Para mim, não existe autoridade que definirá o valor literário e estético, ou mesmo ético das obras escritas. Se aprofundarmos nossos conhecimentos na história da literatura e da vida de famosos escritores, encontraremos muitos exemplos disso.
Gombrich escreveu no livro de sua autoria ‘‘ História da Arte’’ , no primeiro parágrafo : ’’na realidade não existe arte, existem somente artistas’’. Se pensarmos nessa idéia, e fizermos uma comparação , não há literatura, mas somente escritores; ou não há poemas, mas sim poetas; nãoo há romances, mas sim romancistas.
Há autoridade na literatura? Quem irá determinar que escrito tem valor literário e estético ou não? Se existe esta autoridade, quem será? Escritor, crítico de literatura , editor ou leitores? Será a mídia?
Para mim, não existe autoridade que definirá o valor literário e estético, ou mesmo ético das obras escritas. Se aprofundarmos nossos conhecimentos na história da literatura e da vida de famosos escritores, encontraremos muitos exemplos disso.
Quando o grande escritor Dostoiévski escreveu seu livro Gente Pobre ,sua estréia literária, que revela uma impressionante maturidade se considerarmos que tinha então apenas 25 anos; Bielinski, grande crítico literário da época, elogiou-o muito. Ele iniciou sua carreira literária muito bem. Mas os livros seguintes, Bielinski, Turgeniev também outros críticos e escritores da época, o criticaram negativamente; e as críticas negativas foram pesadas. Até Dostoiévski morrer a situação não se modificou. No entanto hoje, ele esta no topo da literatura, a maior parte dos críticos atuais o colocam como o melhor escritor de todos os tempos.
Um escritor de vanguarda da literatura norte-americana, Jack London, não tinha publicada, curtas histórias que escrevia e enviava para revistas de literatura durante anos. Suas curtas histórias retornavam para ele com educadas recusas para publicação. Contudo, hoje essas mesmas histórias são exemplos para a literatura norte-americana.
O escritor brasileiro Paulo Coelho, durante anos não teve publicado seus livros, ele disse que: ‘‘trinta e duas editoras rejeitaram a publicação do seu primeiro livro’’, ele pensava que sua habilidade como escritor estava comprometida. A Academia Brasileira de Letras também o rejeitou como membro . Mais tarde esta mesma instituição o aceitou como membro, recebendo-o com todas as honras, numa cerimônia. O que mudou? Paulo Coelho é o mesmo escritor! O que mudou foi que seus livros foram traduzidos para inúmeras línguas ao redor do mundo, vendeu milhtes de livros e tornou-se sucesso na Europa, EUA, e outras partes do mundo.
Então, ninguém, nem editores, nem outros escritores, nem críticos de literatura são os que definem a medida do sucesso do escritor. O escritor tem força para passar por eles e chegar ao topo da literatura universal.
Erol Anar