DSC02048

O que está oculto na Catedral de Chartres

 

Beleza e mistério na gótica Catedral de Chartres

Os vitrais, o labirinto, cada peça talhada na arquitetura gótica da Catedral de Chartres, na França, escondem uma linguagem de símbolos que transcende a poética artística.

images5

Chartres faz parte do grupo 15 catedrais de estilo gótico (incluindo Notre Dame) construído num raio de 150 quilômetros em torno de Paris, sob a proteção dos  cavaleiros templários nos primórdios do século XII.

vol_catedral_chartres_gf

Embaixo das estrelas

As edificações estão posicionadas embaixo das estrelas que compõem a constelação de Virgem.  “A Catedral de Chartres é chamada de a ‘ catedral  do renascimento’ por ser dedicada às três marias – Sant`Ana, Izabel e Maria.  Por esta razão não existe lá despojos mortais de papas, santos ou figuras ilustres do catolicismo”, explica a pesquisadora e psicóloga Transpessoal, Ilza Bittencourt, que  estuda a catedral francesa.

DSC02048

Os vitrais de Chartres foram criados por artesãos especializados na alquimia da luz.

A finalidade era de deixar a luz chegar ao ser humano por intermédio do vidro colorido desenhado em  passagens sagradas da Bíblia para elevar a consciência, transmutar energias mais densas em sutis.

Este objetivo está implícito na Rosácea Oeste, o vitral do julgamento final, no portal de entrada da Catedral. Dizem os pesquisadores que o vitral, se pudesse ser dobrado, caberia dentro do labirinto.

DSC02046

Como maior parte da população da Idade Média era analfabeta a Igreja usou  a arte para ensinar as histórias bíblicas dentro das igrejas.

“Estas As 15 catedrais góticas francesas foram construídas como se fossem a Bíblia em pedra”. afirma Ilza Bittencourt, psicologa Transpessoal.  Em todas elas Cristo está talhado na madeira da porta de entrada com a Bíblia fechada nas mãos e a mensagem é de que :

“O conhecimento está oculto e não explícito. Aquele que tiver ouvido para ouvir, que ouça. Aquele que tiver olhos para ver, que veja”.

DSC02081

Ilza transporta a simbologia da Catedral de Chartres  para meditação e estudo, e a vincula ao trabalho Jung, psiquiatra, que desenvolveu a psicologia analítica. Na Jornada do Herói representado pelo mitológico Teseu (consciente, símbolo solar)  que vence o Minotauro (a sombra)  com o auxílio de Ariadne(lado feminino do inconsciente) e mostra pelo estudo junguiano, como Tseu consegue o casamento entre o céu e a terra no centro do labirinto.

DSC02055Por ser uma estudiosa no assunto e acreditar nos ensinamentos e na ação espiritual e terapêutica da simbologia oculta na arte de Chartres, que se propaga mesmo sem estar presente fisicamente no local, Ilza é voluntária na disseminação desse conteúdo de Chartres.

Segundo a psicóloga, os cavaleiros templários (ordem militar cristã), no passado, eram os guardiões dos peregrinos que iam à Terra Santa e queriam também preservar para a humanidade os ensinamentos da geometria sagrada contida da Arca da Aliança do Templo de Salomão (lenda ou fato, não se sabe, mas era sede dos templários na antiguidade).

Não somente Ilza, como uma série de artigos são encontrados na internet tentando explicar a razão do labirinto dentro da famosa Catedral. Quase todos têm em comum a informação que o labirinto é um desenho simbólico que por intermédio da meditação é capaz de conduzir a pessoa ao autoconhecimento.

Mais informações pelo e-mail ilza.bittencourt@ig.com.br ou no Espaço Mirabilis.

IMG_6934

Cem beijos mais célebres ditados pelos artistas

A publicação italiana ‘100 Baci ditelo con l’arte'( 100 beijos ditados pela arte) reúne os mais célebres beijos pincelados por artistas famosos ao longo da história da arte. Uma preciosidade impressa que chama atenção pelo refinamento dado ao tema.

 IMG_6939

Frases poéticas

Quase todas obras são acompanhadas de uma frase poética, como a reprodução de Agnolo Bronzino, Alegoria do Triunfo de Vênus (1540 a 1545) – que se encontra na National Gallery, em Londres, com a  frase de Vincenzo Cardarelli – O amor queima a vida e faz voar o tempo’.

Mesmo não sendo possível encontrar  uma versão em português, a coletânea, um pequeno livro,  pode ser encontrada em lojas de souvenires de museus italianos, ou comprado pelo site da editora  Giunti.   A pesquisa de texto é de Chiara Senesi e gráfico de Lorenzo Pacini.

