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Artistas chineses na Bienal de Veneza expõem o poder

A instalação Trojan  2016-2017, de Yin Xiuzhen,  as obras Dear – 2015 e   Can’t help myself ambas ,de Sun Yuan e Peg Yu, são leituras do poder no mundo moderno, na 58a. Bienal de Veneza 2019. Trojan é uma colossal escultura confeccionada com roupas usadas, argila e metal. A figura de uma mulher que se posta curvada, à primeira vista, ao visitante que percorre o Arsenale.

Na realidade, a ideia da artista é dar destaque aos inúmeros indivíduos que usaram aquelas roupas e que se afogam em uma época de homogeneização, lembrando-nos ao mesmo tempo da poluição e do consumismo incessante associados à indústria de roupas.

Dear

A grande poltrona branca confeccionada em silicone é ameaçadora em seu conceito permanecendo protegida por paredes de Plexiglas. Por que ameaçadora?

Porque  lembra o poder, o autoritarismo, a repressão. Isso quando um tubo de borracha colocado no meio da poltrona começa a receber sopros de ar altamente pressurizado e acaba chicoteando o entorno, num barulho ensurdecedor.  A obra Dear é inspirada num poltrona imperial romana que também é a poltrona de Abraham Lincoln,  no Lincoln Memorial,  EUA. Entre uma periódica erupção e outra, o que mais chama a atenção é a poltrona inerte em sua imponente posição.

Can’t help myself

Uma construção robótica que está constantemente tentando deter um líquido vermelho. “Não posso me ajudar” é uma obra impressionante e nos remete a violência e a tentativa de não deixar vestígio.

Um braço mecânico está protegido por parede de  plexiglás e move-se para conter um líquido viscoso muito semelhante ao sangue. Ao fazer isso, ele executa ações que não são apropriadas para ele, como dançar, arranhar, apertar as mãos e até mesmo apertar. A maneira completamente desajeitada com que ele se move faz o “sangue” espirrar nas paredes de proteção.

 

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Shilpa Gupta deu voz aos poetas presos e silenciados por suas crenças

A instalação sonora “For In Your Tongue, I Can Not Fit -100 Jailed Poets”, no Arsenale, na Bienal de Veneza 2019,  é visceral. Atinge a sensibilidade do espectador e o faz pensar naqueles que lutaram e morreram por suas crenças. Essa é intenção de Shilpa Gupta, artista indiana, ao dar voz aos poetas presos e silenciados por suas poesias e crenças. São 100 folhas impressas espetadas em barras de metal, acompanhadas por microfones e a gravação dos poemas.

É uma obra profundamente sensorial, eloquente, pelo ambiente projetado pela artista que pesquisou poetas desde o século VII até os dias de hoje. Entre as poesias encontra-se a do poeta de Immadadin Nazimi, do Azerbaijão, que viveu no ‘século XIV e foi esfolado vivo em Aleppo.

Na medida que visitante se aproxima do microfone é declamada a poesia que consta na folha impressa. Os idiomas são variados, árabe, turco, inglês, indiano e russo. A obra destaca a fragilidade e vulnerabilidade de nosso direito à liberdade de expressão hoje em dia – e a bravura daqueles que lutam para resistir. Ao longo de uma hora, cada microfone, por sua vez, recita um fragmento das palavras dos poetas, faladas primeiro por uma única voz e depois ecoadas por um coro que se desloca pelo espaço.

 “O título da obra é inspirado em um poema do poeta do século XIV conhecido como Nesimi, nascido no que é hoje o Azerbaijão moderno e executado pelas crenças religiosas expressas em sua poesia que contrariam as doutrinas contemporâneas dominantes. Este é um dos vários poemas históricos incluídos na obra (com os primeiros datando do século VII). A grande maioria dos poemas, no entanto, decorre do século XX até os dias atuais, refletindo o envolvimento particular do artista com a ascensão do Estado-nação e as lutas sociais e políticas relacionadas à autodeterminação e acesso à democracia e aos direitos humanos”. Fonte: Architeraldigest

Shilpa Gupta nasceu em Mumbai, 1976,  e diz que a sua pratica é muito fluída e que trabalha com o cotidiano. Usa desenho, fotografia, vídeo, escultura, som e performance.

 

Microworld , 2018 - Liu Wei. China

“Interesting Times” dalla Biennale 2019 a Venezia

È la quinta volta che visito la  Biennale di Venezia, consecutivamente.  Questo anno il mio giro è stato breve, pochi giorni, ma è stato possibile capire “May You Live In Interesting Times”. Il titolo evoca l’idea dei tempi difficili e forse minacciosi, ma le opere sono un invito a vedere e analizzare l’essere umano nella sua complessità. Non mi interessa ripetere quello che è già stato divulgato sulla più antica biennale d’arte, ma, piuttosto mettere in evidenzia le opere che mi hanno toccato per il loro concetto.

A ogni tempo, la Biennale di Venezia è un evento apoteotico che rivela i tempi in cui viviamo, e le opere della Biennale sono già grandiosi  dallo spazio che la installa: la città di Venezia è un’opera d’arte unica al mondo. Se il soldi mai mancare anche la salute buona sarò sempre visitando la Serenissima e soprattutto la biennale.

 

Sempre e sempre sarò a volteggiare come una ballerina in una serata, nell’enorme Piazza San Marco, come una princepessa nel più elegante salone del mondo. Dopo siederò in uno di quei caffè da prendere un ‘prosecco’ e tra ogni sorso sentirò tutta la storia mescolando in un unico momento  il presente, il passato e il futuro attraverso le emozioni ancora al suono delle classiche della musica.

