Passear pelo deserto de Sahara foi a mais inusitada viagem de férias que fiz na minha vida.
Por isso, quero dividir com vocês os momentos maravilhosos que vivi num roteiro que começou pela Europa, precisamente em Praga e chegou em Marrocos, passou pelo Sahara e retornou ao território europeu.
Viajar é renovar e ampliar o olhar
A cada lugar por onde passamos, conhecemos novas histórias e culturas, o que nos faz valorizar um pouco mais sobre tudo que temos. Assim como nos faz entender que podemos traçar novos caminhos e direções nos percursos escolhidos de cada movimento desta fantástica aventura que é viver.
Esta viagem, que foi realizada em parceria com meu marido, que tinha como objetivo conhecer parte do Marrocos, assim como o deserto do Sahara, contando com a companhia de um querido amigo português que lá reside. No entanto para chegar ao nosso destino, entramos e saímos pela Europa. Primeiro tivemos uma breve passagem por Praga e Munique na ida, e na volta passamos por Portugal e Espanha.
A diversidade dos povos viajando nos aeroportos
A beleza desta viagem já iniciou no aeroporto. Entramos no continente europeu por Lisboa e ao sair do avião foi necessário passar pelo controle de passaporte. Como este país recebe pessoas do mundo inteiro, sendo uma porta de entrada para diversas regiões, na fila, já tivemos a oportunidade de apreciar idiomas, roupas e gestos de diferentes jeitos.
Do colorido vivo de certo países africanos e latinos, a alegria e até uma certa bagunça, ao ar tecnológico e metódico de japoneses, entre tantos outros.
Praga
Ponte Carlos em Praga, na Republica Tcheca.
Aterrissando em Praga, que é cheia de charme, nos deparamos com sua arquitetura encantadora.
A cidade ainda possui construções originais poupadas dos bombardeios da segunda guerra mundial. O grande ditador Adolf Hitler era apaixonado pela cidade e não permitiu que os nazistas a atacassem.
As tradicionais cervejas, sua gastronomia, o ardente absinto, assim como cada ponto histórico, tornam Praga muito viva e aconchegante. É uma cidade medieval e muito do cenário antigo está preservado até hoje.
Munique, uma cidade agradável e acolhedora.
Munique se apresenta muito linda, com sua história e belos lugares para se conhecer, porém com características de uma cidade grande e de negócios.
Da Alemanha saímos para Casablanca.
Casablanca
Eu estava cheia de ansiedade, uma mistura de medo, curiosidade e empolgação. Um país totalmente diferente de tudo que meus olhos e ouvidos já tinham vivenciado.
Em Marrocos existem dois idiomas utilizados, o árabe e o francês, mas é claro que entre o seu povo de origem só se escuta o idioma local, algo bem diferente para os ouvidos brasileiros.
Iniciamos nossa aventura por Casablanca, onde fomos recebidos por nosso amigo português, o que nos deu mais segurança e conforto em um lugar tão diferente.
comida marroquina cheia de molhos especiarias
Em nossa primeira noite já pudemos degustar da cozinha marroquina, com seus aromas e sabores encantadores e inesquecíveis ao paladar.
O pedestre não é prioridade
O primeiro passeio foi andar pela cidade. Em Casablanca, assim como outras cidades do Marrocos, os pedestres não são prioridade. Para atravessar as ruas e avenidas, não adianta esperar o semáforo fechado para os carros, simplesmente é necessário ser rápido e se lançar a atenção e sorte de desviar dos veículos, para chegar ao destino.
Não há costume de se tomar bebidas alcoólicas nos restaurantes ou qualquer outro lugar, desta forma qualquer bebida alcoólica é extremamente cara.
A principal bebida é o chá de hortelã, que em muitos lugares é servido com especiarias de aromas e sabores que fazem a mente repousar em um conforto inigualável para o corpo.
