Paulo Freire - CEFORTEPE / Luiz Carlos Cappellano/Reprodução - guiadoestudante.abril.com.br

Sem folia de carnaval é hora de esperançar

Você imaginou alguma vez um Brasil sem carnaval. Provavelmente, nunca!

Infelizmente, falaremos de carnaval no próximo ano se tudo, tudo, der certo. Isso porque agora, em tempo de pandemia é hora de esperançar.

Então aligeire-se que está na hora de animar-se e procurar entender o que está acontecendo, saindo de sua zona de conforto para literalmente utilizar o verbo esperançar….

É o planeta que está dizendo um basta?  Basta de consumo, de desmatamento, de poluição….

Mais do que nunca é tempo de esperançar que é verbo e não substantivo. Verbo que na gramática significa movimento, ação. O substantivo é algo mais engessado. Logo a esperança vem de espera, engessamento, letargia… 

É neste momento que entra Paulo Freire e suas ideias. Ele que desde menino aprendeu a  ler o mundo.

É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar.  Por que tem gente que tem esperança do verbo esperar. Esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. ‘Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva’. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso, é muito diferente de esperar; temos mesmo é de esperançar”! Paulo Freire.

 

Não é muito fácil entender o que nosso visionário educador Paulo Freire quis deixar como legado aos brasileiros. Freire situou muito bem a diferença que existe em apenas aprender a ler e escrever como um modo formal de educação,  da diferença, pelo qual educar significa perceber as injustiças sociais e qual é o lado que você está dentro deste contexto, o quanto você é protagonista nisso e o que faz para mudar.  

Será que deseja mudar ou simplesmente está querendo  sair da situação de oprimido para ser o opressor?

Portanto, na ausência do carnaval, a nossa festa máxima,  muitas vezes usada  para extravasar tudo que está contido lá no fundo do coração, muito mais as nossas tristezas e indignações perante ao mundo, do que alegrias, devemos conjugar o verbo esperançar e tentar abrir caminhos para transformar o que está errado, ao menos em nosso pequeno universo, no qual vivemos o nosso dia a dia.

Se alfabetizar de novo, cujo verbo esperançar seja o primeiro conjugado para desenvolver o espírito crítico. 

“já esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras”. Paulo Freire

 

 

O vídeo é uma homenagem singela de alunas de um curso de Pedagogia a Paulo Freire, certamente encantadas como sou pelas ideias deste poeta educador.

Um vídeo caseiro, simples, porém ótimo para ler devagarinho, com a música de Milton Nascimento de fundo, que nos ajuda melhor assimilar o que se passava na mente deste educador de vanguarda tão injustamente atacado.

Imaginem que tem gente que o acusa de ser do mau, por ensinar às pessoas como fazer para não serem tão exploradas, machucadas, violentadas em sua moral….

Talvez, pela simples razão que apenas aprenderam a ler e escrever como autômatos sem que se dessem a oportunidade de sentir “à flor da pele” a profundidade do que significa “esperançar”.

 

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