Foto by Catarina (12 anos)

Sob o olhar dos miúdos: visita a Ilha Terceira dos Açores

O PanHoramArte está abrindo espaço para as crianças mostrarem sua criatividade em flagrantes de viagem, poesias, textos, desenhos. Iniciamos com a viagem de Catarina (12 anos) e Helena(7 anos) a Ilha Terceira dos Açores.

O diálogo foi entre avó, no Brasil, e a neta (12 anos) – vivendo em Portugal, sobre a viagem  que estava fazendo para comemorar o aniversário da mãe de um jeito diferente e num lugar especial.

Açores já estava na agenda dessa família há tempos. Aliás, cá entre nós, que é também minha família e somos viciados em viajar, seja a lugares perto, como parques, cidadezinhas pitorescas ou distantes. na qual todos, avós, tios, primos juntam dinheiro para visitar os mais incríveis pontos turísticos .

Todos nós da família concordamos que viajar é uma escola de infinitos saberes e sempre que é possível coloca-se na agenda um roteiro diferente. É quase um vício.

  “Vó vou mandar bastante fotos pra você e aí vai saber das novidades”, avisou Catarina.

Viajei junto com ela  pelas fotos e conheci alguns fatos da Ilha Terceira. O que mais impressionou Helena e Catarina foi a visita ao interior de um vulcão extinto.  Qual é o nome mesmo?, perguntei. Ela repetiu,   um vulcão!

E criança se preocupa em descobrir o nome das coisas? Elas preferem sentir muito mais as sensações. Lá fui eu pesquisar e descobri  o nome do local,  Algar do Carvão e foi um vulcão que entrou em erupção há mais de dois mil anos..  Ilha Terceira tem como capital  Angra do Heroismo e antes era chamada de Jesus Cristo. Mais informações aqui e neste outro site achei mais detalhes sobre vulcão e que  vale visitar Sapo.  Digo isso, porque adulto adora saber mais e nesse artigo estou colocando as impressões somente do universo infantil.

Por aqui as larvas tentaram sair e não conseguiram e deixaram as marcas de sua fúria. Para chegar no interior da montanha é preciso descer 330 degraus. 

Uma caminhada que vale pela experiência. Nessa época Açores é ainda frio e chuvoso.

O que vocês estão vendo aí?, perguntou Marcela, a mãe. É o pum do vulcão? Não é um arroto responde Catarina. Clique em cima da imagem que o vídeo começa a mostrar os buracos na terra soltando fumaça de enxofre. O respiradouro da montanha.

Constituem-se em um campo fumarólico, ou seja, numa área que compreende diversas saídas de gases vulcânicos agressivos, a diversas temperaturas, algumas bastante elevadas (cerca de 95º C à superfície e cerca de 130º C a meio metro de profundidade).  Fonte Wikepédia

Logo no segundo dia do passeio Catarina me contou que estava chovendo. Mas para criança não tem tempo ruim. “Ainda bem que trouxe capa de chuva, ainda com vento e uma chuva gelada, mas a gente está com roupa quente e eu estou gostando dessa viagem”, confidenciou ela.

Um flagrante que Catarina não deixou passar porque o bichinho na tranquilidade dele deixou-se fotografar. “É um porco-espinho branquinho que fotografei antes de chegar no hotel, vovó”.

Passeios de barcos ao por do sol é tudo de bom e foi bem aproveitado pelas meninas que curtiram junto com papai e mamãe, A Ilha Terceira tem uma natureza exuberante e quem deseja conhecê-la com os detalhes que interessam a adultos indicamos esses sites que pesquisamos: Tours Portugal e 

Visite Portugal

Para fechar com chave de ouro a viagem vale experimentar sempre a comida tradicional do lugar. ‘Alcatra da Ilha Terceira” é famoso demais, mas Catarina não gostou. Quem gostou mesmo foi o papai dela, Gustavo. E o contou um detalhe que descobriu com amigos que fez na Ilha. “Nesse prato vai pimenta do reino inteira, em grãos. E na época, em Portual, somente os ricos comiam pimenta do reino por tratar-se de uma especiaria. Mas para os habitantes da Terceira tinham acesso a essa especiaria, mesmo os mais pobres. A Ilha ficava na rota dos navios e os marinheiros trocavam pimenta por mantimentos”. 

