É indispensável colocar no roteiro de passeios em Roma, Itália, uma visita em dois cafés famosos, Canova-Tadolini e Antico Café Greco.
A dica é para o viajante que aprecia entrar em lugares em que o ambiente é a própria história. Aquele turista que gosta de se transportar no tempo e entre um gole ou outro de café imaginar que personagens famosos estiveram ali no passado.
Tanto Canova-Tadolini quanto Café Greco são tradicionais e receberam ilustres visitantes. O primeiro é mais que um café, também um local para encontros de fim de tarde, para bebericar Prosecco e aperitivos e possui um mini-museu com as esculturas dos artistas da família Tadolini, com algumas obras de Canova.
O local foi o antigo ateliê da família que gerou quatro gerações de escultores e quando transformado em comércio foi o grande ponto de encontro de artistas na década de 50.
A designer romana Nicoletta Ferrari (79), viveu sua juventude de estudante de artes passando muitas tardes em bate-papos no Canova-Tadolini. “Il Corriere della Nazione”, em 24 de julho de 1955, publicou uma matéria sobre a inauguração do espaço contando que os Tadolini eram de Bologna e pouco se sabe do início, mas a história pode começar em 1660 com Giuseppe Giovanni Tadolini, ourives de renome na cidade.
O espaço localizado no número 65, da via Baubuíno, paralela a via del Corso, no centro de Roma, é repleto de esculturas de diversos artistas, mas a maioria dos Tadolini, incluindo a oficina com as ferramentas. Ao custo de 13 euros é possível beber um Prosecco acompanhado por deliciosos petiscos e apreciar as obras e o local com tranquilidade, num fim de tarde de verão na cidade eterna.
O Antico Café Greco localizado na via Condotti, perto da Piazza Spagna, que segundo os registros históricos, no século XIX difundiu a ideia do café servido em xícara pequena, como forma de manter a qualidade do produto e driblar a recessão que se alastrava na Europa nesse período, é hoje muito procurado por turistas. O espaço mantém o mobiliário antigo e um café custa em torno de 7 euros. Vale gastar um pouco mais e curtir esses lugares ilustres que transportam o visitante para algum lugar do passado.
Luxemburgo é pequeno país da Europa que se visita num “piscar de olhos” , mas só é limitado na sua extensão territorial e número de habitantes. Tem um dos maiores PIB per capita do mundo, um verdadeiro conto de fadas para o seu povo.
Esse Grão- Ducado que é soberano em sua história fala oficialmente três línguas: francês, alemão e luxemburguês.
O detalhe interessante é que na escola, as disciplinas são ensinadas na língua mãe sem que exista a matéria luxemburguês para ensinar regras gramaticais do idioma. Ele é ensinado oralmente até a fase adulta.
A cidade de Luxemburgo é perfeita em quase tudo, menos para jovens que em sua maioria gostam de agitação e clima cosmopolita, pois é pacata e oferece pouca vida noturna. Os bares e restaurantes fecham cedo, às 23h, poucos funcionam até meia-noite, e cafeterias às 18:30. Ninguém tem interesse de avançar no horário.
Viver nesse Grão-Ducado, sobretudo famílias com crianças é ter como meta a qualidade de vida. Seus habitantes estão rodeados de parques e áreas verdes, as crianças luxemburguesas recebem do governo uma ajuda de custo para educação por volta de 300 euros até completarem 18 anos e as gestantes têm vários benefícios, entre eles um auxílio de 5000 euros.
O verão é celebrado em Luxemburgo principalmente pelas crianças que se divertem nos parques da cidade, em especial no Municipal, mais conhecido pelo Parque dos Piratas, pelo imenso navio construído de uma maneira que dá possibilidade da criançada interagir como se estivesse dentro de um navio dessa época.
Um pequeno córrego foi construído com muita criatividade para que os pequenos possam se esbaldar na água com um minúscula corredeira e um sistema em que se recicla e filtra.
Uma das atrações turísticas de Luxemburgo é a visita ao Castelo de Vianden, numa pequena comunidade próxima à cidade. Durante o verão existe uma programação que inclui shows e apresentações no ambiente feudal, com o objetivo de mostrar como era a vida na época.
