Jonatas Medeiros - Tradutor e intérprete de Libras UFPR. Foto cedida pela UFPR

Libras na arte pela manifestação poética de artistas surdos

Um mundo de emoções e significados revela-se nas expressões faciais e corporais dos artistas surdos.

É de deixar atônito o espectador!

Quando representação artística tem tradução para a língua portuguesa, fazendo a conexão entre o ouvinte e o não ouvinte,  é ainda mais fantástico para o público que desconhece Libras. Aguça a sensibilidade pela experiência das mãos no processo de comunicação.

É constatar,  por um lado, a leveza e desenvoltura do artista na sua performance e por outro,  a velocidade que se processa aqueles gestos e sinais que dizem tudo e constroem um pensamento completo.

Libras encerra em si uma beleza estética na  sua forma e essência  e o artista surdo sabe explorá-la com suas emoções.  Na ‘bolha’ em que vivemos não nos damos conta da criatividade e das produções realizadas pela comunidade surda. 

A participação de alguns artistas e da professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sueli Fernandes, no  tradicional encontro de domingo, dos Estados Gerais da Cultura, foi uma conquista de espaço e interação entre o público ouvinte e o surdo.  Foi histórico e vale a pena assistir no canal do movimento no Youtube: Arte, Cultura e Literatura Surda.

 

Claudio Mourão - artista surdo, professor Dr. da UFRGS

“As mãos, na língua de sinais, produzem as palavras, voam como a velocidade da luz, atravessam a visão do outro, desembarcam no aeroporto dos olhos, automaticamente vão parar no cérebro, explodindo os maiores parques do mundo, onde podem brincar de roda gigante, carrossel, montanha russa. Com as palavras gritando, entre uns e outros, são produzidas linguagens que se conectam além do significante/significado, se tornam signos, e logo nasce o compreender e entender das palavras”.      Claudio Mourao.

Sueli Fernandes, além de acadêmica, desenvolve um projeto em Libras no Museu Paranaense, em Curitiba, e há 28 anos trabalha com surdos.  É militante na defesa dos surdos, uma minoria social estigmatizada e que ainda sofre preconceitos. Libras, por exemplo, tem pouco tempo de reconhecimento linguístico. Foi em 2002 que passou a existir como uma língua nacional de comunicação. A professore, atualmente está abrindo espaço maior para que Libras seja também sinônimo de cultura surda, na arte, no cinema, na literatura, na produção social. O projeto prevê não apenas em dar o direito ao surdo de se comunicar em língua de sinais, mas conscientizar e expandir para produção, consumo, recepção de conhecimento como uma língua partilhada, não só dos surdos.

professora da UFPR, Sueli Fernandes

A artista surda Gabriela Grigolon tem diversas produções no campo da literatura e da poesia. Se denomina slamer,  uma poeta de rua, uma modalidade de arte que começou nos Estados Unidos e aqui no Brasil tem sua própria característica e essa batalha literária de rua é também adaptada para surdos.

Sua apresentação no encontro dos Estados Gerais da Cultura foi  eloquente ou melhor definindo, intensa e emocionante, ao mostrar para o público o quanto a sociedade atual ainda não insere o surdo e não o ouve em suas angústias.

“Meu meu caminho na arte inicia pela minha família que também é envolvida artisticamente, mas no meu caso,  a arte sempre era sem acessibilidade, também vivia angustiada porque tinha um relacionamento abusivo e não sabia como denunciar.” 

 

Gabriela Grigolon, atriz e poeta de Curitiba

“A Libras possui estrutura gramatical própria, portanto, é uma língua. Inclusive é reconhecida como segunda língua oficial do Brasil desde 2002, através da Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002. O ato de se comunicar através da Libras é fazer o uso da linguagem”. fonte: Libras

 A comunidade reivindica Teatro Bilíngue de Base para começar. “Não se quer uma arte que use da língua de sinais como simples objeto estilístico. Se quer movimentos, legítimos, profundos e não utilitaristas”. Fonte Facebook.

Rhaul de Lemos, tradutor e intérprete de Libras. UFPR

“Estou sozinha, bloqueada, não consigo me comunicar. Eu quero bilinguismo, quero minha língua no meu corpo. Sou muda, sou negra surda”.

Não deixem de assistir o slam de Gabriela para sentir à flor da pele sua angústia e perceber o nosso grau de insensibilidade.

Alguma vez já imaginou como uma pessoa surda pode falar sobre suas dores em um hospital que não tem ninguém que possa interpretar Libras?

Pense nisso!

Imaginem Gabriela Grigolon, gestante, dentro de um hospital sem  se comunicar porque uma sociedade inoperante não sabe o quanto é necessário um intérprete de Libras no local.

Deveria ser obrigatório.,

Tela de Heinz Budweg

A sabedoria dos povos da floresta

Nossas florestas ardem e junto com elas desaparecem as plantas que curam, alimentam e fornecem o conhecimento a humanidade.