IMG_6941
Gustav Klimt, O Beijo, (1907- 1908), Galeria Belvedere, Austria
IMG_6942
Henri De Toulouse -Lautrec, No leito, O Beijo, (1892), Museu D’Orsay, Paris

“Os cem beijos mais célebres da história da arte, mas também os mais ternos e apaixonados, contados pelos grandes mestres da pintura e da fotografia, acompanhados pequenos trechos de escritores famosos sobre o beijo e o amor. Uma coleção de beijos de artistas, de Raffaello a Kimt, de Munch a outros mestres do século 20 por exprimirem com arte a doçura do amor”.

IMG_6936
René Magritte, Os Amantes (1928) Nova York, Museu de Arte Moderna

‘Se o amor é cego, tanto melhor, é de acordo com a noite’. William Shakespeare.

IMG_6940
Constanti Brancusi, O Beijo, (1916), Museu de Arte, Filadéfia.

Quando procuras sinceramente o amor, pensas que ele o esta esperando. Oscar Wilde.

IMG_6943
Polifemo e Galatea (45-79 D.C.) Museu Arqueologico de Napoles.
IMG_6944
Wlliam-Adolfhe Bouguereau, Amor Fraterno (1815), Museu das Finas Artes, Boston
IMG_6934
Antonio Canova, Amor e Psique (1797), Museu do Louvre.

E muito mais…

 

 

 

scanimage218

Movimento surrealista raccontato in 10 punti

Il surrealismo mai ha perso l’attualità

Quando il teorico del movimento surrealista, il poeta francese André Breton, ha pubblicato il suo manifesto sul surrealismo, non poteva prevedere che la parola da lui creata, surreale o surrealista, mai perderebbe l’attualità.

Si ascolta sempre qualcosa come, ‘ la situazione era surreale’ , soprattutto in Brasile un paese irrimediabilmente surreale.

Lasciamo i scherzi sul Brasile a parte, e dobbiamo parlare del movimento surrealista (1924) e della sua proposta di trasgressione sociale manifestata in varie espressioni artistiche.

Come movimento

Il movimento è stato iniziato in un momento di incertezza politica, tra le due guerre mondiali e ispirato dagli studi psicoanalitici di Freud, come una critica a complessità del tempo e la fragilità della condizione umana.

In Brasile, un paese ancora di cultura coloniale nel inizio del ventesimo secolo, la modernità del pensiero è venuta sempre  in ritardo, indietro l’Europa o EUA.

In Brasile

Questo panorama non permette la trasgressione e fa con che il movimento surrealista sia timido.  Salvo alcuni sforzo delle artiste avanguardista come Mario e Oswald de Andrade – scrittori – e opere  dell’Ismael Nery, Tarsila do Amaral , Cuca.

Floriano Martins in un articolo afferma che Ismael Nery e Murilo Mendes erano gli apostoli del surrealismo e anche surreali nella loro vita, contraddittori, ciò nell’arte erano artisti di avanguardie, però vivevano in un modo conservatore  e religioso.

Bene, parlare del movimento in Brasile avrebbe bisogno un articolo speciale che non interessa in questo caso.

La breve introduzione è appena un preambolo a presentare l’articolo dal giornalista italiano Marco Lovisco, che è molto didattico e istruttivo a laici e gli interessati all’arte.

Pubblicazione originale Due minuti d’arte

joan_mirc3b2_il-carnevale-di-arlecchino_biografia_opere_due-minuti-di-arte
Joan Miró, Il carnevale di Arlecchino, 1924-25. olio su tela, 66 x 93, Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, NY, USA
Ci rende ciechi

La razionalità a volte ci frega e ci rende ciechi. Sembra un paradosso ma non lo è, e di certo non lo era per Breton, Dalì, Magritte, Miró, Ernst e gli altri artisti che hanno abbracciato il surrealismo dichiarando guerra alla dittatura della ragione. Forse perché essere razionali, saggi e precisi  può aiutare a vivere più a lungo ma in cambio di un’esistenza che teme di varcare le soglie del visibile.

L’arte surrealista ha il pregio di costringere lo spettatore ad andare al di là di ciò che l’occhio vede, per mostrare una realtà diversa che esiste in un universo che non può essere toccato, ineffabile come un sogno o reale come il mondo visto con gli occhi di bambino.

IL SURREALISMO: PROTAGONISTI E OPERE RIASSUNTI IN DUE MINUTI (DI ARTE)

1. Il surrealismo è un movimento artistico-letterario che nasce ufficialmente in Francia nel 1924, e si sviluppa nell’intervallo tra le due guerre mondiali. Oltre alle arti figurative, il surrealismo coinvolge anche il cinema e la poesia.