Luxemburgo é um conto de fadas do mundo moderno para o seu povo. O Shangri-lá do capitalismo em comparação aos problemas sociais espalhados pelo mundo, mesmo em sociedades mais evoluídas. O país acolhe bem seus forasteiros, se comprovado que vivem e trabalham em solo luxemburguês. Entre os benefícios, a isenção do imposto ITBI para quem compra um imóvel pela primeira vez em Luxemburgo.
Provavelmente por abrigar alguns segmentos da União Europeia e diversas instituições bancárias do mundo, o país tem suporte financeiro para oferecer tantos benefícios aos seus habitantes. É um paraíso social rodeado de florestas exuberantes, que tonalizam de verde a paisagem local.
Um interessante artigo publicado no blog italiano Salvatore Lo Leggio mostra que a corrupção não é prerrogativa da era moderna, seja no esporte, política ou cultura. Tudo está interligado quando fala mais alto o ego, ganância e a vaidade.
A leitura serve como reflexão sobre o assunto em tempo de Jogos Olímpicos.
foto internet – via Savatoreloleggio
Salvatore transcreveu uma entrevista publicada há alguns anos feita por Pasquale Coccia, com a professora italiana de Literatura Grega da Universidade de Trento, Roberta Sevieri, autora do volume Epinici, que trata da relação entre a política, corrupção e esporte na antiguidade. O material é um precioso documento histórico.
Qual é a relação entre o esporte e a corrupção na antiga Grécia?
Os primeiros corruptos eram os juízes. Desde a primeira edição dos jogos olímpicos, em 776 a. C, para os atletas, todos aristocratas, a vitória era muito importante sobre vários aspectos. Os vencedores de uma corrida, através da construção de uma estátua ou a composição de uma canção, o epinicion( componente lírico para celebrar a vitória de uma competição na antiga Grécia), que comemorava o esporte e garantia a imortalidade no futuro. Além disso, a vitória também representava uma oportunidade de tornar-se uma celebridade para a família aristocrática do vencedor, para os amigos, finalmente para cidade e para as pessoas. Todos tinham a sua cota de notoriedade como é hoje.
Pausânia (século II aC.), em sua obra Periegesis da Grécia, uma espécie de guia de turístico das visitas a Olimpia, lembra que ao entrar no estádio tinha as estátuas chamadas Zanes, construídas com as multas aplicadas aos atletas que tinham tentado corromper juízes e outros concorrentes para garantir a vitória. O primeiro Zanes, seis no total, foram construídos em 338.C., depois mais alguns, entre os episódios denunciados publicamente sobre corrupção. Houve uma lacuna até o ano 12 d. C., não porque não houve um caso de corrupção mas porque os corruptos e corruptores tinham feito acordos.
Em Pausania contam cerca de 200 Zanes construídos Pausanias contado cerca de 200 Zanes construída em Olímpia, um número que nos dá o termômetro nível de corrupção entre os atletas e os juízes.
Por que o envolvimento forte entre o esporte e a política na antiga Grécia?
Desporto, em comparação com outros campos, como o teatro, embora muito presentes na vida pública grega, era mais envolvente emocionalmente. O objetivo de ligar o esporte à”política” foi para comemorar a vitória em público, porque todos sabiam. Havia festas públicas, celebrações que duravam vários dias, o centro do qual era o campeão olímpico, de modo que para vencer uma competição os governantes estavam dispostos a tudo a apostar no atleta.
Os tiranos e imperadores regiam pela força, por que eles tinham tanta necessidade de vencer para apaziguar o seu povo?
Alguém como Hiero II, tirano de Siracusa, conhecido por sua ferocidade, tinha uma grande necessidade de vencer uma competição olímpica por duas razões: ele queria obter crédito da comunidade grega, pois se sentia provincial na Grécia helênica, ou simplesmente lhe dar uma veste que hoje chamamos de internacional.
Além disso, era um tirano e então nas paredes do palácio sabia que a vitória Olimpia e a celebração pública tinham envolvido a comunidade da cidade que governava de um modo de garantir um bom nome para a posteridade. A vitória era sua e tinha uma significado e o público tinha reconhecido. Esse é um exemplo, Hiero, mas casos como dele eram tantos, daqueles que estavam dispostos a fazer qualquer coisa para ganhar.
Outros casos de corrupção esportiva?
