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Que falta de cultura apagar uma obra do Kobra. É ou não é para chorar?

Totalmente! Não somente falta de cultura como a mais extrema truculência e até mesmo, o exemplo do que é ser tosco e não perceber a preciosidade de uma obra de arte que além de ser testemunha de um tempo, era vida e vibração para o local.

Eduardo Kobra é um artista- muralista- brasileiro de renome internacional. 

Kobra foi autor do mural das Etnias, no Rio de Janeiro, feito para as Olimpíadas de 2016 e entrou para Guiness pelo tamanho – 2.600 metros. “Esse recorde para mim não se trata do maior mural do mundo, se trata da maior pintura pela paz entre as nações”, afirmou ele, numa entrevista.

Seus murais inspirados e coloridos estão espalhados pelo mundo afora. Os temas são sobre a vida e seus traços e cores são inigualáveis. O mural apagado fazia parte da série Muros da Memória e representava São Paulo na primeira metade do século 20.

Segundo matéria publicada nos jornais, os proprietários do imóvel justificam que nunca deram autorização para que o grafite fosse feito e que o muro será derrubado para construir um estabelecimento comercial.

 

Foto: Reprodução/Instagram Eduardo Kobra

Que falta de bom senso! 

É um atestado de pura ignorância não aproveitar um trabalho artístico como o do Kobra para fazer marketing do local, ainda mais com a ideia de construir um estabelecimento comercial. Teríamos nesse caso um universo infinito de ideias criativas. Que barbárie cometida pelos pobres de espírito!

 A capital paulista, cosmopolita, das bienais inovadoras e polêmicas, que foi palco de tantos movimentos de vanguarda nas artes,  está uma lástima, um verdadeiro desastre no trato das questões sobre arte de rua nos últimos anos. Desde o Dória, São Paulo vem cancelando sua identidade nas ruas e substituindo o colorido dos grafites e a inquietude do que foi pichado pelo vazio do branco e do cinza. Esse marasmo aliado a poluição.

Quer saber mais sobre grafite, pixo e pichação leia nosso artigo: Pixo é engajado, pichar é chique e o grafite é imagem

Amesterdã, Holanda

Let Me Be Myself (Deixe-me ser eu mesma) é uma homenagem a uma das mais famosas vítimas do holocausto. Anne Frank

Foto: Reprodução/Instagram Eduardo Kobra

Moscou, Rússia.

Inspirado na imagem de uma bailarina, Maya Plisetskaia, que encontrou no Centro de Documentação do Bolshoi, Kobra fez, em 2013, esse mural está entre os mais famosos. A bailarina morreu em 2015 e hoje o espaço é ponto de homenagem a ela.

Foto: Antoneko Maria/Shutterstock

Rio  de Janeiro, Brasil

Localizado na região da Zona Portuária do Rio de Janeiro, o mural Todos Somos Um foi inaugurado em 2016 , por ocasião das Olimpíadas realizadas no Brasil. No trabalho, inspirado na mensagem de união, Kobra pintou os representantes de cinco tribos, cada um de um continente.

Foto: Shutterstock

Enquanto no Brasil os incultos passam a borracha nas obras de artes dos seus grandes artistas, em Londres, um grafite de Banksy foi removido de um muro em 2013 para ser levada a leilão e a arrecadação ser direcionada a uma obra de caridade, e os moradores de Tottenham (bairro de onde foi retirada a obra) protestaram indignados. 

Leia sobre Banksy nesse artigo do Pan-HoramArte: Banksy o vândalo genial que não se revela

 

É não é para chorar? Falta cultura em gente que apaga um mural do Kobra e o substitui por um muro branco e vazio.

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Aí que dó dessa água! Quando vamos parar de consumir tanto plástico?

É urgente repensar a relação da sociedade com o plástico! As imagens de um rio ou mar poluídos com embalagens plásticas são chocantes. Será possível que não aflige o teu coração essa agressão sem limites?

