A música como salvação do mundo! O Friso de Beethoven, do austríaco Gustav Klimt, já defendia esse paradigma nas paredes da sede da Secessão.
Antes mesmo de falar sobre a obra propriamente, o sentido desse artigo é para destacar a importância da arte, da música como meios de elevação da consciência para alcançar a plenitude, a felicidade e a paz. Os artistas, em suas criações, já indicavam os caminhos a seguir e o Friso criado há 100 anos já indicava que o homem precisaria mudar para viver num mundo melhor.
“A cada época a sua arte. A arte pela sua liberdade”. O lema defendido por Gustav Klimt em um tempo de efervescência que antecedia a Primeira Guerra Mundial, ao qual os artistas e intelectuais sentiam a inquietude do mundo e a necessidade de mudar e romper com normas tradicionais, artísticas e étnicas.
O Friso de Beethoven é uma obra magnífica idealizada e pintada por Klimt e inaugurada em 1902, que decora uma sala que homenageia o compositor alemão Ludwig van Beethoven, na sede da Secessão, em Viena, na Áustria. Foi inspirado na Nona Sinfonia.
É uma obra que representa o período Moderno, quando foi-se dando mais importância aos aspectos formais e abstratos do que a materialidade, e está atrelada ao onírico e a mitologia. Entenda a alegoria do Friso de Beethoven à humanidade clicando aqui.
Klimt provavelmente não escolheu sem motivos homenagear Beethoven e sua 9a Sinfonia. A música do mestre alemão é um exemplo de superação.
A composição é sublime na medida em que mostra a evolução da alma de Beethoven que fez emergir nos Adagio e Allegro, seu estado de espírito. O compositor estava surdo e precisou mergulhar no mais profundo silêncio, tornar-se prisioneiro de si mesmo, para, então, encontrar um novo rumo que lhe permitisse compor tal obra, e esse encontro com o seu eu profundo resultou numa sinfonia inesquecível.
Mais de 100 anos se passaram entre a arte de Klimt e de Beethoven e o homem ainda precisa mirar-se nesses exemplos de talentos e genialidade. Klimt deixou expresso em seu Friso um ultimato: que o poder, a ambição, a cobiça, a submissão, a desgraça, a doença, a morte refere-se ao material. No entanto, mostra no Friso que pela música poderá a humanidade poderá alcançar o climax, a felicidade. Beethoven em sua Nona Sinfonia foi a prova mais contundente de superação porque a compôs surdo.
Os dois artistas permanecem no tempo como mensageiros da esperança. Vida é arte e o amor transforma!