Entretanto, o que mais surpreende em Galinhos, um minúsculo município litorâneo do Rio Grande do Norte, são as nuvens que dão a impressão que podemos tocá-las com a ponta do dedo se esticarmos o braço para cima. Elas vistas de um certo ângulo parecem mais baixas que as torres eólicas. Quase encostando no chão.
Quem me chamou a atenção para o detalhe das nuvens foi a amiga Lúcia. “Veja! Parecem que podemos pegá-las”.
O PanHoramarte não foi em busca da resposta científica – provavelmente existe. Se propôs ao deleite de mostrar a poética da paisagem. E ao devaneio de achar possível tocá-las!
As gigantescas torres eólicas geraram polêmica para sua instalação e têm algo de quixotescas. Os moradores contam que o parque eólico pertence a um grupo inglês. Nada consta no local informando sobre elas. Apenas ali funcionando ao sabor do vento como os moinhos de D. Quixote. ???
As montanhas brancas que estão vendo no fundo é de sal. Nada, nenhuma placa, sobre quem faz a extração.Diamante Branco é o nome. É de uma empresa chilena que faz parte do grupo alemão K+S Group.
Ironicamente a cidade estava sem energia elétrica no dia em que a visitamos. Vejam só, com tanta energia eólica sendo produzida. Os pequenos restaurantes que serviam pratos caseiros e saborosos estavam fazendo milagres para que a comida não estragasse.
Voltamos às nuvens e as apreciemos com imaginação, especialmente essa que parece estar de pé. Elas assim já foram pintadas pelo artista naïf Vatenor de Oliveira.
Tocar nas nuvens e esquecer que as nossas riquezas estão sendo exploradas num lugar em que nossa gente humilde ainda é tão carente de saúde e educação.
Galinhos fica 180 quilômetros de Natal e tem pouca infra-estrutura em pousadas. Mas o local é de uma beleza extraordinária e vale fazer o passeio por um dia que oferecido a partir da capital potiguar, por empresas especializadas.
Vale passar um tempo comungando com a natureza.