D9FD64DD-8CD0-4B1C-91D5-C72E4DE0C68A

Em tempo de pandemia equilibrar o corpo é arte do Yin e do Yang

Há mais de 30 anos fui convidada a participar de um curso sobre vida natural, culinária e filosofia oriental numa chácara em Piraquara, Paraná.

 O que aprendi lá me transformou em ‘bicho grilo’ internamente, embora sempre mantendo o estilo conservador. Na época nem tinha ideia de como aqueles encontros iriam modificar a maneira de me inserir no mundo. 

Lá encontrei Geralda, uma ex-freira,  com as informações sobre u livro que tinha traduzido do francês sobre Yin e Yang.

E foi assim que a história começou……a

Naquela chácara em Piraquara, perto de Curitiba,  aprendi pisando na terra, observando as folhas e flores que o Universo segue leis imutáveis e faz isto num movimento contínuo de energia que expande e recolhe, todos os dias e em toda mudança de estação. É troca da energia Yin para o Yang e vice-versa… 

O Yin é o frio, feminino, a lua, a noite….

O Yang é o sol, o masculino, o calor, o dia…

Para que estas energias se movimentem continuamente e se transformem é importante saber que elas precisam de cinco elementos que as impulsionam na geração ou na destruição, do calor em frio, ou frio em calor.

É importante guardar numa caixinha separada do cérebro algumas peças chaves do quebra-cabeça: madeira, fogo, terra, metal e água.

Aí Geralda carregava o grupo para fora da casa  e dramatizava a sua explicação. “Vejam a madeira ( árvores)”, apontava. Ela produz o fogo porque deixa-se queimar e suas cinzas se transformam em terra. Portanto, a madeira produz fogo e fogo produz terra…

Mas o mais fascinante de toda a explicação é a revelação de que na medicina chinesa (e não sei como os sábios chineses chegaram a esta conclusão) o fogo em nosso corpo é representado pelo coração e a madeira pela fígado. Conclusão: se a madeira produz fogo é sinal que o fígado gera, ou melhor dá energia para o coração.

Então se o fígado está ruim é o coração que sofre. “Olhe a estação do momento. A primavera, por exemplo, é a madeira. É o fígado que está em evidência. Atenção! Cuidado!”, dizia ela. Nesta estação muitos alimentos amargos para contrabalançar…

Assim, nesta leitura minuciosa do movimento da terra e suas energias que levaria tempo para descrever aqui, quase um livro, os sábios chineses inventaram a acupuntura para liberar pontos bloqueados e deixar fluir a energia. Atentem! O tratamento não está ultrapassado e nem obsoleto. Acupuntura cada vez mais prova a sua eficácia em pleno século XXI.  Ela existe há mais de dois mil anos. Pouquinho, né…. Na china ainda se denomina Medicina Sagrada.

Geralda Nadyr Carniel quando lançou seu segundo livro sobre o equilíbrio do Yin e do Yang

 Depois disso foi um passo apenas para fazer acupuntura e comecei com o médico coreano Woosen Uhr.

Assim,  médico coreano e acupunturista define o seu currículo extenso e especializado em Pequim. Ele aterrizou em Curitiba, há muitos anos pela Escola de Saúde e de lá para cá, já foi para o Canadá, voltou para a Coreia do Sul, sua terra natal e sempre retorna a Curitiba. No entanto, nunca abandonou os brasileiros que gosta demais e em seu universo online trata de passar a todos seus conhecimentos. Tai Ling grupo online.

Médico coreano Woosen Ur

 

Hoje os médicos de todas as especialidades querem somente para eles este filão que esta, cada vez mais, rendendo clientes. Os fisioterapeutas que também aplicam acupuntura serão descartados do processo. Esta proibição está proposta em um dos itens do famoso “ato médico”.

Antes era coisa de “bicho grilo”.

Pintura de Adalgisa Lacerda feita para o trabalho da Geralda

Sem intenção de me especializar em nada relativo à saúde, só pelo fato de entender o meu corpo relacionado com o Universo foi o que bastou para encampar a ideia da Geralda de divulgar ao máximo os ensinamentos chineses.

