Como artista que vivencia a realidade brasileira, Jonathas fixa sua poética artística nas questões sociais e a transporta para o universo da arte. A instalação proposta para a bienal veneziana é composta por uma lista de expressões idiomáticas e provérbios que se baseiam em metáforas sobre o corpo humano e uma série de obras de arte que dão vida à extraordinária carga poética desses ditos, tornando-os tangíveis. Torná-lo palpável é o grande mote da arte quando nos dá a liberdade de ‘flanar’ nos conceitos e interpretações de cada mente interessado em observar a obra.
Na instalação da Bienal, duas enormes orelhas colocadas na entrada e saída do Pavilhão fazem alusão à expressão popular Entrar por um ouvido e sair pelo outro, permitindo aos visitantes “entrar por um ouvido e sair pelo outro”, enquanto um balão inflável, que preenche o espaço em várias horas do dia remete a outra expressão: Coração saindo pela boca.
Para nós brasileiros o sentido é muito profundo considerando o atual momento político brasileiro, o que talvez para os europeus não seja a mesma coisa e, sim, apenas divertido. “No conjunto, as obras constituem uma lista parcial e alusiva, mas fortemente física, das sensações experimentadas por um corpo imaginário brasileiro, traduzidas em expressões diretas e por vezes divertidas, mas capazes de captar e transmitir o momento histórico que vivemos em toda a sua complexidade”, fonte La Biennale