Lugares incomuns garantem o repouso merecido para um gato folgado. A fonte de inspiração destas fotos (na minha opinião muito artísticas) que foram captadas há alguns anos, cujo o protagonista foi nosso gato inesquecível: AmonRá. Essa fofura branquinha esteve com a família durante 16 anos para depois viver na eternidade. Era perfeito, lindo, de porte nobre e pelo macio. Quando dormia muitas vezes parecia uma esfinge egípcia tal era a elegância do seu porte. Ãhhhmmm…. que saudades desse gatinho!
AmonRá permaneceu em fotos que nos trazem memórias singelas de sua presença em nossas vidas, minha e de minhas filhas. Agora elas, adultas e mães, também têm Pipoca, da Paula e Pudim, da Marcela, para brincar e fazer companhia como só gato consegue com aquela discrição e brejeirice.
Infinidade de bandinhas carnavalescas tomaram conta de Natal, no Rio Grande do Norte. Quando elas passam a ordem é 'sacudir o esqueleto e ter samba no pé'...
Bom mesmo é exaltar nossos músicos e dar a eles espaço que merecem. Os músicos tocam, tocam seus instrumentos na raça, andando e brincando junto com o povo. As bandinhas carnavalescas animam o carnaval de rua e representam o mais genuíno de nossa cultura.
A turma da foto é a Banda Clarim Kids que animou a festa da criançada numa escola arretada da capital potiguar.
Gostoso demais é sambar na praia e brincar com o povo que nada.Nada de nadar neste mar sem fim com muita coragem e condicionamento físico. Nesta turma entrei de gaiata como nadadora, ou melhor enganadora (ainda aprendiz e com fé e esperança que um dia troco o ‘e’ por ‘a’ – passando a (e)nadadora). O Bloco do Mar sambou em brincou ao lado da Orquestra de Frevo do Alexão e a organizadora, nadadora campeã potiguar Madalena Nunes não deu chances para tristeza e fez todo mundo ‘esquentar as canelas e sacudir o esqueleto’, como diz ela.
Madá e Humberto Maurício são os porta-vozes da turma de nadadores. Humberto criou a TV NPN…
Confesso que estou adorando fazer parte desse time, que acolhe gente que quer também comungar com o mar…
Os recados são todos por grupos de WhatsApp, um lado do bom da tecnologia que também foi motivo de desunião. Mas estamos evoluindo gente!
Mas a folia não parou por aí. Tem o tradicional Bloco dos Poetas que sai sempre da Praça dos Gringos. Nesse até a governadora prestigiou e Paula, minha filha não se conteve tietagem.
Nem condomínio ficou para trás. Alguns levaram a bandinha para animar o frevo ou samba refrescando o corpo na piscina. Genteee… Que delícia que ver a banda passar!
Carnaval é isso!
É festa na rua.. E vou reproduzir aqui um texto lindo que resume esta festa importante no calendário do Brasil.
“No mundo cada vez mais individualista o carnaval assusta porque afronta a decadência da vida em grupo. Cria laços contrários a diluição comunitária, fortalece pertencimentos de sociabilidades e cria redes de proteção social nas frestas do desencanto. A festa coisa de desocupados? Fale isso para trabalhadores e trabalhadoras da folia. O carnaval é também para muita gente, sobra-vivente, alternativa de sobrevivência material, afetiva e espiritual. O Brasil não inventou o carnaval, é certo. Mas o povo do Brasil vivenciou de tal forma o carnaval na pluralidade de suas manifestações, que ocorreu o inverso. Foi o carnaval que inventou um país possível e original às margens de horror que historicamente nos constituiu. É perturbador para certo Brasil, individualista, excludente, sisudo, trancafiado, inimigo das diversidades, lidar com uma festa coletiva, alegre, inclusiva, diversa e rueira. Tenso e intenso, com lâmina e flor, o carnaval assusta porque nos coloca diante do assombro da vida”. Texto Luiz Antonio Lima. Retirado do Instagram Pedro Munhoz oficial
Não me canso de explicar para quem nunca viveu no Brasil, que o nosso Carnaval não se resume apenas no desfile de escolas de samba do Rio de Janeiro. O carnaval brasileiro é na rua, onde o povo expressa sua alegria, com músicas e danças. É uma festa que manifesta a cultura de cada região de nosso país.
