O desenho está passando por um momento de grande impulso no mercado de arte global e o mais caro do mundo é uma das versões do célebre grito Edvard Munch. Alcançou 107 milhões de dólares em 2012.
A análise sobre mercado foi publicada no blog italiano Collezzione da Tiffany, num artigo do jornalista e especialista em arte, Nicola Maggi.
“Das feiras específicas do setor às grandes casas de leilões internacionais, o fenômeno se observa. As vendas estão aumentando e os preços também, um fato que chama atenção principalmente para quem está iniciando a colecionar arte.
Paris a capital europeia do desenho
Maggi cita os mais importantes eventos dedicados ao Design na Europa com o histórico Salon du Dessin parisiense, em 1991, seguidos depois pelo Drawing Now (2006) e DDessin (2012) – fazendo de Paris a ‘capital’ europeia do desenho, a holandesa Amsterdã com Drawing, fundada em 2011, até chegar na nova-iorquina Master Drawing (2010) Art on Paper (2015). E observa agora o calendário de feiras internacionais de arte, onde é possível perceber o fenômeno ‘desenho’.
“Durante muito tempo subestimado pelos grandes colecionadores, de fato, esse meio com mais de dois mil anos se tornou um dos protagonistas do mercado de arte, conseguindo satisfazer as exigências dos colecionadores de ‘alta classe’ .
Desenhos
Segundo análise do jornalista italiano, junto à pintura, os desenhos são bem presentes nas principais coleções em todo o mundo e nas casas de leilões internacionais e como aconteceu com a fotografia, inicia “a alcançar resultados de todo respeito”. Embora a ligação com o mercado da pintura – a sempre queridinha dos colecionadores – seja muito evidente, os desenhos ainda são poucos para que as casas de leilões tenham um departamento dedicado a eles.
A prova é que a ligação com a grande arte é demonstrada por intermédio do fato que hoje o desenho mais caro do mundo é uma das versões do célebre grito de Edvard Munch que em 2012 alcançou, da Sotheby’s New York, 107 milhões de dólares.
“Enquanto no segundo lugar nessa particular classificação achamos o chinês Qi Baishi, em cujo desenho Eagle Standing on Pine Three foi vendido por mais de 65 milhões de dólares na China Guardian, em 2011”, afirma o jornalista.
Brasil
No Brasil o desenho artístico começou a aparecer como arte autônoma a partir do século XX. O dado é do Museu Nacional de Belas Artes, que dedica um link sobre o assunto. Embora, segundo a instituição, no século XIX, alguns artistas de renome como Vitor Meirelles e Rodolfo Amoedo deixaram traços em trabalhos que hoje fazem parte do acervo do Museu.
No início do século XX, Di Cavalcanti, Tomás Santa Rosa, Djanira e Candido Portinari são alguns dos representantes dessa produção normalmente utilizados para espetáculos teatrais, campanhas publicitárias e obras literárias. Outros também se destacam como Gregório Gruber,Regina Vater e Amador Perez.
Entre os artistas mais expressivos e que representa a alma do povo brasileiro repleta de símbolos e mitos é o pernambucano Gilvan Samico (1928-2013). Obras do artista puderam ser apreciadas na 32ª Bienal de São Paulo.
Quanto ao mercado de artes brasileiro é ainda restrito a um pequeno segmento social, sem tradições como o europeu.