Geralda foi mais além, achou um jeito prático e simples de adaptar o que aprendeu sobre o equilíbrio do Yin- Frio e do Yang-Calor.

Arranjou uma forma tão barata e simples de tratar com  bolsa de água quente ( é anti-inflamatória), sal grosso, e pano úmido e muito conhecimento sobre nosso corpo, dos meridianos e tudo mais, que se empolgou e acho que a saúde estava garantida no mundo.

“Vamos ajudar as pessoas”, disse ela. Neste vamos…..  muitos amigos adotaram a proposta, eu, Lucia Stall, Mirko de Rossi (já falecido),Glaucia Klozowiski, Iraci Rodrigues, e muitas outras terapeutas que foram chegando ao longo dos anos …arregaçaram as mangas e mãos à obra.

Nosso sonho era de levar às comunidades mais pobres os ensinamentos básicos sobre a medicina chinesa para aplicação do método Frio-Calor. Assim teríamos pessoas mais equilibradas, e não tão dependentes de antibióticos e corticoide….

Um sonho que ainda não foi realizado! Difícil….

Ilustração: Stela Maris Shoenfuss. Foto do acervo da Geralda. Blog.

Isto mesmo! Não é brincadeira não. É isso que nossa amiga Geralda defende e que o mundo moderno está nos tirando esta responsabilidade e nos tornando marionetes das multinacionais dos medicamentos.

Assumir nosso corpo perante o Universo. Observá-lo e entendê-lo em suas dores, o  por quê que de nossos problemas e como ele se comporta diante da vida. É muito fácil entregá-lo a um especialista e ele que se vire em achar a fórmula mágica para nos equilibrar….

Nossos pais sempre tinham em mãos um manual básico de pronto-socorro natural. Hoje corremos para o hospital(Casa de doença e não de saúde) e lá entramos em contato com todo o tipo de doença, sem antes verificarmos se é possível resolver com um escalda-pés, um chá fitoterápico, uma massagem ou compressa….

Com tanto avanço tecnológico as pessoas ainda continuam a morrer de doenças antigas como pneumonia, diabetes…. Tenho ou não tenho razão!

Vejam bem… Não significa que eu achei a solução porque também estou na luta já há algum tempo para viver bem.

Mas…. finalizando esta pseudo-lição, vale um parêntese. A vida é muito contraditória mesmo. Os chineses da antiguidade legaram heranças tão valiosas para a humanidade, no entanto, no olhar contemporâneo, na luta pela sobrevivência, optaram por um Made in China que se acaba logo. Assim como a cultura da Grécia antiga e a grega de hoje. Mas nem tudo está perdido, todas as duas civilizações deixaram escritos sagrados. Como não aproveitar?

Leia mais sobre o assunto em Cuide do Pulmão no Outono

Livro das Estações e a influência no organismo

12086822_10154251149320558_662430634_n

Chi non conosce a sé stesso crede di essere perfetto

” Persone perfette ci sono. è sicuro che ci sono (?)!” Loro si dicono in molti.

Tanti che se contiamo sembrerà a noi incredibile. Chi non conosce a sé stesso crede essere perfetto. Che non si fida in sé stesso, si nasconde dietro una maschera e ottiene l’aspetto di una persona potente sebbene abbia una personalità debole. Questo tipo di persona giudica tutti gli altri, e il giudizio è fatto crudelmente.

Secondo il suo giudizio, tutti sono con poca intelligenza, sporchi e cattivi. In questo grande pianeta Terra soltanto c’è lui di buono, conosce tutto, osserva tutto e parla con proprietà. Si nasconde dietro ai suoi concetti immutabili e in una vita superficiale. Canta con la sua aria di superiorità e orgoglio le stesse canzoni come un disco danneggiato.

Tuttavia, solo i concetti e conoscenze non possono spiegare la sostanza della vita! Ma tale persona non ha imparato questo … . passa superficialmente per la vita. Chi vuole comprendere la sostanza della vita deve andare al di là, sentire la vita profondamente, psicologicamente, filosoficamente e storicamente, accumulando e rendendo connessione tra quello che sa con questi dati, tutto questo aggiunto alla propria esperienza di esistere.

