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Festival de Brasíllia do Cinema Brasileiro reforçou a resistência contra o caos cultural no país

Com uma programação imperdível e participação de cineastas que marcaram época na história da sétima arte, a realização do 53o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi bálsamo num momento tão obscuro para a cultura no Brasil.

Além de ser o mais antigo do país, este ano o Festival de Brasília nos deu uma incrível demonstração de garra e resistência ao ecoar pelo mundo afora o aniquilamento silencioso de nossa cultura e arte.  Sobretudo  a destruição da nossa memória audiovisual, como é o caso da Cinemateca Brasileira. 

O ato, sem dúvida, foi heróico por parte da curadoria, cineasta Silvio Tendler e de todos que participaram da organização, para propor um Festival com esta dimensão e importância em plena pandemia.  Pela primeira vez o Festival foi realizado em plataforma online, oferecendo ao público a oportunidade de participar de todas as etapas da programação, encontros (lives), oficinas e exibição de filmes.

“Tendler destaca que esta edição traz a meta de ver o cinema brasileiro respeitado e preservado. ‘Nós precisamos manter o cinema, a cultura e a arte mais vivos do que nunca. Nossa luta continua”’. fonte: Correio Braziliense

Mas o mais importante disso tudo é o fato de que o Festival de Brasília manteve o seu viés político em dia.

“O Festival de Brasília é o mais importante, mais antigo e mais político dos festivais brasileiros. Ele não poderia deixar de existir no ano de 2020, diante do pandemônio das mais de 180 mil mortes por conta da covid-19, do fecho das instituições culturais, do fim do Ministério da Cultura. Por todas essas questões, devemos continuar sobrevivendo, existindo e dizendo ‘Presente!’. , afirmou Silvio Tendler, na entrevista para o C7nem

 

https://www.youtube.com/watch?v=_H7x6dwo0hM

 

A Cinemateca Brasileira foi tema de abertura do Festival. Nada mais justo homenagear a “mãe de nossa memória” como disse Silvio Tendler na abertura do encontro, destacando a condição de descaso do governo federal pelo acervo e pelas instalações deste importante patrimônio histórico.

“A Cinemateca Brasileira atravessa a crise mais aguda de sua história. Seu acervos e suas instalações correm riscos terríveis agravados pela lentidão como o governo se move para afastá-los”, afirmou o cineasta  Roberto Gervitz, que foi o mediador deste encontro magnífico que contou com a participação de Cacá Diegues, Eduardo Escorel e outros gigantes da cinematografia brasileira.

O Festival encerrou no dia 21 de dezembro com a premiação. Durante a semana de 15a 20 de dezembro foram realizadas 10 mesas de debates, três oficinas e três mostras de filmes.

“O grande vencedor deste ano foi o longa-metragem Por onde anda Makunaíma?, de Rodrigo Séllos, que conquistou o Candango de Melhor filme da Mostra Oficial, segundo o júri. Na categoria de curtas, o premiado foi República, de Grace Passô. Apesar de terem sido os favoritos da comissão julgadora, entre o público a premiação ficou diferente: Longe do paraíso, de Orlando Sena, foi escolhido o melhor longa-metragem; e Noite de seresta, de Muniz Filho e Sávio Fernandes, o curta-metragem.

Na Mostra Brasília, Candango: Memórias do festival, de Lino Meirelles, se sagrou o vencedor do júri popular e também do oficial entre os longas-metragens. Já entre os curtas, os jurados escolheram O outro lado, de David Murad, enquanto o público optou por premiar Eric, de Leticia Castanheira.” Fonte: Correio Braziliense

O Festival foi um sucesso e culminou numa festa online  ajustada às exigências de um tempo de pandemia. A entrega do Troféu Candango aos melhores filmes foi o apogeu do evento e uma conquista para os organizadores e ao curador Silvio Tendler. 

Na 53a. edição todos os filmes selecionados para as mostras Oficial e Brasília foram reconhecidos financeiramente, mesmo que não tenham recebido o Candango. Os longas R$ 30 mil e R$ 15 mil, a depender da  mostra; e curtas, com R$ 15 mil e R$ 5 mil, também de acordo com as mostra

 

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Ken Loach vencedor da Palma de Ouro e do Prêmio do Júri em Cannes - (crédito: Alberto Pizzoli/AFP)

O premiado cineasta britânico Ken Louach, que dirigiu “Eu, Daniel Blake” falou sobre o cinema como ferramenta política no Festival de Brasília.  Veja ao lado o que pensa Ken Loach sobre cinema e a atual conjuntura política no mundo. 

 

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