Na sequência alguns detalhes da capital, como o campanário de arquitetura colonial e por fim, as meninas, Catarina (12 anos) e Helena (7 anos). 

 

Sob olhar dos miúdos serão artigos elaborados a partir da visão infantil e publicados aqui no PanHoramarte. Miúdos palavra mais usada em Portugal para denominar crianças e nós gostamos dela. É forte! 

As crianças são o futuro e precisam de espaço para mostrar o que sentem e o que percebem do mundo. Se nos  envolvemos nesse mundo lúdico, singelo e pleno de significados vamos potencializar o amor, sonhos e nossas utopias. Que venham a nós as crianças para deixar o mundo mais colorido!

pag cabelo voando (1)

‘Canções para atravessar a noite escura’

As 'Canções para atravessar a noite escura' foram selecionadas durante o isolamento social por Katya Teixeira, porém serão sempre bálsamo para aliviar as dores da alma.

O álbum composto por dois cds e um livro é o recente lançamento da cantautora Katya Teixeira, junto com seu companheiro André Venegas. São poesias, textos e ilustrações que acalantam o espírito de quem desfruta dessa maravilha artística. Escutando e lendo vamos poetizando a vida.

 A publicação é uma autêntica  obra de arte, seja pelas ilustrações assinadas por Naila Pommé – imagens sensoriais, encantadas, que refletem o mundo dos sonhos, ou seja pelas músicas que recebem uma interpretação magistral de katya Teixeira.

 A ideia de reunir em um álbum musical e literário as ‘Canções para atravessar a noite escura’ nasceu durante o isolamento social provocado pela pandemia. “Foram dias inesperados, onde as palavras não eram suficientes, onde só a arte alcançava”, escreve  Katya em seu livro.  Mais adiante continua o depoimento, “Nos voltamos ao princípio, o básico, à vida. Respirar, suspirar, inspirar… superar para não pirar!

Então esses acalantos chegam nesse ato da vida pra acarinhar, olhar com afeto, como oração, amuleto de proteção…. de maneira que algo em meio ao escuro seja uma promessa de que vai passar! Que encararmos com coragem e resiliência, as sombras dessa noite vão se dissipar com coragem e resiliência, as sombras dessa noite vão se dissipar com a luz que chega no amanhecer de um novo dia.”

 

Quantas vezes na vida passamos por noites escuras da alma e precisamos de acolhimento, como crianças querendo colo e uma voz suave cantando ao ‘pé do ouvido’ para nos embalar. É cura na certa!

O álbum é composto por 22 músicas criteriosamente selecionadas para embalar nosso espírito e no livro alguns poemas e  letras das músicas ilustradas por Naila.

O álbum 1 inclui nove músicas definidas como acalantos. Vale aqui sentir a primeira No arco da madrugada – Katya Teixeira e Consuelo de Paula. Outra que curto é a conhecida  Paz do meu amor/Prelúdio para ninar gente grande de Luiz Vieira.

Algumas inspiradas em canções indígenas como Toke No Mitã. Segundo relato da cantautora foram momentos de grande sensibilidade, por ocasião, no Dandô, da Vigília pela Vida, pelo qual houve uma profunda conexão como o rezo madrugada adentro na aldeia guarani em Maquiné/RS.

“que o passar dos dias e noites não levem as especialidades da minha alma, a da criança que se encanta, do poeta que se inventa, do artista que se recria, do viajante sempre pronto para partir, do animal que se protege, do santo que abençoa, e do amante que ama sem se importar com a invenção do tempo”.

Theodora Brun-Elizabeth Magalhães.

(…) Toda a ferramenta tem sua função e utilidade e através dessas me chegaram muitas coisas bonitas e fortes. Se antes já nasciam parcerias de música e arte navegando pelos posts de Facebook e Instagram, nesse período pandêmico somamos nossas lutas e tantas outras utopias. E assim entraram na minha vida pessoas incríveis como Silvio Tendler e o povo querido do Estados Gerais da Cultura, Eliene Oliveira com seu CaFézim, Vigilia pela Vida (do Dandô)….

