A reflexão de Catarina(13 anos) sobre a Revolução dos Cravos, que libertou Portugal da ditadura salazarista foi pontual.
“Se hoje tenho liberdade foi porque, um dia, faltou para alguém. Foi porque, um dia, foi preso alguém. Foi porque, um dia, lutou com alguém. Foi porque, um dia, alguém invadiu uma rádio e colocou uma música e…. Aconteceu uma luta, sem lutar. Uma guerra sem guerrear, uma ferida que, um dia, vai se curar!”


Catarina é minha neta e vive em Portugal desde os 7 anos. A sua poética na tarefa escolar sobre a celebração do dia 25 de abril, da Revolução dos Cravos, em Portugal, colocou o ‘dedo na ferida’ porque mesmo sendo “uma guerra, sem guerrear,”como diz ela. A falta de liberdade dói e fere. Uma ferida que custa a curar.
“Se hoje tenho liberdade foi porque, um dia, faltou para alguém!”
A Revolução dos Cravos aconteceu no dia 25 de abril de 1974 a partir de um movimento militar que pôs fim a ditadura salazarista que se mantinha por mais de 50 anos no poder.
Na madrugada do dia 25 de abril de 1974, foi tocada na rádio a música “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso. A música foi senha para a população de que os militares estavam em marcha para conquistar a tão sonhada liberdade.
Amúsica no movimento português foi o estímulo para a mobilização de um povo. Arte presente!
Vale escutar Grândola Vila Morena neste vídeo, um achado maravilhoso gravado há 10 anos que aproxima Brasil e Portugal na arte. Voz e vocais – Kátya Teixeira e Luiz Salgado Participações Especiais Voz e vocais – Susana Travassos (Portugal) Voz e vocais – Uxía Senlle (Galiza) Percussão Corporal e vocais – Barbatuques (Brasil) André Venegas, André Hosoi, Dani Zulu, João Simão, Mairah Rocha, Renato Epstein
Capitães de Abril é um bom filme para entender a revolução portuguesa, que neste momento da história quase não teve violência.
Vale lembrar sempre que a conquista pela liberdade teve uma preço e, às vezes, a vida de uma pessoa. Manter a memória viva é muito importante para que os jovens tenham consciência de como foi conquistada a liberdade. Catarina tem razão. Só sentimos falta da liberdade quando nos falta!