Beleza e mistério na gótica Catedral de Chartres
Os vitrais, o labirinto, cada peça talhada na arquitetura gótica da Catedral de Chartres, na França, escondem uma linguagem de símbolos que transcende a poética artística.
Chartres faz parte do grupo 15 catedrais de estilo gótico (incluindo Notre Dame) construído num raio de 150 quilômetros em torno de Paris, sob a proteção dos cavaleiros templários nos primórdios do século XII.
Embaixo das estrelas
As edificações estão posicionadas embaixo das estrelas que compõem a constelação de Virgem. “A Catedral de Chartres é chamada de a ‘ catedral do renascimento’ por ser dedicada às três marias – Sant`Ana, Izabel e Maria. Por esta razão não existe lá despojos mortais de papas, santos ou figuras ilustres do catolicismo”, explica a pesquisadora e psicóloga Transpessoal, Ilza Bittencourt, que estuda a catedral francesa.
Os vitrais de Chartres foram criados por artesãos especializados na alquimia da luz.
A finalidade era de deixar a luz chegar ao ser humano por intermédio do vidro colorido desenhado em passagens sagradas da Bíblia para elevar a consciência, transmutar energias mais densas em sutis.
Este objetivo está implícito na Rosácea Oeste, o vitral do julgamento final, no portal de entrada da Catedral. Dizem os pesquisadores que o vitral, se pudesse ser dobrado, caberia dentro do labirinto.
Como maior parte da população da Idade Média era analfabeta a Igreja usou a arte para ensinar as histórias bíblicas dentro das igrejas.
“Estas As 15 catedrais góticas francesas foram construídas como se fossem a Bíblia em pedra”. afirma Ilza Bittencourt, psicologa Transpessoal. Em todas elas Cristo está talhado na madeira da porta de entrada com a Bíblia fechada nas mãos e a mensagem é de que :
“O conhecimento está oculto e não explícito. Aquele que tiver ouvido para ouvir, que ouça. Aquele que tiver olhos para ver, que veja”.
Ilza transporta a simbologia da Catedral de Chartres para meditação e estudo, e a vincula ao trabalho Jung, psiquiatra, que desenvolveu a psicologia analítica. Na Jornada do Herói representado pelo mitológico Teseu (consciente, símbolo solar) que vence o Minotauro (a sombra) com o auxílio de Ariadne(lado feminino do inconsciente) e mostra pelo estudo junguiano, como Tseu consegue o casamento entre o céu e a terra no centro do labirinto.
Por ser uma estudiosa no assunto e acreditar nos ensinamentos e na ação espiritual e terapêutica da simbologia oculta na arte de Chartres, que se propaga mesmo sem estar presente fisicamente no local, Ilza é voluntária na disseminação desse conteúdo de Chartres.
Segundo a psicóloga, os cavaleiros templários (ordem militar cristã), no passado, eram os guardiões dos peregrinos que iam à Terra Santa e queriam também preservar para a humanidade os ensinamentos da geometria sagrada contida da Arca da Aliança do Templo de Salomão (lenda ou fato, não se sabe, mas era sede dos templários na antiguidade).
Não somente Ilza, como uma série de artigos são encontrados na internet tentando explicar a razão do labirinto dentro da famosa Catedral. Quase todos têm em comum a informação que o labirinto é um desenho simbólico que por intermédio da meditação é capaz de conduzir a pessoa ao autoconhecimento.
Mais informações pelo e-mail ilza.bittencourt@ig.com.br ou no Espaço Mirabilis.