Kararaô ( Katya Teixeira)

Brasil acordai para salvar teu filho, tão pondo fogo em teu berço, tão envenando tuas águas. Foge índio, seringueiro, Kaiapó vai se afogar, Seringueiro vai migrar, E as usinas vão brotar, No coração do Pará. Os donos do poder, não querem nem saber, meu povo tem que crer, que somente nós, podemos defender. Eu quero poder plantar, eu quero poder colher, eu quero poder viver e saber que um dia vai florescer.

A cada virada de página encontramos um pouco de nós, dito e musicado por Katya Teixeira. Entendam que me refiro a quem se sensibiliza ao ponto de emocionar quando escuta uma música, assiste um filme, ou lê um livro, tem sonhos e projetos de vida para se reinventar. 

O álbum 1 reúne nove acalantos,  e no  álbum 2 foram selecionadas 13 músicas para despertar.   Portanto, Canções para atravessar a noite floresceram na pandemia e permanecerão para sempre como uma mensagem de fé e esperança. Katya Teixeira disponibiliza as canções em seu canal no Youtube.  Os interessados no kit, cd/livro podem ser solicitados pelo e-mail: katxereprod@gmail.com ou mais informações pelo site  shoutout

 

Katya Teixeira, cantautora e instrumentista paulistana, pesquisadora da cultura popular brasileira. Com 28 anos de carreira, traz em seu trabalho o resultado de suas andanças pelo Brasil, países latino-americanos e europeus. Assina vários projetos culturais, destacando-se o premiado Dandô- Circuito de Música Dércio Marques que cria um intercâmbio e circulação de música popular.

Naila Pommé é paulistana, artista visual, curadora, produtora cultural e arte educadora. Dentro e fora de seu trabalho, procura formas de fomentar redes de apoio entre mulheres. Na ilustração, brinca as fronteiras entre o sentimento e o concreto. com traço firme, constrói ricas texturas e figuras surrealistas. … 

 

Nas últimas páginas estão os apoiadores, nós do PanHoramArte juntos ao de muitos que deram força ao sonho de Katya. Por isso, a ilustração de Naila expressa verdadeiramente o quanto é importante o movimento coletivo para que haja crescimento. O equilíbrio só acontece quando todos estão juntos e sintonizados na mesma força e ideal.

Sucesso!

Imagens by internet

Cosa sono queste ‘persone senza cuore’ che annientano la cultura e distruggono la nostra arte?

È doloroso ricordare la bestialità con cui sono stati compiuti gli attacchi al nostro patrimonio questa domenica (08), da parte di un popolo senza identità culturale. Loro chi sono? Persone senz'anima che si sono perse nella propria follia, vuote di sogni e poetiche!

Truculenti, ignoranti e immorali, incapaci di capire il male che facevano a tutti noi brasiliani al distruggere un’opera di Di Cavalcanti, l’orologio che fu donato alla famiglia reale dalla corte di Luigi XIV e portato in Brasile da D. João VI, al gettare a terra la scultura della Ballerina di Victor Brecheret, rompere la vetrata di Marianne Peretti e molto altro ancora. Tutti con valore inestimabile, piú preciozi per la storia che c’è dietro ognuno di loro.

Esseri senz’anima che hanno perso il contatto con la realtà e usano false argomentazioni per giustificare quello che è un crimine contro la cultura brasiliana. Predicano lo slogan Dio, Patria e Famiglia e apropriano dei simboli nazionale e vivono come marionette del fondamentalismo religioso. Sono colpevoli, sì, e devono essere giudicati, ciascuno per l’atto commesso, passivo o direttamente coinvolto.

Anche coloro che si sentono vittime dell’azione di qualcun altro, un infiltrato (come affermano), non diminuiscono la loro colpa perché non hanno fatto nulla per impedire questa barbarie. Per molto meno, uno studente del Rio Grande do Sul ha salvato un albero dall’abbattimento nel 1975 perché vi si è arrampicato sopra ed è sceso solo quando era sicuro che l’albero non sarebbe stato abbattuto. L’episodio ha fatto notizia a livello internazionale.