Giardini

Il mio primo percorso è sempre sui Giardini, dove  sono i padiglioni. Questa volta sono andata molto velocemente. Quando ho iniziato a camminare per i padiglioni, ho pensato a me stesso che erano presenti la cultura e gli aspetti politici del paese che lo aveva costruito il padiglione.

Ad esempio, ogni biennio la mia aspettativa è molto alta per il Brasile, conoscendo gli incredibili talenti che esistono in tutto il paese. Tuttavia, ciò che ho visto non ha ancora rappresentato il significato del mio paese nella diversità e nell’arte.

Quest’anno, senza sminuire il concetto di Swinguerra, soprattutto in questo momento politico incui la capisco come un grido della minoranza e dei giovani della periferia del Brasile, non penso che sia un’installazione di videoarte, ma un documentario. Un documentario è un’installazione artistica?

Il padiglione della Russia sempre è sorprendente in rispetto alla storia del paese. Quest’anno il padiglione ha portato un tema biblico. Lk. 15: 11-32. La parte del Vangelo che tratta della parabola del “figlio prodigo” di Luca che insegna il perdono, la pietà e la compassione.

Gli Stati Uniti si occupano delle opere che emanano “libertà”. Il padiglione finlandese è quasi perso tra l’edera e il fogliame che lo circonda e i temi delle sue opere sono sempre legati alla natura. Ad ogni modo, è meglio descrivere separatamente e analizzare alcuni dei padiglioni più interessanti.

Arsenale

Se la visita ad alcuni padiglioni ha lasciato a me un po annoiata, chiedendomi quanta vanità politica ed aspetti economici fossero coinvolti nella scelta degli artisti e dei curatori che rappresentavano ogni paese, l’impatto di quello che ho visto in Arsenale mi ha lasciato in uno “stato di grazia “. Opere incredibili, magnifiche e sorprendenti.

A questi voglio prendere tempo ed evidenziarne alcuni che vale davvero la pena pensare. “La nostra missione è semplice e non facile: offrire agli artisti uno spazio di dialogo gratuito per i sei mesi della mostra e offrire ai visitatori un intenso incontro con l’arte”, ha dichiarato il presidente della Biennale di Venezia. Paolo Baratta.

E noi del PanHoramarte `parteciperemo a questo dialogo!

Microworld , 2018 - Liu Wei. China

‘Tempos interessantes’da Bienal de Veneza 2019

Esta é a quinta bienal de Veneza que visito, sucessivamente, e mesmo numa rápida passagem foi possível perceber o que representa “May You Live In Interesting Times”. O título evoca a ideia de tempos desafiadores e talvez ameaçadores, mas as obras são um convite para ver e analisar o ser humano na sua complexidade. Não me interessa repetir o que já foi divulgado sobre a mais antiga Bienal de arte, sim, destacar obras que me tocaram pelo seu conceito.

Como sempre a bienal veneziana é um evento apoteótico e revelador dos tempos em que vivemos  e as obras da bienal já são gigantes  pelo próprio espaço que as instala: a cidade de Veneza é uma obra de arte única no mundo.Se tiver dinheiro e saúde estarei sempre  visitando a ‘Serenissima em tempos de bienais.

Por todos às vezes, jamais deixarei de rodopiar na imensa Piazza San Marco à noite, sentar-me num daqueles cafés e tomar um prosseco respirando toda aquela história a cada gole e percorrendo o presente, o passado e o futuro pelas emoções ao som de Vivaldi.

Giardini

O meu primeiro percurso sempre é o Giardini, onde encontram-se construídos os pavilhões e sigo pela sede central e depois aos pavilhões. Desta vez, tudo foi muito rápido. Quando comecei a percorrer os pavilhões pensei comigo mesma, que ali estavam presentes a cultura e aspectos políticos do país que construíra o pavilhão.

Por exemplo, todos os biênios a minha expectativa é muito grande em relação ao Brasil conhecendo os talentos incríveis que existem por todo o país. Porém, o que tenho visto não representou ainda o significado do meu país em diversidade e arte.

Este ano, sem desmerecer o conceito do Swinguerra, principalmente neste momento político, que ao meu entendimento é um grito de guerra das minorias e jovens da periferia do Brasil, não me parece uma instalação de vídeo-arte, mas um documentário. Será um documentário uma instalação de arte?

O pavilhão da Russia sempre é surpreende pela própria história do país. Este ano, o pavilhão trouxe um tema bíblico.  Lc. 15:11-32. A parte do evangelho que trata da parábola do ‘filho pródigo’, de Luca, que ensina o perdão, a piedade e a compaixão.

Os Estados Unidos tratam de instalações que emanam a ‘liberdade’. O pavilhão da Finlândia quase perde-se em meio às heras e folheagens que crescem em sua volta, e os temas de suas obras sempre estão relacionadas com a natureza. Enfim, o melhor será descrever em separado e analisar alguns dos pavilhões mais interessantes.

Arsenale

Se me senti um tanto aborrecida ao percorrer alguns pavilhões pensando o quanto de vaidade, política e questões econômicas estavam envolvidas na escolha dos artistas e curadores que representavam cada país, o impacto provocado pelo que vi exposto no Arsenale, deixou-me em ‘estado de graça’. Obras incríveis, magníficas e contundentes.

A estas quero dedicar um tempo e colocar em evidência algumas que realmente valem a pena pensar mais. “A nossa missão é simples também não fácil: oferecer ao longo dos seis meses de duração da mostra, aos artistas um lugar de diálogo mais livre possível e oferecer aos visitantes un intenso encontro com a arte”, afirmou o presidente da Bienal de Veneza, Paolo Baratta.

E nós do PanHoramarte `faremos parte deste diálogo!