Voluntarios deTe invito a cenar

Convido-te a jantar

Acho que muita gente sabe que esse ano não fui capaz de comprar passagens para o Brasil para o Natal. Estava já fazendo a ideia de ficar em casa e pela primeira vez na minha vida, não celebrar. Cheguei a pensar em trabalhar e quem sabe ganhar um extra nessas festas, mas a minha amiga Nadya me deu uma ideia muito melhor: fazer voluntariado.

Comecei a buscar várias opções, mas infelizmente não encontrei nenhuma delas na noite de natal. Isso não significa que não encontrei em outra data. Foi nessa busca que encontrei o projeto “Te invito a cenar”; um projeto dedicado, todos os anos, a fazer uma janta especial para 500 famílias com poucos recursos.

Te invito a cenar
Te invito a cenar

Faz muito tempo que venho pensando em fazer voluntariado e, sinceramente, como tenho a agenda escassa nunca encontro tempo suficiente para me dedicar a este tipo de projeto. “te invito a cenar” é um projeto pontual, em que você escolhe o melhor turno para trabalhar e ajudar a preparar a janta para essas família.

Vários chefes de cozinha espanhóis se juntam e se dedicam a organizar o menu para toda essa gente. Para isso conta com as doações das grandes empresas, das pessoas e da boa vontade dos muitos voluntários que se apresentam para o projeto.

Quando encontrei essa opção na internet, vi como funcionava, e era bem simples. Uma transferência bancaria de 20 euros e enviar o formulário preenchido com os dados, o comprovante de ajuda e os horários que melhor se acopla a sua agenda.

Escolhi o domingo de tarde. Das 16:30 até as 24:30. E posso contar que foi toda uma experiência. São mais de 500 voluntários que vão durante 3 dias a ajudar a organizar e montar o evento. Pessoas que ajudam na compra, os que ajudam a montar as salas, os que ajudam na cozinha e os que ajudam a servir. Eu fui para ajudar a servir. Tínhamos uma apresentação no início da jornada para explicar todo o protocolo. Nos vestíamos de preto, e tínhamos ordens de como servir o vinho, de como servir os pratos, de como recolher o primeiro prato e colocar o segundo, de como sorrir, enfim, de como fazer com que esse dia seja especial para aqueles que vêm jantar.

Te invito a cenar - organização do evento
Te invito a cenar – organização do evento

Os organizadores disseram que esse ano muita gente mais que o ano passado se voluntariou, o que faz os trabalhos deles serem bastante mais amenos. E que gente: era uma concentração de gente maravilhosa, gente dada a ajudar. Cada um que eu falava, naturalmente soltava um sorriso. Muita gente repetia de ano. Vi famílias inteiras se voluntariando.

 

Outra coisa que me chamou muito a a atenção foi as famílias que ali estavam. Todos super agradecidos pela janta. Algumas ONGs presentearam brinquedos para todas as crianças dali. Tivemos cantores, discurso de todos os involucrados, uma mensagem do Bispo de Madrid e canções de natal no final da jornada.

Foram oito horas de trabalho que não vi passar. Estava morta e com muita fome. Depois do evento, teríamos um jantar aos voluntários, que infelizmente não fui porque tinha análises de sangue no outro dia.

A experiência foi tão boa que se posso, pretendo ajudar nos próximos anos. É um grande momento para pensar aonde estamos e agradecer o que temos. É um grande momento para praticar gentileza.

Sei que muita gente pensa que essas coisas não se devem contar, sei que muita gente pensa que voluntario se faz baixinho e em silêncio. Eu sinceramente penso que devemos gritar a todos os cantos que fazemos: não para que as pessoas pensem que somos boas, mas para que se motivem a seguir a corrente e se inspirem com exemplos de pessoas de carne e osso que se propõem a fazer.

E se você não pode, pense em outras muitas maneiras de ajudar: doe sangue, doe alimentos, doe órgãos. Pratique gentileza.

