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China está com tudo, até na arte

É crescente e visível o interesse da Europa por tudo que se relaciona a China, sobretudo na arte.

Na há dúvida que a posição econômica do gigante emergente impõe essa abertura e a crise europeia obriga o mais conservador e erudito europeu do seleto mundo das artes a se curvar ao brilho do “vil metal”.

Os chineses estão, sim, cada vez mais, conquistando espaços para suas mostras em território europeu.

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Mostra em Roma

Um exemplo é o Palazzo Venezia, em Roma, que desde junho de 2015 até 28 de fevereiro de 2016, apresenta a mostra “Tesori della Cina Imperiale”. A mostra é pequena, apesar de expor peças milenares de cerâmicas e algumas de porcelana sobre as dinastias que passaram pelo império chinês. Talvez pela expectativa criada pelo nome poderia ser mais apoteótica e não é.

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Ai Weiwei

Outro exemplo é a exposição, que começou esse ano, do arquiteto e artista chinês Ai Weiwei, na sofisticada loja de departamentos Bon Marché, em Paris. Ai Weiwei, famoso pelo seu Ninho de Pássaro (Estádio Nacional de Pequim, nas Olimpíadas de 2008), ativista político, levou seus animais e figuras aladas e os instalou por todos os cantos da loja. 

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A ideia de não utilizar o espaço de uma galeria, museu ou salões de cultura, e sim centros comerciais, começou em Shanghai e Hong Kong, concebida pelo bilionário chinês Adrian Cheng, 36 anos, que fundou a organização sem fins lucrativos K11 Art Foundation, em 2010. 

Galerias

A fundação prevê a construção de 17 novos centros comerciais até 2020, que deverão funcionar também como espaços de exposições e galerias.

As Cheng Companhia de Desenvolvimento Mundial já estão inseridas nos centros comerciais em Shanghai e Hong Kong, com obras de artistas como Olafur Eliasson, Damien Hirst, Yoshitomo Nara, espalhadas pelos corredores das lojas.

Bilionário Chinês

O bilionário quer introduzir o povo chinês na arte contemporânea, que segundo ele é uma “experiência estrangeira”. Para ele, situações como “entrar em um cubo branco”, por exemplo, para chineses não é apenas intimidante, como mas faz parte de um conceito que não está enraizado na psique da maioria. “Por isso, estamos introduzindo a arte em um ambiente que eles já conhecem e estamos observando com os nossos públicos locais, que muitas vezes se consome arte tanto quanto se consome os produtos do centro comercial”.

Na China a marca K11 tem 19 projetos planejado e quando se fala em projetos, inclui centros principalmente no varejo, museus e lojas. Os de Hong Kong e Shangai já estão funcionando os demais estarão prontos até 2020 e todos irão mostrar arte.

Enquanto isso, a Fundação de Arte K11 eo Institute of Contemporary Arts (ICA), em Londres estão em parceria em uma série de exposições em uma tentativa de fomentar o intercâmbio cultural entre a China e a capital do Reino Unido. Adrian Cheng tem uma fortuna estimada em U$14 bilhões de acordo com o site Wealthx.com, que incluiu o filantropo em uma lista dos 20 maiores bilionários do mundo com menos de 35 anos.

 

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Falsário que virou artista

A história de Rizvan Rahman começa com vendas de obras de arte de artistas pós-guerra, é acusado de falsário, passa por uma prisão, onde pinta para ocupar a mente, e quando é libertado devido a um talento nato, vira artista e se dá bem devido a ajuda de um benfeitor que decide bancar sua arte.

 

Study_of_a_Hand-Rizvan-RahmanPor dois anos Rizvan Rahman ganhou a vida vendendo obras de contrafação de arte de artistas pós-guerra.

Em outubro de 2011 foi condenado a 18 meses de detenção, cumprindo pena na prisão de Ranby, em Nottinghamshire, na Inglaterra. No entanto, nenhuma prova demonstrou que fosse realmente ele o autor das falsificações.

Rizvan Rahman sempre negou a realização das cópias, mas os seus dotes de artista contribuíram para aumentar as dúvidas. Durante os meses que passou na cela, Rahaman teve a possibilidade de pintar e usar a arte para escapar das tensões e ocupar o tempo e a mente. Neste período de pintura forçada, realizou 22 grandes óleos, que está atualmente sendo exposto numa mostra exclusiva no distrito de Mayfair, em Londres.

Painting_of_a_Naked_Man-Rizvan-RahmanDepois de ter cumprido a pena e de ter reembolsado todas as pessoas por ele enganadas, Rizvan, abriu espaço para a sua carreira de artista, com a esperança que as suas obras seriam julgadas sem prejuízos. É estranho crer, uma vez em liberdade houve um crescente interesse por suas obras, ao ponto de um anônimo benfeitor decidir ajudá-lo economicamente para permitir que continuasse a pintar sem preocupações.

Publicado originalmente no Exibart

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Mãos à obra brasileiro, vamos acabar com o Aedes aegypti

Todo mundo já sabe que o ano brasileiro começa depois do carnaval. Então, mãos à obra,vamos acabar com Aedes!

Aproveitar a energia, criatividade do espírito carnavalesco para outras ações, a começar pela limpeza das cidades brasileiras, na grande maioria, sujas e malcheirosas!

