juntas.

Lembro perfeitamente quando o entrevistei em 1993,ele me perguntou se eu ficava de cócoras. Em poucos minutos me repassou um hábito que aprendeu com os índios e incorporou para o resto de sua vida. “Agacha-se e permanece na posição de cócoras por alguns minutos. Levanta-se, distende o corpo e joga a cabeça para trás”.

Ele descobriu que esta postura ajuda a fortalecer o baixo ventre e prevenir o câncer de útero, a prisao de ventre e dores nas costas. O médico tinha participado de uma campanha de prevenção do câncer pelo  Ministério da Saúde e descobriu um baixo índice entre as mulheres índias.

Além de provar a eficiência da postura acocorada usada pelos índios, Paciornick falava sem constrangimento, sobre o problema da prisão de ventre. “Faça uma enquete no seu trabalho ou na sua casa”, recomendava, e completava dizendo que 50% das pessoas tem problemas com as duas doenças.

“As cadeiras contribuem para aumentar a nossa flacidez no baixo ventre e a alimentação industrializada”. O próprio médico foi um exemplo de que sua teoria era correta. Moisés Paciornick era um jovem de 80 anos envelhecendo cheio de sonhos de cada vez mais escrever, quando o conheci.

Sempre bem humorado dizia que com a implantação da vergonha no mundo civilizado, surgiram as privadas, cada vez mais privadas, que se tornaram discretas, silenciosas, escondidas e cômodas.

Falava sobre as privadas em tom de brincadeira para mostrar a dimensão da preguiça instalada na sociedade moderna. Para ele, acocorar-se era a solução para muitos problemas. “Não tenha preguiça, pratique a Ginástica Índia Brasileira, coma e descoma certo. O lucro será seu, você não se arrependerá”.

O vídeo abaixo mostra um trabalho de pesquisa sobre ervas medicinais e costumes indígenas realizado pela Secretaria do Meio Ambiente do Paraná, na década de 90. A reportagem foi feita por mim e as imagens são J.Carneiro (in memorian).

 

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Cerimônia terminal

SUJOU!

O cortejo apontou na virada da esquina justamente na hora que o zelador estava fechando o cemitério. O homem de preto que comandava o séquito adiantou-se e veio tentar convencer o funcionário:

– Boa tarde, sou irmão do falecido e peço ao amigo um pouquinho de paciência. Precisamos enterrar o mano ainda hoje… Não tenho culpa porque atrasou tudo lá na igreja. Sabe, foi aquele padre que complicou tudo.

– Boa noite, rebateu o zelador. Sinto muito, seu enterro era para as cinco horas. Você mesmo esta vendo que já escureceu e vai chover… Voltem e velem o defunto por mais uma noite.

– É coisa rápida, só dez minutinhos…

Mas o zelador estava impassível. Então o irmão se valeu do último recurso:

– Claro que vai sobrar uma graninha, disse o mano esfregando dois dedos.

Agora sim, suas palavras soaram mais convincentes. De pronto, o zelador escancarou o portão.

Enquanto o pessoal passava, o funcionário foi correndo avisar o coveiro que estava trocando de roupas.

Postados diante do túmulo, os seguradores de alças tiveram que aguentar o peso até chegar o coveiro. A garoa fina veio, aumentando o mal estar. Quando finalmente o responsável pelos trabalhos chegou, foi rapidamente armando os cavaletes e passando a cordinha em torno do caixão de uma maneira tão frenética que o irmão reclamou:

– Que pressa é essa? Vai tirar seu pai da forca? Antes de tudo você tem que abrir a janelinha para a viúva se despedir!

O coveiro, com toda a má vontade do mundo, foi lá e retirou rapidamente a plaquinha. A viúva chorosa, abraçou o caixão, afagou-o e misturou suas lágrimas com a umidade da chuvinha. Não é que no meio da turba impaciente e encoberta pelo lusco fusco da penumbra, uma vozinha feminina protestou?

– Que teatro! Essa aí está ansiosa é de por a mão no dinheiro do falecido! Megera!

Surpresa, a viúva levantou os olhos e procurou a rival. Não achando deu um ponta pé na canela do cunhado que acusou, dando um gritinho.

Sem outras delongas, o coveiro retomou o ritmo frenético das providências. Sem antes protestar com os dentes cerrados:

– Não ganho hora extra!

Com auxílio dos alceiros, encaminhou o caixão para o buraco aberto no concreto:

– Sujou! Não cabe, o caixão é maior que a cova!

Um mal estar se propagou nos assistentes como fosse o rastilho de pólvora. Sim, por mais que o chuvisco e a escuridão incomodassem, não existe uma regra implícita de que os assistentes não abandonem a cerimônia antes de seu término?

