Os segredos de São Francisco

São Francisco de Assis foi batizado como Giovanni di Pietro di Benardoni e muitos achavam que ele sofria de surtos psicóticos.

O relato é do jornalista italiano Corrado Augias, em seu livro I Segreti di Italia,lançado pela editora Rizzoli, sem tradução para o português.

Outro dado interessante é que  seu pai decidiu chamá-lo também de Francesco (Francisco em italiano), além do seu nome de batismo, para homenagear os franceses que eram os seus melhores clientes. Ele era comerciante em Assis, pequena cidade em Umbria. Francesco pelo dicionário italiano Devoto, deriva do latim e originalmente significava francese.

Fé e espiritualidade

Não é o fato do jornalista escrever sobre as informações secretas de um país que é admirado pela arte e pela história ou reservar algumas linhas para revelar aspectos obscuros e curiosos de obras, monumentos, pessoas célebres e santificadas que me faz escrever sobre o assunto, mas o contexto da espiritualidade e da fé em São Francisco de Assis que transcende ao fato real.

O texto é nada mais, nada menos, que uma conversa comigo mesma sobre a evolução das crenças e a intensidade do fervor religioso. Neste caso, é a tentativa de processar a informação a partir de um raciocínio lógico sem chegar a nenhuma conclusão objetiva.

Engraçado, sem dúvida…

Painel de azulejos da igreja de S_o Francisco de Assis em Belo Horizonte. Portinari_1944
Painel de azulejos da igreja de São Francisco de Assis em Belo Horizonte. Portinari 1944
De repente, São Francisco de Assis transformou-se num homem tão comum!

Ou pelo contrário….

Com mais detalhes sobre a sua história é possível imaginar o que foi o seu sofrimento no período em que viveu. Numa época em que se negava o prazer em todos os sentidos pela Igreja Católica Apostólica Romana e a terra era lugar de expiação.

Prazer sensorial

Bem, para os padres e católicos da Idade Média o prazer sensorial deveria ser abolido da mente como forma de negar o que antes, em civilizações antigas, as gregas e romanas, o sentimento era cultuado ao exagero. O caos começou a se estabelecer pelos contrastes no mundo antigo. A escravidão e a miséria, que encontrava no cristianismo uma luz no fundo do túnel, e os excessos cometidos por uma minoria privilegiada em nome da opulência e da riqueza.

Portanto, a ordem se estabeleceu desta forma a partir da Idade Média e possivelmente até hoje existem crentes e religiosos que preconizam esta prática. Sofrer para alcançar o paraíso. Na verdade, a interpretação é muito rigorosa.

Os momentos difíceis em nossa vida, se bem processados, se tornam grandes aprendizados. Mas nem por isso, precisamos nos autoflagelar e aumentar as dores terrenas.

São Francisco - MASP, 1941
São Francisco / Portinari – MASP, 1941

São Francisco teve um início de vida de opulência, seguramente percebia que sua condição era totalmente contrária aos preceitos cristãos. Por certo, sendo ele um grande sensitivo ou sensível demais, travava verdadeiras guerras entre o consciente e inconsciente do seu ser.

Pobrezinho… Talvez daí os surtos psicóticos e que eram nada mais, nada menos que explosões contrárias a um “status quo” interpretada pela comunidade atrasada da antiguidade como loucura.

O fato de abdicar de tudo foi possivelmente a decisão mais acertada para ele viver em paz.

“Senhor fazei de mim o instrumento da vossa paz. Onde  houver ódio que eu leve amor (…)”.

Um parênteses, a oração não é dele. Surgiu no século XX, é anônima, e talvez o fato de se atribuir a ele e remeter à sua imagem, foi pelo exemplo que deu ao mundo.

Infelizmente nos dias de hoje esqueceram as suas lições…..

Bem,  da minha parte a questão física e psíquica de São Francisco é apenas uma curiosidade interessante e coloca em evidência algumas implicações religiosas e sociais. Em relação a minha fé nada muda.

