Boi de Reis, Flávio Freitas - artista portiguar

A tradição do Dia de Reis em Natal, RN

A tradição cristã de celebrar o Dia de Reis em Natal, capital do Rio Grande do Norte, começou há muito tempo. Os artistas potiguares adoram reproduzir o tema em suas telas.

O dia 6 de janeiro é feriado para alegria dos natalenses que curtem o folguedo de tradição cristã. A celebração remonta da construção da Fortaleza dos Reis Magos.

“A festa de Santos Reis é tida como a primeira manifestação religiosa da capital potiguar. Surgiu junto com a construção da Fortaleza dos Reis Magos, datada do ano de 1598. A festa se popularizou com a chegada das imagens dos Magos, em 1753, presente da Coroa Portuguesa à Capitania do Rio Grande do Norte, cuja padroeira é Nossa Senhora da Apresentação.” Fonte: Tribuna do Norte.

Nivaldo do Vale o artista potiguar que assina a tela ao lado, faz  questão de explicar com todo o orgulho de quem cultua as festas tradicionais, que as vestimentas dos três personagens do folguedo popular jamais mudarão e que cada estado brasileiro dá um nome diferente a esse folguedo que no Rio Grande do Norte é Boi de Reis, mas pode ser Bumba-Meu Boi ou Folia de Reis.

 
Boi de Reis, do artista naïf potiguar, Nivaldo do Vale. Foto Mari Weigert

Folguedo Reis de Boi tem sua origem no teatro popular medieval da Península Ibérica.[1] Trata-se de um auto em homenagem aos Santos Reis, unindo a temática dos reisados ao auto do Bumba-Meu-Boi. Apresenta-se em 6 de janeiro, dia de Reis, e se prolonga até 3 de fevereiro, quando ocorre a festa de São Brás.[2] O número de integrantes varia entre doze e vinte, que formam alas com muitos personagens, dentre eles o Boi, Pai Francisco, Catirina, Doutor, Ema, Vaqueiro e Urubu.

Os marujos vestem calça azul marinho ou branca com filete lateral vermelho ou azul, camisa branca ou colorida de mangas compridas, faixa de fita azul ou vermelha sobre o peito e chapéu de palha revestido de morim e adornado de espelhos, flores e fitas. Os grupos saem para visitar algumas casas na cidade, diante das quais cantam o “Abre portas”, anunciando o nascimento do Menino Jesus. Depois entoam as seguintes marchas: “Marcha de entrada”; “Descante”, com ritmo marcado pelo pandeiro; “Marcha de ombro”; Baiá”; “Marcha de roda”; “Marcha do Vaqueiro”; “Marcha de chamada do Boi”; “Marcha de chamada dos bichos” e “Canto de retirada”. Na apresentação os marujos cantam e dançam acompanhados de Mãe Catirina, que envolve o público na dança. Depois vem o Vaqueiro, que negocia com o dono da casa a venda da bicharada, fixando para cada bicho um valor de significado simbólico – por exemplo, o Boi representa fartura – que é explicado durante a venda.

Fechada a negociação, o vaqueiro solta a bicharada para dançar e brincar com as crianças e demais assistentes. A instrumentação musical inclui sanfona, violão, pandeiros e chocalhos e os cânticos são de autoria dos próprios componentes que, em geral, satirizam acontecimentos políticos e religiosos da comunidade. Fonte : Wikipedia

Odaíza de Pontes Galvão, a Dona Iza, é viúva do Mestre Manoel Marinheiro, e assumiu o legado do Auto do Boi de Reis. Sempre ativa junto ao Mestre, herdou não apenas o seu saber da montagem do Boi, figurinos, adereços e personagens, mas o ritual, a dança, os cantos e as loas. Antônio Francisco é  membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o poeta cearense Patativa do Assaré. É unanimidade entre os estudiosos da cultura popular. 

O Boi Pintadinho é um grupo  tradicional de São Gonçalo do Amarante, que foi considerado pelo historiador Câmara Cascudo como o berço da cultura popular do RN.  São 25 integrantes em um manifesto que gira em torno da morte e ressurreição do boi. Já a Associação das Rendeiras de bilros tem 23 anos, fundada pela mestra vó Maria de Lourdes de Lima. Estão no cenário cultural desde a fundação da vila, mantendo umas das grandes tradições do artesanato potiguar. A Sociedade de Danças Antigas e Semidesaparecidas Araruna  iniciou suas atividades em 1949 quando o Mestre Cornélio (seu fundador) utilizava o quintal de  casa para os ensaios do grupo. Djalma Maranhão e Cascudo foram grandes incentivadores do Araruna, tendo sido o primeiro que doou o local para construção da atual sede do grupo, localizada a Rua Miramar, no bairro das Rocas. Fonte: PordentroRN

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