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Arquitetura contemporânea na tradicional Ravello

O espaço abriga o Festival de Música de Ravello
O espaço abriga o Festival de Música de Ravello

Uma construção contemporânea cravada num declive natural da costa Amalfitana, em Ravello, na Itália, “provoca” o olhar de quem  avista à distância o Auditorium Oscar Niemeyer.   A obra é assinada pelo arquiteto brasileiro  e se sobressai pela ousadia das linhas delineadas  numa pesada  estrutura de cimento, no meio da vegetação e das edificações tradicionais, na encosta do morro que compõe a pequena e romântica Ravello,

Muito concreto para uma paisagem delicada natural e medieval
Muito concreto para uma paisagem delicada natural e medieval

Depois de  uma longa batalha nos tribunais italianos – oito sentenças judiciais – por conta da associação ecológica Itália Nostra, que acusava a obra de agredir visualmente e ambientalmente a Costa Amalfitana, o projeto foi concretizado num espaço de 10 anos, com a proposta de abrigar um festival de música, como tem acontecido nos períodos de alta estação.

A grande concha branca de concreto implantada na escarpa de Amalfi em frente ao mar - “rompe” com a paisagem urbana de Ravello
A grande concha branca de concreto implantada na escarpa de Amalfi

Em 29 de janeiro de 2010, o auditório, com  400 lugares, foi inaugurado em grande estilo.

 Arquitetura

Romântica e acolhedora, ideal para quem gosta de sossego e longas caminhadas.
Romântica e acolhedora, ideal para quem gosta de sossego e longas caminhadas.
Certamente,  a linguagem arquitetônica do Auditórium – uma grande concha branca de concreto implantada na escarpa de Amalfi em frente ao mar – “rompe” com a paisagem urbana de Ravello, cidade medieval com 2,5 mil habitantes, sobre o Golfo de Salerno.

Mesmo que a genialidade de Oscar Niemeyer  esteja explícita na ousadia das linhas arquitetônicas, a construção não ultrapassa a frieza do concreto à poética da obra para dialogar com o espectador na delicada encosta italiana – famosa Costa Amalfitana, Patrimônio Mundial da Humanidade(UNESCO).

Ao  Auditorium de Ravello  falta a leveza do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, que se abre à Baía de Guanabara, e também a elegância do Museu do Olho,  em Curitiba,  pois ambas as obras,  interagem com a paisagem ao entorno, características, da mesma forma,  imposta por Niemeyer em outra trabalho seu na Itália, a sede da Editora Mondadori(1968), em Milão.

Se a polêmica  judicial e a particularidade da região prejudicou o brilho estético da construção, esta não foi a intenção do sociólogo italiano, Domenico De Masi, um dos responsáveis pela realização e execução do projeto.

Quando a prefeitura da cidade, em 2000, decidiu construir um novo espaço para abrigar o Festival de Música de Ravello –  um dos mais importantes e charmosos da Europa – De Masi, que preside o evento,  recorreu a sua amizade com Niemeyer para levar o projeto adiante.

Em menos de três meses Niemeyer desenhou o prédio, detalhado posteriormente durante 18 meses – sem visitas físicas do arquiteto brasileiro a Ravello (não viajava de avião) – e em 10 anos ela foi finalizada ao custo de 18 milhões de euros.

A edificação exigiu a escavação de 26 mil metros quadrados de rochas e a construção de postes de aços maciços para evitar deslizamentos.

Para visitar Ravello o trajeto pode ser feito de trem saindo de Roma e chegando a Salerno, no continente, e na cidade é possível pegar um barco de linha que percorre toda costa Amalfitana, parando em diversas cidades. Em uma delas, pega-se um ônibus para chegar a Ravello, cujo a localização é no alto da montanha.

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