Ninguém coloca em dúvida o quanto é espetacular o desfile de escolas de samba na Marquês de Sapucaí, mas vale também ampliar nosso olhar crítico e entender o carnaval como expressão da arte popular.
A alegria de um povo que faz folia inspirada na música e também no folclore brasileiro. Um exemplo é o frevo, uma dança popular pernambucana muito apreciada no carnaval que foi considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2007.
O maracatu também de Pernambuco é uma dança de origem afro e surgiu no século XVIII como uma forma de manter viva a coroação do rei do Congo, após o fim da escravatura. Mais informações no próprio site (Maracatu.org).
Ôooo gente! Quanta poética artística desse povo pernambucano….
Os Bonecos Gigantes que representam personalidades famosas brasileiras e internacionais. São feitas de forma artesanal de barro, madeira e papel marché. Os primeiros bonecos, Zé Pereira e Vitalina têm 100 anos e para conhecer sua história basta clicar no nome.
Carnaval carioca
O carioca conhecido como o povo descolado que adora curtir praia e bate-papo em bar, começa cedo com os blocos que saem semanas antes em bairros da cidade. Mas o mais apoteótico e espetacular é o da Marques de Sapucaí. O desfile das Escolas de Samba tem seu auge na terça-feira e termina na madrugada de quarta-feira de cinzas.
“Quando assisto desfile das escolas de samba do Rio, fico a imaginar se existe, neste planeta, espetáculo que se equipare. Óperas e musicais, ofuscados por plumas e paetês, desaparecem em palcos tão mais nobres, coitados, tão pobres. E o que dizer da alegria? Das mais de três mil vozes, cantando felizes a história que escolheram contar? É com certeza o maior show da terra. Ai que orgulho me dá de ser deste Brasil. Seja desembargador, empresário, médico ou ator… tanto faz... a reverência é toda para a beleza das nossas mulheres que, tal como deusas vedetes, do alto de seus saltos, transitam ziguezagueando em rastros de purpurina.Que planejamento é este que reúne milhares em cadência tão perfeita. Ainda vou fazer parte disso tudo“.
É bem isso. Todos, naquele momento, têm o mesmo nível social e de importância, numa cadência só!
Carnaval do Sul
Aquilo que escreverei sobre o carnaval do Sul expressa uma vivência que não vai além do meu umbigo. Sempre estou em viagem. Porém, o que falam as ‘más línguas’ sobre Curitiba, onde vivo em parte, que é o mais fraco. Pouca animação!
A alusão é pelo estilo do povo de temperamento mais fechado pela imigração, composta, na maioria, de descendentes de poloneses e ucranianos. No final da década 70 surgiu a famosa Banda Polaca, criada por intelectuais e artistas da cidade. Era tão boa que acabou. Hoje temos os Zombie Walks. Os zombies parodiam a ideia de que o carnaval de Curitiba é um horror e saem em blocos fantasiados de monstros cinematográficos.
Carnaval mais perto da linha do Equador
Os carnavais do Norte e Nordeste do Brasil pouco posso comentar pelo fato que só participei do potiguar. Em Natal desviaram a festa da alegria para ser comemorada em dezembro com o CarNatal. Assim não competem turisticamente com as cidades, onde o carnaval é mais tradicional.
Porém, no período certo, o carnaval de rua também vive em Natal, muito mais com shows e espetáculos nos grandes palcos instalados perto de Ponta Negra e a presença de artistas de renome como Elba Ramalho e tantos outros. Alguns blocos saem pela praia durante os dias brincando e sambando.
É reconhecido pelos brasileiros que os carnavais de rua mais tradicionais do Brasil, certamente, são de Recife, Olinda e Salvador. A capital da Bahia marca presença com os trios elétricos e seus famosos artistas e o tradicional Afoxé Filhos de Gandhy.
O afoxé Filhos de Gandhy, fundado por estivadores portuários da cidade no dia 18 de fevereiro de 1949, tornou-se o maior e dito o mais belo Afoxé do Carnaval de Salvador, na Bahia. … As cores dos colares são um referencial de paz e o afoxé enfoca Oxalá, que é o Orixá maior. Fonte Wikepédia.
Origem do carnaval
A origem do carnaval ainda é um mistério. Sabe-se que começou em regiões cristãs na antiguidade. Agora, confirmar que foi o catolicismo que disseminou a ideia será muito difícil. A festa foge às regras religiosas e é exatamente contrário do que se prega, uma vida pelo decoro e a devoção.
