Imagine-se numa viagem ao centro da Terra ao descer os 110 metros de profundidade nas Grutas de Mira de Aire, em Portugal.
O percurso oferece um espetáculo fora do comum de um mundo subterrâneo à parte. Um local, no qual a água fez o papel do artista ao esculpir formas na rocha calcária que abriu caminhos sinuosos moldou figuras de acordo com os caprichos naturais do tempo e da força da água. Estima-se milhões de anos neste trabalho ininterrupto de poética artística do universo, considerando os ossos petrificados de animais no local.
Não é por menos que as Grutas de Mira de Aire foram eleitas uma das 7 maravilhas de Portugal. Também é a maior do país e está localizada bem pertinho de Fátima – 15 quilômetros. É também uma bela inusitada peregrinação em comunhão com os mistérios do planeta Terra.
Esta acessível ao público apenas 600 metros delas, dos 11.500 metros que possuem em extensão e 230 metros de profundidade. Para descer os 110 metros visitáveis é preciso enfrentar 683 degraus. A subida depois é por elevador não se preocupem!
Confesso que não acreditei que seria capaz de descer, mas os portugueses deixaram tudo muito acessível e seguro até para turistas que têm medo de altura ( o meu caso) e de fácil acesso tanto para adultos como para crianças.
A zona visitada é iluminada com três mil lâmpadas de várias cores. Até questionei a interferência do excesso de iluminação numa área tão natural comigo mesma. Mas pensem que é uma forma de mostrar às pessoas a força da natureza. E nesse lugar ela pulsa no barulho da água e na energia das rochas.
É santuário também!
A temperatura interior é de 17 ºC, seja no verão ou no inverno. A principal galeria da gruta, chamada Galeria Grande, tem um desenvolvimento de mais de 10.000 metros com várias ramificações. Já a maior sala (a Sala Grande ou 1º Poço) tem enormes bancadas de calcário entre 10 e 30 metros de altura. A foto mostra uma réplica de como os homens que descobriram a gruta fizeram com cordas, a pulso em 1947.
São muitas as formações curiosas que existem no interior, como a “Cara da Velha”, uma rocha que faz lembrar uma pessoa idosa ou a “Cascata”, semelhante a uma cascata petrificada. Mas também há a “Alforreca”, que parece este animal, ou as “Esparguetes”, estalactites muito finas (e ocas) que foram assim batizadas pelos visitantes.
As Grutas estão localizadas a pouco mais de uma hora de Lisboa, no concelho de Porto de Mós
Foram descobertas quase por acaso, quando quatro habitantes da vila desceram até ao interior, em 1947, para procurar água. A notícia rapidamente se espalhou e, pouco tempo depois, chegaram os primeiros espeleólogos vindos de Lisboa.
A água no seu interminável ciclo, absorve grandes quantidades de dióxido de carbono quando atravessa a atmosfera e se condensa, para depois se precipitar novamente sobre a terra em forma de chuva.
Nas zonas calcárias quando chove estas águas, espalham-se nos terrenos em todas as direcções, ao sabor dos declives que vão encontrando, e escoam pelas fendas encontradas no calcário aumentando-as quer pela erosão mecânica natural, quer pela reacção química causada pela presença de dióxido de carbono…..Fonte: Grutas de Mira de Aire