Questa è cittadinanza!

Vitral Araguaia de Marianne Peretti
Carlos Alberto Dayrell marcou o início da luta contra o corte indiscriminado de árvores

Un paese che smette di valorizzare la propria cultura perde la propria identità. Diventa un paese senza testimoni nella storia umana. Guardiamo indietro nel tempo: la parola “colere”, origine del termine “cultura”, ha già un significato poetico, di coltivare, raccogliere, inglobare esperienze dell’individuo, dal’un gruppo sociale, un’etnia, nelle sue varie manifestazioni, siano esse spirituali, artistiche, ambientali o sociali.

In questo universo di conoscenza, uno dei principali pregiudizi della cultura è l’arte, ed è attraverso l’arte, in ogni momento, diventiamo più sensibili per catturare la bellezza del mondo e i suoi significati.

Pertanto, è necessario capire che la cultura è protagonista, non comprimaria!

È lo spazio del dialogo, della costruzione e delle idee. Unisce le persone; rafforza l’identità di una nazione; aggiunge valore economico e significato sociale. Una società forte è riconosciuta dai principi di uno STATO ampio e sostenibile, e le sue azioni politiche portano il segno indelebile dei suoi valori e tradizioni culturali.

Pannello dell’artista Di Cavalcanti  (1897-1976) traforato in più punti.

“Come ha fatto questo con un’opera d’arte? Soltanto molto matta, per pugnalare sei volte un pannello artistico di Di Cavalcanti”, si lamenta l’ereditiera. Quest’opera è la memoria brasiliana. Mio padre era un pittore che ha fatto arte sociale rivolta al popolo, è stato il pittore che più ha saputo tradurre la brasilianeità, non conosceva certo Di Cavalcanti e non deve sapere nulla, quest’opera è la memoria brasiliana, mio ​​padre era un pittore che ha fatto arte sociale arte rivolta al popolo, fu il pittore che più seppe tradurre il popolo brasiliano”. Elisabetta Di Cavalcanti (figlia del pittore). Testo tratto da internet

Opera di Frans Krajcberg in parte strappata e distrutta.

Con l’eccezione degli indiani, veniamo tutti dall’estero e ho bisogno di foreste selvagge, ricche, vivaci, dai colori vivaci, che crescono liberamente.

Le foreste d’Europa non mi commuovono e le intolleranze europee continuano a turbarmi.

Mi sento ebreo perché lo sono, principalmente perché sono fatto per esserlo, ma non sono religioso.

Disprezzo il fanatismo dei nazionalismi e delle religioni.

Sono sempre stato un internazionalista e la natura mi ha reso planetario”. Frans Krajcberg ( 1921-2017)

Le sue opere nascono dall’utilizzo di alberi, arbusti, materiale trovato in natura devastata da incendi o disboscamenti.

La ballerina di Victor Brecheret è stata estratta dalla sua base e gettata a terra.

Victor Brecheret (1894-1955) è una parte importante della storia dell’arte brasiliana.

Per chi non lo conoscesse, è l’artista che ha firmato il monumento ai Bandeiras, in Praça Armando Salles, davanti al Palácio Nove de Julho, a San Paolo.

Il tema femminile e religioso appare in tutte le fasi della vita dell’artista.

Il giovane Brecheret, alla Scuola di Parigi, vissuto a Montparnasse negli anni ’20, porta la scultura classica in opere come Ballerina, dei primi anni ’30.

Sebbene il giovane artista abbia conservato le linee classiche, è anche possibile percepire il gioco del movimento, dando alla scultura un senso più ardito.

Gli attacchi sono stati espliciti anche nella monumentale Brasilia e nel suo ricco patrimonio architettonico. Era come profanare uno spazio sacro nella storia della repubblica brasiliana.