Os índios foram fiéis depositórios  deste conhecimento que vem sendo transmitido de geração para geração.  Os Povos da Floresta não escrevem as suas memórias ou documentam os seus usos e costumes. Vivem o presente e a sua sabedoria ancestral é passada como uma espécie de literatura oral de pai para filho. “Kuarajy reike mborayhukõ’eti ombohesakã”, dizem os Kaingang, Guarani ou Xetás. Significa: amar o poente dá a luz ao amanhecer.

 “Amar o poente é buscar o nascente, o nascer. O velho, o poente, é o dono da história, o saber. O homem é a aldeia, o agora. E a criança é a dona do mundo, o vir a ser, o amanhecer. O Guarani é um povo muito místico e todos os dias o pajé-cacique reúne sua tribo na Casa da Reza, para realizar seus rituais pedindo a Tupã a proteção para os mais novos e aos idosos, defumando com o petÿ ou petinguá (cachimbo) os sagrados lados da casa onde o sol nasce e onde se põe” (Fonte: indigenista Edivídio Battistelli).

Tela de Heinz Budweg

 

O Guarani é nômade e sempre caminha em direção ao Leste, em busca da terra sem males. . Na sua mitologia  o conceito terra sem males, o paraíso, é um lugar que é chamado “aguydjê, uvý-nõmimbyré,mbáeveráguasú,mará-ey ou yváy” , denominações com o mesmo significado, usadas pelas diversas tribos que compõem este grande grupo linguístico. Um mundo singular, onde o homem é totalmente livre e as regras da vida são trilhadas por tradições milenares, obedecidas espontânea e instintivamente por todos.

Alguns homens brancos brasileiros que viveram com os índios ficaram irremediavelmente apaixonados pela sabedoria das tradições e pela pureza de espírito destes povos da floresta. Os irmãos Villas Boas estão neste rol http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/em-xingu-os-irmaos-villas-boas-sao-herois-imperfeitos. Sem dúvida, são os mais ilustres. A eles devemos a criação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a demarcação de áreas para os índios viverem pacificamente, apesar de existirem ainda conflitos entre índios e gananciosos brancos.

 

O artista alemão Heinz Budweg, nascido e Berlim e desde 13 anos vivendo no Brasil, atualmente em São Paulo, colocou em pauta o tema índios brasileiros, principalmente da Amazônia, na agenda de arte internacional quando mostrou seu trabalho lá fora. Heinz foi responsável pelo texto e ilustração do material Xingu e seus mistérios, material distribuído por ele e pela Fundação Nacional do Índio, na década de 80. Magnífica pesquisa apresentando em ilustração e texto, as comunidades indígenas do Parque Nacional do Xingu e seus usos e costumes. Este foi apenas um dos diversos trabalhos artísticos e pesquisas do alemão-brasileiro sobre o Brasil e a sua gente.

O indigenista paranaense Edívio Battistelli é outro que tem um caso de amor incondicional à causa indígena. Entre 1994 a 2003, criou a Assessoria de Assuntos Indígenas durante o Governo Lerner e colocou na pauta governamental o tema índio no Paraná. Durante o período que atuou na Funai, hoje está aposentado, implementou projetos que garantiram buscam a dignidade e a  manutenção das culturas dos Guarani, Kaingangs e Xetás em território paranaense. 

 

 

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Capadócia é museu a céu aberto

Quem visita a Capadócia, localizada na longínqua região da Anatólia central, na Turquia, nunca mais a esquece. Um museu a céu aberto que traz nas rochas milenares histórias de outros mundos.

Uma região em que a natureza esculpiu durante milhões de anos uma das mais extraordinárias formações geológicas. Com o passar dos anos,  os povos que ali se instalaram cinzelaram esta terra vulcânica conforme suas necessidades. A rocha serviu de morada, local de trabalho e também de fé.

Desde a antiguidade, a Capadócia foi habitada por diversas populações que deixaram um número infinito de cidades antigas, que depois de descobertas contaram a história de diversas civilizações que passaram por ali. Foram encontradas inscrições Hititas e após queda deste império, a região foi dominada pelos  Frígios, Lídios e Macedônios. 

No período romano a região tornou-se área militar e durante o início do cristianismo as escavações dentro das formações rochosas contam o quanto foi importante o local para o desenvolvimento da religião cristã. Para se protegeram das grandes invasões vindas do Sul, os habitantes construíram seus mosteiros longe das grandes vias e no fundo dos vales

A partir do século VII, os persas vindo do Leste e os árabes do Sul arrasam a região. A população refugia-se nas cidades subterrâneas, escavando o tufo vulcânico que possibilita a oxigenação pelo labirinto de galerias. 

Visitar o local é se transportar a outro mundo, num passado remoto  em que as pessoas viviam coletivamente,  unidas por uma única crença: a palavra de Jesus. 