Marrocos é um país muçulmano, mas atualmente mais flexível em relação às mulheres. Muitas já trabalham, não usam lenço ou burca. Nas ruas pude ver moças bem cobertas e poucas mostrando partes do corpo.
Mesquitas
A terceira maior mesquita do mundo – Casablanca
As mesquitas estão em todas as cidades, até nas menores por onde estivemos apenas para atravessar estradas. Elas sempre se fazem presente por sua torre alta e imponente, que pode ser vista de longe.
Cinco vezes ao dia acontece o Azan é o chamado que anuncia que é hora de iniciar a oração. Ele é feito de maneira especial e consiste em convidar a comunidade muçulmana a tomar parte na oração, que será, para ela, causa de prosperidade, tanto nesta vida como na outra.
Medinas
Praça dentro da medina, em Marrakesh
Em cada cidade também existem as medinas, que são as partes antigas das cidades árabes já que há sempre uma cidade nova fora destas mesmas fortificações.O emaranhado de ruas, ruelas e becos, faz das medinas um autêntico labirinto que faz com que um simples passeio se torne por vezes num verdadeiro quebra-cabeças.
Uma característica interessante dos marroquinos é a negociação. Não existe possibilidade alguma de perguntar o preço de um produto sem passar por uma “briga” para chegar a um preço adequado para o vendedor e o comprador.
Se você ouve o preço, diz “não, obrigada”, a resposta é “faça o seu preço” e assim começa tudo. É algo tão exaustivo que para sair sem comprar aquilo que você só queria saber o preço, se torna em um valor torturante para quem não gosta disso, por outro lado, há um grande aprendizado no quesito pechincha.
Marrakesh
Em Marrakech , o assédio para comprar é mais agressivo ainda. Dentro da Medina, existe uma praça principal, onde se vê de tudo. Além de vendas, estão os encantadores de cobra que se não cuidar, de repente você está com uma delas no seu ombro para ser fotografado, com um objetivo de tirar alguns dirhans, a moeda local.
Ainda na praça estão os macacos, as dançarinas, músicos e também há um corredor de barracas de comida. Lá existe o mesmo assédio para que se faça a escolha. Na frente de cada barraca fica uma pessoa que quase te agarra e te faz sentar em uma das mesas.
Tudo com muita alegria e um toque de brincadeira, com direito a escutar: “Aqui você tem um ano de garantia sem diarreia!!!”
Tudo é muito colorido e iluminado
O colorido das especiarias, das frutas secas, das roupas, lenços, tapetes, sapatos, bolsas, expostos para vender, dá a cidade um charme muito encantador. Se assemelha a uma cena de filme incrível. A noite a praça fica lindamente mais iluminada com as lanternas.
Partimos de Marrakech para o deserto em busca do passeio de camelo nas dunas, para dormir no acampamento. No caminho, conhecemos gente da cultura berbere, considerados os povos mais antigos do continente africano.
Berbere
Alfabeto Berbere
Percorremos montanhas e fomos até uma cooperativa, na qual se produz tapetes artesanais feito por mulheres divorciadas, as quais trabalham 3 horas por dia para manter além do sustento, a qualidade de vida. Além disso, as trabalhadoras fazem seus trabalhos com base nas ideias próprias.
As mulheres criam de acordo com o seu interesse
Cada tapete é diferente um do outro, são originais.
deserto do Sahara
Chegando no hotel, que era um ponto de apoio e extensão do acampamento onde dormimos no deserto, montamos nos dromedários. Descobrimos que apesar de se utilizar “passeio de camelo”, os animais são mesmo dromedários, já que camelo não conseguiria sobreviver às temperaturas tão baixa que faz principalmente nas noites do deserto.
Fes
Uma paisagem incrível – deserto do Sahara
De lá fomos sentido a Fes, pelo caminho também continuamos com a paisagem incrível.
