O ‘Aurélio’ foi ícone até quase as últimas décadas do século XX, antes da internet impor-se na vida dos jovens como tecnologia fácil, rápida, porém voraz. Na minha vida, a sagrada Bíblia da língua portuguesa está imponente na prateleira da minha estante até hoje. Confesso que o uso pouco o dicionário em papel pelo tamanho e por estar rendida às facilidades de dicionário online, mas entendo a paixão do Aurélio pelas palavras e lembro do poema de de Pablo Neruda, e um texto que publiquei tempos atrás: A arte das palavras e o gozo pelos seus significados.
“O livro em publicação impressa está sendo cada vez menos usado pela juventude, talvez pelo desconforto em carregá-lo ou pela dificuldade em manuseá-lo, dando lugar a pesquisa superficial pela internet. Com isso, os jovens perdem a oportunidade vivenciar a emoção de entender a palavra na raiz de sua definição e descobrir em diversos autores as diferenças na forma de explicar o significado da palavra.
Somente quem usa frequentemente dicionário é que sabe o quanto é intenso o prazer, quase um gozo quando se encontra um palavra em que o significado abrange exatamente aquilo que se deseja expor. Quanto mais se pesquisa mais se descobre – origem, história e se viaja no tempo”.