Te invito a cenar
Te invito a cenar

Fiquei maravilhada em ver famílias inteiras ali, e emocionada em ver como as pessoas doam seu tempo sem pensar. A quantidade de jovens, de gente entre seus 16 e 25 anos que estavam ali, mostra que quem sabe temos uma geração mais humana vindo por aí, com vontade de ajudar e que mais além de buscar a sua missão no planeta, se dedicam a fazer pequenas coisas que vão mudando o quotidiano de muita gente.

Eu fiz, e espero que esse seja o começo de muitos outros anos em que possa ajudar a tais iniciativas.

Publicidade da máquina de escrever Olivetti Valentine 1969

Por que escrevo

Difícil explicar porque pensei em escrever esse artigo. Mas o fim do ano está chegando e é inevitável não começar a fazer um balanço anual. Tenho muitas coisas para analisar, sem dúvida, e uma delas é a minha relação com a escrita esse ano.

Acho que esse foi o ano que mais escrevi de todos. Não consigo pensar na época da escola, ou da faculdade que também escrevia bastante. Mas no meio de tanta atividade, sei que usei muito tempo meu para me dedicar a duas atividades que eu amo: a leitura e a escrita. Como a leitura devo fazer um análise mais profunda em outro post, neste de hoje, quero deixar claro o bem que foi escrever durante este ano e poder compartilhar um pedacinho meu com vocês.

Já dizia a minha amiga Franzie que 2017 ia ser o ano das surpresas. E como. Acho que nunca pensei que realmente seria capaz de fazer tantas coisas, que exigem tempo e concentração. Mas parece que sim. Desde que a Mari me convidou para colaborar no Pan, vi uma oportunidade única de parar e escrever. Quem conhece o Pan há tempo sabe que comecei a escrever em 2014 quando reencontrei a Mari em Roma.

Naquela época tentei ser mais regular com a escrita e infelizmente não foi possível. Esse ano foi curioso. Desde que fui a morar sozinha e dispus de mais tempo para organizar aquilo que eu gosto de fazer, a escrita apareceu sozinha. Muitos dias eu queria ficar em casa ou lendo ou escrevendo. E pouco a pouco, a regularidade e a disciplina tomaram conta de mim. Cada livro que terminava, me dava ideia para escrever algo mais. Cada conversa que tinha, me proporcionava pensamentos que queria plasma-los numa folha de papel. E assim, sem querer, pouco a pouco, fui sentando diante do computador, da minha máquina de escrever, e as ideias iam saindo.

E de repente, não mais que de repente, me dou conta que estou vivendo um deja-vu. De repente me sinto identificada com aquele texto tão lindo da Natalia Ginzburg chamado “meu ofício”. E eis que escrever é o meu ofício. Dar vida as palavras e poder encantar pensamentos com frases. Não que escrever valha algo para os outros…

“Meu oficio é escrever; e o conheço bem e já faz muito tempo. Confio que não se me interpretará mal: não sei nada sobre o valor do que eu posso escrever. Sei que escrever é o meu oficio” (Natalia Ginzburg – Meu oficio).

Para mim vale muito. E tenho que agradecer a internet por existir e permitir que eu dê voz aos meus pensamentos. Eis que escrever é a minha terapia. Mais que a leitura, mais que a biblioterapia. Encontro conforto na escrita, e soluções para muitos problemas. Escrevendo sou mais feliz. Simplesmente porque desfruto do que eu faço.

Meu ofício é a escrita, mesmo que ela não seja útil ou me dê comer. É nesses momentos do dia, em que eu escrevo, que noto, uma vez mais, que o dia vale a pena, que a vida vale a pena. E agora, enquanto os meus dedos deslizam sobre o teclado, sei que sou mais feliz que nunca, porque aqui, estou em uma constante, realizando uma atividade que me proporciona prazer.

