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Visitar “Armorial 50” é querer mais Arianos Suassunas para o Brasil

A ideia foi dele, Ariano Suassuna. O Movimento Armorial, na década de 70, foi um rebuliço cultural brasileiro. A genialidade de Ariano valorizou o que o Brasil tem de mais genuíno - a arte e a cultura.

Foi um despertar, sobretudo da cultura popular nordestina, pela literatura de cordel, que influenciou as artes plásticas, como as obras de Gilvan Samico e Manuel Dantas Suassuna, Aluíso Braga, Fernando Lopes da Paz, entre outros. Na música misturou sons de pífanos, rabeca e viola com elementos eruditos, criando a Orquestra Armorial. Na dança e teatro trouxeram  representações populares como reisado, maracatu, autos populares.Elementos do mamulengo e do teatro medieval. O resultado dessa combinação entre o popular e o erudito, tudo junto misturado com nossas raízes ibéricas, indígenas e africanas,  foi um acervo inestimável para a história da arte no país e  referência na valorização da identidade brasileira. O dramaturgo, professor, pintor e escritor Ariano Suassuna (1927-2014), deixou ainda como legado a peça premiada O auto da Compadecida, que inspirou filme e até hoje é sucesso de bilheteria.

Gilvan Samico - A chave de ouro do reino do vai-não-volta, 1969. Xilogravura.

Toda beleza e a magia do movimento com mais de 140 obras e relatos em vídeos estão reunidos na mostra Movimento Armorial 50 anos, que já percorreu diversas capitais brasileiras e agora encontra-se em Natal, até domingo (2), no Palácio da Cultura – Pinacoteca Potiguar. Visitá-la é querer mais Arianos Suassunas para Brasil. A curadoria é de Denise Mattar e consultoria do artista plástico Manuel Dantas Suassuna (filho de Ariano Suassuna) e o poeta e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Carlos Newton Júnior. 

O termo armorial se refere a um conjunto de brasões, armas e escudos ou emblemas heráldicos associados a famílias, instituições, cidades ou países.  

Zélia Suassuna – Sem titulo, cerâmica. Sua obra é composta de pinturas, litogravuras, esculturas e tapetes. Zélia, mulher de Ariano coloca em suas obras a beleza da Zona da Mata de Pernambuco.

Guerreiros, rainha e figurantes de um auto popular do ciclo do reisado, 1970.

A onça Caetana é a anfitriã da mostra. Existe em torno dela toda um histórico da infância Ariano Suassuna, que perdeu o pai assassinado por questões políticas. A onça é o ponto fundamental em todo o trabalho criativo de Suassuna. Os meus escritos neste rápido artigo sobre a mostra Armorial 50 representam 0,00001 por cento da riqueza de material exposta e não chegam nem perto da energia que aqueles emanam para o teu coração. Espero que dê tempo. Visite-a e confira…

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