As duas fotos que ilustram esse início de texto foram desanexadas da instalação vídeográfica do artista e arquiteto Asif Khan, cuja obra faz parte da mostra Plástico: Reconstruir nosso mundo, em exibição no MAAT, em Lisboa. A instalação chama-se Kalpa – palavra em sânscrito que designa um período geológico na cosmologia hindu e budista, compreendendo a criação, distribuição e recriação do mundo.  

O vídeo tem 9 minutos e faz o visitante participar de uma viagem através do tempo, desde o surgimento de formas microscópicas nos oceanos da Terra até à sua contínua acumulação e transformação sob o fundo do mar, e a descoberta do petróleo dois milhões de anos depois. Na metade do filme mostra  a presença dos produtos e resíduos plásticos e também a contaminação dos ecossistemas marinhos resultante da sua decomposição em microplásticos

A exposição analisa o material revolucionário e profundamente controverso a que atribuímos o nome genérico de “plástico”, mas que, na verdade, inclui um universo de produtos sintéticos, com características e utilizações diferentes.  

Calcula-se que 8,3 milhões de toneladas de plástico foram produzidos no mundo desde o início do século XX e desse total apenas 9% foram efetivamente reciclados. 

São três tipos de reciclagem, mecânica, química e biológica. O maior desafio da reciclagem é a separação e triagem dos diferentes tipos de plásticos e o fato de se tratar de um processo que muitas vezes se limita a reconverter os resíduos em produtos de menor valor e adiar a inevitável incineração ou deposição em aterro.

 

Outro vídeo interessante da mostra é divulgado pela DW – Deutsche Welle – imprensa alemã, no qual mostra a rotina de um funcionário recém contratado por uma empresa de reciclagem. Apenas um pequeno trecho do material audiovisual, porém já é capaz de produzir um impacto muito grande sobre nosso julgamento em relação ao consumo exagerado do plástico. As imagens refletem o consumo somente na Alemanha e onde o trabalho de reciclagem é feito com o apoio da mais avançada tecnologia. E o resto do mundo, sobretudo o terceiro mundo onde a tecnologia ainda não chegou? A destinação com certeza a pior possível.

 

imagem gráfica da exposição "Plástico: Reconstruir o Nosso Mundo". © Vitra Design Museum, ilustração: Daniel Streat, Visual Fields

Dividida em três secções, a exposição abre com a instalação videográfica sobre a relação geológica fundamental entre plástico e natureza. A segunda secção percorre a história do plástico desde a sua origem natural até à experimentação com materiais sintéticos de meados do século XIX e início do século XX, prosseguindo depois com o crescimento da indústria petroquímica, o seu impacto na escala de produção do plástico e a crescente preocupação com o planeta a partir de finais do século XX. Por fim, a terceira secção faz um balanço dos atuais esforços para repensar o plástico, desenvolver alternativas, reduzir a sua produção e consumo e promover a sua reutilização.

 

Uma mostra extraordinária como meio de conscientização sobre o problema do consumo e destinação do plástico. Infelizmente ou felizmente o produto já está anexado à vida quotidiana e sua total retirada é impossível, sobretudo em peças de maquinários e outras funções. Não tem mais volta a sua eliminação nos processos que o envolvem, seja na indústria, nos materiais e objetos de consumo. 

O maior desafio no caso do consumo do plástico é a separação e triagem dos diferentes materiais. O que significa isso? 

Significa que depende de nossas ações individuais, cada um fazendo a sua parte ao separar com seriedade os lixo e o material reciclável. Vamos lá minha gente reconstruir nosso mundo, purificar nossa água e proteger a natureza!

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Valeu a luta EGC! MinC voltou para potencializar a identidade brasileira

Vibramos juntos na alegria de Janja e Margareth Menezes e dos funcionários do Ministério da Cultura ao colocarem o letreiro identificando o MinC na Esplanada dos ministérios.