Escrever me permite ser mais feliz, me permite ser mais equilibrada, me permite ver e rever as minhas perspectivas, analisar meus erros e buscar soluções, se há. Não busco transcender em palavras, apenas me sentir bem comigo mesma. E eis que quando escrevo a televisão do mundo se apaga e é apenas eu, meus pensamentos e as palavras.

Hoje em dia, não saberia fazer outra coisa sem a escrita. Porque noto o bem que me faz, porque noto que a Jaqueline que escreveu no começo de 2017 e a de hoje já não são a mesma. Porque noto a mudança nas atitudes e nas palavras, nas formas, nas estruturas. Eis que a escrita me permite ver a minha evolução, como pessoa, no meio de um mundo que muda todos os dias.

A escrita me trouxe conforto nos dias ruins, naqueles que pareciam que o mundo ia acabar. E me permitiu usar a imaginação e escrever um desfecho diferente, mais bonito e florido, como nos contavam quando éramos crianças.

“O meu ofício é escrever histórias, coisas inventadas ou coisas que recordo de minha vida, mas sempre histórias, coisas que não têm a ver com cultura, mas somente com a memória e a fantasia. Este é o meu ofício e o farei até a morte”. – (Natalia Ginzburg – Meu oficio)

Hoje lembro, que já quando aprendi a escrever, a juntar palavras, queria ter um diário. E escrever sempre nele. Pensava nas pessoas que contavam a sua vida, o seu dia naqueles livros intermináveis. Perdi as contas de quantas vezes comecei um diário e desistia lá pelos meios de abril. Lembro do meu primeiro diário e quantos erros gramaticais tinham, um hoje sem H, não sabia onde ia a CH, o X, o S ou os SS ou mesmo a Ç. Quanta graça pode ter o pensamento de uma criança; que bonito ela poder ver a vida.  Eis que aqui, sem saber, o meu oficio começava.

“E, se nós mesmos tivermos uma vocação, se não a traímos, se continuarmos a amá-la no decurso dos anos, a servi-la com paixão, podemos manter longe do coração, no amor que sentimos por nossos filhos, o sentimento de posse. Porém, se não tivermos uma vocação, ou se a tivermos abandonado e traído por cinismo, ou medo de viver […] então nos agarramos aos nossos filhos como um náufrago ao tronco de árvore, pretendemos vigorosamente que nos devolvam tudo o que lhes demos, que sejam absoluta e implacavelmente tais nós os queremos, que obtenham da vida tudo o que nos faltou”. – (Natalia Ginzburg – Meu oficio)

E tive muitos momentos de crises de identidade e de aprender a escrever. Ouvi muita gente dizer que não escrevia bem, que não ia aprender nunca. Ouvi gente que dizia que progredia, mas que não acreditavam que queria escrever.

Escrever em outra língua também foi o grande desafio. Tive uma professora de língua espanhola, que na sua maior sinceridade me disse que eu nunca ia escrever bem. E eis que de certa forma consegui. Talvez não no nível que ela quisesse, mas certamente aquela crítica me motivou a ir à biblioteca e passar horas estudando e desenredando os mistérios da gramática espanhola.

Não queria realmente provar nada a ninguém, nem provei nada e ela porque nunca mais a vi. Nem a ela nem a muitos professores que cruzaram meu caminho. Tenho até carinho por eles terem sido tão sinceros comigo. Muitas pessoas desistem no meio do caminho… minha persistência veio daquela paixão que eu sabia que eu tinha. E de certa forma, para chegar até ali, tive que enfrentar as minhas limitações. Meus diários são reflexo do meu progresso, na escrita e como pessoa, na evolução de quem fui e hoje quem sou, no amadurecimento da mulher que aqui se apresenta: com inseguranças e desejos como todos… mas de peito aberto para enfrentar.

Hoje sei que a escrita, sem dúvida é o meu oficio; a minha praia, o que eu mais gosto de fazer. Aquilo que me proporciona conforto nas horas difíceis e mais alegria no decorrer do meu dia. E tenho a certeza de que seguirei escrevendo, assim como Natalia, até o dia da minha morte. Se ninguém quiser ler, paciência… já estarei contente em escrever para mim mesma.