Punto di riferimento dell’architettura e dell’urbanistica moderne, Brasilia detiene la più grande area protetta del mondo – 112,25 km² – ed è stata iscritta dall’UNESCO nell’elenco dei beni del patrimonio culturale mondiale il 7 dicembre 1987, essendo l’unica proprietà contemporanea a meritare questo riconoscimento. distinzione. Fonte: Altopiano

Foto Gastão Guedes/todos os direitos reservados

L’orologio donato dalla Francia al re D. João VI fu completamente distrutto. Cimelio storico che non sarà mai recuperato.

Un orologio realizzato dal francese Balthazar Martinot, su progetto di André-Charles Boulle, è stato distrutto dai terroristi. Il pezzo è stato realizzato alla fine del XVIII secolo ed è stato donato alla famiglia reale dalla corte di Luigi XIV. L’orologio fu portato in Brasile da D. João VI, nel 1808. Fonte Catraca Livre

Un episodio spaventoso come questo ci lascia di stucco e ci costringe a cercare una risposta a tanta brutalità e ignoranza. L’istruzione ha fallito nel nostro paese e non è una novità. Ben poco è stato fatto per rafforzare l’arte come vita, a cominciare dal curriculum scolastico. Non è intrattenimento! È l’esaltazione dello spirito e l’affinamento della sensibilità dell’uomo per cogliere la bellezza del mondo e dei suoi significati.

In qualità di responsabile del PanHoramArte, esprimo qui la mia indignazione e il mio dolore accanto com o movimento Estado Gerais da Cultura, che è stato una voce attiva nella lotta per il ritorno del Ministero della Cultura e il suo apprezzamento, nonché nella militanza per la pace e uguaglianza sociale.

Chi sono queste persone senza cuore, prive di valori culturali ed etici, che si perdono nella loro stessa follia!

Imagens by internet -Ansa Brasil

Que ‘gente desalmada’ é essa que aniquila a cultura e destrói nossa arte?

É doloroso lembrar a bestialidade com que foram realizados os ataques ao nosso patrimônio nesse domingo (08), por um povo sem identidade cultural. Quem são eles? Pessoas desalmadas que se perderam na própria insanidade, vazias de sonhos e poética!

Truculentos, ignorantes e imorais, incapazes de entender que estavam ferindo a todos nós brasileiros ao perfurarem uma obra de Di Cavalcanti, ao pisotearem o relógio que foi dado a família real pela corte de Luiz XIV e trazido ao Brasil  por D. João VI, ao jogarem ao chão a Bailarina de Victor Brecheret, ao quebrarem o vitral de Marianne Peretti e muito mais. Todas muito valiosas, porém mais preciosas ainda pela história que existe por trás de cada uma delas.

Seres sem alma que perderam a noção da realidade e usam de argumentos falsos para justificar o que foi crime contra a cultura brasileira. Pregam o slogam Deus, Pátria e Família e apropriam-se dos símbolos nacionais e são marionetes do fundamentalismo religioso. São culpados sim, e deverão ser julgados, cada qual pelo ato que cometeu, seja passivo ou diretamente envolvido. 

Mesmo os que se sentem vítimas da ação de um outro, infiltrado(como alegam), não diminuem a culpa porque não fizeram nada para evitar essa barbárie. Por muito menos, um estudante gaúcho salvou uma árvore em 1975 de corte porque subiu nela e só desceu quando estava certo que a árvore não seria cortada. O episódio ganhou manchetes internacionais. 

Isso é cidadania!

 

Vitral Araguaia de Marianne Peretti
Carlos Alberto Dayrell marcou o início da luta contra o corte indiscriminado de árvores

Um país que deixa de valorizar sua cultura perde a sua identidade. Ele se torna um país sem testemunho na história da humanidade. Voltemos nosso olhar para trás no tempo: a palavra “colere”, origem do termo “cultura”, já possui um sentido poético, de cultivar, colher, abarcar experiências do indivíduo, de um grupo social, de uma etnia, nas suas diversas manifestações, sejam elas espirituais, artísticas, ambientais ou sociais.

Nesse universo de saberes, um dos principais vieses da cultura é a arte, e é pela arte, a cada momento, que nos tornamos mais sensíveis para captar a beleza do mundo e de seus significados.

Por isso, é preciso entender que a cultura é protagonista, e não coadjuvante!