Era popular entre as famílias aristocráticas participarem de corridas de cavalos, algumas como Alcmenoidi que ganhou muitas vezes. Um caso que merece atenção foi o de Milcíades, filho de Cimon, que ganhou Olimpíada de 532 a.C e também o primeiro lugar nas seguidas Olimpíadas. Nessa ocasião Cimone cedeu a vitória do seu carro ao Pisistratus, tirano de Atenas, então não foi premiado o jockey, que geralmente era um escravo, mas o proprietário da equipe. Por isso, foi suficiente para declarar que o proprietário dos cavalos era Pisistratus para lhe atribuir a vitória. Em troca Peisistratos se comprometeu a trazer de volta do exílio Cimone, uma troca de favores que hoje é muito comum na política.
Em seus estudos você pesquisou “epinici”, quais foram eles?
Era uma música ou uma ópera comemorando a vitória do vencedor atlético. Como gênero literário durou muito pouco. Foi de curta duração entre o V e o VI século a. C. O “epenecio” vinha escrito sobre a comissão do vencedor, cantado em coro ao ar livre, em um ambiente festivo, acompanhado de danças. Normalmente em lugar público de destaque para que todos pudessem ver, apreciar e saber que os poderes que tinham ganho uma corrida olímpica. O coro e dança chamavam um grande público, o mesmo que hoje saí às ruas após uma vitória de um time de futebol. Em seguida, o vencedor se mostrava em público e assistia as celebrações, como hoje o time vencedor desfila no estádio diante da torcida. O epinicio representava uma forma de comunicação de massa, era o triunfo da competição atlética. A leitura do epinicio também ocorreu na corte, foi reservado para um público mais culto naqueles dias era uma forma de “fazer a sala de estar.”
Qual é a relação entre o epinicio comissionado aos poetas do vencedor olímpico e o jornalismo esportivo de hoje?
Na Grécia antiga, a relação entre o desenvolvia o trabalho e o poeta era muito claro. O vencedor encomendava a obra e o outro escrevia, por trás de um ganho de luxo. Hoje, tudo é muito mais ambíguo, os tons de jornalistas desportivos são triunfantes. Existe uma torcida que faz parte, mas falta uma descrição objetiva do que acontece em campo. Quem escrevia um epinicio, enquanto exaltava a capacidade atlética do vencedor-cliente, se colocava nos limites desejados por Zeus. No ode ao vencedor Olímpico lembrava que a vida era curta, que a glória era temporária. Hoje a imprensa esportiva contribui muito para a imagem do famoso jogador de futebol, rico e rodeado por bajuladores. O campeão que vive uma espécie de imortalidade na imaginação dos fãs. Os jogadores se sentem onipotentes, apenas descobertos no futebol começam a manifestar todas as suas fraquezas, bem como atletas ou como ciclistas como Armstrong, que, em seguida,descobrem que usaram doping
Nos epinici foi descoberto alguma escrita cúmplice?
Era do conhecimento comum que Bacchilide, sobrinho de Simonides, com Pindar, todos os três escritores epinici, eram bem pagos pelos vencedores, de modo que o mito fundador do epinicio era engano. Os autores exaltavam as qualidades desportivas dos vencedores, mas ficavam em silêncio em algumas impropriedades cometidas porque a ideia dominante era que os vencedores autorizavam a recorrer para meios ilegais. O epinicion tinha uma função de celebração, não informativa, de modo a precisão da descrição, a crônica evento esportivo passava para o segundo plano, embora fosse raro que mentissem em tudo. Hoje estamos testemunhando enorme desinformação, especialmente na política e o esporte é o reflexo, até a distorção total do que acontece.
Do esporte à política, os corruptos, os vira-casacas não são só de hoje?
Certamente, embora na Grécia antiga eram mais refinados, eles eram mais políticos. Um exemplo é o de Alcibíades, que nos Jogos Olímpicos de 416 a.C correu com sete carros em seu nome, recebendo o primeiro, segundo e quarto prêmio. Em nome da vitória olímpica pede e obtêm dos atenienses a condição de ser nomeado um dos comandantes das três frotas que zarparam para conquistar Sicília, mas a expedição foi um fracasso. Alcibíades era um político que várias vezes tinha passado dos atenienses para os espartanos, para finalmente voltar aos atenienses, um traidor. Ma a mudança de situação a outra ele fazia com muito estilo. Hoje eles são um pouco rudes.
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