“Duas Crianças São Ameaçadas por um Rouxinol”(1924). Essa obra é clássica do surrealismo, uma tela de Max Ernst( 1891-1976). Essa pintura foi criada pouco tempo após ao manifesto de André Breton. O pesadelo macabro, a irrealidade ao mesmo tempo mágica e assustadora que eclode no tema.
Max Ernst foi um pintor alemão naturalizado norte-americano que passou pelas inquietações do entre e pós-guerra, em diversos movimentos artísticos como o futurismo, cubismo, expressionismo, dadaísmo, pintura metafísica. Ao final ele reconhece no Manifesto Surrealista de André Breton uma perfeita súmula de suas ideias.
Desvendar o inconsciente, revolucionar o real.
“Persistência da Mémoria” tela de Salvador Dalí (1904-1989). A pintura dos relógios se derretendo é conhecidas no mundo inteiro. Inigualável e inesquecível. Inúmeras reproduções foram feitas sobre essa tela de Dalí, que expressa de forma marcante o que o surrealismo difundia – dar liberdade ao inconsciente para transmitir sem as travas do raciocínio, do consciente. Elementos irreais misturam-se com o real.
“Toda a minha ambição no campo pictórico é materializar as imagens da irracionalidade concreta com a mais imperialista fúria da precisão”, disse Salvador Dalí quando a criou.
A tela original encontra-se no MoMa, Museu de Arte Moderna de Nova York, e segundo conta a história, a pintura surgiu enquanto o artista catalão esperava sua esposa Gala voltar do teatro. Quando Gala voltou o pintor catalão perguntou a ela, se achava que em três anos esqueceria da imagem. “Ninguém poderá esquecê-la uma vez vista”. Fonte:Wikepidia.
“Traição das Imagens” tela do artista belga René Magritte (1898-1967) é a obra-prima do surrealismo. É a imagem de um cachimbo, embora o pintor o negasse. “Isto não é um cachimbo” está escrito em francês. Na verdade, é um jogo psicológico e filosófico do pintor defendendo a ideia de que a “imagem de um cachimbo não é na realidade um cachimbo”.
“A Alma da Cidade” é uma tela surrealista do pintor russo Marc Chagall (1887-1953) criada quando a guerra estava prestes a acabar e as feridas ainda estavam abertas. Sua esposa Bella tinha morrido. A dupla angústia do pintor traduz-se na tela quase didática.
Certa vez, um repórter dos EUA perguntou-lhe se estava satisfeito com a vida que teve, quais eram as suas convicções e como encarava a morte.
“Estou satisfeito”, respondeu-lhe o artista, “e continuo acreditando na minha Santíssima Trindade estritamente pessoal: creio em Deus, na pintura e na música de Mozart. Não, não temo a morte. A única coisa que desejo é fazer livremente o que eu quiser. Minha prece é meu trabalho. Quanto ao resto, tudo continuará. Haverá outros Chagalls. Sempre os há. Sempre haverá cores puras, música, poesia. Sempre haverá artistas atraídos pela luz”. Fonte: Os gênios da Pintura.
Olhar crítico
O universo dos pintores surrealistas é extremamente crítico e suas obras estão sempre além da matéria, do real, sem, é claro, esquecer o que é real. Esse é o grande paradoxo.
Todos grandes nomes do surrealismo foram, sem dúvida, intelectuais ou com personalidades marcantes que estudá-los é um passatempo fascinante um mergulho nos mistérios da mente que a arte traduz com tanta eficiência.
O surrealismo como movimento jamais perderá a atualidade simplesmente porque ele representa o onírico, o sonho, o inconsciente, algo inerente ao ser humano.
A vazão de nossa liberdade interior sempre estará conectada a algo impalpável, que se confunde com a realidade. Se o homem perder a capacidade de sonhar e perder-se em seus devaneios, perderá o estímulo de amar a vida ou amar o outro.