Cerimônia tão elementar e simples, porém tão significativa para quem lutou pela retomada da instituição cultural no Brasil. É gratificante!

Há dois anos, precisamente em agosto de 2020, em plena pandemia, não suportando mais o desmonte cultural no país por um desgoverno genocida; artistas, intelectuais e profissionais de todas as artes, liderados pelo cineasta Silvio Tendler criaram os Estados Gerais da Cultura, num encontro virtual. O EGC ganhou logomarca espaço nas redes sociais e um canal no Youtube para provocar e promover o debate.

Durante quase dois  anos estivemos confinados em casa, mas nossa voz ecoava pelo mundo afora em encontros com representantes das ciências, da política, das artes, das minorias. Caminhamos ao lado do movimento SOS Cultura liderado pela Associação de Funcionários do MinC. 

 Todo o tempo estivemos presente nas redes sociais com manifestos, denunciando absurdos cometidos durante um governo que politizou a pandemia, desrespeitou a ciência, militarizou escolas e tentou sufocar nossa cultura. 

A história universal comprova que um povo sem cultura é como marionetes nas mãos de ditadores. Por isso, a primeira medida de opressor sobre o oprimido é destruir a sua identidade cultural. Tentaram mas não conseguiram. 

Tentaram destruir a essência da alma brasileira e ela está mais viva do que nunca e presente nas ações do reconstruído Ministério da Cultura.

O verbo esperançar está sendo conjugado a todo momento com ações de fomento à cultura. Em poucos meses foram retomados os principais programas que estavam sufocados numa gaveta bolorenta do Ministério do Turismo durante quatro anos.  Um novo decreto assinado no dia 23 de março pelo presidente Lula e a ministra da Cultura Margareth Menezes estabelece novas regras para estimular e fazer cultura no país. 

Todos são contemplados com suporte cultural direto – Leis Rouanet, Paulo Gustavo, Aldir Blanc, Cultura Viva entre outras políticas públicas – com padronização das regras para o acompanhamento da prestação de contas e transferência de recursos federais. Assim parece que se acende uma luz no fundo do túnel.

 O que antes parecia um sonho, uma utopia, hoje é realidade.  A tarefa é árdua e a caminhada é longa pela frente para conseguirmos construir um Brasil melhor. 

 

Não podemos esquecer a grande aposta dos Estados Gerais da Cultura no lema “com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo”.

 
Legenda

Incríveis ‘Colagens’ de Ingrid Wagner dialogam com várias artes

Ingrid Wagner usa colagem manual e arte cinematográfica em suas obras. "O ser humano como tema, serve como instrumento das experiências que vivencia em outra dimensão do real".

Todas elas são surrealistas, arrisco em analisar assim, mas a roupagem é contemporânea porque envolve muitas artes e novas tecnologias, colagem, arte cinematográfica, crítica e poesia. “Uma história congelada em um fotograma sugerindo a continuidade do movimento, como no cinema”, afirma a artista.

A incrível criatividade  de Ingrid Wagner, diretora cinematográfica e artista multimídia paranaense, poderá ser apreciada numa exposição no  Museu Guido Viaro, em Curitiba. 

Confesso que recebi com muito carinho a informação de que Ingrid estará expondo em Curitiba porque  lembrei de sua trajetória ao lado de seus irmãos Elizabeth, Rosane e Helmuth Júnior, que se projetaram na década 70 e 80 com diversos filmes de animação, inclusive premiados. 

Também nesse retorno carinhoso ao passado lembrei que fui aluna (já na Universidade) do memorável fotógrafo paranaense Helmuth Wagner, pai de Ingrid. Apesar de ser um curso de extensão, jamais esqueci as noções sobre luz e sombra numa foto em preto em branco e as técnicas de revelação para filmes analógicos. A empolgação foi tal que comprei o básico do básico para revelar fotos em casa e consegui algo ‘sofrível’ ao montar um pseudo-laboratório fotográfico num canto do quarto dos meus pais, que era o cômodo que eu conseguia mais escurecer na casa. Pois é, culpa foi da eficiente aula de Helmuth Wagner. Quase me senti maravilhosa na arte de fotografar em ‘preto e branco’! Mas durou pouco tempo por falta de dedicação e jeito.

