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#Marco TemporalNão! Terra é memória viva para o indígena

Que presunção é essa do homem branco achar que pode decidir sobre a vida e a morada dos indígenas? #marcotemporal!Não, #PL490NÃO

Uma luta que nunca acaba, que começou nos primórdios do Brasil, alastrou-se da colônia aos tempos de hoje. Os indígenas são povos originários que foram perseguidos, dizimados e escravizados pelo colonizador que pisou em solo brasileiro para explorar as riquezas que a terra, pela floresta lhe oferecia com todo seu potencial produtor e exuberância de uma natureza primitiva preservada por quem sabe que dependemos dela. Esses povos da floresta já viviam nessas terras muito antes do europeu. 

As fotos e as ilustrações utilizadas nesse artigo são flagrantes de uma cultura viva que respeita a natureza e os saberes do universo.  À exceção da foto  de Ivan Bueno,  que capturou um flagrante, numa reserva indígena do Paraná e que  mostra um índio Guarani prostrado e  quem a observa consegue sentir na imagem um cansaço extremo e desconsolo. Colocada a propósito, de forma simbólica para ilustrar e dar conteúdo a essa luta insana provocada pela ganância do homem branco. A foto da criança no rio também é de Ivan Bueno, que ilustrou um calendário anual publicado da então Assessoria de Assuntos Indígenas do Paraná, em 2003.

foto by Ivan Bueno - 2001 (indígena Guarani)

Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Daiara Tukano, Jadel Esbel (1979-2021), Sonia Guajajara, entre tantos outros indígenas, que hoje são vozes contemporâneas na luta pelos povos originários, na arte, na literatura, na política, nas questões sociais e ambientais. Escritores, artistas, intelectuais e professores indígenas que estão traduzindo, escrevendo, documentando, contando para o homem branco o quanto é bela a cultura e  o quanto existe de sabedoria desses povos sobre as leis da natureza, que antes eram transmitidas oralmente pelos avós para netos e por pais e mães para seus filhos.  

Projeto de Lei 490 (PL 490) determina que são terras indígenas aquelas que estavam ocupadas pelos povos tradicionais em 5 de outubro de 1988. Ou seja, é necessária a comprovação da posse da terra no dia da promulgação da Constituição Federal. Além disso, apresentado pelo deputado federal Homero Pereira, em 2007, o PL n° 490/07 tinha como proposta alterar a Lei n° 6.001, de 19 de dezembro de 1973, trazendo para o Poder Legislativo a competência das demarcações das terras indígenas no Brasil, o que sempre foi feito pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Imaginem quanto jogo político de interesses escusos, garimpo ilegal, agronegócios estão intimamente envolvidos nesse projeto de lei.

                                     #PL490NÃO!

Se pesquisarmos um pouco na história do Brasil, vamos entender como muitas etnias foram totalmente extintas do Brasil.  Os Carijós, no Paraná, eram indígenas guaranis estão considerados extintos pelos dados do IBGE. Esses povos viviam entre Cananéia, São Paulo, até Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

A preocupação dos povos Guaranis era  não perder sua cultura e manter a vida. O grito para preservar é Têko-arandu ecoou no vazio, infelizmente. Cada vez mais o homem branco não quer deixar o indígena em paz, infelizmente! A guerra foi, é e será cultural….

A supremacia branca começou quando se cortou a comunicação entre povos da floresta e o europeu.  No século XVIII, o primeiro-ministro português, Marquês de Pombal decretou a obrigatoriedade de falar a Língua do Príncipe, a portuguesa e na época a comunicação com os indígenas era feita também em Tupi-Guarani. Começa aí o cancelamento de uma cultura e a sobreposição de outra.

Imagem de Jurandir Carneiro retirada do vídeo sobre Mangueirinha. índia Guarani em ritual sagrado na Casa da Reza. Clique na Imagem e assista o vídeo pesquisa completa sobre a Reserva feita pela jornalsita Mari Weigert em 1998. Ritual encontra-se no trecho 1h16' de quase 2h.

Os Funi-ô povos que habitam próximo ao rio Ipanema, perto de Águas Belas, Pernambuco, são os únicos do nordeste, junto com os indígenas do Maranhão, que conseguiram preservar o idioma nativo.

Foto retirada de uma publicação Funi-ô

Esta foto maravilhosa de Ivan Bueno, feita em 2001 para um calendário sobre indígenas guaranis publicado pela então Assessoria de Assuntos Indígenas do Governo do Paraná, é uma expressão triste e simbólica nesse momento de tamanha tensão. 

Cacique Aristides (já falecido) da tribo Guarani, da Reserva Estadual de Mangueirinha em Guarapuava. Quando a imagem foi feita a sua tribo estava lá em Mangueirinha. Anos depois foram viver em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Os Guaranis caminham sempre rumo ao Leste, em busca da “Terra sem Males”.

#marcotemporalNão

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