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“Interpreti Veneziani” completam o charme da Serenissima

Inesquecível é assistir a interpretação das Estações, de Vivaldi, pelas mãos talentosas dos Interpreti Venezini,na Igreja de San Vidal, em Veneza. O encontro com eles foi provocado por aqueles passeios sem roteiro definido ao preambular pelas pontes e vielas da Serenissima, sob o sol refletindo no Grande Canal e em suas construções repletas de histórias e arte.

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“Compre aqui seu bilhete para o concerto de hoje à noite”, dizia o cartaz na porta da Igreja…

Aquela energia contagiante de Vivaldi, a sua vivacidade em dar ritmo às Estações do ano, me atraiu para leitura do programa. Me rendi aos encantos do interior da Igreja e desembolsei 30 euros e garanti meu lugar no concerto daquela noite. A intuição mais uma vez acertou em cheio e a experiência irá permanecer para sempre no álbum de lembranças de uma viajante que ama arte e a música.

Paixão simbiótica

À noite a igreja estava lotada. O público fez silêncio e aqueles músicos começaram a tocar….

Exatamente, usei o verbo correto: a tocar no coração de todos ali presentes.

Éramos parte daquele interpretação. Nem respirávamos para não interferir no diálogo entre aqueles virtuose e seus instrumentos de corda. A simbiose era perfeita. Eles tocavam para si próprios como se o mundo se resumisse apenas na melodia executada. 

Os Interpreti Venezini quando definem Veneza mostram o orgulho e a mesma paixão desenvolvida pela música:

“Veneza é a única cidade do mundo que, desenvolvida de acordo com um código genético escrito além do tempo, permanecerá para sempre inconfundível em comparação a outros lugares no mundo; hoje, de fato, se parece como era em outra época, feita de ouro e pedra d’Istria, e suas salas monumentais continuam a preservar o talento e genialidade de artistas que o destino quis que se reunisse aqui para sempre.

Durante a sua vida, a Serenissima Republica era um laboratório de arte incrível: enquanto mentes excelentes projetavam e construíam palácios e igrejas, mãos experientes trabalhavam nos afrescos no interior que hospedariam depois lindas telas, violinos e violas nasciam nas oficinas de violino, nas pernas, nos salões, nos cinemas e em qualquer outro lugar, se propunham sinfonias, óperas, cantatas.

A música, sobretudo nos últimos séculos, se constituía a trilha sonora da vida cotidiana que transcorria  orgulhosa na sua auto-celebração.

Então vieram as eras das trevas: se a arquitetura e a pintura resistiram ao tempo graças à sua estrutura material, a música, feita de vibrações, desapareceu no ar, deixando Veneza para um destino desconhecido. A temporada de concerto “Violinos em Veneza” pelos intérpretes venezianos (Interpreti Veneziani) quer dar aos belos lugares uma nova e antiga harmonia, ao mesmo tempo. Propõe reviver o som de alguns instrumentos de prestígio, verdadeiras obras de arte reais, num ambiente carregado de história e grande beleza. É assim que em San Vidal a música barroca e as notas de Vivaldi se juntam aos lugares sagrados em que nasceram.

Um encontro entre música e outras musas, para poder criar aquele momento de perfeição que surge da simbiose de dois elementos que parecem ser feitos um para o outro.

Quem quer que seja e onde quer que você venha, seja bem vindo à ‘cidade harmoniosa’ “!

Interpreti Venezini

Uma meditação musical

É uma pena que os vídeos, as fotos,refletem uma parte do verdadeiro espetáculo ao vivo. Não importa. Essa tentativa de descrever e mostrar o virtuosismo desses músicos, é para dar ao leitor,  mesmo não estando presente, a oportunidade de viajar nas linhas da imaginação. 

