O tema da última Bienal de Veneza (2019), May you live in interesting Times, reconhecia os tempos turbulentos. Mal sabíamos que era um forte presságio para 2020...
A expressão é da língua inglesa e evoca tempos ameaçadores erroneamente atribuída a uma antiga maldição chinesa.
Vejam só, quase uma premonição sobre o que estava para acontecer! E a conexão com China e atrelada a maldição….
Os ‘tempos interessantes’ de crise, incertezas evocados pelo curador de um dos mais importantes eventos de arte do mundo, Ralfh Rugoff, foram potencializando-se com o passar dos meses. A Bienal aconteceu de 11 de maio a 24 de novembro de 2019 e antes de terminar, artistas e visitantes foram surpreendidos com uma das maiores enchentes dos últimos tempos na Serenissima.
Além disso, logo depois, em dezembro apareceu o primeiro caso de Covid 19, em Wuhan, na China, confirmado pela Organização Mundial da Saúde. Algumas teorias da conspiração dizem que foi em novembro.
Para completar uma série de coincidências ou talvez não, a obra que se destacou muito nesta Bienal foi de dois chineses Sun Yuan & Peng Yu – Can’t help myself (não consigo me ajudar).
Instalação chocante que se compõe de um robô industrial que continuamente varre fluído semelhante a sangue. Gira e flexiona incansavelmente, programado para garantir que um líquido vermelho escuro e espesso permaneça dentro de uma área predeterminada.
O robô é colocado dentro de uma “gaiola” transparente, quase como uma criatura capturada e exposta. Mesmo a obra sendo criada em 2016, dialoga com a atualidade, na qual o mundo praticamente parou e não pode se ajudar.
Os dois artistas chineses profetizaram o futuro. Como a obra foi criada em 2016 provavelmente não tinham dados reais sobre qualquer catástrofe mundial como foi o Covid 19.
Foi puro exercício de criatividade em conexão com o cósmico!
Sun Yuan & Peng Yu são dois artistas chineses famosos por trabalharem em suas obras com meios não convencionais como gordura humana, maquinários, taxidermia.
Depois de participar de exposições inovadoras na China, eles ganharam destaque como artistas independentes no final da década de 1990 e formaram uma parceria colaborativa em 2000.
Suas grandes instalações, que muitas vezes incorporam componentes tecnológicos, comentam criticamente sobre a compreensão humana, dissentes em posições políticas e sociais.