A instalação ‘Anything to say’ (Nada a dizer?), do artista Davide Dormino, que denuncia a farsa e a vigilância global pela web, será exposta no Festival Internacional de Jornalismo, em Perugia, na Itália, de 6 a 10 de abril.
São três esculturas em bronze, em tamanho natural de Edward Snowden, Julian Assange e Chelsea Manning, todos em pé numa cadeira, e ao lado deles uma vazia. A instalação estará na Praça IV de novembro, no centro de Perugia, durante o festival.
Três homens revolucionaram o mundo contemporâneo por denunciarem a ação de governos poderosos, no controle de dados e informações sigilosas que incitam às guerras.
Grande Teia
Pessoas que colocaram em jogo as suas carreiras e status profissional, mostraram ao mundo, sobretudo, que a “grande teia” não poupa ninguém no controle de dados e garantias de privacidade. Todos estão sujeitos e vulneráveis à espionagem cibernética nessa “aldeia global”.
A grande mentira sobre a liberdade de expressão na instalação do artista italiano é destacada pelas esculturas, embora aponte uma nova oportunidade para aqueles que desejam melhorar ou transformar o mundo, ao deixar um lugar ao lado.
A quarta cadeira é vazia e serve para convidar o público para ação, colocando-se ao lado das três figuras.
A obra está percorrendo a Europa e já passou por Berlim, Dresden, Genebra e Estrasburgo. Pela primeira vez chega à Itália e se apresenta em um dos mais conceituados festivais de jornalismo da atualidade, que reúne grandes nomes da imprensa mundial, com tradução simultânea e totalmente gratuito.
Uma palestra sobre o tema, Da WikiLeaks a Snowden: proteggere le fonti nell’era della sorveglianza di massa será realizado no dia 8 de abril, com Sarah Harrison, Davide Dormino, John Goetzand, Stefania Maurizi.
Davide Dormino se inspirou no jornalista e apresentador Charles Glass, que crê no poder da arte pública.”A oportunidade que a arte dá de amadurecer dentro de si as questões e se transformar. A cadeira tem um duplo significado. Pode ser comoda, mas pode também ser um degrau para subir mais alto, para ter uma visão melhor e para aprender mais”.
Segundo Glass, todos três escolheram levantar-se sobre às cadeiras da coragem, apesar de estarem expostos, ameaçados e julgados. Alguns pensam que eles são traidores. Na história deles nada foi positivo. Por isso, é necessário ter coragem para agir, para estar em pé sobre a cadeira, acima de tudo porque dói.
Fonte: #ijf16