Se voltarmos no tempo para descobrirmos a origem da palavra cultura e do verbo educar vamos entender essa grande ‘sacada’ . Todas as duas derivam do latim e a primeira era originalmente colere, colher, a segunda educare, educere, trazer para fora, elevar-se (Devoto- Oli).
Colher, envolver, abarcar experiências do indivíduo, de um grupo social, para, a partir daí trazer para fora, aprimorar esse conhecimento. A viagem teórica pertence a autora desse artigo. São deduções minhas, porém com lógica.
Mas seguindo o raciocínio: uma pessoa representa o seu meio, nos diferentes usos e costumes e a partir do momento que consegue significar e interpretar aquilo que vive ( trazer para fora), tem condições de transformar o que é preciso ou valorizar o seu meio, dependendo da situação.
No entanto, o mais fantástico disso tudo é que a transliteração condensou algo que precisa ser entendido no processo de educação e no geral não o é. A educação popular trouxe o assunto para o debate e é aí que entra Paulo Freire com a experiência de Angicos, um projeto que alfabetizou camponeses em 40 horas.
As quarenta horas de Angico, no Rio Grande do Norte, tornaram-se emblemáticas e ganharam espaço e visibilidade nacional e internacional por alfabetizarem adultos em pouco tempo, inseridos dentro do seu próprio contexto social.
“Quanto mais o homem refletir sobre a realidade, sobre a sua situação concreta, mais emerge plenamente consciente, comprometido, pronto a intervir na realidade para mudá-la.”, Paulo Freire.