2. Padre del surrealismo e teorico del movimento è il poeta André Breton.

È lui infatti che pubblica a Parigi il manifesto del surrealismo, in cui definisce il movimento in questi teermini: “Automatismo psichico puro, attraverso il quale ci si propone di esprimere, con le parole o la scrittura o in altro modo, il reale funzionamento del pensiero. Comando del pensiero, in assenza di qualsiasi controllo esercitato dalla ragione, al di fuori di ogni preoccupazione estetica e morale.”

3. Il surrealismo si basa infatti sull’esaltazione dell’inconscio e del subconscio nell’ambito del processo creativo…

perché solo senza le restrizioni della ragione l’uomo è libero di esprimere la parte più autentica del suo essere. Ps: tutto questo semplificando all’estremo il concetto.

4. Alla luce di ciò, è facile intuire l’influenza che ebbero gli scritti di Freud…

nel porre le basi teoriche del movimento surrealista. Va detto però che il padre della psicanalisi non appoggiò mai in pieno il movimento, motivando le sue perplessità in una lettera del 1932 indirizzata allo stesso Breton.

5. Una delle tecniche usate dai surrealisti è quella del cadavre exquis(cadavere squisito).

Si tratta di un processo creativo che coinvolge più artisti contemporanemente e può applicarsi sia alla pittura che alla poesia. Un primo artista disegna (o scrive) la prima cosa che gli viene in mente, senza pensarci su e passa il lavoro ad un altro artista che fa lo stesso e così via, fino a ottenere opere apparentemente senza significato come la poesia “Il cadavere squisito berrà il vino nuovo” che ha dato il nome a questo procedimento.

6. Altre tecniche creative utilizzate dai surrealisti sono il dripping (di cui diverrà maestro negli anni 80 Jackson Pollock), il collage, il frottage, l’assemblage, ecc.

Il più creativo da questo punto di vista fu certamente l’artista surrealista Max Ernst che farà ricorso a molte di queste tecniche per realizzare le sue opere.

salvador_dalc3ac_sogno-causato-dal-volo-di-un-ape-intorno-a-una-melagrana-un-attimo-prima-del-risveglio_vita_opere_due-minuti-di-arte
Salvador Dalì. Sogno causato dal volo di un’ape intorno a una melagrana un attimo prima del risveglio, olio su tela, 51×40,5 cm, 1944, Museo Thyssen-Bornemisza di Madrid
7. I temi prevalenti dell’arte surrealista sono legati all’amore, alla liberazione dai vincoli sociali e dalle regole ma soprattutto l’universo surrealista è legato alsogno e alla follia…

che sono evidenti soprattutto nelle opere di Salvador Dalì.

surrealismo_magritte_golconda_corrente-artistica_riassunto_due-minuti-di-arte
René Magritte, Golconda, 1953, olio su tela, 1×100 cm, Menil Collection, Houston, Texas
8. Oltre a Dalì e a Max Ernst, i più importanti esponenti del surrealismo sonoJoan Mirò e René Magritte.
9. De Chirico, con la sua metafisica, viene considerato un precursore del surrealismo..

ma andando molto indietro nel tempo, possiamo trovare elementi chiave delle poetica surrealista anche nelle opera di El Greco, artista del rinascimento spagnolo (XVII secolo).

10. Come anticipato in apertura di articolo, il surrealismo non riguarda solo la pittura…

o la scultura ma il movimento coinvolge anche il cinema con opere passate alla storia come Un chien andalou, cortometraggio realizzato da Luis Buñuel e Salvador Dalí. Ps: la scena dell’occhio non si dimentica

https://www.youtube.com/watch?v=BIKYF07Y4kA

Edoard Manet. Foto via internet

Vamos restituir a dignidade do ócio

O que é o ócio? Por que sua dignidade está tão comprometida?

Ócio e a honra perdida na sociedade contemporânea. O capitalismo marginalizou essa palavra tão bem utilizada no passado. Em tempo de pandemia ainda vale pensar no ócio como algo que se entende como qualidade de vida. Vamos entender o ócio e praticá-lo na sua plenitude perto deste período de festas atípico e nunca antes vivido pela humanidade.

Hoje a pergunta mais comum é: ‘O que você faz? Qual é o teu trabalho?

São as perguntas imediatas logo depois das apresentações formais numa roda de bate-papo.

Nunca recebemos uma resposta como esta: ‘Me dedico ao ócio’. Isso porque “ócio” é condição de vida inadmissível numa sociedade capitalista e porque erroneamente é sinônimo de preguiça, inércia, sem ocupação.

