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Viaje em outra dimensão nas luzes de Notre Dame de Reims

O espetáculo de luzes – Revê de Couleur – na Notre Dame de Heims, na região de Champanhe, na França, transporta o espectador a uma outra dimensão da matéria, aquela, na qual a tecnologia comunga com a arte.

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Luzes na fachada da Igreja

Até 11 de setembro o jogo de luzes, que constrói e reconstrói a fachada da igreja, como se fosse renda,  uma tela ou um local transcendental, é oferecido gratuitamente a partir das 22h, na cidade francesa famosa por ser a produtora de Champanhe.

As pessoas se acomodam pela praça ou sentadas no chão diante da gigantesca igreja construída em estilo gótico, uma das 15 que existe num raio de 150 quilômetros de Paris.

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As imagens são tão eloquentes que uma criança de 4 anos, admirada com a figura do anjo disse: “A mamãe do céu está sorrindo para mim”.

O espetáculo está sendo exibido há dois anos e foi concebido pela empresa  francesa Skertzòque é famosa por trabalhar com luzes e iluminação e arte.

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Sem dúvida, Héléne Richard e Jean-Michel são artistas natos e de rara sensibilidade “Num mundo em contínua mutação, a cultura é escrita com rigor, relevância e inteligência dos sentidos (Dans un monde en perpétuelle mutation, la Cultures’écrit avec rigueur, im-pertinence et l’intelligence des sens) ou Ser humano é uma questão de escala, partilha e abertura, isto é, de paixão (Être humain, c’est une question d’échelle, de partages et d’ouverture, c’est-à-dire de Passion)”. Esse é espírito da empresa.

 

 

 

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É tempo de Bienal. São Paulo apresenta Incerteza Viva

Artistas se unem em São Paulo para tratar da Incerteza Viva que habita o mundo contemporâneo. É tempo para falar em arte ou a linguagem da arte traduzir o momento atual. Agora é a vez da mais antiga e tradicional do Brasil apresentar em sua 32ªedição um processo coletivo que começou há mais de um ano com o envolvimento de professores, estudantes, artistas, ativistas, lideranças indígenas, educadores, cientistas e pensadores dentro e fora do Brasil.

“Para que possamos enfrentar objetivamente grandes questões do nosso tempo, como o aquecimento global e seu impacto em nosso habitat, a extinção de espécies e a perda de diversidade biológica e cultural, a instabilidade econômica ou política, a injustiça na distribuição dos recursos naturais da Terra, a migração global, entre outros, talvez seja preciso desvincular a incerteza do medo”.

Os seus curadores querem destacar esse pensamento coletivo. A bienal paulista tem a curadoria do alemão, especializado em História da Arte, Jochen Volz e os cocuradores Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México). A mostra acontece de 07 de setembro a 11 de dezembro de 2016 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, reunindo aproximadamente 340 obras de 81 artistas e coletivos e procurando refletir sobre as possibilidades oferecidas pela arte contemporânea para abrigar e habitar incertezas.

Em 2014, o tema da Bienal de São Paulo foi “Como…(..) Coisas que não existem” , o que está oculto e transgride como o aborto, a violência, a discriminação racial. Coisas que não existem… mas existem por baixo do pano.

img_0474No entanto, PanHoramarte chamou a atenção para a beleza natural exposta através dos vidros do Pavilhão, no Parque Ibirapuera, num artigo especial.  A anterior falou sobre “Iminências das Poéticas”.

Mas a mais polêmica dos últimos anos foi a bienal de 2010, com Bandeira Branca de Nuno Ramos, cujo tema central eram três  urubus-de-cabeça-amarela vivos  colocados na parte central do pavilhão e isolados com rede. O tema em questão era arte e política. Os animais causaram tanta polêmica que foram retirados do local.  O visionário artista Nuno Ramos colocou muito bem a questão política, pois para um bom entendedor meias palavras bastam.

Urubus têm um papel benéfico na natureza, considerando que se alimentam de animais em decomposição…

 

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Casinhas de bonecas à beira do Mozel

 

O rio Mozel, Mozelle em Francê e Die Mozel em Alemão, que passa pela Alemanha, França e Luxemburgo, certamente inspirou os contadores de histórias a compor e criar personagens com enredos mágicos.

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Pequenas comunidades, que vistas à distância, mais parecem casinhas de bonecas de um quarto infantil, que em plena primavera e verão desabrocham para o turismo.

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As águas do Mozel seguem toda a Europa Ocidental e desaguam no Reno, em Koblenz. A região é famosa pela produção de um saboroso vinho branco. O passeio é mais aproveitável quando feito de carro, parando nas pequenas cidades típicas, plenas de produtos artesanais e bons vinhos para degustar.