Ela é o espaço do diálogo, da construção e das ideias. Une pessoas; fortalece a identidade de uma nação; agrega valor econômico e sentido social. Uma sociedade forte é reconhecida pelos princípios de um ESTADO amplo e sustentável, e suas ações políticas têm a marca indelével de seus valores e tradições culturais. Trecho do manifesto SOS Cultura, pelos ex-funcionários do MinC – 2020 (clique aqui)

Painel de Di Cavalcanti  ( 1897-1976) que foi perfurado em vários locais.  

“Como você vai fazer isso com um patrimônio? A pessoa devia estar com muito ódio, muito ensandecida, para apunhalar seis vezes um painel do Di Cavalcanti— lamenta a herdeira. — Quem fez isso certamente não conhece Di Cavalcanti, e não deve conhecer nada. Esse trabalho é a memória brasileira. Meu pai era um pintor que fez arte social voltada para o povo, foi o pintor que mais soube traduzir a brasilidade. fez isso certamente não conhece Di Cavalcanti, e não deve conhecer nada. Esse trabalho é a memória brasileira. Meu pai era um pintor que fez arte social voltada para o povo, foi o pintor que mais soube traduzir a brasilidade”.  Elizabeth Di Cavalcanti (filha do pintor). Texto retirado da internet 

Obra de Frans Krajcberg, Galhos teve parte arrancada e destruída.

À exceção dos índios, todos nós viemos de fora e eu preciso de florestas selvagens, ricas, movimentadas, das cores vibrantes, crescendo livremente.

Os bosques da Europa não me emocionam e as intolerância européias continuam a me inquietar.

Eu me sinto judeu porque o sou, principalmente porque me fazem sê-lo, mas não sou religioso.

Eu desprezo o fanatismo dos nacionalismos e das religiões.

Sempre fui internacionalista, e a natureza me tornou planetário”. Frans Krajcberg ( 1921-2017)

Suas obras eram criadas a partir do aproveitamento de árvores, arbustos, material encontrado na natureza devastada por uma queimada ou pelo desmatamento. 

Bailarina de Victor Brecheret foi arrancada de sua base e jogada ao chão. 

Victor Brecheret (1894-1955) é parte importante na história da arte brasileira.

Para quem não o conhece, é o artista que assina o monumento às Bandeiras, na Praça Armando Salles, em frente ao Palácio Nove de Julho, em São Paulo.

O tema feminino e religioso aparece em todas as fases da vida do artista.

O Brecheret jovem, na Escola de Paris, que viveu nos anos 20, em Montparnasse, traz a escultura clássica em obras como a Bailarina, do início da década de 30.

Embora o jovem artista tenha preservado as linhas clássicas, é também possível perceber o jogo que faz com o movimento  dando à escultura um sentido mais ousado.

 
Foto Gastão Guedes/todos os direitos reservados

Relógio presenteado pela França ao rei D. João VI foi totalmente destruído. Relíquia histórica que jamais será recuperada.

Um relógio fabricado pelo francês Balthazar Martinot, com design de André-Charles Boulle, foi destruído pelos terroristas. A peça foi fabricada no final do século XVIII e foi dada de presente para a família real pela corte de Luís XIV. O relógio foi trazido ao Brasil por D. João VI, em 1808.  Fonte Catraca Livre

Um episódio estarrecedor como esse nos deixa atordoados e nos obriga a buscar uma resposta para tamanha brutalidade e ignorância.  A educação falhou em nosso país e não é de hoje. Ainda foi muito pouco o que se fez para fortalecer a arte como vida, a começar pelo currículo escolar. Não é entretenimento!  É o aprimoramento do espírito e refinamento da sensibilidade do homem para captar a beleza do mundo e seus significados.

Como editora do PanHoramArte expresso aqui minha indignação e dor e ao lado do movimento Estados Gerais da Cultura, que foi voz atuante na luta pelo retorno do Ministério da Cultura e pela  sua valorização, assim como na militância da paz e igualdade social.  

Quem é essa gente desalmada, vazia de valores culturais e éticos, que se  perdeu na própria insanidade!