Os italianos, no entanto, desfazem o equívoco sobre a etimologia da palavra dedicando uma farta literatura sobre o tema.

Sêneca

Um dos primeiros a escrever sobre ócio foi o filósofo Sêneca, que viveu no império romano. O texto intitulado “L`Ozio e la serenità” justifica o seu exílio e retirada da vida pública. Entre os antigos romanos o ócio era o repouso da atividade prática comum e como tal incluía também a vida contemplativa.

Sêneca sustentava que a contemplação era também uma ação (que na realidade é contraria ao sentido místico temporal, de ser uma visão mística da natureza e de Deus). Mario Scaffidi Abbade, que faz a interpretação do texto de Sêneca do latim para o italiano, acrescenta que

“ócio é ação por excelência porque contempla todas as ações, nos dois sentidos dos verbos observar e conter”.

Seguindo o raciocínio de Sêneca, o curador reconhece no pensamento do filósofo da antiguidade, que próximo ao termo De otio – latim – existe o da serenidade – De Tranquilliate animi –, no qual não se exclui a participação na vida ativa e em certos casos (estado de ânsia, aborrecimento, melancolia) se pode encontrar na vida social.

“Portanto, como a contemplação não é a ausência de atividade, assim a serenidade também não é a falta de paixão, mas o equilíbrio harmônico das duas situações – ócio e serenidade”.

Domenico de Masi

Na atualidade, o sociólogo italiano, Domenico de Masi, defende a teoria do ócio criativo como novo conceito de trabalho. O sociólogo argumenta que será a forma de trabalhar do futuro, depois da era industrial.

A ideia dele é que as pessoas poderão produzir melhor desenvolvendo a ociosidade criativa.

“O ócio criativo é uma arte que se aprende e se aperfeiçoa com o tempo e com o exercício. Existe uma alienação por excesso de trabalho pós-industrial e de ócio criativo, assim como existia uma alienação por excesso de exploração pelo trabalho industrial.

É necessário aprender que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores: o estudo para produzir saber; a diversão para produzir alegria; o sexo para produzir prazer; a família para produzir solidariedade, etc.”

Mas é no livro de bolso, “Viva o Ócio Abaixo o Negócio”, de Federico Zuccelli, que se busca restituir a dignidade etimológica desta palavra, entre as “mais maltratadas do vocabulário”, como se refere o texto. O livro faz um apanhado geral e histórico do sentido do ócio no mundo antigo e moderno.

“Ócio é uma nobre expressão que os latinos chamavam de otium, autium e que significava ‘estou bem’. É repouso da ocupação, e termo contrário do negócio Nec otium, equivalente negócio, empresa”.

Zucelli

Zuccelli avança em sua pesquisa e mostra que foram os gregos que imprimiram o verdadeiro sentido do ócio, denominando-o de “scholé”. Isto é, escola – um lugar onde se ensina e se aprende. “O grego médio, cidadão comum, não tinha uma ocupação oficial e estável, como também não perdia oportunidade de desfrutar de uma vida ociosa.

Principalmente os atenienses reuniam-se habitualmente na porta de suas casas ou seja em um barbeiro, comércio, para começar uma discussão que durava o dia inteiro”, registra um trecho do livro.

Preguiçoso

Enfim, ao contrário do preguiçoso, que é indiferente, negligente e desconfortável em relação à vida, o ocioso ama viver, conversar, amar, passear, é curioso, alegre e desfruta das pequenas coisas.

“A vida não é trabalho, mas laboratório da mente e somente a mente tem o direito e dever de agitar-se. O negócio nos basta para viver e viver com a companhia do pensamento, entre as nuvens. Sonhar. Mas para sonhar é necessário desprender-se dos laços opressivos e contundentes do comércio, e olhar as estrelas.

Como será possível erguer o olhar para o céu, quem tem a tarefa frenética e hiperativa de lucrar e ter os melhores ganhos?”, finaliza Zucceli

A resposta a Zuecceli seria retirarmos a ação, tarefa frenética e hiperativa  de lucrar , e substitui-la por viver com qualidade, que implica em ter tempo para a família, desfrutar de momentos prazerosos,  sem ser escravo do consumo. O exercício de de desfrutar a vida é um estado de espírito e não depende de dinheiro.

É se dar ao direito de ganhar minutos ou horas sentindo o aroma de uma flor num jardim, ou provocar um sorriso em  uma criança, no brilho das estrelas, no frescor da primavera, no sabor d’água pura limpando a tua pele… São sensações que  não tem preço e melhoram a nossa relação com a vida!

* Foto via internet. Édouard Manet/ 1863 – Dejeuner sur l’herbe