Paisagens da primavera européia estarão sempre associadas às telas impressionistas, um movimento artístico que buscou aperfeiçoar no delinear dos traços, os efeitos da luz sobre a cor.
A visão do impressionismo compreendia o velho, o novo, natureza e indústria, beleza e banalidade e marcou o início da era moderna na arte.
A invenção da fotografia certamente impulsionou as tendências deste movimento pictórico do século XIX e transformou o mundo.
Corot, Rosseau, Diaz de la Peña, Dupré a Monet, Pissarro, Sisley, pintores franceses do impressionismo, mostravam em suas telas o relacionamento que tinham com a natureza e se empenhavam na busca de uma linguagem inovadora na arte pictórica que pudesse sobrepor-se à fotografia na captura das imagens.
O impressionismo empurrou o pintor para fora de seu ateliê e lhe mostrou o mundo real que precisava ser pincelado e não aquele proposto pelos delírios da aristocracia francesa e a competitiva e poderosa igreja católica européia (Itália, Espanha e Portugal). “ Escancararam as janelas e deixaram entrar o sol e passar o ar”, escreveu Edmond Duranty em 1876, sobre as telas impressionistas. Ele era novelista e crítico de arte francês.
Da mesma forma outro crítico e também poeta, Charles Baudelaire, deixou registrada a sua indignação sobre a fotografia e arte em cartas enviadas aos seus amigos.
“Como a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exatidão (eles crêem nisso, os insensatos!), a arte, é a fotografia. A partir desse momento, a sociedade imunda pôs-se à rua, como um só Narciso, para contemplar sua imagem trivial sobre o metal”, disse ele.
Mais adiante escreve que “ A cada dia a arte diminui o respeito por sim mesma, se prosterna diante da realidade exterior, e o pintor torna-se mais e mais inclinado a pintar, não o que sonha, mas o que vê. Entretanto, é uma felicidade sonhar, e seria uma glória exprimir o que se sonha; mas, que digo eu! Conhece ainda o pintor tal felicidade? O observador de boa fé afirmará que a invasão da fotografia e a grande loucura industrial são estranhas a este resultado deplorável? É permitido supor que um povo, cujos olhos se acostumam a considerar os resultados de uma ciência material, como os produtos do belo não acabe por ter diminuída, singularmente, ao fim de um certo tempo, sua faculdade de julgar e de sentir o que há de mais etéreo e imaterial?”, afirmou Baudelaire, durante o “Salão de 1859”. “O Público Moderno e a Fotografia./
Na antiguidade os pintores faziam o papel dos fotógrafos de agora e pela sua arte deixaram um testemunho da história da humanidade. O impressionismo é exatamente a transição entre a aceitação da nova tecnologia e a arte se adaptando às mudanças. A internet trará uma nova era para arte e a resposta está no futuro.
“Como a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exatidão (eles crêem nisso, os insensatos!), a arte, é a fotografia”. Baudeleire
A indignação do poeta, crítico, escritor do século XIX, Charles Baudeleire já era o prenúncio de uma grande mudança na arte ocidental. Os artistas começaram sair de seus ateliers e buscar reproduzir as alterações e os efeitos da luz em suas telas. Nascia o movimento Impressionista.