A personagem que Shamsia criou está em paredes e muros de Cabul e de algumas grandes capitais no mundo. Começou retratá-la com burca, mas deixou de lado a burca e a repaginou como uma mulher moderna, corajosa e orgulhosa de sua condição feminina e de sua identidade cultural.
Além dos murais, a artista usa a fotografia como técnica aliada a pintura. Ao criar a figura feminina, a compôs como uma mulher solitária, forte e corajosa, porém delicada, de semblante tristonho, sempre com os olhos fechados e sem boca traçada.
Na verdade, numa análise crítica, Shamsia retrata o perfil da mulher afegã. Quieta, escondida, vigiada, sem voz e com muitos medos. As imagens são potentes nas mensagens, impressionam e comovem quem as visualiza. Impossível não escrever sobre ela.
“A arte muda a mente das pessoas e as pessoas mudam o mundo”, escreve ela na entrada do seu site oficial. Para saber mais clique aqui.
Pouco fala sobre si e seu currículo no site. Sua comunicação é pelas imagens de suas obras. Compreensível, sobretudo agora com a volta do Talibã ao poder. Mas pela arte ela percorre o mundo e conta o drama e expõe a alma dessas mulheres que geram filhos cercadas pela violência.
Em tempos de abertura política, a artista conseguiu percorrer diversos países e mostrar seus murais. “Os trabalhos de graffiti de Shamsia Hassani foram exibidos em todo o mundo. Seus murais são peças de arte em paredes do Afeganistão, Estados Unidos, Itália, Alemanha, Índia, Vietnã, Suíça, Dinamarca, Noruega e outros países”, fonte site oficial.