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René Magritte, Os Amantes (1928) Nova York, Museu de Arte Moderna

Beijar bem é arte também

Beijar é a arte da entrega das emoções que envolvem sexo, prazer e amor.​

Quando digo que o beijar é um ato de entrega, me refiro ao fato de que existem diferentes beijos que denunciam sutilmente o quanto estamos ou não a fim de entregar o nosso coração ao parceiro.

É mais ou menos igual a um abraço forte que abarca as reentrâncias e saliências do nosso corpo e que encosta o nosso coração ao coração do outro para passar o fluxo intenso de um sentimento que nada tem de um simples abraço amistoso.

O beijo na boca que defino como uma total entrega, é aquele que faz estremecer o corpo inteiro, da cabeça aos pés, fazendo vibrar as nossas infinitas e mais remotas fibras nervosas no momento em que os lábios se aproximam um do outro e se unem imantados pela pele,entrelaçando as línguas,frenéticas, enlevadas na volúpia do prazer  que, num mesmo espaço de emoções, deseja chegar mais perto do coração do outro.  Essa é a grande diferença entre o beijo e o ato sexual em si.
René Magritte, Os Amantes (1928) Nova York, Museu de Arte Moderna

Nem todos conseguem beijar dessa forma por medo de deixarem o coração à mercê do outro.

Um grande equívoco!

O beijo da entrega, por inteiro, corpo e coração, é inesquecível. Traz gozo para a alma e sensação de extrema felicidade para ambos, considerando que a entrega é recíproca, uma troca tão intensa, capaz de oferecer uma eternidade de sensações por alguns minutos de beijar.

Uma sensação que independe de viver para sempre  com o parceiro que beijou e, sim, de ter passado pelo paraíso.

Beijar,  beijando de verdade deixa para sempre o gostinho úmido, voluptuoso,  gravado nas profundezas de uma memória sagrada, como se fosse um estoque energético de alguma partícula cósmica, ampla e resplandecente, que nutre e mantém sempre acesa a chama do prazer pela vida!

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