A temperatura varia de 12 a 2 graus
O percurso foi longo, desta forma a paisagem foi bem diversificada, a temperatura variou de 12 a 2 graus. Em certo momento pudemos encontrar neve. Foi incrível de ver as montanhas cheias de gelo, assim como pegar no gelo pela estrada.
medina cheia de aromas e cheiros
Em Fes a cidade é muito moderna, mas entrando na Medina, se torna antiga, novamente cheia de cheiros, aromas e sabores. Conhecer os curtumes, que são os locais para tratamento do couro, foi uma fantástica vivência que tivemos a oportunidade de passar
Curtume
tratamento do couro
O primeiro que conhecemos foi uma experiência um tanto assustadora, embora o menor e mais simples de todos. Já era fim do dia, e em uma esquina um rapaz nos abordou oferecendo-se para guiar-nos até o local. Aceitamos e seguimos ele, que foi nos levando para um beco vazio e um tanto escuro, já que estava anoitecendo.
Em uma das esquinas no caminho vi um menino entregando a outro um relógio, após ter apreciado. Neste momento já imaginava que aquilo tudo era uma emboscada, que aqueles meninos tinham roubado o relógio de alguém e que dali sairíamos somente com as roupas.
Eu realmente estava apavorada. No caminho já tinha escondido tudo que eu não gostaria que fosse-me roubado, dentro da calça, blusa e sutiã.
Chegando no curtume, não consegui prestar muito atenção ao que o suposto guia nos contava, olhava rapidamente por tudo e apenas torcia para que saíssemos bem daquele lugar. Para minha surpresa nada aconteceu.
Conclusão, o rapaz terminou seu roteiro, nos levou para a rua de onde partimos e sem pedir nada a nós, embora tenhamos dado um dinheiro para pagar seu trabalho além do esperado, algo como se pudéssemos dizer que estávamos gratos por tudo estar no seu devido lugar.
trabalhadores dentro do poço fazendo o tratamento do couro
O segundo era um curtume um pouco maior é o último era o maior e mais lindo. Apesar do cheiro forte, o colorido do local e o apreciar aqueles trabalhadores dentro dos poços fazendo o tratamento do couro de forma tão manual, deixou cada bolsa, jaqueta ou cinto de couro ainda mais valioso aos meus olhos.
Para sair de Marrocos, atravessamos de barco o estreito de Gibraltar. Chegamos na Espanha, tivemos uma breve passagem por Sevilha e percorremos de carro até Portugal.
Portugal
Portugal
Portugal tem um lugar especial no meu coração, é o país de nosso querido amigo, onde tivemos a oportunidade de ser recebidos com um delicioso jantar português oferecido com todo carinho por sua avó. Tivemos a oportunidade de conhecer regiões lindas, próxima à Lisboa, como Algarve, Almada, Sintra, Nazaré, Óbidos, Assamassa e Cascais.
Para voltar ao Brasil, terminamos nossa viagem pela Espanha, passando por Vigo, onde apenas dormimos, Santiago de Compostela e A Corunha, onde pegamos o avião para nosso retorno.
Em Santiago chegamos na cidade embaixo de chuva. Nosso objetivo era apenas passar o dia para conhecer um pouco daquele lugar. Chegamos com duas malas pesadas e duas mochilas pequenas. Nosso objetivo era guardar na estação de trem, como fizemos em outros lugares diversas vezes.
Descobrimos que na estação em que estávamos este serviço não existia mais, saímos meio perdidos.
Não conseguimos nenhum mapa da cidade. Andamos um pouco e nos recolhemos embaixo de uma marquise de um restaurante para esperar a chuva passar. Por um minuto pensamos que aquilo seria complicado, já que chovia, o peso da mala era desconfortável, havia uma subida para percorrer a nossa frente. Tinha tudo para as coisas não darem certo.
Em contrapartida, conseguimos deixar as malas no restaurante, a chuva passou e mesmo sem mapa, chegamos na catedral por acaso, o principal ponto da cidade.