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A rota pode começar a partir de Luxemburgo, depois Shengen, conhecida pelo acordo internacional e seguir para Trier, na Alemanha. Uma cidade em que se fala alemão e francês e que foi fundada pelos celtas e conquistada mais tarde pelos romanos, que deixaram como herança para humanidade a grande Porta Negra.

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Também dar uma rápida passada em Cochen, uma cidade um pouco maior apesar de típica e conhecida pelo castelo localizado no alto da colina.

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O roteiro do Mozel é uma opção para o turista que aprecia a natureza, a paz das colinas, comida típica e história de um povo que construiu sua própria história no passado. As paisagens campestres e a beleza bucólica darão boas fotos, inesquecíveis lembranças de uma viagem tranquila, num mundo em que o tempo parou depois de um inverno rigoroso, para que seu povo possa desfrutar placidamente das estações do sol e das flores.

 

 

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Escritor inglês que vive exclusivamente de literatura

 

O escritor inglês Conn Iggulden, que é sinônimo de best seller no mundo, tem o prazo de 11 meses para escrever uma obra e assim que começa já define antes o final do livro. “No início escrevia sem planejar, mas quando comecei o primeiro livro de ficção histórica já sabia qual seria a última linha antes de terminá-lo e percebi com isso, que é mais fácil para trabalhar quando temos um prazo”, conta. Iggulden pertence ao seleto grupo de escritores que vive exclusivamente de literatura neste planeta.

Ele é autor de O Imperador, quatro volumes que relatam a vida do imperador romano Júlio César – já lançado no Brasil – outro mais recente resgatou a vida de Gengis Khan em O Conquistador. O escritor revela que para conhecer melhor a história do imperador mongol permaneceu um mês na Mongólia vivendo e conhecendo a cultura. “Quando imagino um tema, antes de começar a escrever visito o lugar e o povo e me mantenho conectado com as livrarias e bibliotecas em Londres, que me avisam quando encontram qualquer informação que irá contribuir para o meu trabalho”, afirma.

Para o autor de oito livros, escrever sobre ficção histórica não é a mesma coisa que produzir um livro sobre hobby, como o primeiro que escreveu em parceria com o seu irmão Hal. O títutlo da obra é “O livro perigoso para garotos”. “Eu e meu irmão trabalhávamos num galpão e era como um hobby que relatava o gosto por atividades como jogar bola de gude ou gostar de arco e flecha. Portanto, escrever sobre este tema possibilitava a condição de finalizar a tarefa diária da escrita e esquecer o assunto livro, bem diferente do que escrever sobre ficção histórica que se pensa no livro o tempo todo. Tem ele na cabeça de manhã à noite, até terminar”.

De qualquer modo,o escritor explica que adora histórias e reconhece que esta inclinação herdou do seu avô irlandês. “Ele era um autêntico “seánachai”- contador de histórias”, afirma. Ao começar a escrever sobre Gengis Khan, Iggulden sabia que precisava saber mais sobre os mongóis e o tempo que ficou convivendo com eles descobriu algumas referências únicas da cultura: cabelo preto, pele avermelhada, adoração total pelo cavalo e, com certeza, que tiveram os anscestrais americanos porque cruzaram o Estreito de Bering, provavelmente eram índios Apaches.

“A Mongólia é um lugar muito estranho e o povo perdeu a sua própria história. Para eles, Gengis Khan é considerado um herói porque unificou as tribos e formou uma nação, apesar de ter sido uma pessoa extremamente cruel”. Iggulden acredita que é inevitável a empatia que o escritor tem com o personagem que escreve e no decorrer da obra, por ser ficção, o autor faz uma escolha. “Quem não concorda com o ponto de vista deve mandar algo por escrito informando sobre o assunto. Prefiro que as pessoas façam isto. É uma forma também de demonstrar interesse pela obra”.

Eis alguns comentários sobre a série Gêngis Khan de blogs brasileiros. Para quem gosta de sagas históricas vale ler as séries do escritor britânico.

A entrevista de Conn Iggulden foi feita pelo PanHoramarte com base em uma palestra que participou do Salão de Idéias, em uma das bienais do livro de São Paulo há alguns anos. A reprodução da entrevista é válida para um país como o nosso, cujo o mercado de livros tende a crescer.

Iggulden foi acessível e simples, autografou os livros e fotografou com quem desejasse guardar a lembrança de posar ao lado de um escritor de sucesso. Nasceu em Londres e formou-se em inglês pela London University. Trabalhou como professor por sete anos, até a publicação dos Portões de Roma, primeiro da série O Imperador.