 

Göreme é a cidade que recebe os turistas. Possui um grande número de igrejas, refeitórios e salas de reuniões, todos escavados dentro das formações rochosas. O conjunto de escavações prova que no século XII existia ali um importante centro de vida monásticas.

Muitas igrejas apresentam afrescos com imagens do cristianismo e até hoje muitos sinais e temas são desconhecidos apesar das investigações. Como é caso do olho de Deus que se presume  esteja registradaoem alguns afrescos do século XII, num mosteiro rochoso. 

 

 

 

Nas paredes da Igreja de Santa Bárbara existem afrescos que os pesquisadores até hoje não conseguiram entender o seu significado. Os símbolos de cor vermelha (cruzes, triângulos, colunas, medalhões e animais indefiníveis) parecem ter sido traçados pelas primeiras pessoas que escavaram o tufo, como amuletos de proteção. São Jorge é muito popular na Capadócia e diversos afrescos o representam matando o dragão.

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‘Valentino’. Genio impareggiabile tra il cucito e l’arte

Valentino ha fatto un'installazione con i vestiti tutto bianco negli studi di Cinecittà. L'iniziativa mi ha ricordato un altro evento indimenticabile!

Era l’anno 2007 e il luogo Ara Pacis a Roma. La celebração dei 45 anni della prima collezione di Valentino è stata segnata come un evento unico nel mondo della moda e dell’arte. La sfilata si è svolta in un luogo iconico come Cinecittà, che Valentino presenta oggi la sua collezione couture inverno 2020/2021.

Ero a sistemare il mio archivio personale di foto quando ho trovato la mostra dell’artista della cucita e  le condivido con gli interessati e gli amanti della moda come arte. Mostrano in piccola scala, il genio e il talento del genio italiano della cucita.

Modelli inimmaginabili nella raffinatezza, eleganza e delicatezza nella suavità del tessuto, nel taglio esatto e perfetto, nei ricami, in tutti detagli che insieme sono vere opere d’arte.

Le donne famose nel mondo, da principesse europee, arabe, asiatiche, attrici, milionarie, hanno ispirato questo artista dell’ago e del taglio a creare forme che vestite nei corpi femminili le conducono in un universo di sogni ed incanto.

Invito il lettore, colui che si sveste dei pregiudizi e riconosce il cucito come espressione artistica, a godere della raffinatezza di Valentino. Entrare nel suo mondo magico dimenticando le frivolezze della moda a guardare con gli occhi di chi apprezza l’arte.

Questo meraviglioso a lungo nero l’attrice icona italiana Sophia Loren lo usato. La morbidezza del tessuto mostra una vestibilità perfetta completata dal ricamo e dal delicato pizzo che rifinisce lo scollo e la gonna.

Per decenni, Valentino è stato lo stilista preferito di queste donne famose che hanno popolato l’immaginario di diversi adolescenti e donne comuni da un capo all’altro del pianeta. Un mondo che esiste e e a noi è inaccessibile, quello delle celebrità.

I modelli creati da Valentino presente in questa mostra  avevano insieme una cartella o un video raccontando la storia personale di chi indossava, oppure la storia dell’evento in cui il modelo di vestito è stato utilizzato. Cerimonia di premiazione, festa della nobiltà, evento iconico, matrimonio reale

 

Questo è vestito a lungo in raso indossato da Elizabeth Hurley, attrice britannica che è stata a lungo anche pubbliche relazioni a livello mondiale per il marchio di moda e bellezza Estée Lauder. L’attrice ha utilizzato molti modelli della famosa “V”, che ha persino sfruttato il suo marchio per creare accessori e altri oggetti di scena femminili.

La mostra ha presentato circa 300 vestiti da lui progettati, quasi tutti modelli a lungo. Valentino fonda la sua prima casa nel 1959, nell’elegante Via Condotti, a Roma. Nel 1960 conosce Giancarlo Giammetti, divenuto successivamente socio e amministratore di Casa Valentino.

 

 

Però la fama ha conquistato nel 1962, quando partecipò alla sfilata a Firenze, a Palazzo Pitti. Era ancora giovanissimo e la conferma è stata dell’ultimo minuto a presentare la collezione l’ultimo giorno, e anche così, con condizioni sfavorevoli alla sfilata, il trionfo è stato tale che i grandi compratori americani hanno lottato tra loro per acquistare gli abiti del più giovane stilista italiano. 

Giusta la scelta il luogo come Ara Pacis a celebrare i 45 anni dal lancio della sua prima collezione. Il posto racchiude più di duemila anni di storia, è affascinante e ha dato alla mostra un aire di nobileza. Il tempio della pace e dell’armonia

 Ara in latino significa altare. Un altare che l’imperatore Augusto dedicò alla pace. Uno spazio che trasuda potere, conquista e allo stesso tempo ci infonde a una sensazione di armonia.