Para nossa surpresa entramos no meio da missa dos peregrinos e nela fomos abençoados com um incensário enorme, que no momento final da liturgia é balançado por cima dos fiéis na igreja. Para concluir ainda ouvimos o padre desejar bom retorno aos peregrinos que ali estavam, abençoando a partida de todos na volta para casa.
Independente de fé, religião e crenças estávamos ali terminando oficialmente nossa aventura com todas boas energias necessárias para recomeçar nossa rotina.
Desde criança eu sempre quis escrever. Mas reconheço que no início nunca me dei bem com a escrita como me dava bem com a Matemática, mas como diz o poeta William Shakespeare:, “há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”.
Ser jornalista
Foi assim que eu cresci, empenhada em ser jornalista e escrever até os meus dedos não permitirem mais. É engraçado que meu prazer de escrever não encontrei nos meus primeiros anos. Era algo que eu queria, mas na hora do “vamos ver”, achava uma chatice ficar na frente de uma folha em branco pensando em idéias.
Nunca entendi bem a gramática e tenho certeza que foi porque, até então, nunca tinha encontrado uma pessoa realizada em dar aula, que explicasse esse tema com paixão.
Foi só na época do vestibular que comecei a entender um pouco de sintaxe e de semântica. Também foi na época do vestibular que comecei a escrever pramim mesmae comecei a descobrir minha paixão pelos livros e pela literatura.
Dessa época saiu uma escritora medíocre, mas com muita vontade de seguir. É complicado falar sobre o processo criativo. E das muitas vezes que a gente desiste no meio do caminho. O poeta já dizia que no meio do caminho tinha uma pedra.
Saber um novo idioma sem ser nativo
Dominar uma língua não significa ser nativo. E eu descobri isso quando fui morar na Espanha. Ademais de transferir todo o curso de jornalismo para cá, me empenhei em aprender espanhol como ninguém. Já que estava ali na faculdade letras, me exigiam o mesmo que se exigia de um aluno nativo. Não estudava Engenharia, nem Medicina, estudava uma matéria em que o domínio da sua língua era fundamental. E foram horas e horas estudando na biblioteca seus manuais para conseguir entender e acompanhar as aulas de “Lengua Española I”.
Foi nessa época que comecei a me divertir. Não só em escrever mas também em aprender. Tudo era como um jogo: escrever em outra língua que não é a sua exige mais, porque todo o tempo te falta vocabulário.
Me lembro da primeira vez que comprei uma revista de palavras cruzadas em espanhol. Quando vi que podia completar o primeiro jogo inteiro vi o quanto eu tinha aprendido. Porque cada dia eu aprendia mais; cada dia era uma vitória.
Um novo mundo
Mais tarde, os professores já quase nem corrigiam as minhas redações em forma e estilo e pouco a pouco um novo mundo foi se abrindo diante dos meus olhos.
Aprender uma língua é uma atividade contínua. Todos os dias um novo vocabulário aparece na sua frente, e uma nova história, uma nova forma de escrever. Você inventa e se reinventa todos os dias. E não pode deixar nunca de lado senão você esquece.
Essa rotina eu montei pra mim mesma, pra não esquecer dos pequenos mundos que venho descobrindo: tanto o inglês, o espanhol como o português, tenho que praticar semanalmente, e isso exige ser muito disciplinado.
Ler um livro em cada idioma por vez, revisar gramática e vocabulário constantemente. Minha casa é um santuário dos manuais e dicionários em todas as línguas que eu aprendi e estou aprendendo.
Pouco a pouco vou descobrindo que utilizo cada língua para um estilo de redação diferente, e vejo que dentro de cada caixinha que armazena na minha cabeça foi criado também uma diferente personalidade e uma diferente forma de escrita. Mesmo com pouco vocabulário, exercitar a escrita em outra língua pode ajudar a descobrir outros caminhos na sua própria. Você já tentou?
