Que venham os ventos impetuosos
As chuvas torrenciais
As trovoadas e relâmpagos
De estrondos guturais
Que venham as corredeiras nos despenhadeiros
Os galhos de árvore que chicoteiam o ar
As altas marés
Redemoinho de forças de se atordoar
Que se liberte a personalidade da natureza
Que a expressão máxima das emoções dela
Não encontre barreiras
Porque depois de toda esta explosão
Vem uma calmaria
Que nos torna mais atentos, energizados, encantados
Com senso de que a vida
É cor, sabor, aroma e estranhamento
Intensidade, realidade, pulso, movimento
Vida é metamorfose
Verão, inverno, outono, primavera
Nascer, crescer e morte
Vida é voz e silêncio
Encontro e distanciamento
Sobretudo o mais profundo sentimento
Que acontece a cada fração de momento
Seja de calmaria ou tormento…
(Pintura de Fyodor Vasilyev – “Before a thumderstorn”)