Sem exageros. É só passar perto do Tietê, em São Paulo, e se dar conta da verdade ou em qualquer outra cidade brasileira, sempre tem um bairro ou lugar que cheira esgoto ou bueiro entupido.

Grandes parceiras na proliferação do Aedes aegypti, que se mantém ileso em diversos locais do Brasil, provocando com isso o  Zika vírus para comprometer a vida das futuras crianças brasileiras. Em Pernambuco as mulheres são orientadas a não engravidar até que a ciência tenha controle e dados sobre a doença.

Isso é grave!

Somos tão subdesenvolvidos como no passado ou até pior, com mais plástico e papel circulando nos lugares indevidos e água parada em ruas sujas a todos os cantos. Aí perguntam, como isso foi acontecer, de onde surgiu a zica?

País emergente. Que balela! 

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um resumo do dia….

Para justificar esse desabafo, vou citar um exemplo que vivencio diariamente quando estou em Natal, no Rio Grande do Norte.

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Foto em frente do Blue Marlin e do bar do flat, Hemingway. Pobre do escritor deve estar revirando no túmulo por ter a desonra de estar diante da sujeira brasileira…
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saldo do que ficou num guarda-sol em Ponta-Negra, Natal.

A praia de Ponta Negra seria paradisíaca, se não fosse a sujeira de alguns veranistas, a omissão da fiscalização da prefeitura da cidade e a falta de consciência ambiental dos hotéis, bares e comércios à beira-mar, que na cara dura jogam seus esgotos na praia e alimentam, com água lodosa uma canaleta, construída para escoar a água da chuva, no entanto, serve para manter um líquido sujo, resultado de sabe lá o quê dos hotéis. Garantindo, dessa forma, o local ideal para o Aedes viver em paz.

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Visual hotel e Blue Marlin (flat) são os que mantém a valeta fedida no calçadão de Ponta Negra há anos. Faz aniversário de sujeira. O Blue Marlin é um flat construído por noruegueses. Imaginem, Noruega, exemplo em tanta coisa, mas nesses confins, num mundo subdesenvolvido e colonial não é preciso manter a classe.

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Flat construído e pertencente a noruegueses….

A denúncia foi feita aos órgãos competentes e dizem que vão tomar providências. Quando?

O jeito é contar. Sim, contar e mostrar para todo mundo o  que está errado. Mesmo que seja apenas como um alívio pessoal. Afinal tentou-se mudar.

Mesmo se tornando inconveniente juntando a lata de cerveja ou refrigerante que está jogada na areia próximo às pessoas que estão refesteladas em suas cadeiras de praia indiferentes ao lixo que voa, para lá para cá, como se fossem brinquedos lúdicos no ar.

O leitor pergunta, cadê a arte, literatura do assunto. Nem tudo é deleite na arte e a denúncia faz parte do trabalho do artista. No entanto, cabe ao segmento viagem, uma viagem à triste realidade brasileira!

O pós-carnaval é o momento apropriado para tratar do tema, considerando o estado lastimável que amanhecem as cidades depois de uma noite de folia, a praia nem se fala. É lata de cerveja e copo de plástico por todo o canto. Não deixa de ser uma OBRA SURREAL, DE UM BRASIL AINDA COLONIAL!

Mas, gente, estamos no século XXI  e a arte mostra nas instalações contemporâneas que tudo no mundo está mergulhado no lixo consumido pelas pessoas!

Mãos à obra, vamos acabar com o Aedes aegypti  e provar que é possível reverter o quadro somente com uma ação conjunta de conscientização e limpeza. A vacina que estão tentando criar é paliativa e tem efeitos colaterais, a raiz do problema é a sujeira brasileiro!

 

 

 

 

 

 

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O castelo

Por Luiz Ernesto Wanke –

De longe é branquinho

E suas torres terminam no céu,

Bonito de doer

(Estou sendo piegas?)

Os pinheiros a encobrem aumentando a imponência

Num tapete verde escuro

Como moldura, as montanhas da Serra do Mar

Pré-Cambrianas.

A brisa roça a pele, o som é o do vento e o cheiro, o do mato.

 

De perto, uma cerca…

De arame trançado,

Que já assusta:

– Meu Deus, onde fui me meter?

 

Porque:

 

O castelo não é castelo

Mas uma sólida fortaleza

As torres? São guaritas

Cheia de guardas,

Armados

Mirando os desarmados

Paredes alvas? De perto, não!

São altos muros que projetam sombras

Sinistras!

As janelas? Não, buracos trancados com ferro.

 

Ali vivem feras

Perigosas

Cerradas pelo concreto

E mais fios de aço farpado

Vigiando o muro, outro alambrado;

Entre eles, cães ferozes,

No meio de um mar de cocô.

 

E onde foram os pinheiros?

Só ficaram os tocos.

E as velhas montanhas?

Tem os dorsos pelados pelas pedreiras,

Lembrando as companheiras ratazanas,

Com as costas peladas pela lepra.

 

Elas, livres

Entram e saem pelos buracos do chão.

 

Para a sociedade, um monte de lixo inútil.

Mas por baixo dele,

Num monte de folhas secas

Dorme uma perigosa urutu,

Cruzeiro,

Inerte e traiçoeira

Potente

Para o bote fatal!