Se você é como eu, que toda a noite e manhã reserva um horário para pedir e agradecer a Deus, ao criador, tudo que já recebeu  seguramente nada vai interferir no processo evolutivo da tua espiritualidade.

A minha religiosidade tão eclética, resultado de uma criação livre neste aspecto, de um pai luterano e uma mãe católica, ambos não praticantes, que se vale da ajuda de todas as Nossas Senhoras, as preferidas, do Perpétuo Socorro, a mãe Aparecida, da Conceição, Gaia, dos santos, Francisco, Antonio, Santa Bárbara, Santa Terezinha, dos anjos protetores, dos Orixás, das vibrações das cores, mantras, apelos, se fortalece na ideia de que a vibração que emana de uma oração ou de estado contemplativo é o que importa e provoca a mudança no que está estabelecido.

Milhares de pessoas

Pense que não é só você, mas milhares de mentes fervorosas conectadas em sentimentos de humildade e de amor pelos animais difundidos por São Francisco, ou ao amor dos braços protetores da grande mãe de todos os homens e que democraticamente a nominamos de acordo com a cultura do local onde vivemos.

Imaginem a força transformadora!

Newton com seu disco viveu para provar que a luz branca é o resultado de diversas cores em vibração tal, que provocam a mudança.

Se fui livre na escolha das minhas crenças, o mesmo controle não tive sobre o excesso de sensibilidade sensorial. Coisas que a ciência não aceita e que a Psiquiatria não é muito benevolente, mas o espiritismo explica e hoje já responde algumas situações por intermédio da Física Quântica e a própria Física.

Em determinados períodos conseguia não me sentir sozinha dentro de casa e ver vultos passando para lá e para cá. Dependendo do local, hoje, já sei até porque esta vizinhança se estabelece e como melhorar a área.

Dos inúmeras histórias de “alma do outro mundo”em minha vida, uma delas lembro com uma sensação boa de que fui tratada. Acordei e entre a vigília e o despertar me deparei ao lado de minha cama com um homem, indiano, de turbante branco, que se esvaneceu como fumaça quando saí do “estado alfa”e abri bem os olhos.

Tenho certeza absoluta que ao estarem lendo este parágrafo muita gente pode pensar: Está aí é uma louca!  Delira! É verdade, ou não?

Não tive muita escolha e fui obrigada a buscar informação sobre o assunto.

“Existem mais mistérios entre o céu e a terra que desconhece a vã filosofia”, como dizia Shakeaspere.

Um amigo meu Pedro Dias, sensitivo e vidente, além de ser um profissional competente na profissão que exerce, engenheiro florestal, me disse um dia: “não brigue com a religião que os teus  pais te deram como herança”, disse ele.

Mais ou menos como reserve um espaço para ela, deixe-a guardada num cantinho do seu coração siga em suas buscas. Tudo é válido no mundo espiritual, que não tem instituição definida. Qualquer tipo de oração, reza, meditação já faz este processo.

A lógica de Pedro

Esta lógica de Pedro foi muito importante para retirar do meu caminho as culpas e dúvidas.A caminhada ainda não terminou, muitas perguntas estão sem respostas porque simplesmente não precisam ser explicadas. Basta sentir a força, a energia, a vibração. Escutar o que o cosmos tem para dizer e o resto é história….

Ainda me lembro da viagem que fiz a Alagoas e fui conhecer a Foz do Rio São Francisco. O rio que caminha por cinco estados, com matas verdes às margens e abençoando as terras com fertilidade da água cheia de vida dentro do seu grandioso leito.

Este mesmo rio que foi rebatizado por Américo Vespúcio, em 1501, em homenagem ao santo italiano, mas que os índios o chamavam de Opará (rio e mar). Lembro com muita ternura que eu e minha amiga compramos imagens de São Francisco feitas de barro e cumprimos o ritual de dar-lhes um banho nas águas sagradas do Opará, para que estas imagens fossem presenteadas às pessoas que mais amamos na vida: as filhas.