 

 

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Arte de fazer rir da palhaça cheia de graça

O palhaço e a palhaça são uma graça. A imagem deles é sinônimo de alegria e ternura.  Por que não valorizar a palhaça também? Tanto no masculino quanto no feminino, ambos merecem todo o nosso respeito e admiração. Nossa homenagem em seu dia – 10 de dezembro.

São grande intérpretes na arte de fazer rir, o que é hoje uma tarefa difícil de realizar num mundo bombardeado pelas más notícias, complexo e conturbado. 

Com dia ou sem seu dia, o palhaço jamais será esquecido porque nos remete à magia do circo. À alegria e à ternura. “A criança que não brinca não é criança. Mas o adulto que não brinca perdeu para sempre a criança que vive dentro de si”. Pablo Neruda.

Levar o palhaço a sério

Esse dia instituído em 1981, por empresa de eventos em São Paulo, e agora aceito em todo o Brasil, me motivou a escrever sobre os palhaços que conheci quando trabalhei divulgando Convenções de Malabarismo em Curitiba. Confesso que foi um tempo muito gostoso. Leve e cheio de Cortejos e espetáculos!

Há quem defenda o “Clown” – o palhaço que deve ser levado a sério e que não é só para criança, que usa o humor como ferramenta para destacar questões políticas e sociais. Um canal de abertura social.

Só palhaços? Cadê a palhaça?

Então, nesse devaneio sobre artes circenses e seus animadores me dei conta que destacamos muito mais a figura masculina do palhaço. Mas as palhaças existem e fazem graça com muita graça.

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Cito as que conheço: a Palhaça Baratinha- (Camila Cequinel), uma extraordinária artista. A precursora da Escola Trip Circo, em Curitiba, no Paraná.

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Quando entra no palco cativa o público pela desenvoltura de sua performance.

Sombrinha

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Sombrinha tem olhos brilhantes que encantam as crianças. Não fala quase nada, mas seu trabalho corporal aliado a um figurino original é o suficiente para atrair as crianças grandes e pequenas. Ela seu marido, o Palhaço Alípio, estão sempre fazendo arte. Além de praticarem o bem. Conheci Alípio pela minha filha Marcela quando todos nós sonhávamos em mudar o mundo, com a arte de fazer rir dentro dos hospitais.

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Se os sonhos não alcançaram as estrelas, a alegria que os dois distribuíram acreditando naquilo que fazem já bastou para melhorar a vida de muita gente. Se visitarem o Facebook do Rafael Barreiros, neste fim de ano, o Palhaço Alípio,  verificarão que lá está ele fazendo graça no Cotolengo, uma instituição social de Curitiba.

 Botero, Picasso, Chagall

 O circo - Marc Chagall

O circo – Marc Chagall

Nas artes plásticas, o circo e o palhaço foram temas de muitas telas famosas. Não tem quem resista a beleza colorida do palhaço e do universo lúdico do circo. Botero, Picasso, Marc Chagall foram um deles.

Fernando Botero
Fernando Botero

Fernando Botero, o artista colombiano famoso por pintar pessoas em tamanhos desproporcionais e volumosas, foi enamorado pelo circo no México, durante o período em que passava os meses de inverno da Europa, onde vive há muitos anos.

Nada mais delicado do que terminar um texto com poesia e navegando por essa web infinita encontrei a singela poesia de Pedro Martins:

O Palhaço
 
Ele sorri…
E o seu sorriso contagia
Ele… É o porta voz da alegria
Nessa arte, um verdadeiro doutor
Fazendo mímicas, caretas
Malabarismos, piruetas
Distribuindo o elixir do bom humor
Que ameniza as feridas 
De nossas efêmeras vidas
Com a cara pintada
E a cabeleira postiça
Fica irreconhecível
Disfarce necessário
Para tornar-se hilário 
Um Ser humano especial
Que traz nas veias
O poder de espantar as coisas feias
Personagem fascinante
Ousado e cativante
Que nos invade o coração
De forma inesperada
E nos momentos que ali fica
A única coisa que reivindica
É a nossa gargalhada…

Pedro Martins – 2011