Se analisarmos a própria palavra folia, tem origem em folle, em italiano follia, e pelo dicionário Devoto, significa: estado de alienação mental, loucura e demência.
Uma pista interessante nos dá o filósofo suíço Alain de Botton, no livro Religião para Ateus, quando conta sobre a Festa dos Loucos muito difundida na Europa, no período medieval.
O escritor, para justificar essa ideia, conta que o cristianismo medieval compreendia a dívida em que a bondade, fé e doçura têm com seus opostos. Uma dicotomia. Durante a maior parte do ano pregava solenidade, ordem, moderação, camaradagem, sinceridade, amor a Deus e decoro sexual, e, então, na noite de ano-novo, abria as portas da psique coletiva e dava início ao “festum fatuorum“, a Festa dos Loucos.
Segundo pesquisa de Botton, durante quatro dias, o mundo ficava de cabeça para baixo e cometiam as mais absurdas aberrações. Em 1445, a Faculdade de Teologia de Paris explicou aos bispos da França que a Festa dos Loucos era um evento necessário no calendário cristão, “para que a insensatez, que é a nossa segunda natureza, e inerente ao homem, possa se dissipar livremente, pelo menos uma vez ao ano”.
Boa pergunta. A Inteligência Artificial está revolucionando o mundo da arte e hoje gera questionamentos, curiosidade e espanto entre as conversas digitais. Cada vez mais artistas estão interessados em sublinhar as diferenças entre arte e artifício.
A IA pode criar obras de arte de forma autônoma, analisando e aprendendo com milhões de obras de arte existentes. Este processo de aprendizado de máquina permite que a IA gere obras de arte únicas e inovadoras.
A tecnologia esteve presente na arte a partir da invenção da fotografia. De lá para cá, o artista usa os recursos tecnológicos em sua poética artística. Escher e Le Parc que ilustram este artigo, em suas obras, representam dois momentos na história da arte e destacam a inquietude do artista em traduzir o mundo a partir de suas obras e o espírito de curiosidade de inovar e usar dos recursos da contemporaneidade.
Lumière Alternée, do artista franco-argention, Julio Le Parc ilustra nossa matéria e mostra que luzes e efeitos estavam expostos na Bienal da Luz, 2015, em Curitiba.. Era pura arte. Lumiére Alternée
A instalação fazia fachos de luz incidirem sobre a superfície, alternando o movimento.
Como você analisa Lucia o futuro da arte com a Inteligência Artificial?
Lucia Helena Fernandes Stall é uma pesquisadora e amante da arte, mas percorreu outro caminho profissional. Formou-se em em Direito na UFPR, hoje advogada acredita que sua profissão também não deixa de ser a arte da defesa dos direitos do homens. ‘Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”, Fernando Pessoa (A Tabacaria)..
Pessoalmente acho que vai acontecer como a fotografia, o rádio e a televisão quando surgiram no mundo…..
Inteligência Artificial será outra vertente na arte.Mas o mais sério é que IA é mercado, diferente da invenção da fotografia. Mari Weigert
Mas são os jovens, só jovens mais usando tecnologia. Ir no museu vai ser canseira para eles. Gosto disso, não. Lucia Stall.
Éramos três mosqueteiras atrás de mostras de arte. Eu, Lucia Stall e a artista Zizi Lans, amiga Suzel. Percorremos algumas bienais em Veneza, mostras relevantes na Europa e no Brasil. Depois do percurso sempre um café para discutir o que vimos, uma espécie de momentos atrelados a crítica de arte. Alimentava nossa alma.
Enfim, este descontraído bate-papo entre eu e a amiga Lucia foi pelo Whatsapp e empolgou as duas sobre o futuro da nova tecnologia que está deixando todo mundo em alerta.
As duas ilustrações de M. C. Escher fascinam pelo papel visionário do artista holandês que gostava de usar técnicas para mostrar uma outra realidade. Ele criou obras no início do século XX, algumas com ilusão de ótica. O Olho- é a foto manchete é de 1946 e reprodução de próprio olho a partir de um espelho côncavo. Olho Mágico dele, é uma obra instigante que reflete uma caveira na pupila em conexão com o cone, que na foto feita por mim não é possível visualizar.
Vale a pena dar uma olhadinha neste vídeo da DW, Alemã sobre Inteligência Artificial e Arte. Divirtam-se e pensem em uma resposta convincente. Já passei acima a minha….
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