Nós vivemos muitas estações na face machucada daquela cidade dos mortos. Nossos corações estavam crescendo e ficaram molhados com as chuvas cinzentas e as chuvas da noite. Milhares de passarinhos mortos caíram sob nossos ombros cansados, estávamos sangrando.
Nos recostamos um no outro e passeamos sem medo dos assassinos e dos catadores de mortos. Nós pegamos os passarinhos machucados nas ruas escuras, andamos com nossos rostos vermelhos pelo reflexo dos incêndios, fizemos muitos incêndios mas não foram suficientes.
Só deuses podem queimar,
Nós só conseguimos morrer…
Esse é nossa única superioridade
aos deuses
Quando nós nos salvamos, os mortais da escuridão, e alcançamos o céu azulado, ficamos como um deus e deusa. Ao mesmo tempo nós não desejávamos afugentar as estrelas.
Nós contamos um para o outro que queríamos nos purificar e estávamos sangrando por dentro, porém, durante muito tempo não conseguimos conversar. Nós, aliás, conversávamos mas parecia que falávamos com outras pessoas e não entre nós dois realmente.
Aprendi que quando uma pessoa fica sozinha está fugindo dele mesmo. Quando encontra-se uma pessoa com quem se pode compartilhar e confiar, então as histórias podem ser expressas honestamente e além disso, você pode se refugiar no outro. Além disso, todo mundo tem dentro de si mesmo um outro que sempre está falando as verdades duras.
O incêndio desse encontro acaba rapidamente. A pessoa fica dentro da fumaça e das cinzas, mas não deverá permanecer muito tempo nesse lugar, onde só existe tristeza e nostalgia. Esse é o cemitério do passado. Há necessidade de haver novos incêndios, novas viagens devem ser realizadas com a mochila nas costas, carregando suas tristezas e sofrimentos. A única coisa que pode nos fazer esquecer os sofrimentos e as cinzas, é fazer novos incêndios.
Além dos incêndios e das cinzas
Além da cinza e da morte
Além da morte e o infinito
Além do infinito
Há o amor
Na realidade não tínhamos vivido muitas coisa. Nós compartilhamos, às vezes, um pedaço do tempo que parecia um pão fresco. Às vezes, compartilhamos pedaços iguais da morte. Você sabe que algumas coisas ficam limpas e não podem se sujar se não forem vivenciadas. Mas quando a magia acaba você deverá entender que está sujo.
Porém, eu queria um amor que sempre me perdoasse e me amparasse…
Para começar a entender o que é arte é preciso transportar-se no tempo e descobrir como a palavra surgiu na linguagem.
O homem da Antiguidade começou a utilizá-la a partir de um comportamento realizado no seu cotidiano. A palavra é o resultado, é a representação simbólica.
A etimologia ( estudo da origem da palavra) da palavra arte deriva da raiz ariana ar – que em sânscrito significa no sentido de tradução, adaptar, fazer, produzir. Esta raiz é encontrada no latim, ars, artis, artem. Portanto, originalmente a palavra arte significava algo como uma habilidade de produzir em alguma atividade.
Nas mudanças semânticas ou transladações sofridas, arte foi associada ao belo, à estética, sobretudo nas reproduções de fatos, personagens, paisagens. Surgiu da sensibilidade do ser humano ao expressar-se em cenas, religiosa, mitológica, de batalhas, ambientais, sobretudo para alimentar o ego de personagens famosos na história.
Segundo os dicionários…
“A capacidade que tem o homem de pôr em prática uma ideia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria”, explica o verbete Arte, no dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, que reserva um grande número de linhas para definir com clareza o seu significado.
O dicionário italiano Devoto-Oli tem uma definição menos abrangente e mais focada no significado. “Qualquer forma de atividade do homem como tentativa ou exaltação do seu talento inventivo ou de sua capacidade expressiva.