Com a indefinição, começou um clima de revolta. Aos poucos, algumas palavras saíram do meio incógnito da escuridão: ‘logo agora?’; ‘vou me mandar!’; ‘palhaçada!’… Outros davam palpites: ‘Não cabe enviesado?’, ‘temo que serrá!¹’ e o definitivo: ‘chamem a funerária!’

Mas o irmão estava impassível:

– Quero meu irmão nos conformes!

A turma se dividiu por gênero: os homens rodearam o irmão chefe e as mulheres se agruparam solidárias com a viúva. Esse ato repentino expos a figura da inimiga que teve que se refugiar atrás de um túmulo. Dalí bradou seu último protesto:

– Bem feito!

Como o impasse não progredia, o primeiro corajoso despediu-se:

– Vou me mandar que amanhã pego às sete!

Era o coveiro.

– E o corpo? Indagou o irmão chefe.

– Deixe aí que amanhã eu quebro essa! Respondeu o coveiro de longe.

Disfarçadamente começou a dispersão geral.

Lá, na saída do grande portão, o chateado zelador ficou abismado quando viu aquela turba de gente saindo numa correria adoidada. Espavorido gritou, pediu explicações, mas qual, ninguém se arriscava a parar. Até conseguir fisgar um deles pelo braço:

– O que está havendo?

Ofegante o homem parou, mas sempre olhando assustado para trás. E explicou:

– Já tínhamos saído do lugar do enterro quando ouvimos o baque do caixão no chão e alguém gritando: ‘- Incompetentes, deixe que eu vou sozinho!’ Até pode ter sido um engraçadinho que se aproveitou da ocasião, mas a viúva que corria ao meu lado jurou que a voz era do falecido!

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O mundo que Greenpeace quis mudar está pior

O documentário “How to change the world” ( Como mudar o mundo), que encerrou o Festival Internacional de Jornalismo, em Perugia, conta a história do maior movimento ambientalista do planeta.  A narração é intensa e revela paixão de um grupo de jovens ativista que lutam por ideal puro, romântico, acreditando que o mundo poderia melhorar.

O homem não aprendeu a lição

Sem desmerecer o fantástico trabalho que a organização está prestando à humanidade, apenas pontuar que o homem não aprendeu a lição. Continua ganancioso e destruindo cada vez mais a sua casa.

Hoje o mundo está pior, sim, é possível afirmar sem a preocupação de errar na análise.

Os mares têm tanto plástico que já existem ilhas no Pacífico compostas de lixo descartáveis. As baleias e as focas que foram as lutas iniciais da organização não estão mais sendo caçadas indiscriminadamente, mas correm o risco de morrer do mesmo jeito por ingerir material tóxico.

Nicolo’Carmineo nesse vídeo fala sobre o que está acontecendo no mar pelos excessos do mundo moderno.

Em Gana, o problema social é grave e um dos principais problemas é gerado por lixo tecnológico, telefones celulares, computadores vendidos pelos países desenvolvidos para os africanos.

A direção do Greenpeace já não é a mesma que começou em 1971. Houve desavenças e o grupo se dividiu. Robert Hunter saiu primeiro e faleceu de câncer em 2005, talvez por desilusão de ver que seu sonho tornou-se romântico diante do quadro atual em que se encontra o planeta.

Se o Greenpeace tem como meta ainda mudar o mundo precisa investir todos os seus esforços e dinheiro numa mudança radical da humanidade em hábitos e comportamento de consumo, sobretudo por eles mesmo que vivem nos países mais desenvolvidos, que são os maiores poluidores. Será possível ganhar essa guerra contra o capitalismo selvagem?

 

 

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Perugia nel percorso dei giornalisti

Perugia ha ricevuto questa settimana giornalisti di tutto il mondo nel Festival Internazionale di Giornalismo#ifj16.

La storia millenaria della città è stato scenario di fondo al più contemporaneo dibattito sul comunicazione mondiale.

Internet e suoi strumenti di ricerca e divulgazione sono le preferenze dei giornalisti del ventunesimo secolo. Livia Iacolare, la prima persona assunta dal team media di Twitter, ha mostrato le novità negli strumenti che migliora la performance del giornalismo di 140 carattere.

La privacy e le protezione dei dati sono tematiche che si inserisce nel quotidiano del giornalista e . Alessandro Rodolfi, collaboratore della cattedra di Informatica Giuridica, della Università di Milano, nel workshop ha parlato del sistema di protezione che oggi i grandi giornali usano come The Guardian, Washington Post. C’è  un trilione di tentati per secondi di digitazione de password nella internet. Pertanto,  è fondamentale l’attenzione nella scelta del suo codice secreti.

In mezzo all’infinità di officine e workshops  i giornalisti hanno la possibilità da fare un giro nella città che li accoglie. Tutta la struttura del Festival è a posto dentro del centro storico. In pochi passi è possibile conoscere i principali punti turistiche di  Perugia, una città in cui la storia risalgano da IX  a.C.