Outro fato também foi a ligação familiar com Elizabeth, em função de que foi casada com um primo do meu marido e quando minhas filhas eram pequenas um episódio ficou inesquecível para elas. As aulas de desenho animado que tiveram com as irmãs Wagner durante as férias. São memórias ternas que permaneceram no tempo. 

PALAVRAS

Indicando o caminho, 
esquecidas como fardo, 
precipitada à chuva,
 
molhadas,
julgando-se livros, 
semeando desertos,
resistem as pedras 
OBSTRUINDO A PASSAGEM
 
está bem guardado
o segredo da imagem
que diante dos olhos
parecem enigma
CÃES NÃO SE INTERESSAM
 
pelo aroma das frutas
mas estará seguro
o lixo
do assalto das mãos?

Ingrid é filha do consagrado fotógrafo Helmuth Erich Wagner e da desenhista imaginativa Edith Pitz Wagner. Os Irmãos Wagner, Ingrid, Rosane, Elizabeth e Helmuth Jr (‘Muti’) iniciaram juntos suas carreiras como curta metragistas. A partir dos anos 80, participando de concursos de roteiros, viabilizaram produções em 16mm e 35mm. Tiveram filmes premiados em festivais no Brasil e no exterior, como no "Canadian Amateur Film Festival". No Paraná, foram reconhecidos tanto nos meios oficiais, com menções na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal de Curitiba, quanto nos empresariais, recebendo prêmios como o “Bichos do Paraná”, concedido a personalidades destacadas em suas respectivas áreas. Ainda prosseguindo a sua trajetória de cineasta, em 2006, já na era do cinema digital, Ingrid dirige, junto com Fernando Severo, o documentário “Helmuth Wagner, Alma da Imagem”. Em 1992, Ingrid inicia o seu trabalho com colagens e em 2008 lança o livro Ingrid Wagner – Colagens. Fonte: Linkedin 

* Todas as imagens foram retiradas do Instagram e Facebook de Ingrid Wagner.

Por não se sentir livre Somente se permitiu Sonhar

O talento e a sensibilidade foram sempre parte da vida de Ingrid e de toda família. A mãe era desenhista imaginativa, Edith Pitz Wagner.

 “No livro “Ingrid Wagner – Colagens”, poesias dão voz às imagens. Os diálogos estabelecidos pela arte não podem ser discursos jogados ao vazio. A arte como conexão entre razão e emoção tem o poder de estabelecer novos conceitos, onde sentimentos importam.O projeto gráfico do livro foi idealizado por Chantal Wagner Kornin”

Os Irmãos Wagner, Ingrid, Rosane, Elizabeth e Helmuth Jr (‘Muti’) iniciaram juntos suas carreiras como curta metragistas. A partir dos anos 80, participando de concursos de roteiros, viabilizaram produções em 16mm e 35mm. Tiveram filmes premiados em festivais no Brasil e no exterior, como no "Canadian Amateur Film Festival". No Paraná, foram reconhecidos tanto nos meios oficiais, com menções na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal de Curitiba, quanto nos empresariais, recebendo prêmios como o “Bichos do Paraná”, concedido a personalidades destacadas em suas respectivas áreas. Ainda prosseguindo a sua trajetória de cineasta, em 2006, já na era do cinema digital, Ingrid dirige, junto com Fernando Severo, o documentário “Helmuth Wagner, Alma da Imagem”. Em 1992, Ingrid inicia o seu trabalho com colagens e em 2008 lança o livro Ingrid Wagner – Colagens. Fonte: Linkedin.