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Artistas ingleses exercitam a criatividade em época de Olimpíada

Artistas do Reino Unido estão se preparando para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Eles criaram  um conjunto de estampas exclusivas feitas para marcar um dos eventos mais populares de esporte no mundo.

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Tracey Emin

foto via Artlyst

As obras, de edição limitada, serão produzidas pela Counter Editions Company,  com sede em Londres, e estarão disponíveis a partir do dia 2 de agosto. Artistas famosos na Europa como Tracey Emin, David Shrigley, Howard Hodgkin e Eddie Peake, exercitam a criatividade inspirados no tema “o espírito de equipe da GB (Great Britain)“.

O trabalho de Emin faz gravuras sobre o vento, enquanto o desenho irreverente de Shrigley proclama que a vida é fantástica. Peake, que é conhecido por sua arte atrevida, usa estampas que mostram pele, suor e brilho no corpo.

Fonte: The Art Newspaper

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Fotógrafo usa nudez para protestar contra Trump

Outro artista americano se posiciona contra Donald Trump abertamente e coloca em sua arte a indignação pelo discurso preconceituoso do candidato à presidência dos Estados Unidos. Desta vez , Spencer Tunick , fotógrafo conhecido por imagens de nudez em multidões, reverencia  o papel da mulher na sociedade.A obra se desenvolveu em Clevend, EUA, perto da sede do partido Republicano, na véspera da convenção, que começou segunda.

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A instalação de arte “Everyting she says means everything”(Tudo que ela diz significa tudo), que reuniu cerca de 130 mulheres nuas, cada uma com um espelho oval, para refletir “o conhecimento e a sabedoria das mulheres progressistas e o conceito da ‘Mãe Natureza’ – segundo informação divulgada no site do artista.  A foto/arte ocorreu em propriedade privada com vista à arena.O proprietário deu permissão, disse Tunick e assim a polícia não pode intervir, levando em conta que a nudez pública em Cleveland é ilegal.

Donald Trump surpreende o mundo com seus discursos homofóbicos, sexistas e racistas e tem provocado inspiração em artistas plásticos americanos que criam obras ou instalações criticando suas posições políticas e sociais.

Tunick disse que tem duas filhas e uma esposa e que não pode acreditar que a linguagem e retórica de ódio contra mulheres e as minorias venha do Partido Republicano. “Eu tinha que fazer algo para combater esse pensamento idiota”, afirmou.

 

Fonte:site Spencer Tunick e Exibart

 

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I – Heróis Olímpicos: o lendário Jesse Owens

Por Luiz Ernesto Wanke –  Por algum tempo namoramos aquele velho álbum de autógrafos da Olimpíada de Berlim de 1936 que estava exposto na vitrine de um sebo em Curitiba. Possuí-lo era um desejo muito grande, mas a grana curta não combinava com seu preço. Até que o dito cujo foi alvo de uma reportagem no jornal contando um pouco da sua origem e raridade e como consequência da divulgação, nosso objeto de cobiça aguçaria uma atenção maior e a chance de perdermos aquele raro álbum aumentaria consideravelmente.

Era um álbum de propaganda da festa nazista comandada por Goebbels, com fotos e mensagens de Hitler.

Não teve jeito senão reunir os trocados e as forças – juntamente com o filho Marcos Luiz – e correr para dar um cheque pré-datado para concretizar o sonho.

Pertencera a uma atleta, baronesa Hilda von Puttkamer, na realidade alemã de nascimento que se mudara para cá e se naturalizara brasileira. Única atleta do Brasil que competiu na modalidade de florete não fez feio: classificou-se para a semifinal entre as dezesseis melhores atletas. Infelizmente, na semifinal perdeu para todas as adversárias. Livre dos compromissos oficiais, sua distração foi buscar os autógrafos naquele álbum dos medalhistas de ouro daquela Olimpíada. E assim fez enchendo-o com assinaturas dos primeiros colocados nas diversas modalidades.

Resolvi pesquisar sobre os personagens daquele álbum. O primeiro da lista era o mais famoso:

Assinatura n. 1: O LENDÁRIO JESSE OWENS

Foi desse atleta – lendário porque suas vitórias desagradaram Hitler – que Hilda conseguiu sua primeira assinatura. Mais ainda, para ela Owens escreveu abaixo as provas que tinha participado como velocista, todas batendo os respectivos recordes olímpicos: corridas de 100 metros rasos ( tempo de 10s e 3 décimos); 200 metros (tempo de 20s e 7 décimos) e salto em extensão, prova característica de velocistas, com 8,06 metros.

Mas quando Owens assinou o álbum para Hilda, ainda não tinha corrido o revezamento 4×100 m, que ele nem estava escalado para competir. Quer dizer, assim como Hilda, ele passeava livre na vila Olímpica porque supunha ter encerrado sua participação.

Para o revezamento, o técnico Lawson Robertson tinha escalado quatro atletas, entre eles, dois de origem judia, Martin Glickman e Samuel Stoller, todos especialistas na prova. O técnico nem tinha cogitado Owens e seu companheiro Ralph Metcalfe, medalha de prata na prova de 100 metros vencida pelo primeiro. Na última hora, o técnico mudou de opinião e escalou os dois atletas negros no lugar dos judeus. Imediatamente recebeu críticas ásperas da imprensa do seu país por estar supostamente atendendo a pressão alemã, hostil aos judeus.