Rio São Francisco

Para Américo Vespúcio aquele rio lembrava São Francisco pela grandiosidade e maravilha que a natureza oferecia ao homem, para índios era Opará, rio e mar, um poderoso aliado. Uma questão de ponto de vista.

Assim a oração “Senhor fazei de mim instrumento de vossa paz” me remete a imagem de São Francisco de Assis. Uma oração, que aliás, não podemos esquecer e diariamente repetir neste mundo tão necessitado de paz!

Painel de azulejos da igreja de S_o Francisco de Assis em Belo Horizonte. Portinari_1944 (2)
Painel de azulejos da igreja de São Francisco de Assis em Belo Horizonte. Portinari_1944 (2)
Douglas Reis. Avenida Paulista. Cowdigo de Barras

Arte e caridade mantêm as célebres vacas do Cow Parade

As originais vacas do Cow Parade encantam as crianças, despertam curiosidade nos adultos  e são o exemplo bem sucedido da união entre arte e caridade.

Jotape. A Vaca Malhada do Século XXI. Galeria da Livraria Cultura. Avenida Paulista

Em São Paulo elas chegaram esse ano com o tema Uma viagem pelo mundo e comemoram os 10 anos de evento no Brasil. A capital paulista tem hoje 55 esculturas de vacas feitas em fibra de vidro, no tamanho natural, instaladas em locais públicos. Os interessados podem iniciar o roteiro pela Avenida Paulista. Lá encontrarão seis delas e depois poderão seguir o mapa publicado no site do evento.

Segundo as informações oficiais, “o Cow Parade é a maior e mais bem sucedida exposição de arte pública, marketing da cidade e evento de caridade em todo o mundo”.

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A mostra foi originária de uma exposição de arte de rua realizada em Zurique, na Suíça, em 1998. As primeiras esculturas em tamanho natural de uma vaca, feitas de fibra de vidro, foram do suíço Pascal Knapp. Em 1999, Jerry Elbuam, o fundador da CowParade produziu o primeiro evento nos EUA na cidade de Chicago.

Em 2000, Nova York realizou a maior CowParade até à data, com 450 vacas pintadas, que foram vistos por mais de 45 milhões de pessoas. Os eventos de Chicago e Nova York deram a marca CowParade reconhecimento internacional. A iniciativa cresceu e percorreu o mundo, com isso foi organizado em mais de 80 cidades. Fonte: CowParade.

Olhar crítico
Lucas Mota - Cowmelo. Aeroporto de Guarulhos
Lucas Mota – Cowmelo. Aeroporto de Guarulhos

A ideia é válida como um meio de conectar arte com responsabilidade social. A vaca, cujo significado atual é amplo e até sagrado para algumas sociedades, simboliza o desenvolvimento da humanidade.

O mundo moderno fez do leite de vaca a alimentação base do homem. Sem considerar, é claro, que o consumidor pouco recebe dos nutrientes originais de quando é retirado do animal. O artista Douglas Reis está certo em criar a obra Cowdigo de Barras.

Numa busca rápida achamos algumas notícias de leilões em Belém e São Paulo de eventos passados e os nomes das instituições beneficiadas. Pouco se divulga esse outro lado da iniciativa. A caridade – o amor ao próximo – não tem código de barras.

 

Cidade típica e cheia de histórias

A fama das termas de Karlov Vary

A fama das “Águas Quentes de Carlos” circula no mundo especialmente na Europa. É o sentido do nome da cidade – Karlovy Vary – que faz alusão à temperatura do rio Tepla e ao rei da Boêmia Carlos IV, que a fundou em 1358 na República Tcheca.