Ci sono molte persone nella società moderna di questo modo: perfette e superficiali.

In realtà queste persone non raggiungono la felicità. È molto forte la loro reazione in piccoli eventi, come una voce discordante a un concerto. Loro non accettano nessuna critica a sé stessi. Il vecchio Murin del libro di Dostoevskij ,”La Padrona” dice qualcosa cosi : – “un uomo debole non può vivere da solo, non ritire questo dalla tua mente! Dagli tutte le cose, lascerà tutto e tornerà indietro. Done a lui mezzo mondo e lui non penserà mai in dominarlo, diminuirà a sé stesso e si ridurrà nella paura fino alla dimensione di una scarpa. Se darai la libertà a un uomo debole, lui la metterà in un sacchetto e tornerà a te, la consegnerà tutto. Che cosa farà con la libertà, un cuore senza mente?” .

“Café da Manha Existencialista” (portoghese) – “Sen” – (turco) Erol Anar (senza edizione in italiano)

 

IMG_0068

Sol e chuva dão energia para a casa do PeR

Viver numa casa a custo zero no consumo de energia e de água e se alimentar com produtos sem veneno e fertilizantes agrícolas não é utopia para um grupo de profissionais italianos que criou o projeto “PeR – Parco dell`Energia Rinnovabile”.Uma área agrícola e uma casa de campo em ruínas entre as cidades de Todi e Amélia, na região Umbria, foram as bases físicas para tornar realidade o sonho de propor práticas mais saudáveis para futuro do planeta, aliada a proposta de vender a ideia e ensinar a tecnologia  aos interessados.

alealboAlessandro Ronca, Maria Chiara Pappè, Maurizio Ferrario, Andrea Gubbiotti e Roberta Moretti não pouparam esforços e nem se detiveram apenas em teorias sobre os benefícios da agricultura alternativa, do armazenamento da água de chuva, da energia eólica, do uso da eletricidade do sol pela processo fotovoltaico, isolamento térmico, entre outras técnicas.

IMG_0056O grupo hoje oferece o local, com toda a infraestrutura,  como um exemplo prático de alternativas sustentáveis  para mostrar  que é possível viver nestes moldes.

IMG_0059O parque tem opções para desenvolver ecoturismo, cursos e seminários e atividades escolares, além de simplesmente oferecer pernoite com impacto zero no ambiente. “Temos a intenção de despertar o desejo e prazer de mudar e para isso serve o exemplo.Quando ele começa, a mudança merece informações precisas e adequadas. Então, durante o seu curso, a mudança precisa de um apoio concreto e contínuo, de modo que cada um é capaz de colocá-lo em prática.Queremos ser feliz e fazer feliz: poupar recursos não é um sacrifício, é o novo hedonismo, é o novo humanismo”.

IMG_2436Grande parte da energia elétrica consumida na Itália é proveniente do exterior e o seu custo é alto. O governo tem interesse no desenvolvimento de projetos iguais ao PeR. Diversas empresas comerciais que vendem produtos e tecnologias na área estão apostando na iniciativa e dão apoio financeiro ao grupo. No que se refere ao programa educacional, o Ministério do Ambiente é parceiro na proposta didática.

Olhar Crítico

Iniciativas como esta devem ser copiadas, propagadas e experimentadas, sobretudo por não se resumirem  apenas à agricultura e, sim, por proporem o ciclo completo de sustentabilidade, captação de energia, água e produção de alimentos, com visão empresarial, educacional e cultural.  Se a Itália, na região de Umbria, onde o inverno é o longo e rigoroso, os profissionais mostram que é possível manter uma casa a custo zero e produzir alimentos mais saudáveis, como será então no Brasil, que tem em abundância em recursos naturais , vento, sol e chuva quase o ano inteiro?