Decisão sábia: com os dois a equipe americana bateu o recorde mundial que duraria mais de 20 anos: tempo de 38s 8 décimos.

O mais interessante é que o episódio gerou um incidente de ordem racial entre a delegação norte-americana, justamente com ele, Owens, alvo da ira de Hitler. Além da

Imprensa americana, os prejudicados, Glickman e Stoller, reclamaram alegando que, se fossem eles, os especialistas, o recorde teria sido melhor.

A assinatura de Owens no álbum de Hilda ocorreu no intervalo entre 5 a 7 de agosto, no intervalo entre o salto vitorioso e a corrida de revezamento, o que foi providencial para nossa atleta Hilda, porque no final Owens ficou com caibras no braço direito de tanto assinar autógrafos, cansaço que obrigou Owens a pedir para outros atletas negros assinarem por ele. Um deles foi Herb Flemming que era muito parecido com ele.

A história de Owens supera a lenda e é muito mais surpreendente saber que, quando na sua volta para casa, o seu presidente, Delano Roosevelt, não o quis recebe-lo e nem lhe mandou o tradicional telegrama de congratulação. Magoado, Owens apoiou Alfred Landon, o candidato de oposição a Roosevelt, na eleição seguinte. Com a fragorosa derrota deste candidato, Owens, um valoroso vencedor no esporte, teve que amargar maus momentos, sobrevivendo primeiramente como maestro de uma banda de música e, depois, como um modesto emprego de instrutor de recreação para crianças, em Cleveland.

Sua participação espetacular naquela Olimpíada virou uma lenda tão forte que ultrapassou os limites esportivos para se tornar uma referência contra a descriminação racial.

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Dinamarca devolve antiguidades retiradas ilegalmente da Itália

Tesouros artísticos devolvidos à Itália

Um grande museu dinamarquês, o Ny Carlsberg Glyptotek, concordou em restituir à Itália cerca de 500 peças antigas adquiridas na década de 70.  As relíquias históricas foram descobertas em escavações ilegais e retiradas clandestinamente do território italiano.

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O Ny Carlsberg Glyptotek, localizado em Copenhague, capital da Dinamarca, detém a maior coleção de antiguidades do norte da Europa. O acordo entre os dois países foi histórico e está em negociação desde 2012. Serão devolvidas peças do século VIII aC. – uma carruagem bronze, escudo, armas, queimadores de incenso, talheres, encontradas na tumba de um príncipe etrusco, entre outros objetos arqueológicos. As peças deverão ser entregues entre dezembro até o final de 2017.

Fara in Sabine

Acredita-se que os objetos poderiam pertencer a necrópole Sabine em Colle del Forno, perto de Roma, assim como podem ser enviados para o Museu Cívico Arqueológico de Fara in Sabine.

Um comunicado emitido pela Glyptotek reconheceu que “as investigações têm mostrado que os objetos tinham sido descobertos em escavações ilegais na Itália e exportado sem licença”. As 500 peças, segundo a imprensa dinamarquesa, foram negociados por um especialista em arte antiga, Robert Hecht, julgado pelos tribunais italianos em 2005, por conspirar em receber antiguidades ilegalmente retiradas da Itália. O caso terminou sem veredito em 2012, depois que o estatuto de limitações expirou. Ele morreu poucas semanas depois da decisão, com 92 anos.

Glyptotek

O diretor do Glyptotek, Flemming Friborg, confirmou que os objetos a serem restituídos foram “adquiridos principalmente” de Hecht, que “naquele tempo era considerado um indivíduo respeitável”.  Frigorb reconhece que as aquisições não deveriam ser feitas. “O que a princípio parecia que iria se transformar num impasse político legal, agora, através de um diálogo acadêmico intenso foi transformado em um acordo poderoso e visionário”.

Em troca da restituição há muito aguardada, o ministério italiano de cultura se comprometeu a emprestar peças significativas para o museu dinamarquês, em itinerância contínua. O Glyptotek também irá colaborar mais estreitamente com as instituições italianas em pesquisa e exposições.

Olhar Crítico

O mundo da arte é também uma ‘briga de foice’ como diz o ditado popular. A Itália foi buscar seus direitos com razão, mas os próprios italianos também já foram obrigados a devolver obras retiradas ilegalmente de outros países. Num giro na internet foi possível descobrir duas apropriações indevidas da Itália, uma Líbia e outra do Paquistão. Líbia recuperou a Vênus de Sirene e o Pasquitão, 96 objetos em terracota.

Se assim fosse na América do Sul tão saqueada em suas relíquias históricas, como os tesouros Incas e muitos outros mais, pelos europeus conquistadores. O acordo, sem dúvida, abre um precedente judicial nas vendas clandestinas de obras arte, que muitas vezes chegam aos museus. Basta visitar o Louvre, na França, ou o Museu Britânico, em Londres, para ver a infinidade de peças antigas retiradas do seu lugar de origem. Será que foram todas legalmente?

Fonte: The Art Newspaper