Ou melhor, arte é manifestação hábil do homem em qualquer de suas atividades, nos ofícios, na caça, na religião, na cozinha, nas belas artes – escultura, pintura, desenho, arquitetura, entre uma infinidade situações realizadas no cotidiano…
É a expressão criativa do homem. Arte é vida, vida é arte!
Mas o que é, então, o Belo?
O sentido do belo é muito individual. A beleza não tem padrão único e um valor universal. Pode variar de um país para outro, de pessoa a pessoa, cultura, idade, sexo, humor, entre outros fatores. O que pode ser belo para você, não é para mim.
Cristina Costa, em seu livro Questões de Arte, escreve com muita propriedade sobre o assunto arte, analisando-a na sociedade, na vida do homem e esmiúça todos fatores que determinam o seu significado e o seu papel ao longo da história, associada ao belo e à vida moderna.
O belo pode provocar prazer ao apreciar esteticamente o mundo que nos rodeia. Em contraponto, o belo não é o bonito. Segundo Cristina Costa, existe uma diferença. “A beleza vem da emoção que temos diante de uma obra de arte quando percebemos o que o artista tenta transmitir. A beleza vem também da sensação de conseguirmos ver o mundo da maneira que pensamos ter sido a intenção do artista.
O bonito é estabelecido a partir de critérios de aparência. Quase sempre é harmonioso, agradável, saudável e alegre. Não como a beleza que nos proporciona uma emoção profunda e sutil.
o belo na crítica de arte
A professora de crítica de arte da Sapienza Universidade de Roma, Maria Letizia Proietti, ao falar sobre a função do belo na crítica de arte encontrou argumentos nos estudos de Sigmund Freud. O belo se aproxima do “não sabido”
Para simplificar ou traduzir para os simples mortais, o que ela quis dizer é mais ou menos assim: “a pessoa pode se deparar todos os dias com uma imagem e nunca fazer caso disso”.
Um belo entardecer, por exemplo. Mas tem um momento em que entardecer lhe desperta atenção porque vai ao encontro de algo que existe dentro do seu inconsciente. “Vem ao seu encontro como se tivesse marcado hora”.
Não é uma ideia ou um modelo. É uma qualidade presente em certos objetos – sempre singulares – que nos são dados à percepção. Mikel Dufrenne, filósofo francês – fonte Estética e Filosofia.
Quando se trata de arte
Heather Phillipini – Wind Bienal de São Paulo/ 2016
Esse é um dos questionamentos mais antigos e tem acalorado debates entre intelectuais ligados as artes, tanto na antiguidade filósofos e historiadores, quanto no mundo de hoje. Erroneamente as pessoas confundem o agradável, o harmonioso à arte e tem normalmente uma resposta na ‘ponta da língua’ , sobretudo em arte contemporânea – mais conceitual – indignados com a provocação da obra, “mas isso não é arte!
Semana do Design no Museu Oscar Niemeyer
Sempre há algo de novo a dizer sobre isso, afirma a Cristina Costa em seu livro.
“Vivemos numa época em que as questões de estética – da natureza e dos valores do belo – estão na ordem do dia. Habitamos num mundo que vem trocando a paisagem natural por um cenário criado pelo homem, por onde circulam pessoas, produtos, informações e principalmente imagens.
E, se temos que conviver diariamente com essa produção infinita, melhor será aprendermos a avaliar essa paisagem, sua função, sua forma e seu conteúdo; e isso requer o uso da nossa sensibilidade estética. (…)
Há arte nos espaços pelos quais transitamos, nos locais onde estudamos ou trabalhamos e até nas embalagens dos produtos que consumimos. Há criação artística nas lojas, na programação do rádio, nos viadutos da cidade, nas vitrines das lojas e nos cartões de visita.
Por isso, seja qual for a área em que atuemos ou pretendamos atuar, certamente,em algum momento, entraremos em contato com a arte, pois há muito ela não se restringe mais a determinados espaços ou a certas pessoas. Isso torna oportuno, e urgente o estudo das questões de arte”.
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