A reposta mais correta seria que o país tem tudo para dar certo e mostrar ao mundo que é possível viver de uma maneira melhor, embora, na atual conjuntura, seja quase impossível um projeto conseguir visibilidade nestes confins do continente sul-americano, que, em se tratando de educação não é nada emergente  – neste setor o BRIC não existe. Além do mais, a grande maioria empresarial não tem interesse em investir nesta área.

As iniciativas tímidas de profissionais brasileiros, corajosos e engajados na proposta de uma melhor qualidade de vida são pessoais, com investimentos próprios, abafadas por uma política  econômica  de exploração dos recursos naturais sem limites, com prejuízos incalculáveis ao ecossistema brasileiro. Na internet é possível encontrar trabalhos dispersos como da Ana Veraldo .

IMG_4741

As cabeças do gênio Jaume Plensa

IMG_4738

Quando entrei na Basílica de San Giorgio Maggiore em Veneza e me deparei com aquela cabeça gigante em malha de aço inox, a visão era como se ela flutuasse na majestosa abóboda. Um silêncio intenso perpetrou minha alma, em uma conjunção perfeita com o divino. Fiquei perplexa diante do “Mist”, obra escultural do artista catalão Jaume Plensa.

IMG_4736

Sem conhecer Plensa, nem saber que foi considerado um dos 10 melhores escultores do mundo, senti na sua obra a espiritualidade refletida, aquela que só encontramos nas obras dos artistas mais amadurecidos. Em seguida, mais alguns passos adiante na igreja, vi que flutuava na nave uma mão metálica com letras penduradas em sua malha de aço. Monumental o conjunto: cabeça e mão.

IMG_4741

Foi então após algum tempo de admiração e reflexão daquelas obras, que entendi o sentido do tema “Together”, “juntos”. Sim, cabeça e mãos, dialogando eternamente. Não sem razão, o primeiro movimento inteligente do homem foi a pinça, o qual nenhum ser vivente além do homem é capaz. As mãos obedecem o comando da cabeça.

IMG_4759

O que me impressionou foi a sutileza conceitual de Plensa, apreciar sua obra é como ler seus pensamentos.Ele, com propriedade afirma “minha obra não é para ser tocada, mas sim acariciada…

” Este pensamento é muito forte no trabalho das esculturas de alabastros, maiores do que o tamanho de uma pessoa de estatura alta, brancas e silenciosas, situadas na sacristia da Basílica, um corredor escuro onde enfileiradas recebem apenas uma luz central, concedendo-lhes a majestade, respeito e silencio que merecem, realmente elas pedem uma carícia do visitante.

plensa


 As obras de Jaume levam a introspecção silenciosa e a religação com o divino. A cabeça de Plensa é tão maravilhosa quanto as obras.

Me surpreendo com a consciência e direcionamento que ele atribui a sua obra. Hoje, existem mais mercadores de arte do que artistas verdadeiros. Quando Plensa revela que “direciona seu trabalho para a comunidade” e , “quer celebrar a vida e não atos individuais”, verifico, com tristeza que a contemporaneidade nos presenteia com artistas que produzem em escala industrial, quase sempre atendendo a pedidos individuais, inclusive, focando a obra em temas sugeridos pelos próprios clientes. Não é, infelizmente, arte.

O que seria da humanidade sem a perpetuidade das obras de arte, sem o teto da Capela Sistina, sem Moisés, Pietá, David, eGuernica, o retrato da revolução, Guerra e Paz, o Museu de Bilbao, a cidade de Brasília. Como no dizer de Plensa quando suas obras são removidas, “o vazio deixado é imenso. Muitos dos minhas instalações e exposições começam quando terminam. 

É quando de verdade começam a trabalhar, ao indicar que o abismo pode ser criado. A vida nos ensina, nós damos valor real a uma pessoa quando ela já não está mais. E a arte também fala destas coisas. Exposições temporárias são desfeitas, mas cada trabalho é para o futuro … e esta é uma responsabilidade enorme, porque o dia que você desaparecer a obra continua existindo”.
Concluo minha admiração por Plensa constatando que ele é o gênio de mil cabeças. “A cabeça é o lugar mais selvagem de nosso corpo”. Jaume Plensa.