DSC01726DSC01742A simples lembrança de que muitos personagens ilustres, como o Czar Pedro, O Grande, Frederico I, da Prússia, Louis Pasteur, J.W. Goethe, Beethoven, Wagner, Strauss, estiveram em Karlovy Vary e provaram do poder curativo de suas águas termais já justifica o passeio. A pequena cidade está localizada cerca de 100 quilômetros a oeste de Praga.

Pequena e acolhedora

Karlov Vary tem um pouco mais de 55 mil habitantes é acolhedora e tranquila encravada numa montanha, com uma arquitetura peculiar.

DSC01758Os spas e as 12 fontes dispersas pelo pequeno centro são a grande atração do local. As águas chegam a uma temperatura média de 40 graus centígrados e máxima de 72 graus centígrados e são indicadas para o sistema digestivo ou desordens metabólicas, apesar de cada fonte ter uma característica e ser indicada para um tratamento específico.
A composição delas é similar, mas diferem na temperatura e na quantidade de dióxido de carbono.
A água tem um sabor acentuado que se aproxima ao de ferrugem e é um pouco salgada. No maior e mais famoso gêiser da cidade, chamado Vridlo, a água jorra de uma profundidade de mais de três mil metros e alcança uma altura de quase 15 metros, com uma temperatura de mais 70 graus centígrados.

Próximo às fontes há sempre uma variedade de lojinhas para compras de lembranças, que incluem uma xícara própria para beber a água quente da fonte, uma espécie de caneca com um canudo de cerâmica

Há também uma bebida feita a base de ervas conhecida por ser a “13ª fonte curativa”. O licor produzido na região desde 1807 chama-se Becherovka e foi criado pelo químico Josef Becher. Sua composição exata não é revelada, mas toda a fabricação pode ser vista no museu Jan Becher, que explica as origens da bebida.

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Entre um passeio e outro pela rua principal poderá ser vista a casa em que viveu e desenvolveu pesquisas o cientista francês Louis Pasteur, responsável por muitas descobertas no campo da Química e da Medicina.

A cidade é pequena e fácil de ser conhecida a pé.

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Entre os pontos turísticos estão o antigo mercado central e as colunatas, onde antigamente realizavam-se feiras, concertos e encontros. A colunata mais importante e grandiosa é a Mill Colonnade, construída entre 1871 e 1881. Lá, 124 imponentes colunas dão suporte e servem de passeio para cinco fontes termais.

Van Gogh autoritratto

Attraverso il disegno e il colore Van Gogh svelava gli stati d’animo della persona

Van Gogh amava dipingere ritratti. I suoi autoritratti o le immagini delle persone erano vere analisi pittorica e psicologica, in cui gli emozioni espressa nella faccia si svela attraverso il disegno e i colori.

Van Gogh. Autoritratto. 1886. L'Aia Coleção Gemeentmuseum
Van Gogh. Autoritratto. 1886. L’Aia Coleção Gemeentmuseum

“Van Gogh ama dipingere persone e fare ritratti di amici che posano per lui. Quando nessuno è disiponibile, non avendo denaro necessario a pagare un modello, dipinge sé stesso servendosi di un specchio. Van Gogh sperimenta vari metodi, passando da uno stili tradizionale ad uno molto originale. A Parigi a tecnica si basa su trattini colarato che irradiano, partendo dagli occhi, mentre in Provenza la ricerca continua soprattutto con l’uso di colori contrastanti stesi a larghe pennellate”, afferma il studio del staff di Cornelia Homburg.

Vicent Van Gogh. Ritratto de Alexander Reid. 1887 . Culture Sport Glasgow. per conto di Glasgow City Concil
Vicent Van Gogh. Ritratto de Alexander Reid. 1887 . Culture Sport Glasgow. per conto di Glasgow City Concil
Ritratto di giovanne contadino. Van Gogh. 1887. Roma, Galleria dell'Arte Moderna e Contemporanea
Ritratto di giovanne contadino. Van Gogh. 1887. Roma, Galleria dell’Arte Moderna e Contemporanea